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O documento discute as unidades de tradução e classifica-as em sete categorias: 1) categorias morfossintáticas como palavras, 2) subcategorias, 3) colocações, 4) lexias complexas, 5) locuções, 6) locuções idiomáticas, 7) fórmulas. Questiona se todas as unidades podem ser encontradas em dicionários e se expressões complexas são composicionais.
O documento discute as unidades de tradução e classifica-as em sete categorias: 1) categorias morfossintáticas como palavras, 2) subcategorias, 3) colocações, 4) lexias complexas, 5) locuções, 6) locuções idiomáticas, 7) fórmulas. Questiona se todas as unidades podem ser encontradas em dicionários e se expressões complexas são composicionais.
O documento discute as unidades de tradução e classifica-as em sete categorias: 1) categorias morfossintáticas como palavras, 2) subcategorias, 3) colocações, 4) lexias complexas, 5) locuções, 6) locuções idiomáticas, 7) fórmulas. Questiona se todas as unidades podem ser encontradas em dicionários e se expressões complexas são composicionais.
Este debate sobre a equivalncia introduz outra questo polmica, a unidade
de traduo. Se considerarmos que a traduo consiste fundamentalmente em relacionar representaes semnticas de textos em diferentes lnguas, parece bvio que a unidade de traduo deveria ter uma dimenso conceptual. Essa foi a crena que prevaleceu durante anos, como se pode observar na bibliografia especializada (Bennett, 1994). No mbito da traduo humana, Vinay e Darbelnet (1958) e Vzquez Ayora (1977) so duas referncias obrigatrias que j incluam, sob outras definies, padres de categorizao, construes colocativas, lexias complexas e expresses idiomticas como unidades. A definio de Vinay e Darbelnet estabelece a unidade como "o menor segmento do enunciado, no qual os sinais apresentam tanta coeso que se fossem traduzidos por separado, no se entenderiam". Ou seja, equipara a unidade de traduo unidade de significado, que ao mesmo tempo se corresponde com a unidade lexicogrfica. Todavia, esta abordagem limitada e no pode dar conta de unidades maiores ou mais complexas, nem de dimenses diferentes da semntica.
Com o propsito de pr um pouco de ordem na variedade, eu costumo sugerir aos meus alunos a seguinte classificao de unidades de traduo: a. Categorias morfossintcticas: a unidade bsica em todos os sistemas de traduo automtica, geralmente a palavra (tambm chamada de lexia simples). As categorias morfossintticas permitem estabelecer abstraces sobre as palavras (the/o > Det; eye/olho > N; happy/feliz > A; eat/comer > V; over/sobre > P) e so a base das gramticas de estrutura sintagmtica: SN = Det N. b. Subcategorias: dentro de cada categoria existe uma grande variedade de comportamentos, a maior parte dos quais diverge entre uma lngua e outra. Os modelos de subcategorizao permitem identificar estas divergncias: subj(x) likes obj(y) / subj(y) gostaobj(x). c. Colocaes: as categorias e as subcategorias mostram, com frequncia, a prtica de colocao sintagmtica como em fast waltz, rapid movement, quick action, speedy recovery. d. Lexias complexas (palavras compostas): combinaes de palavras que lexicalizam, comocomida rpida/fast food; movimentos oculares rpidos/rapid eye movement (REM). e. Locues: grupos preposicionais ou conjuntivos fixos como after all/nr allt kommer omkring, still/apesar de tudo. f. Locues idiomticas: so grupos sintagmticos com flexibilidade sintctica como Estava passada da carola/She was as nutty as a fruitcake. g. Frmulas: inclui provrbios, Deus ajuda a quem madruga; ttulos de obras, filmes Monthy Pyton and the Holy Grail / Monthy Pyton e o Santo Graal; e outros elementos fixos do discurso, como este extracto de uma escritura inglesa To do all such other things as are incidental or conductive to the above objects or any of them.
Perante esta classificao surgem diversas questes. A primeira decidir se todas as unidades propostas podem ser recolhidas nos dicionrios tradicionais, j que a sua funo estabelecer equivalncias, pelo menos do ponto de vista semntico. O problema que as frmulas, pelo seu tamanho e pela sua variedade, tornam essa tarefa impraticvel; as expresses idiomticas, no geral, esto pouco representadas e no existe nenhum dicionrio bilingue conhecido que recolha de forma sistemtica e homognea toda a informao lexicogrfica, necessria para a traduo. De entre a grande quantidade de dicionrios bilngues que existe, alguns oferecem informao sobre a subcategorizao, as colocaes mais frequentes, as lexias complexas (principalmente as especializadas) ou as expresses idiomticas, embora nenhum deles seja exaustivo. O problema da exaustividade dos dicionrios um problema antigo e difcil de resolver. Os dicionrios so concebidos como depsitos estticos, exigem um complicado trabalho de compilao e validao, sempre activo e dinmico, perante a formao de novas palavras, locues e outras expresses.
Outra questo a composicionalidade. Do ponto de vista puramente semntico da traduo, a noo de composicionalidade desempenha um papel importante. Considera-se que a traduo de um texto deve ser um processo composicional, no sentido em que a traduo de uma expresso complexa uma funo das partes constituintes da traduo. Na classificao de unidades de traduo mencionada reflecte-se uma srie de unidades simples e complexas. Internamente, as mais complexas no so composicionais e por isso devem ser tratadas como unidades. As colocaes ocupam um lugar intermdio; alguns autores defendem que so composicionais (Pustejovsky 1993, Viegas et al 1998), permitindo, em teoria, trat-las de forma eficiente nos dicionrios. No obstante, na prtica, no esto convenientemente contempladas. Mais problemtico ainda o tratamento das frmulas, que fundamentalmente so unidades semiticas e que, segundo a tese de Hatim e Mason (1990), no se submetem s regras da semntica nem entram no jogo da composicionalidade. Por isso, um sistema de traduo deve resolver o problema da equivalncia tratando primeiro da identificao de unidades no composicionais e mais complexas e, s depois, passar s simples.