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Higiene Ocupacional –

Noções Básicas
Higiene Ocupacional –
Noções Básicas

Nome do Aluno

S e n a c S ã o P a u l o – S ã o P a u l o – 2 0 1 3
© Senac-SP 2010

Administração Regional do S enac no E stado de São P aulo

Gerência de Desenvolvimento
Roland Anton Zottele

Coordenação Técnica
Rosangela Gonçalves Ribeiro

Apoio Técnico
Felipe Alves Pellegrini

Elaboração do Recurso Didático


Domingos de Azevedo Oliveira Júnior
Nilson Lopes Soares

Atualização do Recurso Didático


Ricardo da Silva

Editoração e Revisão
Globaltec Editora Ltda.

Versão 2013
Higiene Ocupacional – Noções Básicas

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1  INTRODUÇÃO / 5

CAPÍTULO 2  RISCOS OCUPACIONAIS / 7


RISCOS FÍSICOS / 7
RUÍDO / 8
VIBRAÇÃO / 15
TEMPERATURAS EXTREMAS (CALOR OU FRIO) / 16
ESTUDO DO CALOR EXTREMO / 16
EFEITOS ADVERSOS DO FRIO EXTREMO / 21
RADIAÇÕES IONIZANTES / 23
RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES / 27
UMIDADE / 32
RISCOS QUÍMICOS / 33
PRODUTOS TÓXICOS E PERIGOSOS / 33
EXPOSIÇÃO E VIAS DE INGRESSO NO ORGANISMO / 33
TOXICIDADE / 35
INTOXICAÇÃO / 36
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS / 37
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS PRINCIPAIS CONTAMINANTES DO AMBIENTE DE
TRABALHO / 39
RISCOS BIOLÓGICOS / 43
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES / 43
MEIOS DE OCORRÊNCIA NO AMBIENTE LABORAL / 44
PRINCIPAIS ATIVIDADES COM RISCOS BIOLÓGICOS / 44
MEDIDAS DE CONTROLE / 46

CAPÍTULO 3  PROGRAMA DE HIGIENE DO TRABALHO / 48


AVALIAÇÃO / 49
MEDIDAS DE CONTROLE / 49

CAPÍTULO 4  MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS / 50


ELABORAÇÃO / 50
LEGISLAÇÃO / 51
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS / 51

CAPÍTULO 5  ESPAÇOS CONFINADOS / 58

CAPÍTULO 6  APOSENTADORIA ESPECIAL E PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO


(PPP) / 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS / 68

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

O controle dos riscos ocupacionais representa hoje um dos desafios mais importantes
para os profissionais em segurança, medicina e higiene do trabalho. Novas tecnologias
geram novos produtos e exposições, que, combinados com os processos e métodos de
produção industrial, favorecem um número cada vez maior de situações que devem ser
controladas para evitar reações adversas às pessoas e ao meio ambiente.
A ação ideal para reduzir ou controlar os riscos ocupacionais deve incluir a colabo-
ração dos profissionais especializados, pois são eles que detêm as habilidades admi-
nistrativas e o conhecimento do trabalho realizado em cada área da empresa. O tra-
balhador diretamente ligado ao processo de produção poderá dar sua contribuição,
reconhecendo, mesmo que de forma subjetiva, os riscos do ambiente de trabalho.
Esta publicação tem como objetivo oferecer, de forma prática, informações técnicas e
administrativas específicas sobre reconhecimento, identificação, avaliação e controle
dos riscos ocupacionais. Para tanto, inicia com o conceito básico da disciplina – Hi-
giene Ocupacional – para, em seguida, abordar os diversos riscos ocupacionais, fina-
lizando com as fases de desenvolvimento de um programa de higiene do trabalho.
Nesta nova edição, foram introduzidos outros capítulos referentes a espaços confi-
nados e ao Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). Além disso, foi incluído, após
o estudo de Higiene Ocupacional, um mapa de riscos, já que, para o estudo dos prin-
cipais riscos existentes no local de trabalho, deve ser dada atenção à existência de
ruído, de calor, de umidade e de outros agentes físicos, químicos e biológicos.

Conceito básico
Higiene Ocupacional ou Higiene do Trabalho é a ciência que se incumbe do estudo
dos riscos ambientais dos postos de trabalho; riscos estes que podem causar enfermi-
dade ou prejuízo à saúde ou ao bem-estar dos trabalhadores. Esta ciência ocupa-se,

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

em especial, da detecção dos contaminantes, tempo de exposição, intensidade dos


agentes e da recomendação de medidas de controle para eliminar ou reduzir os riscos
a níveis aceitáveis.

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CAPÍTULO 2
RISCOS OCUPACIONAIS

As fases de reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais capazes de


produzir danos são fundamentais para o estudo e a implantação de um programa de
higiene ocupacional.
A legislação vigente recomenda o agrupamento dos riscos ocupacionais mais comuns
em três categorias: riscos físicos, riscos químicos e riscos biológicos.

Riscos físicos
Os riscos físicos são constituídos por agentes como:
• ruído;
• vibração;
• temperaturas e pressões extremas;
• radiações ionizantes e não ionizantes;
• umidade.
As pessoas devem estar conscientes desses agentes físicos, devido ao seu potencial
de produzir efeitos nocivos imediatos ou cumulativos.

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Ruído
Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Ruído pode ser definido como qualquer som indesejável e incômodo, com variações
Ruído Ruídode frequência. É conhecido popularmente como “barulho”.
O ruído pode
Ruídoser definido
A propagação
pode como
ser defi nidoqualquer
do ruído se dásom indesejável
em qualquer
como qualquer e incômodo,
meio comlíquido
físico (aéreo,
som indesejável e incômodo, variações de
ou sólido)
com variações
através
freqüência. de ondaspopularmente
sonoras. A velocidade de propagação, porém, é diferenciada em cada um
deÉfrequência.
conhecido como “barulho”.
É conhecido popularmente como “barulho”.
desses meios. No ar, por exemplo, é de aproximadamente 340 metros por segundo.
A propagação do ruído se
A propagação dodá em se
ruído qualquer
dá em meio físicomeio
qualquer (aéreo, líquido
físico ou líquido
(aéreo, sólido) através de por
ou sólido)
ondas sonoras. As ondas
A ondas sonoras
velocidade exercem
de propagação, sobre o ouvido interno uma pressão medida em decibel
meio de sonoras. A velocidadeporém, é diferenciada
de propagação, porém,em cada um desses
é diferenciada em cada
meios. Noum dB(A)
ar,desses
por (decibel
exemplo, emaproximadamente
é de curva de compensação “A”). por segundo.
meios. No ar, por exemplo, é de 340 metros
aproximadamente 340 metros por segundo.
As ondas As Sendo uma escala,
sonoras sobre ono caso do ruído, o decibel representa o decibél
quociente entre a pres-
ondasexercem ouvido
sobre ointerno
ouvidouma pressão
uma medida
pressãoem emdB(A)
_

sonoras exercem interno medida decibel –


(decibel em são
curva deque as ondas sonoras
compensação exercem no ar e uma pressão padrão muito próxima de
em curva “A”) .
3
dB(A) (decibel de compensação “A”).
zero. Para simplificar, o decibel indica se um som está alto ou baixo. Por exemplo, o
Sendo uma escala,
Sendo uma
som nodecaso
um do
escala, noruído,
trio caso o decibel
do
elétrico ruído
pode o representa
decibel
atingir o quociente
representa
valores entredea pressão
o quociente
de percepção entre
115 a que
dB(A)pressão
ou mais, en-
as ondas que
sonoras exercem
asquanto
ondas sonorasno ar e uma
exercem no pressão
ar e padrão
uma muito
pressão próxima
padrão muito de zero.
próxima
o som de uma conversação a 1 metro de distância é percebido com Para
de zero.
65 dB(A).
simplificar, o decibel
Para simplifiindica se um som
car, o decibel estásealto
indica um ou
sombaixo. Por ou
está alto exemplo, o som
baixo. Por de umotrio
exemplo, som de
A frequência de uma onda sonora é representada pelo número de vibrações, medido
elétrico pode atingir
um trio valores
elétrico podede atingir
percepção de 115
valores dB(A) ou mais,
de percepção enquanto
de 115 dB(A) ouomais,
som de uma o
enquanto
em ciclos por segundos ou Hertz (Hz). O ouvido jovem e saudável pode ouvir os sons
conversação
soma de1 metro de distância éa 1percebido
uma conversação metro decom 65 dB(A).
distância é percebido com 65 dB(A).
que flutuam entre 20 e 20.000 Hz. Os sons compostos por frequências inferiores a 20
A frequência
A freqüência deHz
uma de uma
ou onda onda
sonora
superiores sonora
a é20.000 é representada
representada
Hz pelo número
pelo número
são denominados, de de vibrações,
vibrações, medido
respectivamente, medido
em e ultras-
infrassons
ciclos porem ciclos
sons,por
segundos ou segundos
Hertz
ambos ouO
(Hz).
inaudíveisHertz
pelo(Hz).
ouvido O ouvido
serjovem e são jovem
humano. e saudável
pode ouvir pode
os sons queouvir os sons
flutuam
entre 20 aque flutuam
20000 Hz. Osentre
sons20compostos
e 20.000 Hz.porOs sons compostos
freqüências por
inferiores frequências
a 20 inferiores a
Hz ou superiores
a 20000 Hz20 Hz
sãooudenominados,
superiores a 20.000 Hz são denominados,
respectivamente, infra-sons erespectivamente,
ultra-sons, ambasinfrassons
inaudíveise ul-
pelo ser humano. Medição
trassons, ambos inaudíveis pelo ser humano.
Instrumentos apropriados medem o nível de
MEDIÇÃO
Medição pressão sonora em decibel (dB), em uma escala
Instrumentos apropriados medem o nível de pressão
Instrumentos apropriados
sonora
“A”, que se medem o uma
assemelha
em decibel (dB), em nível de de
à curva pressão
escala sonora
“A”, que se as- em
sensibilidade
decibel (dB), emda audição humana
“A”, aque
níveis de pressão sonora
à curvaea de
semelha àuma escala
curva de sensibilidade sedaassemelha
audição humana
sensibilidade dafaixas
níveis de
de humana
audição frequência.
pressão a níveis
sonora dedepressão
e faixas sonora e faixas
frequência.
de freqüência

MNPS de leitura instantânea. Pode ser


MNPS de leitura instantânea.
acoplado ao Filtro analisador deao filtro analisador
Pode ser acoplado
de frequência 1/1 oitava.
freqüência 1/1 oitava. Foto: Ricardo da Silva

Foto: Ricardo da Silva

Senac São Paulo 8

Senac São Paulo 8


avaliador) ref. NHO 01.
avaliador) ref. NHO 01.
Medidor de Nível de Pressão Sonora Integrante. (Medidor integrador portado pelo
avaliador)
Higiene ref. NHO –01.
HigieneOcupacional
Ocupacional –Noções
NoçõesBásicas
Básicas

Foto: Ricardo da Silva.


Foto: Ricardo da Silva.
Medidor de nível de pressão sonora integrante
Calibradores(medidor
Acústicos Dosímetros de ruído
integrador portado pelo avaliador) ref. NHO 01
Foto: Ricardo da Silva.
Foto: Ricardo da Silva
Calibradores Acústicos Dosímetros de ruído

Calibradores Acústicos Dosímetros de ruído

Calibradores acústicos Dosímetros de ruído


Fotos: Ricardo da Silva (medidor integrador portado pelo avaliado) ref. NHO 01
Fotos: Ricardo da Silva (Medidor integrador portado pelo
Fotos: Ricardo da Silva (Medidor integrador
avaliado) ref. NHO 01. portado pelo
OOdecibel
decibel(dB)
(dB)ééuma
uma medida
medida dede relação
relação entre
entre duas
duas grandezas
grandezas utilizada
utilizada,em emuma
umaam-
am-
avaliado) ref. NHO 01.
plavariedade
pla variedadeFotos:
de Ricardo da
deavaliações
avaliações emSilva
em acústica, (Medidor
acústica,física
física integrador
eeeletrônica.
eletrônica. O decibelportado
Odecibel ééuma pelo
umaescala,
escala,
sendomuito
sendo muitousado
usadoem emmedições
mediçõesde deintensidade
intensidade sonora.
sonora.
avaliado) Suautilidade
Sua
ref. NHO utilidade
01. estáem
está emper-
per-
O decibel
mitir
mitir que (dB)
querelaçõesé uma
relações entremedida
entre de relação
grandezas
grandezas entre duas
muitograndes
muito grandes grandezas
oupequenas
ou pequenas utilizada
sejam
sejam em uma
representadas
representadas
Oampla
decibel
por
por (dB)fáceis
números
números
variedade é uma
fáceis
dededemedida
se lidar.de
selidar.
avaliações EEemrelação
isso
isso entre
ééobtido
obtido
acústica, duas
pela
pela
física grandezas
aplicação
aplicação utilizada
delogaritmos.
de logaritmos.
e eletrônica. em umaé
O decibel
ampla
Quando
uma
Quando variedade
aa(dB)
escala, de muito
avaliação
sendo
avaliação avaliações
usadoem
éérealizada
realizada em
comacústica,
com oointuito
medições física
intuito de medir
demedir
de e aaintensidade
eletrônica.
intensidade
intensidade sonora. O decibel
sonora
Sua
sonora é
perce-
utilidade
perce-
O decibel é uma medida de relação entre duas grandezas utilizada em uma
uma
bidaescala,
bida
está
pela
em sendo
pelaorelha
orelha
permitir muito
humana,
humana,
que usado em medições
representa-se
representa-se
relações entre grandezas demuito
oodecibel
decibel intensidade
naforma
na formade
grandes
desonora.
dB(A).AA
dB(A). Sua utilidade
letra
letra
ou pequenas
“A”ééaa
“A”
sejam
ampla variedade de avaliações em acústica, física e eletrônica. O decibel é
representação da curva de compensação “A”. Essa curva, ilustrada na figura a seguir,
está em permitir que relações entre grandezas muito grandes ou pequenas sejam
uma
indicaescala,
indica que sendo
queaanossa muito percebe
nossaorelha
orelha usado
percebeem medições
menos
menos os degraves
ossons
sons intensidade
graves (abaixo
(abaixosonora.
de
de1.000
1.000Sua
Hz),utilidade
Hz), sendo
sendo
mais
está sensível
maisem aos
permitir
sensível sons
aosque agudos
agudos(acima
sonsrelações de
de1.000
1.000Hz).
entre grandezas
(acima muito grandes ou pequenas sejam
Hz).
ÀÀ medida
medida que
que aa frequência
frequênciade
deum
umsom
somaumenta,
aumenta,aapercepção
percepçãoda
danossa
nossaorelha
orelhaééde
de
que
queeste
estesom
somtorna-se
torna-semais
maisagudo.
agudo.
Bandas
Bandasdedeoitavas
oitavassão
sãodivisões
divisõesfeitas
feitasna
nafaixa
faixade
defrequência
frequênciaaudível
audível(20
(20aa20.000
20.000Hz).
Hz).
Quando se analisa a frequência de uma banda posterior, verifica-se que ela possui o
dobro
dobro do
do valor
valor da
da frequência
frequência anterior.
anterior. Por
Por exemplo,
exemplo, se
se aa frequência
frequência analisada
analisadaééde
de
500 Hz, a frequência correspondente na banda posterior é de 1.000 Hz, isto é, tem o

SenacSão
Senac SãoPaulo
Paulo 99
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500 Hz, a frequência correspondente na banda posterior é de 1.000 Hz, isto é, tem o
dobro do valor. O teclado do piano, por exemplo, está dividido em bandas de oitavas.
Tomando-se como referência a nota musical dó, verifica-se que a próxima nota dó do
teclado, que se situa uma oitava acima, tem um som mais agudo, exatamente com o
dobro de valor de frequência.

