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Metodologia da Pesquisa

Por: Victor Hugo & Andrezza de Assis


Inclusão Digital ou infoinclusão

É a democratização do acesso às tecnologias da Informação, de forma a


permitir a inserção de todos na sociedade da informação. Inclusão digital é
também simplificar a sua rotina diária, maximizar o tempo e as suas
potencialidades. Um incluído digitalmente não é aquele que apenas utiliza essa
nova linguagem, que é o mundo digital, para trocar e-mails. Mas aquele que
usufrui desse suporte para melhorar as suas condições de vida.

A Inclusão Digital, para acontecer, precisa de três instrumentos básicos que


são: computador, acesso à rede e o domínio dessas ferramentas, pois não
basta apenas o cidadão possuir um simples computador conectado à internet
que iremos considerar ele, um incluído digitalmente. Ele precisa saber o que
fazer com essas ferramentas.

Entre as estratégias inclusivas estão projetos e ações que facilitam o acesso de


pessoas de baixa renda às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A
inclusão digital volta-se também para o desenvolvimento de tecnologias que
ampliem a acessibilidade para usuários com deficiência.

Dessa forma, toda a sociedade pode ter acesso a informações disponíveis


na Internet, e assim produzir e disseminar conhecimento. A inclusão digital
insere-se no movimento maior de inclusão social, um dos grandes objetivos
compartilhados por diversos governos ao redor do mundo nas últimas décadas.

Dois novos conceitos são incorporados as políticas de inclusão digital:


a acessibilidade de todos às TIs (e-Accessibility), neste caso, não somente a
população deficiente; e a competência de uso das tecnologias na sociedade da
informação (e-Competences).

Inclusão Digital no Brasil

Dentro dessa perspectiva o Brasil vem buscando desenvolver ações diversas,


visando à inclusão digital como parte da visão de sociedade inclusiva. Desde
que entrou em prática, no final de novembro de 2005, o projeto de inclusão
digital do governo federal, Computador para Todos - Projeto Cidadão
Conectado registrou mais de 19 mil máquinas financiadas até meados de
janeiro.

Pouco menos de 2% da meta do programa, se levar em conta apenas os dados


de financiamento, que é vender um milhão de máquinas para consumidores
com renda entre três e sete salários mínimos nos próximos 12 meses. Os
dados de financiamento são da Caixa Econômica Federal, que financiou 1.181
equipamentos. O Magazine Luiza, único varejista que obteve uma linha
de crédito do BNDES, parcelou 18.186 computadores.

O PC dispõe do sistema operacional Linux e um conjunto de softwares


livres com 26 aplicativos, como editor de texto, aplicações gráficas e antivírus.
Além disso, há suporte técnico durante um ano e as atualizações são gratuitas
e periódicas.

O Brasil conta com um recurso total de 250 milhões de reais, provenientes do


Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O financiamento do Computador para
Todos pode ser feito pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal,
além de redes varejistas, que têm se cadastrado junto a uma linha especial de
crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com os esforços de "inclusão digital" outros públicos também compõem o alvo


de seu trabalho: idosos, pessoas com deficiência, população de zonas de difícil
acesso, dentre outros. A idéia é que as Tecnologias da Informação vieram para
ficar e, no futuro, quem não estiver "incluído digitalmente" viverá sob uma
limitação social importante, perdendo inclusive direitos garantidos à cidadania,
aliado a isto existe a necessidade do acesso pleno à educação.

Atualmente segundo dados fornecidos pelo Secretário de Logística e TI do


Ministério da Fazenda, Rogério Santanna, existem 6.000 tele centros em
funcionamento no Brasil. Entretanto, estas unidades, criadas em 2005 pelo
poder público para fomentar o acesso à Internet, caminham na contramão dos
pontos de acesso à Rede Mundial que não param de crescer. Em 2007, os tele
centros foram responsáveis por 6% dos acessos no país, o que revelou um
crescimento de 100% em relação a 2006. Mas em 2008 este número caiu pela
metade e ficou em 3%, segundo dados do TIC Domicílios 2008[3].

Em julho de 2003, quando foram estabelecidas parcerias entre órgãos do


Governo Federal – Ministério das Comunicações, do Planejamento, da
Educação, da Defesa e Instituto de Tecnologia da Informação, teve início o
Programa GESAC – Governo Eletrônico-Serviço de Atendimento ao Cidadão.

