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Atividades Literárias:
Em 1980 – escreveu uma novela intitulada: Além do nosso
mundo! Muito elogiada pelo crítico João Evangelista Ferraz, em
jornal O Estado de Goiás.
Esta novela fala da vida na terra e no plano espiritual, é uma
história romântica que vem trazer esperança para aqueles que vivem
aqui e sofrem suas frustrações, provando que a vida continua e as
vezes de forma feliz.
Em 1983 – participou do V.Concurso Nacional de Poesias,
ganhando menção honrosa pela revista Brasília.
Em 1985 – participou do V.Concurso Nacional de Poesias,
ganhando PRÊMIO EDIÇÃO, sendo convidada pela mesma editora a
trabalhar como Coordenadora Cultural na cidade de Campinas –SP,
para Christina Oiticica (atual esposa de Paulo Coelho), que naquela
época era dona dessa Editora de nome Shogun Arte no Rio de
Janeiro.
Escreveu durante 4 anos para o jornal O Estado de Goiás, onde
possui matérias, debates, poemas publicados nesse jornal. (1982-
1986).
Tem ainda para serem publicados muitos poemas, e um livro
inédito de nome: OS DESCASADOS.
PREFÁCIO
Nossa história é cheia de estórias e de lendas, frutos do imaginário
popular, mas sempre com um fato real como pano de fundo.
Constituem os famosos "causos", contados ao pé das fogueiras e
passados de geração a geração, num tempo em que a Internet, a
televisão, o cinema, os videogames e outras diversões populares
ainda não existiam.
Essa tradição oral enriqueceu-se ao longo dos anos e foi sendo
passada para o papel por escritores e preservada. Muita coisa ainda
jaz por aí, guardada na memória dos nossos anciãos, esperando algum
ouvido benevolente para voltar à vida.
O período da escravidão, sem sombra de dúvidas, por todos os
eventos registrados, é um dos repertórios mais ricos e candentes,
descartado o aspecto da violência, que permeia praticamente todas as
narrativas.
Ocasionalmente somos brindados com a oportuna intervenção de
um escritor, no caso aqui, de uma escritora, resgatando não apenas a
tradição oral, mas jogando um pouco de luz em nossa memória e em
nossa história.
Alcina faz isso, mas inova, narrando de uma forma poética um
conto onde a violência é amenizada pelo estilo acessível e conciso,
com pinceladas didáticas esclarecedoras nos momentos certos.
Despretenciosamente ela narra uma história de amor, enquanto
introduz oportunos esclarecimentos sobre a tradição, hábitos,
costumes e fatos daquela época.
Um conto para ser lido e recontado, com certeza, preservando-se o
tempero original da autora.
L P Baçan
Vice-diretor do Portal "Cá Estamos Nós"
Diretor-presidente da AVLLB
INTRODUÇÃO
O sol queimava nas pernas dos regaços, e levavam suas águas para
as cachoeiras, quando o preto Babão, descendo na correnteza,
procurava peixes para o seu sinhozinho. E assim cantava enquanto
pescava: "Sua Sinhá não sabe comê peixe com espinho... tenho que
pegá de mansinho, o peixe que vem prá morte, e prá que ele não sinta
o corte do afiado do facão..." E assim era sempre o carinho, que tinha
o preto Babão, que tudo sempre fazia usando o bom coração.
A Sinhá ficava doida pelos peixes que ele trazia, e que Nhá Zefa
temperava com sal e nós moscada e muito manjericão! hummm!
Só que os pretos não comiam. Pois essas coisas eram feitas prá
gente! E negro não era gente!? Assim é que
pensavam os nossos homens do passado e, muito sangue foi
derramado, para que tudo tomasse um novo riscado.
Enquanto isso crescia... o preto moço bonito, com lábios da cor da
fruta. Como escravo no trabalho, era o braço mais forte do cativeiro,
trazendo no corpo inteiro, as marcas das chibatadas, mas ele nunca
gemia, e sempre sempre sorria.