Circuito de compensação A, B e C. A curva “A” é aquela que se aproxima da curva de audibilidade do ser humano.

Obs.: 1 k é igual a 1.000. Assim, 1 kHz (quilohertz) é igual a 1.000 Hz.


O quadro abaixo mostra alguns ambientes e os níveis de pressões sonoras recomen-
dáveis em dB(A):

Local / ambiente dB(A)


Escolas (biblioteca, salas de aula, sala de desenho, sala
35–50
de música, laboratório)
Hospital (apartamento, enfermaria, berçário, centro
35–50
cirúrgico, laboratórios)
Auditório (sala de concerto, teatro, sala de
30–40
conferência, cinema)
Escritório (salas de reunião, salas de gerência, salas de
30–50
projeto, salas de computadores)
Serviços em geral 45–55
Esportes 45–60

A legislação brasileira recomenda o nível de ruído de 85 dB(A) como limite máximo


para oito horas diárias de exposição. Acima desse nível de ruído, o tempo de expo-
sição deve ser reduzido, ou o trabalhador deve fazer uso de proteção auditiva para
atenuação a níveis aceitáveis. Ruídos acima desse limite podem ocasionar perda audi-
tiva, que se torna mais provável à medida que a intensidade do som aumenta.

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Para uma mesma intensidade sonora, por exemplo 90 dB(A), os sons agudos com-
preendidos entre 2.000 e 8.000 Hz são mais prejudiciais do que os sons mais graves
(abaixo de 1.000 Hz).

Perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR)

É o quadro auditivo que se caracteriza pela perda neurossensorial, que inicialmente


atinge as frequências de 3.000 a 4.000 Hz, traçando uma curva característica denomi-
nada “entalhe” ou “gota acústica” (“V”). É uma perda progressiva e irreversível. Geral-
mente, é causada pela exposição a níveis de ruído superiores a 85 dB(A), pela duração
do tempo de exposição ou devido à hipersensibilidade individual.
Nas faixas de frequência compreendidas entre 3.000 e 6.000 Hz, ocorre o fenômeno
da “gota acústica”, que é o ponto onde sobrevém a maior perda auditiva na maioria
dos casos.
A perda auditiva de percepção ou neurossensorial (lesão de células sensoriais e ner-
vosas) é aquela provocada por problema no mecanismo de percepção do som, desde
a orelha interna (cóclea) até o cérebro. As células sensoriais localizam-se no interior
da cóclea e as terminações nervosas do nervo auditivo transmitem ao cérebro o ruído
captado pelas células sensoriais.
A cada aumento de 5 decibéis, o tempo de exposição ao ruído deve ser diminuído
pela metade. A tabela abaixo exemplifica essa condição:

Nível de intensidade sonora dB(A) Tempo de exposição máxima permitida

85 8 horas

90 4 horas

95 2 horas

100 1 hora

105 30 minutos

110 15 minutos

115 7 minutos e meio

Não é permitida a exposição sem a


Acima de 115 dB(A)
adoção de medidas protetivas

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Quando ligamos duas máquinas idênticas, que emitem ruído com a mesma intensi-
dade sonora, ou seja, com o mesmo nível de pressão sonora, temos um aumento de
3 decibéis em relação ao ruído emitido originalmente por cada máquina. Por exemplo:

Máquina 1: 85 dB(A)
Máquina 2: 85 dB(A)
Ruído resultante das duas máquinas: 88 dB(A)

Os instrumentos para medir os níveis e as propriedades dos sons são os medidores


de níveis sonoros, os analisadores de banda de frequências e os audiodosímetros. O
ruído é medido próximo à zona auditiva do trabalhador em seu posto de trabalho,
junto à orelha situada mais perto da fonte de ruído. Existem procedimentos técnicos
normalizados para realizar as medições com exatidão, levantando as características e
a extensão de um problema de ruído, o que exige treinamento especial.

Efeitos adversos

A exposição a ruídos em nível perigoso pode causar efeitos adversos para os traba-
lhadores, acarretando moléstias físicas e desequilíbrios psicológicos. A consequência
mais comum envolve o aparelho auditivo: redução da audição, surdez temporária ou
permanente, entre outros distúrbios quase sempre irreversíveis.
A frequência do ruído também tem efeitos nocivos: os tons altos ou agudos (acima de
1.000 Hz) são mais danosos do que os tons baixos (graves).
Os traumas acústicos temporários são resultados de exposições a níveis excessivos
ou à presença de alta energia sonora (explosão ou impacto), causando surdez tem-
porária. A surdez temporária, ou a redução da audição, significam o esgotamento
ou fadiga da orelha interna. A recuperação requer um período de repouso em um
ambiente calmo.
Já a surdez permanente resulta geralmente de exposição continuada a ruído em ní-
veis perigosos. Ela se dá em virtude da destruição das células ciliares no interior da
cóclea, elementos sensoriais da orelha interna responsáveis pela captação das ondas
e frequências sonoras e sua transmissão, por impulsos nervosos, ao cérebro, onde
são decifradas. Não existe ação médica conhecida capaz de reparar esse dano.
O ruído em níveis perigosos pode alterar a capacidade de ouvir sons de alta frequência
(2.000 Hz a 4.000 Hz). Isso significa que a pessoa acometida pode às vezes ouvir alguns
sons, mas receber outros sons e emissões orais de forma confusa ou distorcida. Os
aparelhos de correção auditiva podem proporcionar um acréscimo nos níveis de au-
dição, ou seja, sua ajuda pode tornar os sons da conversação mais altos, porém não
mais claros.

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O ruído pode surtir, ainda, outros efeitos adversos, dentre os quais podemos citar:
• cansaço;
• irritação;
• dores de cabeça;
• aumento da pressão arterial;
• problemas no aparelho digestivo;
• taquicardia;
• perigo de infarto.

Método de controle de exposição a ruído

O controle da exposição ao ruído no ambiente de trabalho requer três procedimen-


tos, ordenados da seguinte forma:
• redução do ruído na fonte;
• controle do ruído na trajetória;
• controle do ruído no receptor.
CONTROLE DA EXPOSIÇÃO A RUÍDO

Controle Ação
• manutenção adequada dos equipamentos;
• enclausuramento de máquinas e
equipamentos;
Redução do ruído na fonte • instalação de abafadores de sons de escape;
• instalação de amortecedores de vibração;
• substituição ou melhoria de processos e
métodos;

• interposição de barreiras acústicas


(absorventes ou refletivas);
• alteração das frequências sonoras geradas;
Controle na trajetória do som
• redução das turbulências;
• uso de protetor auricular (tipo concha ou
inserção);

• medidas administrativas:
• controle do tempo de exposição;
Controle no receptor • acompanhamento médico (exame
(trabalhador) periódico);
• treinamento básico contra riscos de
exposição desnecessária.

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Testes pra fixação de conhecimentos


1. Na prática, o decibel indica:
a) se o som está agudo
b) se o som está grave
c) a intensidade do som
d) se o som está distorcido
e) nenhuma das anteriores
2. Duas máquinas, 1 e 2, emitem ruídos. Notamos que o som emitido pela máquina 1
é mais agudo do que o da máquina 2. Podemos, então, afirmar que:
a) a frequência de ruído da máquina 1 é menor do que a da máquina 2
b) a frequência de ruído da máquina 1 é maior do que a da máquina 2
c) a máquina 1 está emitindo um som mais alto do que a máquina 2
d) a máquina 1 está emitindo um som mais baixo do que a máquina 2
e) nenhuma das anteriores
3. O som produzido por um liquidificador é igual a 85 dB(A). Se colocarmos um ou-
tro liquidificador idêntico ao lado, que produz os mesmos 85 dB(A), e ligarmos
os dois simultaneamente, o som resultante será igual a:
a) 85 dB(A)
b) 90 dB(A)
c) 170 dB(A)
d) 88 dB(A)
e) nenhuma das anteriores.
4. A gota acústica é um fenômeno que ocorre comumente em frequências compre-
endidas entre:
a) 100 e 200 Hz
b) 500 e 100 Hz
c) 3.000 e 6.000 Hz
d) acima de 20.000 Hz
e) nenhuma das anteriores

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5. Para minimizar o ruído em um ambiente de trabalho, deve-se providenciar me-


didas na seguinte hierarquia, caso seja viável:

a) EPI no trabalhador, intervenção na fonte, intervenção na trajetória

b) intervenção na fonte, intervenção na trajetória, EPI no trabalhador

c) intervenção na trajetória, intervenção na fonte, EPI no trabalhador

d) a única medida cabível é o fornecimento de EPI

e) nenhuma das anteriores

Obs.: O EPI (equipamento de proteção individual), no caso do ruído, consiste de


plugs de inserção ou abafadores.

Vibração

O ruído e a vibração mecânica quase sempre têm a mesma origem, mas seus efeitos
nocivos são completamente diferentes.

Para fins de estudo, podem ser considerados dois tipos de vibração:

• a vibração de corpo inteiro, como a que ocorre com um operador de trator (este
tipo de vibração pode ocorrer tanto na posição sentada quanto em pé);

• a vibração parcial, atuando em parte do corpo, como a que é transmitida aos


membros superiores quando se opera uma máquina manual, como a lixadeira
elétrica e o martelete pneumático (equipamento utilizado para a quebra de asfal-
to ou calçamento).

Um dos fenômenos que ocorrem no corpo humano, quando submetido a vibrações


parciais (mãos e braços), é o branqueamento das pontas dos dedos, também deno-
minado Síndrome de Raynaud ou “fenômeno dos dedos brancos”: os dedos perdem
a sensibilidade e há uma diminuição da capacidade de pinçamento, devido a inflama-
ção e degeneração dos nervos.

A avaliação ocupacional das vibrações está baseada em duas normas internacionais:


ISO 2631, para corpo inteiro, e ISO 5341, para as vibrações parciais (mãos e braços).
O equipamento para medição de vibrações é o acelerômetro, que é acoplado a um
analisador por um cabo.

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Efeitos adversos

Os dois tipos de vibração considerados podem produzir efeitos adversos específicos,


conforme resume o quadro a seguir:

Tipo de vibração Efeitos adversos


• aumento do consumo de oxigênio;
• aumento do ritmo respiratório;
De corpo inteiro (total) • aumento do batimento cardíaco;
• alteração na atividade cerebral;
• alteração na acuidade visual;

• contração dos vasos sanguíneos;


• inflamação e degeneração dos nervos;
De parte do corpo (parcial) • diminuição da sensibilidade ao tato e à
temperatura;
• deformação dos nervos.

Método de controle

Não há uma ação única para controle da vibração, e sim uma associação de medidas
de engenharia, com efetivo acompanhamento.
Obs.: Existem luvas que, em certos casos, diminuem a vibração incidente sobre o tra-
balhador durante a operação de máquinas. Possuem, no entanto, o inconveniente de
diminuir a força de pega e a sensibilidade durante o seu uso.

Temperaturas extremas (calor ou frio)

Reconhecer e avaliar os riscos que apresentam os extremos de temperatura em


ambientes de trabalho é uma tarefa que envolve análise de variáveis em interação.
Devem-se considerar as características físicas individuais do trabalhador, a duração
da exposição, o tipo de trabalho, a velocidade do ar ambiente, a temperatura de bul-
bo úmido (evaporação), a temperatura de bulbo seco (calor sensível), a taxa metabó-
lica do trabalhador e o clima regional.
A solução eficaz dos problemas associados com temperaturas extremas requer a aju-
da de um profissional de medicina e de um higienista ocupacional.

Estudo do calor extremo

Há dois tipos de trocas térmicas entre o corpo humano e o ambiente: a condução e


a convecção.

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A condução acontece quando dois materiais entram em contato, causando uma troca
térmica em que o corpo com a maior temperatura fornece calor ao de menor tempe-
ratura até que seja alcançado o equilíbrio térmico.
Já a convecção é um tipo de troca térmica em que ocorre o transporte de calor, sendo
que um dos materiais deve estar no estado líquido ou gasoso. Após o contato dos
materiais, acontece a troca térmica e, em seguida, o líquido ou o gás se desloca, trans-
portando o calor para outro local.
A convecção pode ser natural ou forçada. Exemplos:
• convecção natural: o contato do corpo humano com o ar provoca o deslocamen-
to do ar, devido à diferença de temperaturas;
• convecção forçada: a água do radiador do automóvel é forçada a circular, a fim de
dissipar o calor gerado pelo motor.

Medição

A avaliação da sobrecarga térmica existente durante a execução de uma tarefa é rea-


lizada com a montagem de termômetros de mercúrio, graduados em escala de 0 ºC a
100 ºC, a saber:
• Termômetro de globo: é composto de uma esfera oca de cobre, com aproximada-
mente 15 cm de diâmetro e 1 mm de espessura, pintada externamente de preto-
-fosco. O bulbo do termômetro deve se localizar no interior da esfera, na região
central.
• Termômetro de bulbo úmido natural: o bulbo do termômetro é revestido com
tecido, que é inicialmente umedecido, e sua extremidade alongada deve perma-
necer imersa em água destilada, contida em um recipiente. O bulbo revestido
deve permanecer a 25 mm de distância do recipiente com a água destilada.
• Termômetro de mercúrio comum: mede a temperatura do ar, e sua leitura é feita
quando houver a estabilização do termômetro.
Atualmente, existem equipamentos eletrônicos que contêm esses três termômetros
e efetuam as avaliações com mais rapidez e praticidade.