No Brasil, existem atualmente 3.200 pontos de presença instalados em mais de


2.500 municípios, permitindo que cerca de 28 mil computadores estejam em
rede e conectados à Internet. O Programa tem o objetivo de promover a
inclusão digital como alavanca para o desenvolvimento auto-sustentável e
promoção da cidadania, principalmente de pessoas que não teriam condições
de acesso aos serviços de informação. Esse Programa permite o acesso a
Internet em alta velocidade (via satélite) funcionando em escolas, unidades
militares e telecentros.

Programas Nacionais de Inclusão Digital

Mantido e criado pela Prefeitura de São Paulo, o Telecentros (também


conhecido como Programa Telecentros) é um dos maiores programas de
Inclusão Digital e Social, que contava em março de 2007 com 158 unidades
(com 20 computadores e 1 impressora em cada unidade). Atua em todas as
regiões da capital de São Paulo, oferecendo Cursos básicos e avançados de
Informática e outros Cursos e oficinas de acordo com a necessidade local de
cada unidade. Também oferece livre acesso à Internet. O Programa
Telecentros tem sido elogiado freqüentemente pela Comunidade Internacional
de Software Livre e os cidadãos de São Paulo.

Outro importante programa de Inclusão Digital é o Programa Acessa São


Paulo, premiado internacionalmente, tendo aproximadamente quatrocentos
postos de atendimento no Estado de São Paulo.

No Rio Grande do Sul tem-se a iniciativa inclusiva do Programa Sinergia


Digital, criado e mantido pela PUCRS. Atende crianças, adolescentes e
adultos, incluindo a chamada terceira idade, buscando uma formação integral
do aluno. Os adolescentes de vilas carentes em torno da PUC recebem cerca
de 70 horas de aula de informática e mais 30 horas de atividades esportivas,
culturais e sociais. As turmas têm acompanhamento sócio-educativo (por
acadêmicos de Psicologia), palestras e dinâmicas de grupo. As aulas são
realizadas no mesmo laboratório de informática que atende alunos de
graduação e pós-graduação da Faculdade de Administração, Contabilidade e
Economia da PUCRS. Os alunos recebem ajuda de custo para o transporte até
a PUCRS.

No Espírito Santo existem 69 pontos instalados pelo Programa, dos quais nove
são escolas pertencentes às Prefeituras Municipais, conectadas pelo Programa
GESAC, e 54 são escolas atendidas pelo Proinfo - Programa Nacional de
Informática na Educação, um programa educacional criado em nove de abril de
1997 pelo Ministério da Educação para promover uso da telemática como
ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público fundamental e
médio. O Proinfo é desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância -
SEED, por meio do Departamento de Informática na Educação a Distância -
DEIED, em parceria com as Secretarias Estaduais e algumas Secretarias
Municipais de Educação.

Além de escolas existem outras instituições que também receberam a antena


para conexão à internet via satélite, como o CIDAP - Centro Integrado de
Desenvolvimento dos Assentados e Pequenos Agricultores do Espírito Santo.

O Proinfo no Estado está estruturado a partir de quatro Núcleos de Tecnologia


Educacional (NTE), que se encontram distribuídos em diferentes regiões do
Estado: norte (NTE de São Mateus), noroeste (NTE de Colatina), sul (NTE
de Cachoeiro de Itapemirim) e na região metropolitana (NTE Metropolitano
de Vitória). Esses Núcleos são responsáveis pela capacitação,
acompanhamento e avaliação do Programa nas escolas situadas nas áreas de
abrangência de cada um dos citados núcleos.

O Programa de Democratização do Acesso às Tecnologias de Informação e


Comunicação (NAVEGAPARÁ), lançado no dia 30 de março de 2007, é um
programa do Governo do Estado do Pará. O NAVEGAPARÁ vem criando uma
rede de comunicações para interligar, em todo o Estado do Pará, as unidades
de governo como instituições públicas de ensino e pesquisa, hospitais, postos
de saúde, órgãos de segurança pública e espaços públicos de acesso geral da
população. As redes de banda larga sem fio estão sendo instaladas a princípio
em 15 cidades paraenses, por meio de uma linha óptica baseada nos padrões
COS (Cabo Óptico de Superfície) que está implementada com 2 mil
quilômetros de extensão. Cada uma das 15 cidades possui uma estação de
rádio base, que opera em 5.7 GHz e atende cerca de 30 clientes que utilizam
um transceptor individual de banda larga para acessar a rede. A infra-estrutura
disponibilizada é de grande importância aos governos locais, pois oferece
centros públicos de internet, provendo acesso gratuito aos computadores,
incluindo treinamento aos usuários do projeto para operação das máquinas no
trabalho e no cotidiano. O NAVEGAPARÁ é executado pela Secretaria de
Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará (Sedect) e Empresa
de Processamento de Dados do Estado do Pará (Prodepa) e conta com cinco
projetos: Metrobel, Infovias, Cidades Digitais, Infocentros e Telecentros de
Negócios.

