Sunteți pe pagina 1din 9

APOIO PSICOPEDAGÓGICO E ORIENTAÇÃO

INTEGRADA AOS ESTUDANTES DE MEDICINA E


ENFERMAGEM
APOIE-ME

Projeto de Saúde Mental para estudantes de


Medicina e Enfermagem da UFU
Coordenação: equipe SEAPS
Parceria: FAMED e HCU
Apoio: PROEX, PROREH, PROGRAD
REITORIA

Elaboração do projeto: Equipe Seaps: Cristianne


Spirandeli Marques, Léia S. A. Araújo, Maria Alzira
Marçola.
Dr. Guilherme Gregório – Diretor Administrativo do
SPPM do HCU
Residente em Psiquiatria: Vanessa Fabiane Machado
Gomes
Dr. Carlos Henrique – Coordenador do curso de
Medicina

Novembro/2003

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 1


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
PROJETO APOIE-ME

Introdução

O Projeto APOIE-ME consiste de várias ações que visam prestar atendimento aos
alunos de Medicina e Enfermagem da UFU, no que se refere às questões acadêmicas,
psicológicas, psicopedagógicas, de esporte e lazer e sociais. Este projeto está vinculado ao
Programa do SEAPS “Coordenadores de Curso em Alerta” que tem por objetivos: despertar e
propiciar conhecimentos básicos na área de Saúde Mental, para que os coordenadores de
curso possam detectar e encaminhar o mais breve possível os alunos que necessitam de
atendimento psicológico e psicopedagógico; e sensibilizar os coordenadores de curso para
que se realize um acompanhamento mais próximo dos alunos, onde estes possam ser vistos,
não só como estudantes em busca de uma formação acadêmica, mas como seres humanos que
necessitam de uma formação integral.

Este projeto surgiu da constatação de que na realidade da UFU está crescente o


número de estudantes de Medicina e Enfermagem que apresentam transtornos psicológicos e
psiquiátricos que tem prejudicado significativamente o rendimento acadêmico e a qualidade
de vida destes. Esta contatação foi feita por meio dos casos detectados pela coordenação do
curso de Medicina e também pelos casos atendidos no Setor de Apoio e Orientação
Psicopedagógica – SEAPS\DIASE. Além da constatação feita por meio dos casos atendidos,
há uma demanda reprimida que precisa de atendimento para evitar o agravamento da
situação.

Na história da criação do SEAPS, antiga DIVOP-Divisão de Orientação Profissional,


em 1976, já se percebia uma preocupação com os estudantes de Medicina, pois esta foi a
primeira população-alvo atendida pelo setor. Posteriormente este atendimento ao aluno foi se
estendendo aos demais cursos de graduação e atualmente atende-se também, os de pós-
graduação da UFU, seguindo-se os critérios do setor.

Há na literatura evidências sugestivas de que uma parcela da população médica, 8% a


10%, seja um grupo de risco em relação a distúrbios emocionais. Esta vulnerabilidade
psicológica precisa ser considerada no âmbito do planejamento de atividades médicas na
graduação. Esse planejamento deve considerar que a tarefa médica apresenta caráter
altamente ansiogênico e que essa ansiedade precisa ser metabolizada, caso contrário, poderá
gerar adaptações patológicas.

Diversas pesquisas sobre as relações entre o estresse ocupacional, as ambiguidades da


profissão, o sofrimento psíquico e a saúde mental dos enfermeiros e auxiliares de
enfermagem têm sido desenvolvidas recentemente em nosso meio (ANGELO, 1989;
Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 2
Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
BIANCHI, 1992; SILVA & BIANCHI, 1992, dentre outros). Um exemplo desta assertiva
pode ser constatado em uma pesquisa sobre o trabalho de enfermeiras, realizado em um
hospital de Londres, a respeito dos efeitos do estresse associado à tarefa assistencial
(MENZIES, 1970). Nesse estudo observou-se que havia um alto nível de tensão, angústia e
ansiedade entre os enfermeiros, com faltas e abandonos da tarefa, mudanças frequentes de
emprego e uma alta frequencia de pequenos problemas de saúde que requeriam alguns dias de
ausência de trabalho.