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Índice de bulbo úmido – termômetro de globo (IBUTG)


Índice de bulbo úmido – termômetro de globo (IBUTG)
A exposição ao calor deve ser avaliada por meio do Índice de Bulbo Úmido – Termô-
A exposição
metro ao calor
de Globo devedefinido
(IBUTG), ser avaliada por
pelas meio doequações:
seguintes Índice de Bulbo Úmido – Termô-
metro de Globo (IBUTG), definido pelas seguintes equações:
Ambientes internosouou
Ambientes internos externos
externos sem
sem carga
carga solar:
solar:
IBUTG ==0,7
IBUTG 0,7tbn
tbn+ +0,30,3
tg tg

Ambientes externos
Ambientes externoscom carga
com solar:
carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg
Onde:
Onde:
tbn temperaturade
tbn = temperatura debulbo
bulboúmido
úmidonatural;
natural;
tg = temperatura de globo;
tg = temperatura de globo;
tbs = temperatura de bulbo seco.
tbs = temperatura de bulbo seco.
As
As medições
medições devem
devem ser
ser feitas
feitas no
no local
local onde
onde oo trabalhador
trabalhador permanece,
permanece, àà altura
altura da
da
região mais atingida do corpo.
região mais atingida do corpo.

Equipamento eletrônico para medição do IBUTG


Equipamento eletrônico para medição do IBUTG.

Como já foi dito anteriormente, a avaliação da exposição ao calor é complementada pela


análise da tarefa executada pelo trabalhador, em que é determinado o nível de
metabolismo (gasto energético) envolvido na atividade. Por exemplo, no trabalho
executado sentado, com realização de movimentos vigorosos com braços e pernas, há um
dispêndio de 180 Kcal/hora. Este trabalho é considerado moderado. Já o trabalho 18 de
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carregar ou empurrar objetos pesados pode dispender até 440 Kcal/hora, sendo
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considerado um trabalho pesado.
Em ambientes internos com atividades intelectuais, emprega-se o Índice de Temperatura
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Como dito anteriormente, a avaliação da exposição ao calor é complementada pela


análise da tarefa executada pelo trabalhador, em que é determinado o nível de me-
tabolismo (gasto energético) envolvido na atividade. Por exemplo, no trabalho exe-
cutado sentado, com realização de movimentos vigorosos com braços e pernas, há
um dispêndio de 180 kcal/hora. Este trabalho é considerado moderado. Já o trabalho
de carregar ou empurrar objetos pesados pode despender até 440 kcal/hora, sendo
considerado um trabalho pesado.
Em ambientes internos com atividades intelectuais, emprega-se o Índice de Tempera-
tura Efetiva (TEf) para efetuar a avaliação ergonômica do local de trabalho, visando ao
conforto térmico. Para essa medição, são utilizados o termômetro de bulbo seco e o
termômetro de bulbo úmido. Nesse caso, deve ser medida ainda a velocidade do ar.

Efeitos adversos

Entre as consequências da exposição ao calor extremo, podem-se citar:


• taquicardia;
• aumento da pulsação;
• cansaço;
• irritação;
• fadiga térmica;
• prostração térmica;
• choque térmico;
• perturbação das funções digestivas;
• hipertensão.

Métodos de controle para ambientes quentes

O controle da fadiga térmica causada por ambientes quentes inclui:


• controle de engenharia;
• controle administrativo;
• aclimatação;
• vestuário adequado;
• equipamento de proteção individual (EPI).

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O controle de engenharia dos riscos de exposição a calor extremo inclui:


• troca térmica mecânica;
• equipamento e processos;
• barreiras à irradiação de calor;
• uso de máquinas e equipamentos.

CONTROLE DE ENGENHARIA

Controle Ação
• ventilação geral diluidora com renovação de ar;
• ventilação local exaustora (coletor localizado);
Troca térmica mecânica • ventilação pessoal (evaporação de
transpiração);
• ar-condicionado ambiental;

• reforma, redesenho ou substituição de


equipamentos com a finalidade de reduzir a
emissão de calor;
Equipamento e processos
• isolamento térmico dos componentes da linha
de processos industriais: tanques, tubulações,
etc.;

• instalação de barreiras refletivas de materiais


Barreiras à irradiação de calor aluminizados;
• instalação de divisórias isolantes;

Uso de máquinas e • substituição do trabalho manual por máquinas


equipamentos e equipamentos adequados.

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CONTROLE ADMINISTRATIVO

Controle Ação
• avaliação da aptidão física;
Seleção e exames médicos • acompanhamento médico e exames periódicos;
periódicos dos trabalhadores • treinamento básico de prevenção às
enfermidades derivadas do calor;
• programa de trabalho-descanso para reduzir os
esforços máximos;
• distribuição do trabalho pesado entre vários
Controle de exposição
operários;
• programação de trabalho para horários mais
apropriados do dia;
Reposição de líquidos e • controle alimentar, de ingestão de líquidos e
eletrólitos consumo de sal;
• programa para acondicionamento do
Aclimatação
trabalhador em ambientes quentes;
• programa de fornecimento e uso adequado de
vestimentas e EPIs;
Fornecimento de EPIs
• roupa aluminizada ou refletora como barreira
de calor radiante.

Efeitos adversos do frio extremo

O frio extremo pode causar hipotermia, com consequências danosas para os tecidos
do organismo.

Métodos de controle para ambientes frios

O quadro a seguir resume as medidas e as ações e meios para o controle de ambien-


tes frios:

Medidas Ações e/ou meios


• vestimentas adequadas para isolar o calor
Roupas adequadas e
corpóreo;
equipamentos de proteção
• treinamento básico de prevenção às
individual
enfermidades derivadas do frio;
• redução da circulação forçada de ar no interior
das câmaras na presença do trabalhador;
Controle de engenharia
• instalação ou manutenção de antecâmara para
aclimatação.

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Os limites de exposição ao frio podem ser consultados na tabela 1 do item 29.3.15.2


da NR-29 (Norma Regulamentadora 29), da Portaria nº 53 do Ministério do Trabalho e
Emprego. Para temperaturas variando de +10 ºC a -17,9 ºC (zona climática temperada),
por exemplo, o tempo total de trabalho no ambiente frio é de 6 horas e 40 minutos,
com quatro períodos de 1 hora e 40 minutos, alternados com 20 minutos de repouso
e recuperação térmica fora do ambiente de trabalho.
No Brasil, os trabalhos com exposição ao frio referem-se principalmente à entrada
em câmaras frigoríficas.

Testes para fixação dos conhecimentos

1. O número de termômetros de mercúrio requeridos para o estudo de sobrecarga


térmica é:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) nenhuma das anteriores
2. O índice utilizado para a avaliação da sobrecarga térmica é denominado:
a) Índice de Temperatura Efetiva
b) Índice de Bulbo Úmido – Termômetro de Globo
c) Índice de Termômetro de Globo
d) Índice de Temperatura Global
e) nenhuma das anteriores
3. Para proteção contra a irradiação de calor (calor radiante), a fim de evitar a so-
brecarga térmica, é adequado o uso de:
a) ar-condicionado
b) ventiladores
c) sistemas de trocas de ar no ambiente
d) barreiras refletivas de materiais aluminizados
e) nenhuma das anteriores

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4. Para a diminuição do calor metabólico, é mais adequada a seguinte medida de


controle:
a) uso de isolamento térmico nos componentes da linha de processos indus-
triais
b) fornecimento de equipamentos de proteção individual
c) substituição do trabalho manual por máquinas e equipamentos adequados
d) reforma, redesenho ou substituição de equipamentos com a finalidade de
reduzir a emissão de calor
e) nenhuma das anteriores
5. O aumento de atividade física tem pouca influência sobre a sensação térmica de
uma pessoa em um ambiente quente. A afirmação é:
Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )

Radiações ionizantes

Radiações ionizantes são aquelas que extraem elétrons da matéria ao incidirem sobre
ela, produzindo íons. São exemplos de radiações ionizantes as partículas alfa, beta,
neutras, aquelas produzidas por ondas eletromagnéticas, assim como as originadas
de aparelhos de raios-X, radiações gama e aceleradores lineares.
Os materiais radioativos têm larga aplicação na indústria e na medicina (radioterapia,
radiodiagnóstico e medicina nuclear).
Na indústria, são utilizados no controle de produção e na qualidade de produtos; por
exemplo, em ensaios não destrutivos de materiais ferrosos (como na verificação de
cavidades internas em uma peça), em radiografia de soldas (verificação de imperfei-
ções internas no cordão de solda), em fundições, etc., atividades em que se empre-
gam equipamentos de emissão de raio-X, fonte radioativa de irídio e de cobalto.
Em medicina, são utilizados na área de diagnósticos clínicos. Com o avanço da física
nuclear, que possibilitou a determinação e o controle das doses, foi possível otimi-
zar os trabalhos em radioterapia. No ambiente hospitalar, os riscos de exposição a
radiações ionizantes concentram-se nos setores de radiodiagnóstico e radioterapia.
Esses riscos também estão presentes em áreas que fazem uso de equipamentos de
diagnóstico e de imagens médicas em tempo real, como centros cirúrgicos e uni-
dades de terapia intensiva. São exemplos de radiodiagnóstico as radiografias con-
vencionais (produzidas por aparelhos fixos ou portáteis), a fluoroscopia (imagem em
tempo real), as escopias com intensificadores de imagem, os exames odontológicos,
a tomografia computadorizada, etc.

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• Radioterapia – A radioterapia é uma forma de tratamento que faz uso das radia-
ções ionizantes para a destruição de células nocivas ao organismo humano. Para
esse fim, utilizam-se equipamentos geradores de ondas eletromagnéticas ou
mesmo substâncias radioativas. São formas de radioterapia a teleterapia, a bra-
quiterapia1, a terapia de contato, a terapia intracavitária, entre outras.
• Medicina nuclear – Medicamentos radioativos (líquidos ou gasosos), como ra-
dioisótopos e radiofarmacêuticos, são injetados no corpo humano de modo a
produzir imagens dos órgãos do corpo e de suas estruturas. Eles são tipicamente
absorvidos pelos órgãos e a radiação emitida pode ser detectada e localizada. O
tamanho e a estrutura do tecido, bem como a atividade bioquímica dos órgãos,
podem ser deduzidos desse modo, levando ao diagnóstico de uma doença.

Efeitos adversos

A exposição a radiações ionizantes em geral provoca danos ao organismo, prejudi-


cando a reprodução de células como as do trato intestinal, da medula óssea (onde se
produzem as células sanguíneas), dos folículos pilosos, da base da unha, etc.
Quando não causam a morte, doses altas de radiação têm os seguintes efeitos:
• Perda de cabelo (epilação): é similar aos efeitos na pele e ocorre depois de doses
agudas.
• Esterilidade: em homens, pode ser temporária ou permanente, dependendo da
dose. Em mulheres, geralmente é permanente, mas para isto requerem-se doses
altíssimas.
• Cataratas (turvamento da lente do olho): os nêutrons são especialmente relacio-
nados com as cataratas, devido ao fato do olho conter água, que absorve nêu-
trons.
• Síndrome Aguda de Radiação (SAR): se vários tecidos e órgãos importantes são
danificados, pode-se produzir uma reação aguda. Os sintomas iniciais de SAR são
náusea, vômito, fadiga e perda de apetite.
Há três categorias gerais para os efeitos resultantes da exposição crônica a baixas
doses de radiação:
• Efeitos genéticos (teratogênicos): sofridos pelos descendentes da pessoa exposta.
• Efeitos somáticos: primariamente sofridos pelo indivíduo exposto. Como muitas
vezes o câncer é o resultado primário, diz-se “efeito carcinogênico”.

1
 A braquiterapia é uma forma de radioterapia em que os materiais radioativos são implantados nas proximidades
do tumor.

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• Efeitos in utero: alguns erradamente consideram esses efeitos uma consequência


genética da exposição à radiação, porque são observados após o nascimento.
Trata-se, no entanto, de um caso especial, porque o indivíduo é exposto à radia-
ção na fase embrionária/fetal.

Medidas de controle

Podemos passar dias, semanas, meses ou até anos sem detectar os efeitos do exces-
so de exposição a radiações ionizantes. Afinal, elas não advertem antecipadamente
sobre seus riscos: não as vemos ou ouvimos, não sentimos seu gosto e, em muitos
casos, não percebemos o dano que estão causando.
Uma medida preventiva fundamental contra os riscos de exposição a radiações ioni-
zantes é monitorar essa exposição. O monitoramento individual é realizado por meio
do uso do dosímetro de bolso, utilizado na altura do tórax. Esse equipamento oferece
uma leitura completa da exposição e deve ser utilizado em trabalhos críticos, com alta
probabilidade de exposição à radiação ionizante. Existem, ainda, instrumentos que
emitem sinais de advertência sempre que for ultrapassado certo nível de exposição à
radiação, e de alarme, em condições específicas. Outra forma de controle é a utiliza-
ção de um filme dosimétrico, que é portado pelo trabalhador que manuseia a fonte
de radiação ionizante; após determinado período, esse filme é revelado, indicando a
quantidade de radiação recebida.
A manipulação de fontes radioativas ionizantes só pode ser realizada por profissio-
nais adequadamente treinados e habilitados, pois este é um campo profissional alta-
mente técnico.
As principais formas de precaução e controle de radiações nos ambientes de trabalho
são:
• revestimento com chumbo nas paredes e portas das salas que contêm equipa-
mentos geradores de radiação;
• instalação de indicadores luminosos nos locais de acesso a áreas onde são arma-
zenados ou manipulados materiais e aparelhos que contenham fontes radioativas;
• os aparelhos de emissão de radiação devem possuir dispositivos que os desli-
guem automaticamente depois de decorrido o tempo de exposição pré-selecio-
nado;
• as salas devem dispor de meios de comunicação oral e visual com o paciente
submetido a tratamento ou exame;
• uso de aventais plumbíferos pelos operadores de aparelhos radiológicos durante
as radiografias realizadas fora das salas apropriadas;
• instalação de tratamento de esgoto nos locais de utilização de radioisótopos e de
internação de pacientes.

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As medidas de proteção contra as radiações ionizantes podem ser deduzidas, então,


a partir de três princípios:
• Manter distância da fonte radioativa;
• Diminuir o tempo de exposição;
• Utilizar blindagem para deter as radiações.