Inclusão digital: o que é e a quem se destina?


O termo “inclusão digital”, de tão usado, já se tornou um jargão. É comum ver
empresas e governos falando em democratização do acesso e inclusão digital
sem critérios e sem prestar atenção se a tal inclusão promove os efeitos
desejados. O problema é que virou moda falar do assunto, ainda mais no
Brasil, com tantas dificuldades - impostos, burocracia, educação - para facilitar
o acesso aos computadores.

É que inclusão digital significa, antes de tudo, melhorar as condições de vida


de uma determinada região ou comunidade com ajuda da tecnologia. A
expressão nasceu do termo “digital divide”, que em inglês significa algo como
“divisória digital”. Hoje, a depender do contexto, é comum ler expressões
similares como democratização da informação, universalização da tecnologia e
outras variantes parecidas e politicamente corretas.

Em termos concretos, incluir digitalmente não é apenas “alfabetizar” a pessoa


em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio
dos computadores. Como fazer isso? Não apenas ensinando o bê–á–bá do
informatiquês, mas mostrando como ela pode ganhar dinheiro e melhorar de
vida com ajuda daquele monstrengo de bits e bytes que de vez em quando
trava.

O erro de interpretação é comum, porque muita gente acha que incluir


digitalmente é colocar computadores na frente das pessoas e apenas ensiná–
las a usar Windows e pacotes de escritório. A analogia errônea tende a irritar
os especialistas e ajuda a propagar cenários surreais da chamada inclusão
digital, como é o caso de comunidades ou escolas que recebem computadores
novinhos em folha, mas que nunca são utilizados porque não há telefone para
conectar à internet ou porque faltam professores qualificados para repassar o
conhecimento necessário.

Desde a década de 90, acadêmicos e especialistas em tecnologia da


informação (TI) deram início a uma série de debates sobre um quadro
preocupante e que pouco mudou: os países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento, sobretudo os mais pobres, estão perdendo o bonde da
informação. Sem os meios necessários (computadores e laboratórios) e
recursos apropriados (internet rápida, telecomunicações), esses países deixam
para trás um amplo leque de opções para aquecer a economia e melhorar os
baixos índices sociais.

Somente colocar um computador na mão das pessoas ou vendê–lo a um preço


menor não é, definitivamente, inclusão digital. É preciso ensiná–las a utilizá–lo
em benefício próprio e coletivo. Induzir a inclusão social a partir da digital ainda
é um cenário pouco estudado no Brasil, mas tem à frente os bons resultados
obtidos pelo CDI no País, cujas ações são reconhecidas e elogiadas
mundialmente. Inclusive, por vários estudiosos consultados pela reportagem,
que costumam classificar as ações do Comitê como exemplo em palestras
mundo afora.

O presidente do CDIPE, Marcelo Fernandes, acha que agora é o momento


para reflexões e críticas às atividades desenvolvidas, pois o Comitê está
completando dez anos. “Nestes últimos anos, tivemos muitas conquistas e
desafios. Agora é o momento para refletirmos sobre eles e prestarmos conta
para a sociedade sobre as ações que realizamos”, adianta. Apesar da boa
vontade, alguns empecilhos representam um grave problema à melhor
socialização de comunidades carentes.

O coordenador–executivo do CDI–PE, Diego Garcez, elege a carência de


infra–estrutura como um dos piores obstáculos no Brasil e em Pernambuco.
“Por exemplo, acontece de chegamos em uma comunidade de baixa renda e
não termos como levar internet até lá, porque não há fiação telefônica ou
instalação elétrica adequada,” cita.