Diante destas necessidades e constatações algumas iniciativas foram sendo realizadas,


a saber:

✔ Contatos do coordenador do curso de Medicina com as psicólogas do SEAPS, que


recebiam a demanda de alunos do curso de Medicina;
✔ Correspondência do coordenador do curso de Medicina ao SEAPS, informando sobre
o crescente número de casos de depressão no curso de Medicina e solicitando
atendimento à esta demanda;
✔ Reunião do Colegiado do Curso de Medicina em 2003, com a presença dos
participantes deste e também da Dr.a Mônica Pimenta Andrade, Dr.a Solange Moura e
da psicóloga e chefe do SEAPS-Léia Souza Alves de Araújo. Nesta reunião foi
discutido sobre o crescente número de casos de transtornos psicológicos e
psiquiátricos, com preponderância da Depressão, como quadro apresentado pelos
alunos do curso de Medicina, buscando-se aprofundar a discussão sobre os problemas
e estratégias de enfrentamento.
✔ Reunião em 17 de Novembro de 2003, entre o diretor administrativo do Hospital de
Clínicas, o coordenador do curso de Medicina, uma residente de Psiquiatria, a gerente
da DIASE e equipe SEAPS.

Assim, foram se unindo as forças para se buscar alternativas para o trabalho com os
alunos de Medicina e Enfermagem, em parceria com suas coordenações, o que será a
princípio um projeto-piloto para a atuação com os coodenadores dos demais cursos de
graduação, iniciativa que faz parte do programa “Coordenadores de curso em alerta”, que é
uma das frentes de trabalho do SEAPS\DIASE.

O Colegiado do Curso de Medicina, incluindo as Comissões de Internato e de Ensiono


(responsável pela mudança curricular) e junto ao Conselho da FAMED, entendendo que a
atuação para solucionar tais problemas, é ineficaz se se restringir à vertente assistencial, tem
investido em ações didático pedagógicas mais massivas. Entre elas, houve introdução de um
estágio em Cuidados Paliativos, de âmbito interdisciplinar, no internato, onde vivencia-se e
discute-se a finitude do ser humano, emergindo assim o enfrentamento de situações, no
Hospital do Câncer, que podem gerar dois pólos indesejáveis de atitudes por parte dos
estudantes. Um é a “frieza” reacional, tornando a forma de cinismo; a outra, desequilíbrio
emocional frente à dor e à morte.

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 3


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
Outra ação desenvolveu-se por ocasião das duas últimas semanas científicas (XV e
XVI), onde incluíram-se conferências referentes ao perfil do médico e estudante de Medicina,
suas implicações na atualidade do desenvolvimento técnico científico, aspectos éticos,
interdições de profissionais. Profissionais de reconhecido gabarito de outras instituições
foram convidados a promover tais debates.

Assim tornou-se mais aberta a abordagem inclusive das relações professor-estudante-


paciente, estrutura administrativa e acadêmica, em todos os campos, ressaltando-se o
Diretório Acadêmico e PET-Medicina.

Além disso, tornou-se rotina a identificação de estudantes com mudanças de


comportamento no cotidiano, tanto por parte dos próprios colegas, como por professores. Isso
acarretou na emergência de uma demanda até então camuflada, simulando assim, caráter
epidêmico de depressão entre os estudantes de Medicina.

Para lidar com esta realidade surgiu o projeto APOIE-ME e abaixo mostraremos
como se dará sua viabilização, os objetivos e as condições necessárisas para que se possa
desenvolver este trabalho.

Justificativa

Há inúmeras gratificações psicológcias inerentes à profissão médica. A Medicina e


uma área fascinante, de capital importância para a sociedade e, como tal, uma carreira
desejada e idealizada pelos jovens. O grau de idealização pode gerar altas expectativas que,
não correspondidas, tendem a produzir decepções e frustrações significativas, com
repercussões importantes na saúde dos estudantes.

Um ponto importante é o caráter altamente aniogênico do exercício profissional, no


qual tratar do adoecer do outro é estar em contato íntimo com este. Algumas características
inerentes à tarefa médica definem, isoladamente ou em seu conjunto, um ambiente
profissional cujo colorido básico é formado pelos intensos estímulos emocionais que
acompanham o adoecer (NOGUEIRA-MARTINS, 1991): O contato íntimo e frequente com a
dor e o sofrimento; lidar com pacientes difíceis: queixosos, rebeldes e não aderentes ao
tratamento, hostis, reivindicadores, auto-destrutivos, cronicamente deprimidos.