Testes para fixação dos conhecimentos

1. Os raios-X são classificados como:


a) radiações ionizantes
b) radiações não ionizantes
c) nenhuma das anteriores

2. Dependendo da distância que uma pessoa toma em relação à fonte, a radiação


pode ser bastante atenuada. Esta afirmação é:
Verdadeira  ( ) Falsa  ( ) Nenhuma das anteriores ( )

3. Qualquer material utilizado como barreira já é suficiente para diminuir signifi-


cativamente a incidência de radiação sobre o corpo humano. Esta afirmação é:
Verdadeira  ( ) Falsa  ( ) Nenhuma das anteriores ( )

4. Não existem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para proteção contra


radiações ionizantes. Esta afirmação é:
Verdadeira  ( ) Falsa  ( ) Nenhuma das anteriores ( )

5. Assinale as radiações abaixo que são consideradas ionizantes:


( ) Gama    ( ) Micro-ondas ( ) Alfa
( ) Radiofrequência    ( ) Raios-X ( ) Ultravioleta
( ) Laser

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Radiações não ionizantes

Essas radiações, que incluem radiações visíveis (luz visível), raios infravermelhos, ul-
travioletas, laser e micro-ondas, são de origem eletromagnética, com frequência pró-
xima da faixa de frequência da luz visível. São semelhantes às radiações ionizantes,
mas a exposição a elas provoca danos diferentes ao organismo.
O primeiro passo para o controle desse risco é o reconhecimento da possibilidade
de sua existência.

Radiação infravermelha: fontes, efeitos adversos e controle

A radiação infravermelha está presente em vários processos industriais e na exposi-


ção ao calor do sol. Algumas fontes típicas de radiação infravermelha na indústria são
os secadores e as estufas por aquecimento, os equipamentos para tratamento térmi-
co de metais (fornos de cerâmica, fundição de minerais metálicos) e inúmeros outros
processos industriais envolvendo o calor como fonte de energia. O calor radiante
eleva a temperatura da superfície, e esta troca calor com o ar ambiente.
O principal efeito sobre as pessoas é o térmico, podendo provocar, entre outras con-
sequências, queimaduras e aumento da pigmentação da pele; nos olhos, pode causar
catarata e lesões na retina.
O controle pode ser feito mediante a ventilação e o movimento do ar para ajudar na
troca térmica – o que, por sua vez, controla o efeito da radiação –, além de barreiras/
roupas refletivas e protetor visual com filtro apropriado para o infravermelho.

Radiação ultravioleta: fontes, efeitos adversos e controle

A radiação ultravioleta pode ter uma fonte natural, que é a luz solar, e fontes indus-
triais, que incluem a solda por arco voltaico (solda elétrica, fusão de metais, maçari-
cos de altas temperaturas) e as lâmpadas ultravioletas usadas na inspeção de proces-
so industrial e como lâmpadas germicidas.
Os efeitos sobre a pele incluem escurecimento cutâneo, eritemas (queimaduras), in-
terferência no crescimento celular, perda de elasticidade, etc. As exposições repeti-
das, em doses elevadas e sem proteção adequada, podem provocar o aparecimento
do câncer de pele.
A exposição dos olhos sem a proteção de filtros provoca a conjuntivite (que se mani-
festa horas depois da exposição) e implica a probabilidade de opacidade do cristali-
no, interferência na acuidade visual e produção de fadiga ocular.
Para as pessoas diretamente expostas a esse tipo de radiação, o método fundamental
é o uso da roupa e da proteção facial apropriada. A vestimenta deve proteger princi-
palmente o tronco e os membros superiores por inteiro, acrescentando-se luvas. A
proteção da face deve ser inteiriça, abrangendo o pescoço. A fonte de radiação deve
ser provida de lente filtrante apropriada à intensidade da radiação.

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No controle ambiental das radiações, devem-se usar como barreiras chapas metálicas
ou cortinas de material filtrante ou semitransparente.

Radiações visíveis (luz visível)

São ondas eletromagnéticas detectáveis pelo olho humano. Podem ter origem na-
tural (luz solar) ou ser obtidas artificialmente (energia elétrica, queima de combus-
tíveis, etc.). A iluminação de um ambiente pode ser natural, artificial ou, como mais
comumente ocorre, ser mista, com a associação dos dois tipos.

Iluminação: efeitos adversos e controle

A boa iluminação no ambiente de trabalho propicia elevada produtividade, melhor


qualidade do produto final, redução do número de acidentes, diminuição do desper-
dício de materiais, redução da fadiga ocular e geral, melhor supervisão do trabalho,
maior aproveitamento do espaço, maior ordem e limpeza das áreas e elevação do
moral dos funcionários.
No Brasil, o assunto é tratado legalmente pela NR-17 (ergonomia), em que, por meio
da ABNT NBR-5413, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), se recomen-
dam os níveis mínimos de iluminação para os ambientes de trabalho.
Tomando como exemplo o ambiente hospitalar, o enfoque deve estar principalmente
nas salas cirúrgicas e no campo operatório. A má iluminação nesses casos pode acar-
retar graves prejuízos ao profissional e ao paciente.
A iluminação adotada deve reproduzir fielmente a cor dos objetos, de modo a per-
mitir sua identificação no campo de trabalho, evitando sombras indesejáveis e ofus-
camentos.
O controle da iluminação no ambiente de trabalho deve ser feito mediante (1) inspe-
ções periódicas, ouvindo-se as observações dos trabalhadores relativas à questão, e
(2) medições do nível de iluminação por meio de um aparelho denominado luxímetro.
O resultado da medição deve ser comparado aos valores apresentados na ABNT NBR-
5413 da ABNT, que determina a necessidade de medidas corretivas.
Pelas medições, é possível, por exemplo, notar a queda no nível de iluminação – de-
vido a depósito de sujeiras na lâmpada ou na coifa da luminária –, determinar a vida
útil das lâmpadas, realizar melhorias no arranjo físico das luminárias ou recomendar
a necessidade de iluminação suplementar, entre outros aspectos.

Micro-ondas: fontes, efeitos adversos e controle

O uso da radiação por micro-ondas está se popularizando cada vez mais, tanto em
aplicações industriais como nos meios de comunicação e em aparelhos eletrodomés-
ticos. As radiações de micro-ondas têm a propriedade de produzir calor de dentro
para a superfície de um material em exposição.

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A exposição excessiva a esse tipo de radiação pode provocar graves danos à saúde,
envolvendo os órgãos da visão (catarata) e o sistema reprodutor. O controle dos ris-
cos associados ao uso de micro-ondas resume-se em reduzir ao mínimo as exposi-
ções, com procedimentos seguros de trabalho e treinamento.

Raios laser: fontes, efeitos adversos e controle

Os raios laser são ondas eletromagnéticas na faixa de frequência da luz visível que
se propagam em feixes paralelos, em uma mesma direção. São usados nas áreas de
comunicação, solda de materiais, medições mecânicas e cirurgias, entre outras.
Os efeitos dos raios laser são tão perigosos como os dos raios diretos. Os olhos são a
parte mais vulnerável do organismo humano, porque o cristalino projeta o laser a um
ponto menor na retina, o que aumenta a intensidade da radiação, provocando lesões
graves, inclusive a cegueira.
A tecnologia envolvida na obtenção dos raios laser é muito sofisticada. Recomenda-
-se a consulta a profissionais especializados para a definição dos limites seguros de
exposição. A norma ANSI-136-1 define a maneira segura de uso e também proporcio-
na informações úteis para o controle de exposições.

Testes para fixação de conhecimentos

Assinale a resposta correta para as seguintes questões:


1. O telefone celular emite um tipo de radiação:
Ionizante  ( ) Não ionizante  ( )  Nenhuma das anteriores ( )

2. O tipo de radiação do telefone celular é:


Micro-ondas ( ) Radiofrequência ( ) Infravermelha ( )

3. A tomografia computadorizada utiliza-se da seguinte radiação:


Ionizante ( ) Não ionizante ( ) Nenhuma das anteriores ( )

4. A ressonância magnética utiliza-se da seguinte radiação:


Ionizante ( ) Não ionizante ( ) Nenhuma das anteriores ( )

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5. Os raios laser emitem luz em uma única frequência:


Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

6. Dependendo do tipo de radiação laser, deve-se utilizar diferentes tipos de ócu-


los de proteção:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

7. As radiações ultravioletas classificam-se em A, B ou C, dependendo do compri-


mento de onda:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

8. O principal efeito da radiação infravermelha é a produção de calor:


Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

9. Pode-se afirmar que o principal efeito das radiações não ionizantes é a geração
de calor:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

10. Um dos principais efeitos deletérios sobre o organismo, se não utilizados os


equipamentos de proteção adequados, é a formação da catarata nos olhos:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

11. As radiações não ionizantes, para as pessoas não devidamente protegidas, po-
dem desencadear o surgimento de câncer:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

12. As radiações ultravioletas não têm aplicação industrial:


Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

13. A única aplicação prática das micro-ondas é o aquecimento de comida em fornos:


Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )
14. As únicas radiações não ionizantes existentes nos raios solares são as ultravio-
letas:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )
15. No caso da luz visível, não há limites de intensidade para sua utilização:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

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16. As micro-ondas e as radiações ultravioleta são tipos de radiações:


Ionizantes ( ) Sem frequência ( ) Nenhuma das anteriores ( )
17. As radiações não ionizantes propagam-se somente no ar atmosférico:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )
18. As radiações não ionizantes podem provocar queimaduras apenas moderadas:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )
19. Nos trabalhos de solda, verifica-se apenas a presença de radiações infraverme-
lhas, razão pela qual deve-se utilizar óculos de proteção com lentes apropriadas
para tais radiações:
Verdadeiro ( ) Falso ( ) Nenhuma das anteriores ( )

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Umidade

O excesso de umidade no ambiente de trabalho verifica-se em atividades como la-


vanderia hospitalar, área de limpeza e higienização em cozinha industrial e nas ope-
rações em locais alagados ou encharcados.
A umidade é detectada por inspeção ao local de trabalho, ação de responsabilidade
de perito técnico, sendo empregado o método de análise qualitativa (visual). As ob-
servações são registradas de modo a compor um laudo de inspeção.
É necessário identificar os riscos de vazamento e de infiltração de água em postos de
trabalho, de realização de serviços que podem implicar contato com água, produtos
úmidos ou níveis altos de umidade do ar ambiente (vapor de água).
A concentração de vapor de água presente no ar deverá ser avaliada com equipamen-
tos específicos, como o termo-higrômetro.
Efeitos adversos

A literatura especializada não tem se interessado muito pelo tema, tanto que são es-
cassos os estudos técnicos a respeito dos efeitos nocivos da exposição a umidade em
termos ocupacionais.
Medidas de controle

Nos projetos de edificação, devem ser observadas as medidas de controle de umidade:


• sistema de drenagem (desníveis e inclinações de piso);
• sistema de ventilação e de exaustão para controle de umidade (vapor) do am-
biente e de emissão por fonte geradora;
• programa de manutenção preventiva ou corretiva das tubulações hidráulicas.
Em recintos onde a umidade elevada é proveniente, por exemplo, de pouca incidên-
cia de luz solar, o uso de sistema de ar-condicionado pode ser uma opção viável. Nos
casos de ocorrência de excesso de água em locais de trânsito de pessoas, tornando o
piso escorregadio, deve-se isolar a área e sinalizá-la com placas de advertência, para
evitar acidentes.

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Riscos químicos
A cada ano centenas de novos produtos químicos são desenvolvidos para atender à
crescente demanda das indústrias e do mercado consumidor. Um número significa-
tivo desses novos produtos e de outras substâncias químicas já em uso representa
novos problemas, com possíveis consequências para as pessoas e para o meio am-
biente. A introdução de novos agentes químicos justifica pesquisas e outros esforços
para o controle dos riscos e para a promoção de condições adequadas e seguras de
trabalho.
Entre as principais medidas preventivas, destaca-se oferecer aos trabalhadores a
oportunidade de se conscientizar sobre os riscos existentes em suas atividades ocu-
pacionais, cooperando com iniciativas para a promoção da saúde e da qualidade de
vida das pessoas.
Para serem solucionados, os problemas ligados a riscos químicos devem ser tratados
de forma multiprofissional. Os profissionais envolvidos nos serviços de segurança
devem manter contato direto com os trabalhadores e possuir razoável conhecimento
de toxicologia ocupacional.

Produtos tóxicos e perigosos

Primeiramente, o estudo dos riscos químicos requer que se tenha clara a diferença
entre tóxico e perigoso.
Todo e qualquer agente químico que, introduzido no organismo e absorvido por
este, provoca efeitos considerados nocivos ao sistema biológico é considerado tó-
xico. Deve-se entender por efeitos os resultados de ações sobre o sistema orgânico,
incluídas as ações locais, que revelam sinais e sintomas de desequilíbrio produzidos
pela interação do agente tóxico com o organismo.
Perigoso é um termo que se refere à probabilidade de uma substância, em dada situ-
ação, produzir dano. Qualquer substância pode ser nociva se administrada de certos
modos (vias de entrada no organismo) ou em doses acima da capacidade ou resistên-
cia do organismo a ela.
Vale lembrar que algumas substâncias não são altamente tóxicas, mas possuem um
alto potencial de risco de incêndio ou de explosão.

Exposição e vias de ingresso no organismo

A exposição ocorre pela presença de substâncias químicas no ambiente laboral –


quando utilizadas como matérias-primas, em fases intermediárias ou no final de pro-
cessos industriais, originando novos produtos –, ou no meio externo, em decorrência
do lançamento de resíduos industriais no ar, em rios, lagos ou mares, ou mesmo em
terrenos baldios.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

As exposições aos agentes químicos no ambiente são, na maioria das vezes, conhe-
cidas. Utilizam-se produtos, industrializados ou não, em processos com finalidades
específicas, com poucas alterações nas características da matéria-prima, do método
ou do processo de fabricação. O risco ambiental dos compostos químicos está na
possibilidade de que eles produzam reações, formando diferentes compostos por
decomposição ou por interações, principalmente com o ar atmosférico.
Ocorrendo a exposição, a substância química pode ingressar no organismo por meio
de uma ou mais vias:

• respiratória (por inalação);


• cutânea (pela pele);
• digestiva (por ingestão).

Uma quarta via de ingresso, menos comum, é a lesão decorrente de “agressão” por
objeto pontiagudo e/ou cortante ou por força exercida por ar comprimido ou líquido
pressurizado.

