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Florianópolis, outubro de 2009 Saúde 7

Opções alternativas
de lazer auxiliam Grupos de apoio orientam os
usuários viciados em internet
no tratamento
Generalizar os casos de uso ex-
cessivo da internet é incoerente.
É o que explica a psicóloga Sylvia
VanEck, do “Programa Estruturado
de Psicoterapia de Grupo”, do Hos- Por meio de terapia individual ou em conjunto, projetos realizados em SP mostram
pital das Clínicas da USP. “Usuários
que passam muitas horas conecta- como internautas podem reorganizar tempo gasto na rede sem prejudicar a saúde
dos, no ambiente de trabalho, são
diferentes daqueles que acessam Você chega em casa após um dia de Grupo”, coordenado pelo professor de. “Como o caso não evoluiu, a família tos”, diz Vieira Jr., e cita um exemplo.
constantemente sites de relaciona- cheio de compromissos. Liga o compu- e psicólogo Cristiano de Abreu e com- desistiu de continuar no programa. Em “Nesta faixa etária não existem muitos
mento, como o Orkut e Facebook, tador. Precisa fazer as tarefas estudantis posto por mais cinco profissionais do compensação, uma outra conseguiu re- casos graves. Quando acontecem, são
jogos eletrônicos, salas de bate- ou continuar as profissionais. Instituto de Psiquiatria do Hospital das tomar suas atividades, e obteve um em- bastante delicados, como o de uma
papo, e-mails e fóruns de discus- O Windows inicia. O MSN Messenger, Clínicas da Faculdade de Medicina da prego após 18 meses de tratamento”. moça que não conseguia largar o
são”. Os que trabalham até podem então, abre e conecta automaticamente Universidade de São Paulo. Os adolescentes assistem a palestras jogo ‘Second Life’ (rede social online)
não ter uma boa saúde por outros na tela. Você acessa o navegador de in- De acordo com a psicóloga Sylvia informativas, com materiais bibliográ- e não acordava a tempo para ir traba-
fatores, mas se limitam à simples ternet. Logo estará online. VanEck, membro do projeto, a propos- ficos e audiovisual de apoio para apro- lhar”, conta.
navegação moderada de abrir um O que era para durar uma ou duas ta não é proibir o uso da tecnologia. “A fundamento dos temas, além de partici- Para a recuperação dos partici-
link aqui, outro ali. horas, transforma-se em quatro, cinco intenção é permitir que os pacientes parem de dinâmicas em grupo. Os pais pantes, são realizadas atividades com
Da diferenciação desses dois ti- e até mais. Em vez de se dedicar exclu- exponham suas rotinas de dependên- também são estimulados “a promover o diferentes tipos de abordagem, como a
pos de usuários, é possível identifi- sivamente às obrigações, o lazer que a cia e, através de conversas instrutivas, diálogo para evitar desentendimentos e medição do nível de dependência, psi-
car sintomas característicos dos de- rede proporciona pode chamar mais possam reduzir danos à saúde e saber valorizar os pontos mais positivos dos quiatria direcionada e terapia individu-
pendentes, que passam a apresentar atenção e causar distração no usuário, distribuir as obrigações diárias, ao filhos”, reforça Sylvia. al ou em grupo.
distúrbios. De acordo com Sylvia, os dando margem à dependência. Já não mesmo tempo que acessam o mundo O Programa de Orientação e Atendi- Vieira Jr., por fim, revela qual sexo
mais comuns são: transtorno de resta muito para que o processo do vício virtual com o autocontrole, sem se pre- mento a Dependentes, PROAD, é outro mais adere aos grupos de ajuda. “São
ansiedade e de atenção, autoestima seja estabelecido. judicarem”, explica. projeto de ajuda. Gratuito e dirigido os homens que estão mais familia-
baixa, irritabilidade, instabilidade Após solicitarem auxílio e passarem pelo professor e psicólogo Dartiu da rizados com o sistema; por isso, são
emocional e depressão. Grupos de ajuda por um processo de triagem, os can- Silveira, é ligado ao Departamento de eles quem mais participam das reu-
Além disso, os afetados sentem Notícia no site do jornal O Estado didatos são engajados nas turmas. Os Psiquiatria da Universidade Federal de niões. Um dos motivos que colabora
falta da companhia da internet, de S. Paulo, em 6 de agosto: os pais do atendimentos, que ocorrem semanal- São Paulo (Unifesp), cujo trabalho é para isso acontecer são as páginas de
mas não de pessoas. Isso indica chinês Deng Seshan enviaram o filho, mente em um ambulatório, abrangem auxiliar dependentes químicos e não- pornografia digital, bastante popula-
um nível de dependência já avan- considerado viciado em internet, a um adolescentes de 12 e 13 anos. Ao todo, químicos - como os da rede. res no meio virtual. Mas as mulheres
çado. “A partir do momento que acampamento de recuperação. No local, são 18 encontros de uma hora de dura- De acordo com o psiquiatra Aderbal também não ficam atrás: buscam re-
usarem o mundo virtual como o rapaz foi espancado por um professor ção. Os pais também participam do pro- Vieira Jr., integrante do programa, estu- gularmente por auxílio”.
refúgio da vida real, e se comuni- e, após ser levado a uma clínica, fa- grama no mesmo horário, porém em dam-se casos em que a dependência é
carem socialmente sem o contato leceu. O governo da China estima que atendimento separado ao dos filhos. vista não só como uma doença psiqui- Andrei Longen