Outro problema apontado por Garcez é a baixa escolaridade dos instrutores,


que às vezes são os jovens da própria comunidade. E é justamente aí que
entra o papel da inclusão digital como indutor à inclusão social. Chico Science
já dizia que os computadores fazem arte. Os especialistas concordam e
acrescentam: também fazem cidadania.

É preciso focar o crescimento social

Pensadores como Manuel Castells, um dos ícones nos estudos sociais a partir
de novas tecnologias, pondera que a sociedade está passando por uma
revolução informacional que pode ser comparada às grandes guinadas da
História. Na clássica trilogia “A Era da Informação“, o autor é enfático em
mesclar economia, cultura e informação a partir de uma inclusão digital de
verdade.

Muitos imaginam que, em países pobres, não se deveria nem falar em inclusão
digital enquanto há pessoas com fome e desempregadas na rua. O problema é
que são as nações pobres as quais, justamente, costumam se beneficiar
melhor das ações includentes.

Mark Warschauer, professor na Universidade da Califórnia e integrante do


Centro de Estudos em TI e Organizações (CRITO, do inglês), descreve que em
países como o Brasil, a inclusão digital precisa ser acentuada com mais prática
e menos teoria.

O pensamento é compartilhado por William Mitchell, autor do livro E–Topia, que


também se dedica a estudar o impacto social via inclusão digital.
“Comunidades de baixa renda tendem a atrair menos investimentos em infra–
estruturas de telecomunicações e tecnologias, gerando menos motivação de
empresas e governos. Em lugares assim, há um risco óbvio de diminuir ainda
mais as ofertas de bons empregos e serviços para todos daquela comunidade,”
enfatiza Mitchell, em um cenário bastante conhecido no Brasil.

O professor Adilson Cabral, doutorando em Comunicação Social e estudioso


do tema, considera até impreciso utilizar o termo inclusão digital atualmente,
porque não mostra à sociedade o contexto social envolvido na questão.
“Preferimos a idéia de apropriação social das tecnologias de informação e
comunicação (TIC), cuja relação direta é a tomada de consciência e cidadania
nas comunidades”, explica.
Ele critica a atuação de muitos laboratórios públicos de informática, alguns
chamados de “telecentros”, porque muitas vezes os próprios organizadores não
têm noção de objetivos e propósitos na hora de ensinar pessoas a usar o
computador. “Não adianta apenas oferecer acesso à internet e editor de textos.
A gente precisa transformar a perspectiva de vida das pessoas, buscar
soluções práticas que melhorem a vida desses novos usuários”, sugere Cabral.

A crítica é compartilhada por Warschauer, que durante a última visita ao Brasil,


ficou espantado com a falta de objetivos claros dos inúmeros telecentros
instalados pelos governos nas cidades, especialmente em São Paulo, embora
tenha elogiado bastante as atividades do CDI.

Computadores como fonte de renda e cidadania

Há uma série de iniciativas de inclusão digital que merecem destaque nos


chamados “países pobres”, que ilustram como o acesso às tecnologias e uma
pitada de boa vontade podem mudar um cenário de pobreza.

Em Honduras, uma ONG instalou estações de trabalho em comunidades rurais,


cujos computadores funcionavam por energia solar, já que não havia energia
elétrica naquela área. Também não havia infra–estrutura de telecomunicações,
ou seja, nada de telefones ou conexões à internet. Então começaram a usar
conexão via satélite, cujo valor ainda é bem alto. Ocorre que toda a
parafernália pode se tornar auto–sustentável, com a própria comunidade
arcando os custos de manutenção.

Após o pontapé inicial - ensinando as pessoas a usar as ferramentas e como


tirar proveito delas - os agricultores e artesões começaram a vender seus
trabalhos pela internet. Jovens da comunidade ainda conseguem usar salas de
bate–papo para ensinar espanhol a europeus.

A Índia é um país–ícone quando se fala de tecnologia, mas é bom lembrar que


também representa uma nação com terríveis índices de pobreza e
desigualdade. Hoje, aquele país exporta software e exímios especialistas em
tecnologia, cobiçados pelos países ricos e contratados a peso de ouro.

Parece incrível, mas os números sociais da Índia são piores do que no Brasil.
De acordo com dados divulgados pelo governo, apenas 0,5% da Índia está
conectada à web. Com uma população beirando um bilhão de pessoas, parece
muita gente, mas em termos relativos está longe de chegar aos 11% que existe
no Brasil, segundo o Ibope/ Netratings. No setor de telefonia, a Índia tem
apenas 2,2 linhas telefônicas para cada cem habitantes, em média.