Ingresso por via respiratória (inalação)

As vias respiratórias têm importância fundamental no estudo da toxicidade das subs-


tâncias químicas, pois o ar inalado realiza função essencial à vida (respiração) e pos-
sibilita a troca gasosa que ocorre na região alveolar dos pulmões e na corrente san-
guínea.
Quando inaladas, as substâncias químicas podem ser rapidamente absorvidas pela
corrente sanguínea e transportadas a todas as partes do corpo. As vias respiratórias
de um indivíduo em estado de repouso recebem de 5 a 6 litros de ar por minuto.
Mas, dependendo da atividade e do esforço físico, esse volume alcança até 30 litros
por minuto, o que possibilita a entrada de uma quantidade expressiva de substâncias
nocivas no organismo. A extensa área pulmonar, com cerca de 90 m2 de superfície
de troca, permeável e ricamente vascularizada, permite a rápida e eficiente absorção
dessas substâncias pelos centros vitais, sistema nervoso central e outros órgãos, sem
passar pelo fígado e pelos rins, órgãos que têm a capacidade de eliminar substâncias
estranhas ao organismo.
Ao entrar em contato com as vias respiratórias, certos tipos de contaminantes pre-
sentes no ar atmosférico podem agir localmente ou permanecer nos pulmões, em
vez de ser absorvidos, provocando inflamação, irritação, edema e outras alterações
pulmonares.
Muitas enfermidades e efeitos causados pela inalação de agentes químicos têm seus
nomes derivados da substância que os origina: bissinose (algodão), silicose (sílica),
asbestose (asbesto), etc.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Ingresso por via cutânea (pela pele)

O tecido cutâneo cobre toda a parte externa do corpo, com uma área de cerca de
1,80 m2. Inclui também as membranas mucosas e semimucosas – lábios, conjuntivas,
canal auditivo externo, mucosa gengival e bucal, mucosas do reto, do pênis e da va-
gina –, os pelos e as unhas.
A absorção de produtos químicos pelo tecido cutâneo é, em geral, um processo mais
lento. A pele encontra-se naturalmente protegida pela secreção sebácea, pelo suor
e pela queratina, que podem, no entanto, ser removidos sem dificuldade com água
e sabão, com solvente ou base orgânica. Quando os óleos corporais são eliminados
por desengraxantes, como a gasolina, o querosene e outros solventes, a absorção é
bastante intensificada.
O grau de permeabilidade cutânea pode ser alterado por uma série de fatores e con-
dições, como temperatura, sudorese, espessura do tecido (pele), idade, circulação
periférica, etc., além de lesões que rompam a integridade da barreira cutânea.
Existem produtos que, devido a suas características físico-químicas, são absorvidos fa-
cilmente pela pele: benzeno, tolueno, nitroglicerina, chumbo orgânico, mercúrio, etc.
Esses agentes químicos se difundem na epiderme, nas glândulas sebáceas e nos folícu-
los pilosos e ingressam na corrente sanguínea para posterior ação no organismo.
Ingresso por via digestiva (ingestão)

A ingestão de produtos tóxicos quase sempre ocorre devido a maus hábitos de hi-
giene pessoal, entre os quais podem-se citar: comer, beber e/ou fumar no local de
trabalho sem lavar as mãos e o rosto. Partículas depositadas no trato respiratório,
provenientes do processo de respiração, também podem ser levadas à região bucal
por tosse, expectoração e mesmo pela fala, caindo na via digestiva.
As substâncias químicas introduzidas pela via digestiva oferecem riscos menores,
principalmente devido à baixa absorção pela corrente sanguínea, às secreções do
estômago, à ação de enzimas digestivas e à diluição com água e alimentos.
Lavar as mãos e o rosto antes da refeição e ao final do turno de trabalho é uma prática
recomendada de asseio pessoal ao trabalhador que lida com produtos tóxicos.

Toxicidade

Perguntamos inicialmente: o que são produtos tóxicos?


Qualquer produto químico pode tornar-se perigoso se assimilado em excesso pelo
organismo. Para que uma substância seja considerada segura, sua interação com os
seres vivos deve ocorrer em quantidades razoáveis.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

A determinação do nível de exposição a substâncias químicas é de responsabilidade


dos toxicologistas, que, mediante estudos específicos, determinam os valores-limite
de exposição para que ela não acarrete danos. A toxicidade de um agente químico é
determinada após uma série de estudos de processos complexos envolvendo o agen-
te e o organismo. Logo, o entendimento dos mecanismos responsáveis por intoxica-
ções só é possível por meio da compreensão de processos bioquímicos.

Intoxicação

Corresponde ao conjunto de sinais e sintomas que revelam o desequilíbrio produzi-


do pela interação do agente tóxico com o organismo.
Quanto à intensidade, as intoxicações podem ser:

• letais;
• graves;
• moderadas;
• leves.

Considerando seus efeitos, elas podem ser:

• agudas;
• subagudas;
• crônicas.

Quanto à duração da exposição ao agente químico no ambiente de trabalho, temos


intoxicações por exposição:

• a curto prazo;
• a médio prazo;
• a longo prazo.

Nas intoxicações por exposição a curto prazo, há rápida absorção do agente tóxico.
A dose é única ou múltipla, num período máximo de 24 horas. Em geral, as mani-
festações da intoxicação se desenvolvem rapidamente. Citamos, como exemplos, as
intoxicações agudas provocadas pelo monóxido de carbono e pelo ácido cianídrico.
As intoxicações por exposição a médio prazo resultam de exposições frequentes ou
repetidas aos agentes químicos, durante períodos de vários dias ou semanas. Exem-
plos são as intoxicações subagudas provocadas pelo mercúrio, pelo chumbo e pelo
sulfeto de hidrogênio.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

As intoxicações por exposição a longo prazo resultam de exposições que ocorrem


por períodos longos, de meses ou anos, muitas vezes por toda a vida profissional do
trabalhador. Tem-se geralmente acumulação da substância tóxica, com manifestação
posterior dos efeitos ou, ainda, com efeitos aditivos como consequência de exposi-
ções sucessivas. As intoxicações provocadas pelo chumbo (saturnismo), pelo mer-
cúrio (hidrargirismo), pelo benzeno (benzenismo), pelo anidrido sulfuroso e pelo
sulfeto de carbono são exemplos bastante conhecidos.

Classificação dos agentes químicos

A classificação dos agentes químicos presentes no ambiente de trabalho baseia-se na


forma física em que se apresentam, dividindo-se em gases, vapores e aerodispersoi-
des ou partículas.
Gases

Os gases são fluídos sem forma, nas condições normais de temperatura e pressão,
que ocupam todo o espaço que os contém. Alguns exemplos de gases são o ar at-
mosférico comum (que é, na verdade, uma mistura de diferentes gases), o monóxido
de carbono (CO), o metano (CH4), o dióxido de carbono (CO2) e o ozônio (O3), que
podem ser obtidos por combustão, decomposição de matéria orgânica, reações quí-
micas diversas, etc.
Vapores

Os vapores são as formas gasosas de substâncias normalmente sólidas ou líquidas,


nas condições ambientais presentes, que voltam a seus estados físicos originais após
alterações nas condições de pressão e temperatura. São formados pela volatilização
de substâncias como benzeno, gasolina, acetona, éter, etc. e se dispersam no ar.

Aerodispersoides ou partículas

São constituídos por partículas microscópicas, sólidas ou líquidas, difundidas no ar


atmosférico. As partículas sólidas dividem-se em poeiras e fumos.
• Poeiras: são geradas pela ação mecânica no manuseio, moagem, impacto, detona-
ção, corte, polimento, raspagem, etc. de minérios, madeiras, cereais e minerais. A
origem e os efeitos adversos dessas poeiras encontram-se resumidos no quadro
a seguir:

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

TIPOS DE POEIRA, SUA ORIGEM E/OU EFEITOS ADVERSOS

Tipos Origem e/ou efeitos adversos


• Provêm de diversos minerais, como sílica,
asbesto, carvão mineral, e provocam silicose
Poeiras minerais pela presença do elemento químico quartzo,
asbestose (asbesto), pneumoconiose (minerais
em geral).

• São produzidas pelo tratamento industrial,


por exemplo de bagaço de cana e de
Poeiras vegetais
algodão, causando bagaçose e bissinose,
respectivamente.

• Provêm principalmente do calcário, causando


Poeiras alcalinas doenças pulmonares obstrutivas crônicas,
como enfisema pulmonar.

• Podem interagir com outros agentes agressivos


Poeiras incômodas presentes no ambiente de trabalho, tornando-
os mais nocivos à saúde.

• Fumos: são gerados pela condensação, no estado gasoso, de uma substância a


partir da volatilização de metais fundidos ou de outros produtos. Geralmente
esse processo produz óxidos pela reação com o ar. Os fumos resultam de ope-
rações como fundição, corte por eletrodo de carbono, esmerilhamento e sol-
dagem. Os metais (e seus respectivos compostos) que apresentam riscos para a
saúde são: cádmio, cromo, cobalto, cobre, ferro, chumbo, manganês e mercúrio,
entre outros.

As partículas líquidas são classificadas em névoas e neblinas.


• Névoas: são partículas em suspensão no ar, geradas por dispersão de um líquido
(por atomização, por exemplo). Um exemplo comum do processo de atomização
é a pintura por ar comprimido, em que gotículas de tinta se dispersam no ar.
• Neblinas: resultam da condensação de substâncias líquidas que se volatilizaram.

As fumaças se produzem pela combustão incompleta de matérias orgânicas, tais


como madeira, carvão, produtos de petróleo e vegetais. Apresentam-se constituídas
por gases, vapores, partículas sólidas e líquidas; logo, são classificadas como aerodis-
persoides.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Características químicas dos principais contaminantes do ambiente de trabalho

Essa classificação baseia-se na estrutura química e, principalmente, na ação tóxica


exercida pelos principais contaminantes do ambiente de trabalho.

Asfixiantes

São agentes químicos que provocam uma deficiência de oxigenação, interferindo no


transporte ou utilização do oxigênio no organismo humano. Podem ser classificados
em simples (ou mecânicos) e químicos:
• Asfixiantes simples ou mecânicos: atuam em concentrações elevadas no ar do
ambiente de trabalho, diminuindo a porcentagem de oxigênio a valores inferio-
res a 18% (em volume do ar ambiente) – limite mínimo recomendado para expo-
sição – pela substituição do ar atmosférico. Exemplos: etileno, acetileno, nitrogê-
nio, hélio e propano.
• Asfixiantes químicos: provocam asfixia por agirem bioquimicamente, evitando
o transporte eficiente de oxigênio na corrente sanguínea ou impedindo a utili-
zação do oxigênio pelo organismo. O mais comum dos asfixiantes químicos é o
monóxido de carbono (CO), que interage no transporte do oxigênio pela hemo-
globina das células vermelhas do sangue.

Anestésicos e narcóticos

Esses contaminantes têm ação depressora do sistema nervoso central, cuja intensida-
de depende da concentração do agente tóxico. Podem, consequentemente, provocar
perda da sensibilidade e da consciência, e até mesmo a morte. Exemplos: tetracloreto
de carbono, éter etílico e álcool etílico.

Sistêmicos

São os contaminantes que, após serem absorvidos, atuam em vários sistemas e ór-
gãos vitais do corpo humano. Cada substância interage com determinados sistemas
biológicos de acordo com a afinidade que possui em relação a determinadas estrutu-
ras orgânicas. Exemplos: cádmio, chumbo, cobre, cromo, estanho e manganês.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Alergizantes ou irritantes químicos

São agentes químicos ou produtos que promovem reações alérgicas ou podem cau-
sar irritação, principalmente no trato respiratório. Exemplos: fibras de algodão, resi-
nas, óleos e pólen.

Causadores de pneumoconiose

São materiais particulados resultantes de atividades ocupacionais, como construção


civil, fabricação de cerâmicas, mineração, etc. Exemplos: asbesto, sílica, óxido de fer-
ro e alumínio.

Testes para fixação de conhecimentos

Assinale a resposta correta para as seguintes questões:


1. As poeiras são classificadas como agentes:

Físicos ( ) Químicos ( ) Biológicos ( )

2. Os gases e vapores entram no organismo humano apenas pela via:

Respiratória ( ) Cutânea ( ) Nenhuma das anteriores ( )

3. O efeito deletério no organismo humano provocado pela poeira de algodão é a:

Asbestose ( ) Bissinose ( ) Nenhuma das anteriores ( )

4. A poeira de amianto é apenas moderadamente prejudicial ao organismo humano.


Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )

5. A silicose, doença provocada pela sílica livre cristalizada, é irreversível, isto é,


uma vez desencadeada, não apresenta cura. Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )


6. Os gases asfixiantes não interagem com o sangue no organismo humano. Esta
afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )


7. É exemplo de gás asfixiante:

Amônia ( ) Hélio ( ) Nenhuma das anteriores ( )

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

8. Uma substância capaz de produzir pneumoconiose é:

A amônia ( ) O amianto ( ) Nenhuma das anteriores ( )

9. Todas as substâncias químicas têm determinado em tabelas o limite de tolerân-


cia pelo organismo. Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )

10. Um exemplo de névoa é:

Formação de vapor de água ( ) Spray de desodorante ( )


Nenhuma das anteriores ( )

11. Durante o processo de soldagem são gerados(as):

Poeiras ( ) Fumos ( ) Nenhuma das anteriores ( )

12. Durante a demolição de uma obra são gerados(as):

Poeiras ( ) Fumos ( ) Nenhuma das anteriores ( )

13. Para a determinação quantitativa de uma substância química, é necessário reali-


zar coletas no local de trabalho. Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )

14. Os efeitos agudos provocados pela exposição a soda cáustica são idênticos aos
efeitos produzidos a longo prazo. Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )


15. Nem todos os metais provocam efeitos sistêmicos sobre o organismo humano.
Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )


16. Os produtos químicos utilizados na galvanoplastia (recobrimento de uma fina ca-
mada de metal sobre peças) são muito agressivos aos órgãos do corpo humano.
Esta afirmação é:

Verdadeira ( ) Falsa ( ) Nenhuma das anteriores ( )

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

17. As vias de ingresso das substâncias químicas no organismo são somente:

Vias respiratórias ( ) Vias respiratórias e via cutânea ( )


Nenhuma das anteriores ( )
18. Um metal que precisa ser controlado em uma indústria de baterias de automó-
vel é:

Chumbo ( ) Magnésio ( ) Cromo ( )


19. Nas refinarias de petróleo, uma das substâncias químicas que requerem contro-
le é:

Níquel ( ) Benzeno ( ) Amônia ( )

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Riscos biológicos
Riscos biológicos são os microrganismos, os cultivos de células e os endoparasitos
humanos suscetíveis de originar qualquer tipo de infecção, alergia ou toxicidade. Em
sentido mais amplo, são todos os seres vivos, de origem animal ou vegetal, e todas
as substâncias deles derivadas presentes no posto de trabalho, que podem provocar
efeitos negativos na saúde dos trabalhadores. Esses efeitos negativos podem concre-
tizar-se em processos infecciosos, tóxicos ou alérgicos.

