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(sessão 3)
Na sociedade do conhecimento em que a mudança é constante, a escola não pode permitir que se
perpetuem modos de ensino e aprendizagem magistrais que formam para ler e escrever de forma acrítica,
em que as práticas lectivas são baseadas no livro único, na transmissão de conhecimentos e na atitude
passiva do aluno. A escola tem de responder às necessidades educativas dos jovens, cada vez mais
cativados por esse mundo em rede onde julgam encontrar o saber.
Como docentes do séc. XXI devemos intuir que a escola tem que acompanhar a mudança nos processos
tecnológicos, sociais e comunicacionais, tem que lidar com os desafios que as tecnologias da informação
colocam às atitudes, hábitos e comportamentos dos jovens. Tem que formar para a autonomia e para a
criatividade, para a capacidade de interagir socialmente de forma crítica e para a competência de aprender
a aprender.
Como professores bibliotecários somos alertados que à biblioteca escolar cabe, neste contexto, um papel
de liderança, assumindo-se como um recurso indutor de inovação, um recurso que contribua e tenha um
papel activo e de resposta às mudanças que o sistema introduz, trazendo valor à escola no cumprimento da
sua missão e no cumprimento dos objectivos de ensino/aprendizagem.
Descobrir a resposta apropriada e eficiente para este desafio é uma responsabilidade de TODOS.
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utilizadores e para a organização onde se integram. Assim, a auto-avaliação deve ser
encarada como um processo pedagógico e regulador, inerente à gestão e procura de
uma melhoria contínua da BE, entendido não como um fim, mas como um processo que
(cont.) conduzirá à reflexão e originará mudanças concretas.
Pertinênci A biblioteca escolar (ainda) é tida como o espaço onde a informação é tratada, organizada
a da e disponibilizada, isto é Biblioteca = espaço + recursos.
existência
Deslocamo-nos à biblioteca para trabalhar e aceder a equipamentos e à informação –
de um
Modelo de atitude característica de um paradigma passado de acesso e construção do saber.
Avaliação
para as A literatura actual sobre as bibliotecas escolares atesta o impacto que uma biblioteca
bibliotecas escolar com uma colecção adequada e com condições e recursos humanos qualificados
escolares. pode ter no sucesso educativo e nas aprendizagens. Assim, urge uma mudança de
práticas, estas deverão estar mais centradas nos resultados e menos nos processos que
seguimos para a obtenção dos mesmos. É através da auto-avaliação da biblioteca escolar
que se podem identificar constrangimentos, constatar a necessidade de mudança, definir o
trabalho a realizar e envolver a escola.
O Modelo construído para a avaliação das BEs é constituído por quatro Domínios,
divididos em Subdomínios, procurando reflectir as áreas-chave de actividade das BEs,
(recursos materiais, humanos, financeiros e de informação) e estruturas formativas e de
aprendizagem relacionadas com o currículo e a promoção da leitura e das literacias no
contexto da escola e da comunidade educativa.
A aplicação do modelo faz-se numa base anual, escolhendo em cada ano um domínio onde
Organiza- concentrar o trabalho da auto-avaliação
ção
estrutural e Em termos de operacionalização, esta avaliação deve ser entendida como uma actividade
funcional.
regular e inerente ao dia-a-dia do funcionamento da biblioteca e da escola, integrando as
Adequação suas práticas e rotinas.
e constran-
gimentos. Dentro de cada Subdomínio identificam-se conjuntos de Indicadores ou critérios, os
quais apontam para os aspectos nucleares de intervenção da BE.
Os Indicadores desdobram-se, por sua vez, em diferentes Factores Críticos, que
constituem as actividades ou acções que demonstram sucesso e são valorizadas na
avaliação de cada Indicador.
O modelo pretende impedir que as escolas apenas reflictam nele as actividades/acções que
comummente já realizam, incentivando ao desenvolvimento de boas práticas e tendo, nesta
medida, uma forte componente formativa.
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desenvolvidas e sustentam a formulação de juízos de valor sobre os seus resultados.
(cont)
São indicados quatro níveis (Fraco, Médio, Bom e Excelente), sendo o seu objectivo ajudar
a escola a identificar qual o nível que melhor corresponde à situação da biblioteca em cada
Subdomínio e perceber, de acordo com o nível atingido, o que está em jogo para poder
melhorar para o nível seguinte.
Constrangimentos:
- Inexperiência na prática do modelo,
- Demasiada subjectividade:
nas evidências sustentadas pela formulação de juízos de valor,
e nas evidências centradas nos resultados obtidos ( sem dúvida é mais objectiva a
recolha de evidências sobre os recursos e processos utilizados do que no impacto sobre as
aprendizagens),
- Possível recolha de dados por intervenientes menos escrupulosos,
- Identificar pontos fracos e pontos fortes perante informação vaga ou imprecisa,
- Acréscimo de trabalho na recolha e tratamento de dados.
1.ª fase:
informação e esclarecimento sobre os objectivos e vários momentos da auto-avaliação;
adequação dos instrumentos a utilizar;
análise da posição da biblioteca, nomeadamente diagnosticando os seus pontos fortes
e fracos;
procura de soluções eficazes.
Na 2ª fase:
definição do que precisa de ser feito;
desenvolvimento de planos de melhoria, envolvendo outras pessoas no processo.
Na última fase:
divulgação, avaliação dos resultados obtidos,
reconhecimento dos pontos fortes e fracos do processo.