direto, é perceptível que o vício 10% dos usuários da rede com menos de Essa medida amplia a liberdade de átrica, mas também uma relação
esteja se tornando mais grave”, 18 anos no país estejam viciados. expressão dos jovens diante do grupo, doentia com algum objeto. “Em-
completa a psicóloga. No Brasil, pesquisas do Ibope mos- composto por até oito integrantes. Em bora os adolescentes sejam a ca- Bruna Ultramar
tram que há cerca de 25 milhões de casos mais graves, é possível atendi- mada de risco e o maior número Analista de Sistemas, 27 anos
Cachoeira do Itapemirin/ES
Mas existe cura? usuários residenciais ativos que passam mento individual. de conectados à internet, nossos
em torno de 23 horas conectados a cada Segundo Sylvia, uma paciente era grupos são compostos por adul- Tempo na internet: 5h/dia
“Cura” não é o termo mais
apropriado para indicar a finali- mês. Entretanto, não há dados oficiais tão dependente da tecnologia que estava
O que faz: Lê notícias em
zação do tratamento. O que deter- que indiquem quantos são dependentes 12 quilos abaixo da média para sua ida- portais, particpa de fóruns e comunidades,
mina se um paciente está ou não e tampouco locais onde jovens são iso- faz download de filmes, músicas, séries e
menos dependente é a forma como lados e proibidos de utilizar a internet, conversa no MSN. Também paga contas,
como no caso chinês. O que existe são compra eletrônicos e pesquisa temas de
ele utiliza a internet. interesse pessoal.
grupos de ajuda, cujo objetivo é o tra-
Aderbal Vieira Jr., psiquiatra do
PROAD, defende essa ideia. “Não é tamento orientado através da psicotera-
pia coletiva.
Status: Online Se acha dependente? Sim. Costumava ficar
mais tempo conectada; hoje, diminuiu, mas é
a frequência ou a quantidade de De acordo com o Ibope, em agosto de 2009 o Brasil chegou a 37,2 milhões de internau- difícil não acessar a internet. “A globalização
acessos que caracteriza um usuário Um desses projetos é o gratuito tas, crescimento de 19% em relação ao mesmo período de 2008. Redes sociais, serviços faz com que tenhamos de estar sempre bem
“Programa Estruturado de Psicoterapia de e-mail, vídeos e sites de busca são os campeões de acesso pelos brasileiros. informados, estudando e pesquisando. Não é
como dependente. Mas a qualidade. só uma ferramenta de diversão”.
A palavra certa, portanto, é ‘balan- Contratempo: Nenhum que se lembre.
ceamento’”, define.
O uso moderado do recurso,
Breno Ottani
Universitário, 19 anos
aliado a ações alternativas, pode ge-
rar resultados positivos e amenizar
Munira Bergman São José/SC
Universitária, 23 anos Tempo na internet: 3h/dia.
perdas. “A saída é listar objetivos São José/SC Nos fins de semana, 7h.
que possibilitem ao paciente reco- Tempo na internet: 6h/dia
nhecer atividades que mais gosta O que faz: Trabalhos da faculdade e também usa
de fazer quando não tem a inter- Orkut, MSN, e-mails e ouve música.
O que faz: Ouve música, acessa
Se acha dependente? Não.
net como primeiro pensamento”, Orkut, MSN, e-mails, YouTube. Nas obrigações,
Contratempo: Aos 16 anos, passava muito
esclarece Sylvia. faz pesquisa, consulta catálogos de bibliotecas e
tempo no computador. Teve conflitos familiares,
lê notícias.
Ocupar a cabeça com outras Se acha dependente? “Sou viciada mesmo:
pois não admitia ser interrompido ou sair da
opções de entretenimento também Quando meu PC estragou, comprei um laptop só
frente da tela para ceder lugar. “Por participar
colabora. “Combinar encontros de jogos virtuais, minha presença era ‘exigida’
para mim. Reconectei à Internet e fiquei super
em determinados horários, o que me causava
com amigos, praticar esportes, aliviada. Fico curiosa para saber se tenho recado
obrigatoriedade em ter que estar conectado”
frequentar academias ou clubes, no Orkut e se há alguém interessante online.
Contratempo: Consegue conciliar trabalho e res-
permitir o contato com outras pes- ponsabilidades, apesar de passar madrugadas
soas, além do apoio dos pais fazem acordada.
a diferença e impulsionam o equi-
líbrio da rotina do internauta”,
finaliza a psicóloga. (A.L.)
Infografia: Rogério Moreira Jr.
Texto: Andrei Longen

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