Classificação dos agentes

De acordo com a definição apresentada, tomando as diferenças de natureza e o modo


de ação desses agentes, pode-se estabelecer a seguinte classificação:

• organismos vivos;

• derivados de animais e vegetais.

Organismos vivos

Pertencem a diferentes grupos de microrganismos (bactérias, vírus, fungos, protozo-


ários, bacilos e parasitas). Fundamentalmente, são causadores de enfermidades infec-
ciosas ou parasitárias, podendo também desencadear processos alergênicos.

Derivados de animais e vegetais

Podem constituir o agente causal de diferentes males de tipo alérgico ou irritativo,


afetando principalmente a pele e as vias respiratórias.

Os derivados de animais são:

• excrementos;

• substâncias antigênicas (enzimas, proteínas, etc.);

• pelos, plumas, etc.

Entre os derivados vegetais, podemos citar:

• pólen;

• poeiras vegetais;

• substância antigênica (antibiótico, etc.).

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Meios de ocorrência no ambiente laboral

Os meios onde mais comumente se encontram os agentes biológicos no ambiente


laboral são:
• a água;
• o ar;
• o solo (terra);
• os animais;
• as matérias-primas.

Principais atividades com riscos biológicos

Entre as atividades laborais que apresentam riscos biológicos podem ser citadas:
• laboratórios de pesquisa e de análise clínica;
• indústria farmacêutica;
• hospitais;
• agricultura e criação de animais;
• indústria alimentícia/conservas;
• tratamento de água e de esgoto;
• serviços de limpeza urbana;
• mineração.
Formas de contaminação

Em cada uma dessas atividades, a contaminação por agentes biológicos pode se dar
de diversas formas:
Laboratórios de pesquisa e de análise clínica:
• manipulação de microrganismos patogênicos;
• contato com animais (cobaias);
• contato com fluidos biológicos, tecidos orgânicos, etc.
Indústrias farmacêuticas:
• extratos vegetais e de animais;
• enzimas, etc.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Hospitais:
• contato com paciente;
• contato com fluidos biológicos de pacientes;
• atividade em ambientes contaminados por vírus, bactérias, etc.;
• execução de limpeza de ambiente;
• contato com objetos contaminados em lavanderias, cozinhas, etc.
Agricultura e criação de animais:
• contato com animais (zoonoses);
• obtenção de produtos alimentícios vegetais;
• contato com o solo (terra);
• contato com a água (processo de irrigação, etc.).
Indústria alimentícia/conservas:
• fungos associados à matéria-prima;
• produtos diversos (tabaco, farinhas, etc.);
• manipulação de animais e derivados;
• extratos vegetais, etc.
Tratamento de água e esgoto:
• água para consumo domiciliar e industrial;
• tratamento de esgoto (residencial e industrial);
• resíduos orgânicos;
• esgoto hospitalar, etc.
Serviços de limpeza urbana:
• contato com produtos contaminados;
• contato com produtos em decomposição;
• inalação de gases tóxicos, irritantes e alergênicos, etc.
Mineração:
• contato com microrganismos;
• doenças endêmicas;
• contato com animais (zoonoses), etc.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Medidas de controle

O controle dos riscos biológicos no ambiente de trabalho requer a adoção de uma


série de medidas de caráter geral, devido à diversidade desses agentes e de suas na-
turezas.
Essas medidas compreendem basicamente um programa de medicina do trabalho
específico e uma rotina administrativa que inclua procedimentos de higiene pessoal
e limpeza, além de desinfecção de áreas e artigos.
Programa médico
• exames preventivos;
• campanhas de vacinação;
• instalação sanitária adequada, etc.
Limpeza e desinfecção
• controle de higiene pessoal;
• normas e procedimentos de ingestão de alimentos e bebidas;
• controle do ar atmosférico do ambiente laboral;
• método de limpeza do local de trabalho;
• método de desinfecção do local de trabalho e dos materiais de uso em geral;
• controle de pragas, roedores, etc.;
• procedimentos de descarte de materiais;
• aplicação/uso de autoclave, radiações ultravioletas e processo de filtração;
• equipamento de proteção individual (EPI);
• treinamento de pessoal;
• sistema de ventilação e exaustão, etc.
Atualmente, a gestão em segurança e saúde no trabalho com foco em ambientes de
atendimento à saúde deve ser orientada pela NR-32 – MTE.
Biossegurança “é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eli-
minação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvi-
mento, tecnologia e prestação de serviço visando à saúde do homem e dos animais, à
preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados” (CTbio/FIOCRUZ).
Comprovadamente, os microrganismos têm ludibriado as medidas de segurança ado-
tadas na atualidade, colocando em risco o profissional e o paciente; e a falta de cuida-
dos em relação à biossegurança tem propiciado a intensificação do ciclo de infecções
cruzadas.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

A insalubridade devida à exposição aos agentes biológicos está descrita no Anexo 14


da NR-15, Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego.

A insalubridade é determinada por avaliação qualitativa, isto é, pela análise das tare-
fas e do local onde são exercidas as atividades.

Assim, são consideradas atividades insalubres de grau máximo os trabalhos ou ope-


rações em contato permanente com:

• pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de


seu uso não previamente esterilizados;

• carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couro, pelos e dejeções de animais


portadores de doenças infectocontagiosas;

• esgotos (galerias e tanques);

• lixo urbano (coleta e industrialização).

São atividades insalubres de grau médio os trabalhos e as operações em contato per-


manente com pacientes, animais ou material infectocontagiante em:

• hospitais e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana


(aplica-se somente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como
àqueles que manuseiam objetos de uso desses pacientes não previamente este-
rilizados);

• hospitais e outros estabelecimentos destinados a atendimento e tratamento de


animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com os animais);

• laboratórios em que haja contato com animais destinados ao preparo de soro,


vacinas e outros produtos;

• laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se somente ao pessoal téc-


nico);

• gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-se somente


ao pessoal técnico);

• cemitérios (exumação de corpos);

• estábulos e cavalariças;

• locais com resíduos de animais deteriorados.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

CAPÍTULO 3
PROGRAMA DE HIGIENE
DO TRABALHO

O controle dos riscos ocupacionais requer medidas básicas, em cujo estudo e imple-
mentação os profissionais especializados em Higiene Ocupacional têm participação
fundamental.
A principal forma de controle é a elaboração e vigência de um Programa de Higiene
Ocupacional, cujo êxito depende da observação de três posturas básicas: antecipa-
ção, avaliação e medidas de controle. Segue um quadro-resumo com as posturas e o
desenvolvimento de cada uma.

Ação Desenvolvimento
Reconhecer os agentes ambientais que afetam
a saúde dos trabalhadores, o que implica o
conhecimento dos produtos, do processo e do
Antecipação
método de trabalho, fluxo do processo, leiaute
das instalações, número de trabalhadores
expostos, etc.

Realizar a avaliação quantitativa e/ou qualitativa


dos agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos postos de trabalho a serem
Avaliação
avaliados. Essa ação exige conhecimento de
avaliação, coleta de dados por aparelhos de
medição, tempo de coleta e outros.

Propor e adotar medidas visando à eliminação ou


minimização do risco proveniente no ambiente
Medidas de controle
laboral, em conformidade com os dados obtidos
nas fases anteriores.

Senac São Paulo 48


Higiene Ocupacional – Noções Básicas

Avaliação
Dois tipos de avaliação são requeridos: a quantitativa e a qualitativa.

Avaliação quantitativa

Consiste na medição dos agentes de risco em termos de exposição intermitente ou


contínua. Os dados coletados devem ser registrados de forma clara quanto aos pro-
cedimentos, às técnicas e aos valores encontrados, incluindo os tempos de medição.

Avaliação qualitativa

Consiste em observar, esclarecer e registrar de modo abrangente e preciso:


• a função do trabalhador;
• as etapas do processo operacional (método e processo de trabalho);
• os riscos ocupacionais (reconhecimento e avaliação);
• o tempo e a natureza da exposição ao risco.

Medidas de controle
As medidas de controle devem ter basicamente dois focos de ação: o ambiente e o
homem. Veja a seguir um quadro-resumo das medidas para cada um desses focos:

Focos de ação Medidas de controle


Substituição do produto tóxico, isolamento das
partes poluentes, ventilação local exaustora,
Ambiente (fonte ou trajetória)
ventilação geral diluidora, limpeza dos locais de
trabalho, etc.

Limitação do tempo de exposição, equipamentos


de proteção individual (EPIs), educação e
Homem
treinamento, exames médicos (preadmissional,
periódico e demissional).

Senac São Paulo 49


Higiene Ocupacional – Noções Básicas

CAPÍTULO 4
MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS

Com base no conhecimento dos riscos ambientais, que fundamentam a programação


de Higiene Ocupacional, é possível partir para a elaboração do Mapa de Riscos, uma
das principais atribuições da CIPA e uma ferramenta básica para quem trabalha com
prevenção na área de segurança e saúde do trabalho.
O Mapa de Riscos Ambientais é um meio de comunicação que visa informar os tra-
balhadores sobre os riscos existentes nas condições e no processo de trabalho e
possibilitar a troca e a divulgação de informações, bem como estimular participação
das pessoas nas atividades de prevenção.
O Mapa consiste na representação gráfica de um diagnóstico das condições ambien-
tais, da situação de segurança e dos riscos à saúde a que o trabalhador está sujeito
nos diversos locais de trabalho.

Elaboração
Elabora-se o Mapa de Riscos sobre o leiaute das instalações, que pode ser uma re-
presentação completa ou setorial da empresa, no qual devem ser assinaladas as po-
sições de máquinas e equipamentos, bancadas de trabalho, áreas de circulação de
pessoas e fluxo de materiais, equipamentos de proteção e combate a incêndio, bem
como indicações de áreas e outras informações que forem necessárias. A indicação
se dá por meio de círculos pintados internamente na cor padronizada do grupo ao
qual pertence o risco. Caso um local apresente mais de um tipo de agente de riscos
de igual gravidade (grande, médio ou pequeno), deve-se representá-los no mesmo
círculo, bastando dividi-lo em partes iguais ao número de riscos detectados e colorir
os espaços respectivos com as cores correspondentes.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas

O círculo, de tamanho proporcional às dimensões do leiaute (planta), indicará o grau


de risco; quanto maior o círculo, maior o risco. Visando maior clareza de informação,
recomenda-se desenhar o círculo externamente ao leiaute, ligando-o ao ponto gera-
dor do(s) agente(s) por meio de setas ou linhas.

Legislação
A Portaria no 25, de 29 de dezembro de 1994, do Departamento Nacional de Seguran-
ça e Saúde do Trabalho (DNSST), acrescenta ao quadro de atribuições (produtos e
serviços) da CIPA, a elaboração ou atualização do Mapa de Riscos Ambientais, com a
seguinte redação:

Art. 2o – Inclui na Norma Regulamentadora no 5, item 5.16, alínea o, com a seguinte redação:
5.16 – A CIPA terá as seguintes atribuições:
elaborar, ouvidos os trabalhadores de todos os setores do estabelecimento e com a co-
laboração do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho), quando houver, o Mapa de Riscos, com base nas orientações constantes do
Anexo IV, devendo o mesmo ser refeito a cada gestão da CIPA.
Parágrafo único – As orientações quanto à elaboração do referido Mapa de Riscos, a serem
incluídas na NR-5, passam a fazer parte da presente Portaria, como ANEXO.

A atual Portaria no 8/1999, referente a CIPA, manteve, em seu item 5.16, alínea a, a ela-
boração do Mapa de Riscos como uma das principais atribuições da CIPA.

Classificação dos riscos ambientais


O anexo a que se refere a alínea “o” traz a classificação dos riscos ambientais e en-
contra-se a seguir.
A classificação dos principais riscos ocupacionais é feita em grupos, de acordo com a
natureza desses riscos e a padronização das cores correspondentes.
A seguir, exemplificamos cada risco e o grupo ao qual pertence.

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GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5


VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos Riscos Riscos
Riscos de acidente
Riscos físicos químicos biológicos ergonômicos

Levantamento Máquinas e
Vibrações Fumos Bactérias e transporte equipamentos sem
manual depeso proteção

Exigência Ferramentas
Radiações
Névoas Protozoários de postura inadequadas ou
ionizantes
inadequada defeituosas

Radiações não Controle rígido Iluminação


Neblina Fungos
ionizantes de produtividade inadequada

Imposição de
Frio Gases Parasitas Eletricidade
ritmo excessivo

Trabalho em Probabilidade
Calor Vapores Bacilos turno, se de incêndio ou
trabalho noturno explosão

Substâncias
compostas
Jornada de
Pressões ou Armazenamento
trabalho
anormais produtos inadequado
prolongada
químicos
em geral

Monotonia
Animais
e atividades
peçonhentos
repetitivas

Outras situações
Outras situações
de risco que
causadoras de
poderão contribuir
estresse físico e/
para a ocorrência
ou químico
de acidentes

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Grupo 1 (Verde) – Riscos físicos


Ruídos: cansaço, irritação, dores de cabeça, dificuldade de audição, surdez temporá-
ria, surdez definitiva e trauma acústico, aumento da pressão arterial, problemas no
aparelho digestivo, taquicardia, perigo de infarto, etc.
Vibração: cansaço, irritação, dores nos membros, dores na coluna, doença do movi-
mento, artrite, problemas digestivos, lesões ósseas, lesões dos tecidos moles, lesões
circulatórias.
Calor ou frio extremo: taquicardia, aumento da pulsação, cansaço, irritação, fadiga
térmica, prostração térmica, choque térmico, perturbação das funções digestivas, hi-
pertensão.
Radiações não ionizantes: queimaduras, lesões na pele, nos olhos e em outros órgãos.
Radiações ionizantes: provocam alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais.
Umidade: doenças do aparelho respiratório, da pele e circulatórias, traumatismos por
queda.
Pressão anormal: embolia traumática pelo ar, embriaguez das profundidades, intoxi-
cação por oxigênio e gás carbônico, doença descompressiva.
Grupo 2 (Vermelho) – Riscos químicos (gases, vapores e aerodispersoides)
Os gases e vapores podem causar os seguintes efeitos:
• ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia, soda cáustica e cloro têm efeitos irritan-
tes sobre as vias aéreas superiores;
• gases como hidrogênio, nitrogênio, hélio e metano provocam efeitos asfixiantes;
• a maioria dos solventes orgânicos, como butano, propano, aldeídos, cetonas, clo-
reto de carbono, benzeno, xileno, alcoóis e tolueno, tem ação depressiva sobre
o sistema nervoso central, provocando danos aos diversos órgãos. O benzeno,
especialmente, é responsável por danos ao sistema formador do sangue.
Dentre os aerodispersoides, podemos distinguir as poeiras e os fumos, bem como
definir os problemas que causam, conforme descritos:
Poeiras minerais: provêm de diversos minerais, como sílica, asbesto e carvão mine-
ral, e provocam silicose (quartzo), asbestose (asbesto), pneumoconiose (minerais em
geral).
Poeiras vegetais: produzidas pelo tratamento industrial, por exemplo, de bagaço de
cana e de algodão, causam bagaçose e bissinose, respectivamente.
Poeiras alcalinas: provêm, em especial, do calcário, e causam doenças pulmonares
obstrutivas crônicas, como enfisema pulmonar.