Outro exemplo é a Costa Rica, um país com a economia baseada em


agricultura. Hoje, exporta mais circuitos integrados (chips) do que produtos
agrícolas, uma situação impensável anos atrás. O país carrega o apelido de
República do Silício, pois hospeda uma fábrica da Intel desde 1998.

Na época, a gigante dos processadores sondou o Brasil, mas impostos e


burocracia fizeram a empresa procurar outro lugar - informação confirmada
pelo próprio presidente da Intel, durante sua última visita ao Brasil. Em 1999,
os chips da Intel já eram responsáveis por metade dos 8,4% de crescimento no
PIB e por 37% das exportações costa–riquenhas. Uma façanha.

Tailândia, Filipinas, China, África do Sul. O ponto em comum entre as


iniciativas é a mesma base: o computador é uma ótima diversão, mas também
é uma fonte de renda e de cidadania. Mark Waschauer se mostra descrente,
contudo, com o populismo que alguns governos de países em desenvolvimento
fazem com a inclusão digital. Brasil incluso.

Os três pilares da inclusão digital

Nos últimos anos, tem sido apregoado aos quatro cantos do Brasil a
necessidade de se fazer a inclusão digital para aqueles indivíduos que não têm
acesso às tecnologias de informação e comunicação ou simplesmente TIC’s,
como são mais comumente conhecidas. Três pilares formam um tripé
fundamental para que a inclusão digital aconteça: TIC’s, renda e educação.
Não é difícil vaticinar que sem qualquer um desses pilares, não importa qual
combinação seja feita, qualquer ação está fadada ao insucesso. Atualmente,
segundo o Mapa de Exclusão Digital divulgado no início de Abril/2003 pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) juntamente com outras entidades,
aproximadamente 12% dos brasileiros têm computador em suas residências e
pouco mais de 8% encontram-se conectados à Internet. Até quando continuará
a inépcia do governo brasileiro? (se é que ‘ele’ tem qualquer real intenção de
promover a inclusão digital).

As TIC’s têm causado mudanças significativas em toda a sociedade. No âmbito


empresarial, as modificações decorrentes das TIC’s têm:
§ propiciado ambiente competitivo as mais variadas instituições,
inclusive as não tradicionais;
§ promovido o declínio de custos de processamento;
§ motivado a erosão geográfica e de produtos;
§ influenciado o planejamento e redesenhado organizações.

As TIC’s possibilitam a melhoria de qualidade em diversos aspectos dos


negócios. Pode-se ainda destacar a promoção de produtos bem como uso de
novos canais de venda e distribuição, possibilitando novas oportunidades de
negócios. É inegável as alternativas oferecidas.

Agora, se mudarmos nosso foco de empresas e instituições para indivíduos, é


visível que a maioria da população brasileira, i.e. aproximadamente 90%,
encontra-se excluída do desfruto das tecnologias da era digital. Para termos
uma idéia da quantidade de excluídos, basta responder a perguntas simples
como, por exemplo: Quantos brasileiros possuem computador pessoal em suas
residências? Quantos possuem linha telefônica? Até bem pouco tempo atrás,
era ínfima a quantidade de pessoas que tinha telefones em suas residências.
Tudo isso em razão da necessidade que antes se tinha de comprar a linha
telefônica. Anteriormente, o indivíduo tinha de comprar uma linha e, além disso,
recebia ações da empresa que comercializava as linhas telefônicas. Com a
reformulação do sistema brasileiro de telecomunicações, esse modelo antigo
deixa de existir e, hoje em dia, o cidadão simplesmente solicita a instalação de
uma linha e paga pela assinatura mensal e uso que faz da mesma.

Atualmente, embora o brasileiro possa dispor desse recurso e facilidade, caso


esse indivíduo faça um uso modesto da linha telefônica para ter acesso a
Internet, além de algumas ligações telefônicas ao longo do mês, tal uso
resultará numa conta telefônica com valor mensal entre R$ 40,00 e R$ 50,00.
Isto tudo considerando que ele tenha acesso a Internet através de algum
provedor gratuito, dentre vários existentes. Adicionalmente, se o indivíduo
quiser ter acesso a Internet, ele precisa dispor de um computador pessoal o
qual tem um custo de, aproximadamente, R$ 1.300,00. Se o indivíduo optar por
financiar a compra do computador em 24 pagamentos, ele irá pagar uma
prestação com valor médio de R$ 95,00, resultando num custo total de R$
2.280,00 (o qual compreende aproximadamente 10 salários mínimo).

