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O programa brasileiro de estabilização econômica é

considerado o mais bem-sucedido de todos os planos


lançados nos últimos anos para combater casos de inflação
crônica. Combinaram-se condições políticas, históricas e
econômicas para permitir que o Governo brasileiro
lançasse, ainda no final de 1993, as bases de um programa
de longo prazo. Organizado em etapas, o plano resultaria
no fim de quase três décadas de inflação elevada e na
substituição da antiga moeda pelo Real, a partir de primeiro
de julho de 1994.

A partir daí, a inflação foi dominada sem congelamentos de


preços, confisco de depósitos bancários ou outros
artificialismos da heterodoxia econômica. Em conseqüência
do fim da inflação, a economia brasileira voltou a crescer
rapidamente, obrigando o Ministério da Fazenda a optar
por uma política de restrição à expansão da moeda e do
crédito, de forma a garantir que, na etapa seguinte, o Brasil
possa registrar taxas de crescimento econômico auto-
sustentáveis, viabilizando a retomada do crescimento com
distribuição da renda.

1. O que significava a inflação para os


brasileiros?
A inflação foi certamente uma das principais causas
de concentração da renda no Brasil na segunda
metade do século 20. Quem estava em bons
empregos, tinha um negócio bem estruturado e
aplicações financeiras no banco podia defender-se
da inflação e até ganhar com ela. Ganhar em
detrimento daqueles que não tinham como se
defender dela, os mais pobres, porque estes não
conseguiam indexar os seus salários, não tinham
aplicações financeiras, etc.
Além de ser uma espécie de imposto contra o
pobre, a inflação dificultava o planejamento da vida
de todas as pessoas, famílias e empresas porque
quando se tem inflação alta, crônica e crescente o
futuro é uma incógnita, mesmo o futuro imediato.
Como se não bastasse, a inflação facilitava a
trapaça e a má fé porque as pessoas tinham
dificuldade de memorizar e comparar preços de
serviços e produtos.
Quais as tentativas dos governos para conter a
inflação?
De 1986 a 1994, houve nada menos de seis planos
de estabilização fracassados: Cruzado 1 (fevereiro
de 1986) e 2 (novembro de 1986), Bresser (1987),
Verão (1988), Collor 1 (1990) e 2 (1991). A inflação
retrocedia momentaneamente, mas voltava com
ainda mais força logo adiante, ao passo que a
confiança em que o governo pudesse resolver o
problema diminuía a cada vez.
Por que elas fracassaram?
Um dos erros básicos foi supor que o congelamento
de preços pudesse parar a inflação por tempo
suficiente e criar as condições políticas para atacar
as causas de fundo da inflação (desorganização das
finanças públicas, uma economia muito fechada,
etc.). Na verdade, o congelamento de preços criava
interesses políticos na manutenção daquela situação
artificial e insustentável. Resultado: os problemas
de fundo não eram atacados, o congelamento
desorganizava a economia e, quando acabava, a
inflação voltava explosivamente.
Quando e como foi criado o Plano Real?
O Plano Real se desdobrou em três fases e,
diferentemente dos anteriores, foi anunciado
antecipadamente à sociedade. Em nenhum
momento houve congelamento de preços. A
primeira fase, que durou do final de 1993 a
fevereiro de 1994 consistiu na batalha por aprovar
no Congresso medidas que assegurassem um
mínimo de controle sobre as contas públicas. Essa
foi uma lição aprendida com os planos anteriores:
como a inflação alta ajudava o governo a fechar as
suas contas, se o objetivo era derrubá-la e mantê-la
no chão, era preciso tomar as rédeas das contas
públicas.

A segunda fase transcorreu de fevereiro a junho de


1994 e foi marcada pela progressiva cotação dos
preços em URV, uma unidade real de valor, ou seja,
uma referência estável de valor. O cruzeiro novo
não saiu de cena de imediato. A cada dia, o BC
fixava uma taxa de conversão da URV em cruzeiros,
baseada na média de três índices diários de
inflação.

A URV era uma quase moeda, porque servia de


unidade de conta, de reserva de valor, mas não de
meio de pagamento. Ou seja, os bens e serviços
continuavam a ser pagos em cruzeiros novos, mas
passaram a ter referência numa unidade de valor
estável, mais ou menos como se fosse um
substituto do dólar. Assim, a URV permitiu o
alinhamento dos preços sem necessidade e as
inconveniências do congelamento. A terceira fase
começa com a emissão da nova moeda, o Real, em
lugar dos cruzeiros novos. A URV foi a parteira do
Real.
Quais as razões do seu sucesso?
Eu apontaria quatro razões. A primeira é que a
sociedade brasileira havia chegado a um ponto
máximo de saturação com a inflação, a tal ponto
que mesmo os setores e grupos que se
beneficiavam dela estavam dispostos a virar aquela
página da história.

A segunda é o aprendizado com a experiência


fracassada dos planos anteriores (alguns dos "pais
do Real" haviam participado do Cruzado 1). A
terceira é que a economia brasileira já era mais
aberta às importações do que nas vezes anteriores
(e a possibilidade de importação disciplina os preços
internos).

A quarta, mas não menos importante, foi a


liderança do então ministro da fazenda e depois
presidente Fernando Henrique Cardoso, que
conseguiu reunir uma equipe econômica qualificada,
convencer o presidente Itamar, mobilizar força
política na sociedade e no Congresso e, finalmente,
conquistar dois mandatos presidenciais que
permitiram avançar na consolidação da estabilidade
econômica.

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