Senac São Paulo 53


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Poeiras incômodas: podem interagir com outros agentes agressivos presentes no am-
biente de trabalho, tornando-os mais nocivos à saúde.
Fumos metálicos: provenientes do uso industrial de metais, como chumbo, manga-
nês, ferro, etc., causam doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metáli-
cos, intoxicações específicas, segundo o metal.
Grupo 3 (Marrom) – Riscos biológicos
Vírus: são agentes infecciosos de morfologia variada que se reproduzem apenas no
interior das células, exclusivamente a partir de elementos da célula do ser parasitário.
Provocam doenças como: sarampo, gripe, raiva, hepatite, caxumba, etc.
Bactérias: são seres minúsculos universais, podendo ser encontrados em qualquer
ambiente onde exista alimento disponível, umidade e temperatura adequada. São
responsáveis por doenças como meningite, pneumonia, cólera, sífilis, etc. Porém
nem todas são causadoras de doenças.
Protozoários: são microrganismos de vida livre transmitidos ao homem quase sempre
por vetores (insetos, na maioria das vezes), como é o caso da doença de Chagas, da
malária, da doença do sono, etc.
Fungos: são organismos que não realizam fotossíntese. Os fungos se desenvolvem
em locais quentes e úmidos. Podem ser formados por uma ou por várias células. Os
bolores (mofos) são os exemplos mais comuns de fungos. Esses organismos são os
responsáveis pelas micoses de pele, unhas, couro cabeludo, etc.
Parasitas: organismos que vivem no corpo de hospedeiros, retirando alimento para
seu sustento e causando doenças como gripe, esquistossomose, malária, etc.
Bacilos: são bactérias em forma de bastonete que podem ou não causar doenças e
epidemias. Entre as principais estão cólera, tuberculose, tétano e lepra.
Grupo 4 (Amarelo) – Riscos ergonômicos
São determinados pela falta de adaptação das condições de trabalho às característi-
cas psicofisiológicas do trabalhador.
O Ministério da Previdência Social elaborou a Norma Técnica sobre Lesões por Esfor-
ços Repetitivos (LER), criando procedimentos administrativos e periciais para a pre-
venção, a caracterização e a reabilitação profissional.
Atualmente, o Anexo 2 do Regulamento dos Benefícios da Previdência Social refere-
-se à redução da força e/ou da capacidade funcional dos membros com 6 graus de
desempenho muscular.
A terminologia “LER” está sendo substituída, por alguns especialistas e entidades,
pela terminologia “DORT” (Doenças Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho).

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O Ministério da Previdência e Assistência Social, por meio do Instituto Nacional do


Seguro Social, elaborou uma Norma Técnica sobre DORT, que constou do Diário
Oficial de 20 de agosto de 1998 e está em vigor. Trata-se de uma Norma Técnica de
Avaliação de Incapacidade para fins de benefícios previdenciários, contendo qua-
torze exemplos entre trabalhos e algumas patologias. Exemplos: bursite do cotovelo
(apoiar cotovelos em mesas), dedo em gatilho (apertar alicates e tesouras), síndrome
do túnel de carpo (digitar, empacotar).
Os tipos de lesões mais comuns são: bursite, epicondilite lateral, síndrome cervico-
bronquial, síndrome do túnel do carpo, tendinite e tenossinovite.
A Ordem de Serviço 606/98 do INSS contempla 25 patologias. Os principais sintomas
da LER/DORT são: calor localizado, choques, dor, dormência, formigamento, fisgadas,
inchações, pele avermelhada e perda de força muscular.
Fazem parte desse grupo de risco:
Trabalho físico pesado, postura incorreta e posições incômodas: cansaço, dores mus-
culares e fraqueza, além de doenças como hipertensão arterial, diabetes, úlceras,
moléstias nervosas, alterações no sono, acidentes, problemas de coluna, etc.
Ritmo excessivo, monotonia, trabalho em turnos, jornadas prolongadas e atividades
repetitivas: desconforto, cansaço, ansiedade, doenças no aparelho digestivo (gastrite,
úlcera), dores musculares, fraqueza, alterações no sono e na vida social (com refle-
xos na saúde e no comportamento), tenossinovite, diabetes, asma, doenças nervosas,
tensão, medo, ansiedade.
Grupo 5 (Azul) – Riscos de acidentes
Arranjo físico inadequado: acidentes e desgaste físico excessivo.
Máquinas e equipamentos sem proteção: acidentes graves e doenças ocupacionais.
Ligações elétricas deficientes: riscos de curto-circuito, choque elétrico, incêndio,
queimaduras, acidentes fatais.
Matéria-prima sem especificações: acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
Exemplo: manuseio de sacarias contendo cianetos.
Ferramentas defeituosas ou inadequadas: acidentes com repercussão principalmente
nos membros superiores.
Equipamento de Proteção Individual (EPI): acidente do trabalho e doenças profissio-
nais. Exemplo: utilização de respiradores químicos ao invés de respiradores mecâni-
cos ao lidar com poeiras de areia de moldagem em uma fundição.
Edificações: falta de saídas de emergência; obstáculos à livre circulação; pisos, ram-
pas, escadas, etc. mal construídos ou danificados.

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Sinalização deficiente: não-identificação de equipamentos que oferecem risco, não-


Sinalização
-delimitaçãodeficiente: não identificação
de áreas, informações de equipamentos
de segurança que etc.
insuficientes, oferecem risco, nãoa
comprometem
delimitação de áreas,
saúde ocupacional e ainformações de segurança
integridade física insuficientes,
dos funcionários. etc. comprometem
Exemplos: não alertar com a
saúde
avisos ocupacional e a integridade
que em determinado local defísica dos funcionários.
trabalho Exemplos:
deve ser utilizado não alertar
o protetor com
auricular;
avisos que emo determinado
não sinalizar piso com locaislocal de trabalho
destinados deve ser de
à passagem utilizado o protetor
pedestres; auricular;
não colocar bar-
não sinalizar
reiras o piso
para evitar com locais
a passagem dedestinados
pessoas emà local
passagem
onde de pedestres;
houve não colocar
derramamento bar-
de óleo.
reiras para evitar a passagem de pessoas em local onde houve derramamento de óleo.
Armazenamento inadequado: a obstrução de áreas por armazenamento inadequado
Armazenamento inadequado:
traz riscos de acidentes, a obstrução
quedas, incêndio,de áreas poretc.
explosão, armazenamento inadequado
Exemplo: colocação de pi-
traz
lhas riscos de acidentes,
de material diante dequedas, incêndio,
extintores explosão,
de incêndio, etc. Exemplo:
impedindo colocação
o acesso a eles. de pi-
lhas de material diante de extintores de incêndio, impedindo o acesso a eles.
Transporte inadequado: o transporte inadequado de materiais pode ocasionar aciden-
Transporte inadequado:
tes ao empregado, trazeroprejuízo
transporte inadequado
à empresa de materiais
e ao meio ambiente.pode ocasionar
Exemplo: Carga aci-
mal
dentes ao empregado,
distribuída trazer prejuízo
em uma carroceria à empresa e ao meio ambiente. Exemplo: carga
de caminhão.
mal distribuída em uma carroceria de caminhão; iluminação inadequada: fadiga, pro-
Iluminação inadequada: fadiga, problemas visuais, desmotivação e acidentes do tra-
blemas visuais, desmotivação e acidentes do trabalho.
balho.
Probabilidade de incêndio ou explosão: morte e lesões corporais causadas por vaza-
Probabilidade de incêndio ou explosão: morte e lesões corporais causadas por vaza-
mento de gases e líquidos inflamáveis, materiais combustíveis, curto-circuito, descar-
mento de gases e líquidos inflamáveis, materiais combustíveis, curto-circuito, descar-
gas elétricas atmosféricas, etc.
gas elétricas
C
a
atmosféricas, etc.
Animaispe peçonhentos: morte, lesões corporais, febre e reações alérgicas motivadas
Animaisl peçonhentos: morte, lesões corporais, febre e reações alérgicas motivadas
por ataque
a e envenenamentos, proveniente de aranhas, cobras, escorpiões, etc.
por ataque e envenenamentos, proveniente de aranhas, cobras, escorpiões, etc.
1
Abaixo, temos a representação gráfica do mapa de riscos.
Abaixo temos a representação gráfica do mapa de riscos.
1
C
a Geladeiras
p
Serviços
e Administrativos
l
a

1
Bancada de
Preparação
1
Geladeiras
Serviços
Administrativos

Bancada de
Preparação

Risco Risco Risco Número de Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de


Grande Médio Pequeno empregados Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
expostos

Riscos Químicos Riscos de Acidentes


Riscos Biológicos
Reagentes, Contato acidental com
Vírus e Bactérias
Hipoclorito de Sódio perfuro-cortantes
__________________
Risco Risco Risco Número de Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Grande Médio Pequeno empregados Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Obs.: O número que aparece no
expostos interior dos círculos corresponde ao número de trabalhadores
expostos ao risco.
N

Riscos Químicos Riscos de Acidentes


Riscos Biológicos
Reagentes, Contato acidental com
Vírus e Bactérias
Senac São Paulo Hipoclorito de Sódio perfuro-cortantes
56
__________________
Senac São Paulo 56
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Na elaboração do mapa de riscos, a parte mais importante consiste na participação


do maior número de trabalhadores na detecção dos problemas existentes no am-
biente de trabalho, na apresentação de sugestões de melhorias e na implantação des-
sas sugestões.
O mapa em si, exposto no ambiente de trabalho, tem a função de alertar os trabalha-
dores sobre os riscos que foram diagnosticados por meio de análises e observações,
bem como incentivar a busca por melhores condições para o local de trabalho.

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CAPÍTULO 5
ESPAÇOS CONFINADOS

O objetivo de abordar esse tema é o fato de que acidentes em espaços confinados


têm sido a causa da maioria das mortes nas empresas, perdendo somente para o tra-
balho em altura na construção civil. Mais de 85% dos acidentes poderiam ser evitados
se o trabalhador tivesse recebido informações de como identificar o espaço confina-
do e os riscos possíveis de serem encontrados nesses locais.
No momento, a norma que trata de espaços confinados é a NBR 14.787, da ABNT (As-
sociação Brasileira de Normas Técnicas). A Norma Regulamentadora que trata desse
tema é a NR-33, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo a ABNT NBR 14.787, espaço confinado é qualquer área não projetada para
a ocupação humana que possua ventilação deficiente para remover contaminantes,
bem como onde exista a falta de controle da concentração de oxigênio no ambiente.
Baseado nessa definição, espaço confinado pode ser descrito como o local que pos-
sua uma ou mais das seguintes características:
• atmosfera perigosa à vida e à saúde com possibilidade real de falta de oxigênio;
• contaminantes que podem intoxicar ou asfixiar quem estiver dentro do local sem
uma proteção respiratória adequada;
• acessos com paredes convergentes (que vão se fechando à medida que se pene-
tre no espaço confinado, podendo causar o aprisionamento das pessoas);
• inclinação do piso e afunilamento de seções como, por exemplo, no interior de
tubulações.
São exemplos de espaços confinados os silos de estocagem de cereais, túneis, gale-
rias, os tanques dos caminhões-tanque que transportam inflamáveis, esgotos, entre
outros. É interessante notar que os espaços confinados também podem ocorrer em am-
bientes abertos como, por exemplo nos biodigestores (biodigestor é um reservatório

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onde se coloca matéria orgânica – biomassa – misturada com água; é no seu interior
que acontece a fermentação da biomassa, dando origem ao biogás – gás metano – uti-
lizado como fonte de energia para diversas aplicações) em estações de tratamento de
água, ou no caso de grande vazamento de nitrogênio líquido altamente refrigerado.
O nitrogênio é um gás inerte que, no entanto, em caso de grandes vazamentos, ou
no interior de espaços fechados, ocupa o lugar do oxigênio, provocando a morte por
asfixia. É utilizado para fazer a purga (processo no qual o espaço confinado é manti-
do livre de contaminantes atmosféricos mediante a troca da atmosfera por meio da
injeção de ar limpo, vapor ou gás inerte, como o nitrogênio. A escolha do meio de
purga depende da natureza do contaminante existente dentro do espaço confinado)
de tubulações ou outros ambientes. Também é empregado para realizar a inertização
(processo de deslocamento de atmosfera por um gás não combustível, eliminando
uma atmosfera inflamável). Esse procedimento produz uma atmosfera IPVS (Imedia-
tamente Perigosa à Vida e à Saúde) devido à deficiência de oxigênio.
Serão citados, a seguir, exemplos de acidentes que podem ocorrer no interior de
espaços confinados:
• Engolfamento – ocorre quando uma substância sólida ou líquida finamente divi-
dida (flutuante no ar) envolve e captura completamente uma pessoa, podendo
provocar morte por asfixia.
• Soterramento – captura de uma pessoa por um líquido ou sólido deformável,
podendo resultar em morte devido à entrada de substâncias no sistema respira-
tório. Possibilidade de ficar preso e morrer por estrangulamento ou esmagamen-
to. Esse tipo de acidente já aconteceu no interior de silos de armazenamento de
cereais, onde o trabalhador que ficou em pé sobre um monte de milho em grãos
foi “afundando” na massa estocada, morrendo asfixiado.
Danos irreversíveis podem ser causados em espaços confinados, em função da falta
de oxigenação do cérebro, resultando na perda de orientação e dos sentidos. Por
exemplo, numa atmosfera rica em nitrogênio, basta que uma pessoa inspire duas
vezes para perder os sentidos.
Os riscos encontrados ao se adentrar em espaços confinados são:
• Deficiência de oxigênio (asfixia) – ocorre quando a concentração de oxigênio
encontra-se abaixo de 19,5%, sendo que abaixo de 18% o risco é considerado gra-
ve e eminente (risco grave e eminente é toda condição ambiental de trabalho que
possa causar acidente ou doença profissional com lesão grave à integridade física
do trabalhador). A deficiência de oxigênio também pode se dar por deslocamen-
to (por exemplo: vazamento de nitrogênio no espaço confinado) e consumo de
oxigênio (por exemplo: oxidação de superfície metálica no interior dos tanques).

