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SEGUNDA-FEIRA
A mulher ficou livre do mau espírito que a trazia presa e da doença do seu
corpo. Podia agora olhar para Cristo e para o Céu, para as pessoas e para o
mundo. Nós temos de meditar muitas vezes nestas passagens evangélicas em
que se põe de relevo a compassiva misericórdia do Senhor, pois andamos
muito necessitados dela. “Jesus manifesta essa delicadeza e carinho não só
com um grupo pequeno de discípulos, mas com todos: com as santas
mulheres, com representantes do Sinédrio – como Nicodemos – e com
publicanos – como Zaqueu –, com doentes e sãos, com doutores da lei e
pagãos, com as pessoas individualmente e com multidões inteiras.
“Os Evangelhos contam-nos que Jesus não tinha onde reclinar a cabeça,
mas contam-nos também que tinha amigos queridos e de confiança, desejosos
de recebê-lo em sua casa. E falam-nos da sua compaixão pelos doentes, da
sua dor pelos que ignoram e erram, da sua indignação perante a hipocrisia”3.
II. “NÃO PODIA absolutamente olhar para cima (Lc 13, 11): assim o Senhor
encontrou aquela mulher encurvada havia dezoito anos. Como ela – comenta
Santo Agostinho – são os que têm o coração na terra”4; depois de uns anos,
perderam a capacidade de olhar para o Céu, de contemplar a Deus e de ver
n’Ele as maravilhas da criação. “Quem está encurvado olha sempre para a
terra, e quem olha para baixo não se lembra do preço pelo qual foi redimido” 5.
Esquece-se de que todas as coisas criadas devem levá-lo a olhar para o Céu e
contempla somente um universo empobrecido.
O demónio impediu durante dezoito anos que a mulher curada por Jesus
pudesse olhar para o Céu. Outros, infelizmente, passam a vida inteira olhando
para a terra, presos pela concupiscência da carne, pela concupiscência dos
olhos e pela soberba da vida6.
“Quietude. – Paz. – Vida intensa dentro de ti. Sem galopar, sem a loucura de
mudar de lugar, no posto que na vida te corresponde, como um poderoso
gerador de electricidade espiritual, a quantos não darás luz e energia!..., sem
perderes o teu vigor e a tua luz”12.
(1) Lc 13, 10-17; (2) cfr. Ex 20, 8; (3) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, É Cristo que passa,
n. 108; (4) Santo Agostinho, Comentário ao Salmo 37, 10; (5) São Gregório Magno, Homilias
sobre os Evangelhos, 31, 8; (6) cfr. 1 Jo 2, 16; (7) cfr. Mt 5, 8; (8) Bem-aventurado Josemaría
Escrivá, É Cristo que passa, n. 56; (9) João Paulo II, Ângelus, 8.11.79; (10) Concílio Vaticano
II, Constituição Gaudium et spes, 37; (11) Fil 4, 8; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá,
Caminho, n. 837.