A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo


que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital
deveria ser fruto de uma política pública com destinação orçamentária a fim de
que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os
cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa
escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária
deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.

Um parceiro importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve


ser parte do processo de ensino de forma a promover a educação continuada.
Note que educação é um processo e a inclusão digital é elemento essencial
deste processo. Embora a ação governamental seja de suma importância, ela
deve ter a participação de toda sociedade face a necessidade premente que se
tem de acesso a educação e redistribuição de renda permitindo assim acesso
as TIC’s.

Ações de inclusão digital devem estimular parcerias entre governos (nas


esferas federal, estadual e municipal), empresas privadas, organizações não
governamentais (ONGs), escolas e universidades. Governos e empresas
privadas devem atuar prioritariamente na melhoria de renda, suporte à
educação bem como tornar disponíveis equipamentos à população. Algumas
ações que podem ser promovidas pelos governos e empresas privadas
incluem:
§ Disponibilizar acesso a terminais de computadores e correio
eletrônico a toda a população;
§ Oferecer tarifas reduzidas para uso dos sistemas de
telecomunicações;
§ Criar mecanismos de isenção fiscal, sem muita burocracia, para o
recebimento de doações de computadores e equipamentos de infra-
estrutura.

Essas ações per se não são suficientes. É ainda necessário o desenvolvimento


de redes públicas que possibilitem a oferta de meios de produção e difusão de
conhecimento. As escolas e universidades constituem também componentes
essenciais à inclusão digital uma vez que diversos protagonistas (professores,
alunos, especialistas membros da comunidade) atuam em conjunto para o
processo de construção de conhecimento. Note que os três pilares do tripé da
inclusão digital devem existir em conjunto para que ela ocorra de fato. De nada
adianta acesso às tecnologias e renda se não houver acesso à educação. Isto
porque o indivíduo deixa de ter um mero papel ‘passivo’ de consumidor de
informações, bens e serviços, e então passa também a atuar como um
produtor (de conhecimentos, bens e serviços).

É também imperativo que a inclusão digital esteja integrada aos conteúdos


curriculares e isto requer um redesenho do projeto pedagógico e grade
curricular atuais de ensino fundamental e médio. É pré-requisito considerá-lo
também na formação de profissionais dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas
e similares.

Os indivíduos, que por condições de insuficiência de renda, não têm como


dispor de computador e linha telefônica em casa, poderiam ter a exclusão
atenuada, caso tenham acesso através de empresas, escolas ou centro de
cidadãos. Esses recursos destinariam-se prioritariamente àqueles que não têm
acesso em suas residências. Vale ressaltar que este tipo de solução tem
natureza paliativa. Adicionalmente, poderíamos ainda considerar o uso do
software livre em computadores o qual seria sem qualquer custo. Entretanto,
deve-se considerar a facilidade de operação, suporte e manutenção existentes.
Ademais, há ainda demanda reprimida de usuários de sistemas de
telecomunicações, especificamente, o sistema de telefonia fixa que pode e
precisa ser expandido a fim de prover a população com esse serviço básico
além de permitir que ela tenha acesso a Internet.

O Brasil tem condições de superar esse atraso e as vicissitudes existentes.


Todavia, para que isso de fato ocorra, é preciso começar a fazê-lo hoje, ou
melhor, ontem. Do contrário, as gerações vindouras continuarão com elevado
índice de excluídos da era digital. A inclusão digital tem um tripé que
compreende acesso a educação, renda e TIC’s. A ausência de qualquer um
desses pilares significa deixar quase 90% da população brasileira
permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital. Dentro deste
contexto, considera-se que a inclusão digital é necessária a fim de possibilitar à
toda a população, por exemplo, o usufruto dos mais variados serviços
prestados via Internet. Hoje em dia, ter acesso a Internet significa acesso a um
vasto banco de informações e serviços. Este imenso repositório de conteúdo e
serviços merece e deve ser utilizado por toda população brasileira. É preciso
que o governo, como principal protagonista, assuma o papel de coordenador e
atue em conjunto com sociedade civil organizada a fim de assegurar o tripé da
inclusão digital.

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