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• Enriquecimento do oxigênio – concentração de oxigênio acima de 23,5% (por


exemplo: ventilar oxigênio para o espaço confinado).
• Intoxicação – contaminantes com concentrações acima do limite de tolerância
até a situação de concentração IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde).
Por exemplo: o limite de tolerância do ser humano ao monóxido de carbono é de
25 ppm (ppm – partes por milhão, é uma das medidas de concentração de uma
substância. Por exemplo, quando é constatado que a concentração de mercúrio
na água de um rio é igual a 4 ppm, isso significa que em 1.000.000 gramas de água
existem diluídas 4 gramas de mercúrio) e o IPVS de um determinado espaço con-
finado é de 1.200 ppm.
• Incêndio e explosão – presença de substâncias inflamáveis, tais como metano,
acetileno, gás liquefeito de petróleo (GLP), gasolina, querosene e outras.
Os equipamentos que devem ser utilizados para se adentrar em espaços confinados
são:

• equipamento de detecção de gases e vapores;


• equipamentos de ventilação mecânica;
• equipamentos de comunicação;
• equipamentos de iluminação;
• equipamentos de proteção respiratória;
• equipamentos de proteção individual;
• equipamentos de primeiros socorros.

Antes da entrada em um espaço confinado, a atmosfera interna deve ser medida por
meio de equipamentos intrinsecamente seguros (situação em que o equipamento
não é capaz de liberar energia elétrica ou térmica suficientes para, em condições
normais ou anormais, causar a ignição de uma dada atmosfera explosiva, conforme
expresso no certificado de conformidade do equipamento). Os parâmetros a serem
avaliados são os seguintes:
1. Concentração de oxigênio: é a primeira medição a ser feita. Para isso, utiliza-se
um equipamento denominado “oxímetro”.
2. Gases e vapores inflamáveis.
3. Contaminantes do ar potencialmente tóxicos.
Durante os trabalhos nos espaços confinados, as medições devem ser feitas a cada
quinze minutos, no máximo.

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Caso uma empresa possua atividades a serem realizadas em espaços confinados, tor-
na-se necessário manter uma equipe de resgate treinada para emergências. Manter
uma equipe própria treinada pode garantir um atendimento mais rápido do que o
que seria obtido com uma equipe externa de emergência, como, por exemplo, os
bombeiros.
Essa equipe deve ser treinada para atuar com os equipamentos de emergência e de
proteção individual. O treinamento de primeiros socorros deverá fazer parte da for-
mação básica.
No caso de emergências e resgates em espaços confinados, devem ser seguidos al-
guns procedimentos:
• Para cada grupo de 20 trabalhadores, 2 devem ser treinados para resgate;
• Manter ao alcance dos trabalhadores suprimento de ar e/ou equipamento de res-
piração autônoma para resgate;
• Utilizar cordas ou cabos de segurança e armaduras para amarração que possibili-
tem meios seguros de resgate.

TABELA DE DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO

Concentração de oxigênio Efeitos

Acima de 21% Atmosfera rica em oxigênio.


21% Concentração ideal de oxigênio.
Concentração mínima para uma
19,5%
entrada segura.
A chama de uma vela continua
Entre 16% e 19,5%
acesa.
Afetados o julgamento de perigo e
16%
a respiração.
Julgamento errôneo do perigo e
14%
grande aumento da fadiga.
8 minutos: 100% fatal; 6 minutos:
8% 50% fatal; 4 a 5 minutos:
recuperação com tratamento.
Dificuldade de respirar. Morte em
4%
poucos minutos.

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CAPÍTULO 6
APOSENTADORIA ESPECIAL
E PERFIL PROFISSIOGRÁFICO
PREVIDENCIÁRIO (PPP)

A aposentadoria especial é um benefício concedido aos segurados da Previdência


Social que tenham trabalhado em condições prejudiciais à saúde ou à integridade
física. Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador deve comprovar, além
do tempo de trabalho, a efetiva exposição a agentes físicos, químicos, biológicos ou
a associação de agentes prejudiciais pelo período exigido.
Assim, dependendo da atividade exercida durante a vida laboral, o trabalhador pode-
rá se aposentar aos 15, 20 ou 25 anos trabalhados.
Para saber depois de quanto tempo o trabalhador pode se aposentar em condições
especiais, deve ser consultado o quadro do Anexo IV do Decreto 3.048/99, que classi-
fica os agentes nocivos. Esse decreto aprovou o novo Regulamento de Benefícios da
Previdência Social – RBPS, sendo que o Anexo IV é proveniente do Decreto 2.172/97.
Exemplo de atividade que enseja aposentadoria especial após 15 anos de trabalho,
consultando o anexo IV do Decreto 3.048/99: trabalhos em atividades permanentes no
subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção. Nesse caso, é necessá-
rio que o trabalhador esteja exposto aos agentes físicos, químicos ou biológicos em
condições de insalubridade.
Exemplo de atividade que dá direito à aposentadoria especial após 20 anos trabalha-
dos:
ASBESTOS (amianto)
a) extração, processamento e manipulação de rochas amiantíferas;
b) fabricação de guarnições para freios, embreagens e materiais isolantes contendo
asbestos;
c) fabricação de produtos de fibrocimento;
d) mistura, cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos.

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Exemplo de atividade que dá direito à aposentadoria especial após 25 anos trabalhados:

“RUÍDO Exposição a Níveis de Exposição Normalizados (NEN) superiores a 85 dB(A)”.

Se a empresa possui atividades em que seus funcionários são expostos a agentes no-
civos que ensejem aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 de trabalho, ela deverá
pagar uma contribuição adicional, destinada ao financiamento das aposentadorias
especiais. Essa contribuição incide sobre o salário pago ao trabalhador que tem direi-
to a aposentadoria especial da seguinte forma:
a) Fatos geradores ocorridos no período de 1o de abril de 1999 a 31 de agosto de
1999:
• 4% no caso de aposentadoria especial após 15 anos de trabalho.
• 3% no caso de aposentadoria especial após 20 anos de trabalho.
• 2% no caso de aposentadoria especial após 25 anos de trabalho.
b) Fatos geradores ocorridos no período de 1o de setembro de 1999 a 29 de feverei-
ro de 2000:
• 8% no caso de aposentadoria especial após 15 anos de trabalho.
• 6% no caso de aposentadoria especial após 20 anos de trabalho.
• 4% no caso de aposentadoria especial após 25 anos de trabalho.
c) Fatos geradores ocorridos a partir de março de 2000:
• 12% no caso de aposentadoria especial após 15 anos de trabalho.
• 9% no caso de aposentadoria especial após 20 anos de trabalho.
• 6% no caso de aposentadoria especial após 25 anos de trabalho.
A comprovação do exercício de atividade especial será feita em um formulário de-
nominado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), preenchido pela empresa, ba-
seado no Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho contido em um dos
seguintes programas: PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), PCMAT
(Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção)
ou PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), quando se tratar de minerações.
Na ausência desses documentos, ou caso a empresa não esteja enquadrada na NR-1,
o PPP deverá ser elaborado com base no LTCAT – Laudo Técnico das Condições Am-
bientais de Trabalho.
O PPP está previsto no artigo 58 da Lei 8.213/91. A denominação Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP) foi criada pelo Decreto 4.032/01. Somente com a Instrução Nor-
mativa (IN) 78/02 foi aprovado o formulário do PPP.

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A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais


obedecerão ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço.
A empresa deve elaborar e manter atualizado o PPP, abrangendo as atividades de-
senvolvidas pelo trabalhador. Além disso, ela é obrigada a fornecer cópia autêntica
do PPP ao trabalhador em caso de demissão. Essa obrigação é exigida apenas para
empresas cujos empregados estejam expostos a riscos físicos, químicos e biológicos.
Nenhum profissional do SESMT que não seja engenheiro de segurança ou médico do
trabalho pode assinar o PPP. Esse documento também deve ser assinado pelo emitente,
que, no caso, pode ser o Gerente de RH ou um representante legal do empregador.
O PPP substitui os antigos formulários SB-40, DISES BE 5235, DSS-8030 e DIRBEN 8030.
Vale ressaltar, no entanto, que esses formulários continuam válidos, desde que emi-
tidos antes de 31 de dezembro de 2003, o que deverá ser comprovado pela data de
sua elaboração e emissão. O PPP foi implementado a partir de 1o de janeiro de 2004.
Na elaboração do PPP, também deve ser preenchido um campo com a sigla GFIP, que
significa Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. O GFIP
é numerado até 8, com os seguintes significados:
• Para trabalhadores com apenas um vínculo empregatício (ou uma fonte pagado-
ra), devem ser informados os códigos a seguir:
(em branco) – Sem exposição a agente nocivo: o trabalhador nunca esteve exposto.
01 – Não há exposição a agente nocivo, porém o trabalhador já esteve exposto.
02 – Exposição a agente nocivo: aposentadoria especial aos 15 anos de trabalho.
03 – Exposição a agente nocivo: aposentadoria especial aos 20 anos de trabalho.
04 – Exposição a agente nocivo: aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho.
Obs.: Esse campo não deve ser preenchido por empresas cujas atividades não expo-
nham seus trabalhadores a agentes nocivos.

• Para trabalhadores com mais de um vínculo empregatício (ou mais de uma fonte
pagadora), devem ser informados os códigos a seguir:
05 – Não exposto a agente nocivo.
06 – Exposição a agente nocivo: aposentadoria especial aos 15 anos de trabalho.
07 – Exposição a agente nocivo: aposentadoria especial aos 20 anos de trabalho.
08 – Exposição a agente nocivo: aposentadoria especial aos 25 anos de trabalho.

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Por exemplo, se um trabalhador exerce atividades em duas empresas, sendo que em


uma delas está exposto ao calor acima dos limites permitidos e na outra é vigia, os
PPPs devem ser preenchidos da seguinte forma:

• Na primeira empresa, o código deve ser 08.


• Na segunda empresa, o código será 05.

O PPP deve ser mantido atualizado magneticamente ou por meio físico, anualmente,
na mesma época em que se apresentarem os resultados da análise global do desen-
volvimento do PPRA (NR-9), PGR (NR-22), PCMAT (NR-18) e do PCMSO (NR-7)
O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de traba-
lho , deverão ser mantidos na empresa por vinte anos. A seguir, o formulário PPP.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas
Higiene Ocupacional – Noções Básicas

PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP


I – SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS

1. CNPJ do Domicílio Tributário/ CEI: 2. Nome Empresarial: 3. CNAE:

4. Nome do Trabalhador 5. BR/PDH 6. NIT

7. Data do Nascimento 8. Sexo (F/M) 9. CTPS (Nº, Série e UF) 10. Data de Admissão 11. Regime Revezamento

12. CAT REGISTRADA

12.1. Data do Registro 12.2. Número da CAT 12.1. Data do Registro 12.2. Número da CAT

13. LOTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO

13.1. Período 13.2. CNPJ/CEI 13.3. Setor 13.4. Cargo 13.5. Função 13.6. CBO 13.7. Cód. GFIP

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

14 – PROFISSIOGRAFIA

14.1. Período 14.2. Descrição das Atividades

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

II – SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS

15. EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCOS

15.1. Período 15.2. Tipo 15.3. Fator 15.4. Itens./ 15.5. Técnica 15.6. EPC 15.7. EPI 15.8. CA EPI
de Risco Conc Utilizada Eficaz (S/N) Eficaz (S/N)

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

15.9. Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados (S/N)

Foram observadas as condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante,
ajustada às condições de campo.

Foi observado o prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação-CA do MTE.

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Higiene Ocupacional – Noções Básicas
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Foi observada a higienização.

16. RESPONSÁVEL PELOS REGISTROS AMBIENTAIS

16.1. Período 16.2. NIT 16.3. Registro Conselho de Classe

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

III – SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA

17. EXAMES MÉDICOS CLÍNICOS E COMPLEMENTARES (Quadros I e II, da NR-07)

17.1. Data 17.2. Tipo 17.3. Natureza 17.4. Exame (R/S) 17.5. Indicação de Resultados

( ) Alterado
( ) Estável
___ /___ /___ ( ) Normal ( ) Agravamento
( ) Ocupacional
( ) Não Ocupacional

( ) Alterado
( ) Estável
___ /___ /___ ( ) Normal ( ) Agravamento
( ) Ocupacional
( ) Não Ocupacional

( ) Alterado
( ) Estável
___ /___ /___ ( ) Normal ( ) Agravamento
( ) Ocupacional
( ) Não Ocupacional

( ) Alterado
( ) Estável
___ /___ /___ ( ) Normal ( ) Agravamento
( ) Ocupacional
( ) Não Ocupacional

18. RESPONSÁVEL PELA MONITORAÇÃO BIOLÓGICA

18.1. Período 18.2. NIT 18.3. Registro Conselho de Classe

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

___ /___ /___ a ___ /___ /___

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IV - RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES

das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa. É de nosso conhecimento que a prestação de informações falsas neste

do trabalhador, constituindo crime, nos termos da Lei no 9.029/95, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação
para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.

19. Data de Emissão PPP 20. REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA

20.1. NIT 20.2. Nome

(Carimbo) (Assinatura)
___ /___ /___

OBSERVAÇÕES

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACGIH. Threshold Limit Values (TLVs) for Chemicals Substances. EUA: 2009.

“Pocket Guide to Chemical Hazards, NIOSH, EUA”, disponível em www.cdc.gov/niosh. Acesso em: 03
ago. 2010.

“Manual de Legislação Atlas”, 16, Portaria 3.214, de junho de 1978, Normas Regulamentadoras de
Segurança e Medicina do Trabalho, MTE, Brasil.

MACEDO, Ricardo. Manual de higiene do trabalho na indústria. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1988.

OGA, Seizi. Fundamentos de toxicologia. São Paulo: Ateneu, 1996.

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Instrução Normativa no 20, 10-10-2007.

BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Instrução Normativa no 27-04-2008, DOU de


02-05-2008.

GERGES, Samir N. Y. Ruído: fundamentos e controle. 2a ed. Florianópolis: NR, 2000.

________ Protetores auditivos. 2a ed. Florianópolis: NR, 2008.

Encyclopaedia of occupational health and safety. 4a ed. Genebra: International Labor Office, 1998. 4 v.
Disponível em: http://www.ilo.org/encyclopaedia (inglês) ou http://www.mtas.es/insht/EncOIT/Index.
htm (espanhol).

CAMPOS, Armando Augusto Martins. CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: uma nova
abordagem. 9a ed. rev. atual. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006.

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