Na transição aluno-médico o estresse atinge seu ápice. A responsabilidade


profissional, o isolamento social, a fadiga, a privação do sono, a sobrecarga de trabalho, o
pavor de cometer erros entre outros, estão associados a diversas expressões psicológicas,
psicopatológicas e comportamentais que incluem: estados depressivos com ideação suicida,

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 4


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
consumo excessivo de álcool, uso e abuso de drogas, raiva crônica e o desenvolvimento de
um amargo ceticismo e um irônico humor negro.

Uma alta incidência de suicídio, depressão, uso de drogas, distúrbios conjugais e


disfunções profissionais tem sido apontados na literatura. Muitas das características
psicodinâmicas que podem conduzir as pessoas para a carreira médica também as predispõem
para desordens emocionais. Algumas características incluem compulsividade, rigidez,
controle sobre as emoções, retardo de gratificações e formação de fantasias irrealistas sobre o
futuro.

Assim como os estudantes de Medicina, os do curso de Enfermagem também são


desde cedo confrontados com a dor e o sofrimento, o medo de errar, plantões ou trabalho em
turnos e necessitam de acompanhamento durante sua formação.

Considerando os argumentos expostos acima a partir da literatura e principalmente a


realidade que vem acontecendo no interior da UFU, na qual têm sido detectados um crescente
aumento no número de casos de depressão, e outros transtornos psíquicos, uso de álcool e
outras drogas, um convívio altamente competitio e individualista entre os estudantes, uma
forma constante de iniciação agressiva no curso (o trote), havendo ainda, o predomínio de
formas de funcionamento idealizadas o que acarreta nos estudantes fortes cobranças internas
e externas.

Desta forma, faz-se necessário que haja no SEAPS\DIASE uma ampliação de


programas e projetos voltados para o estudante de Medicina e Enfermagem abrangendo
prevenção (atenção primária) e tratamento (atenção secundária). Neste sentido, é importante
considerar que é preciso ampliar a estrutura de recursos materiais e humanos para que se
viabilize este trabalho.

Objetivos

Geral

✔ Conhecer e compreender a prevalência de transtornos emocionais entre os estudantes


de Medicina e Enfermagem, visando subsidiar uma política de intervenção e de
formação ampliada.

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 5


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
Específicos

✔ Propiciar atendimento aos alunos de Medicina e Enfermagem da UFU, no que se


refere às questões acadêmicas, psicológicas, psicopedagógicas, de esporte e lazer e
sociais, ajudando-os a lidar com as dificuldades advindas de suas experiências
estudantis e de vida, acompanhando-os durante seu processo de formação.
✔ Desenvolver pesquisas científicas a partir das especificidades da realidade dos alunos
do curso de Medicina e Enfermagem da UFU, produzinho novos conhecimentos que
venham subsidiar as ações voltadas para essa demanda.

Metodologia

Projetos preventivos

✔ Realizar recepção em grupo aos ingressantes dos cursos de Medicina e Enfermagem


visando a apresentação ao serviço e intervenção precoce e preventiva, se necessário;
✔ Aplicação coletiva de escalas visando a detecção precoce de casos de depressão e
outros transtornos psíquicos;
✔ Grupos Operativos: programados dentro da grade horária curricular, para discutir o
papel do médico, possibilitando troca de experiências e a mobilização de recursos
para lidar com as dificuldades emergentes do contato com o doente. Possibilitar aos
estudantes a oportunidade de se expressar, discutir e receber orientação sobre as
questões psicopedagógicas que surjam no contato íntimo com o paciente;
✔ Realizar eventos esportivos e de lazer visando estimular a integração e a cooperação
entre os estudantes;
✔ Realizar encontros e palestras para os familiares dos estudantes, visando ampliar a
compreensão dos aspectos relacionados com as experiências advindas do contato com
os cursos e almejando um acompanhamento mais próximo dos familiares na vida dos
estudantes;
✔ Realizar, com equipe interdisciplinar, palestras e workshops com temas (auto-estima,
stress, drogas, AIDS, dentre outros) de interesse dos estudantes de Medicina e
Enfermagem

Projetos específicos para diagnóstico e tratamento

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 6


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
✔ Atendimento na área de psiquiatria clínica: diagnóstico e orientação terapêutica para
os casos já instalados;
✔ Atendimento psicológico individual e em grupo, conforme indicação psicodiagnóstica
e critérios do SEAPS;
✔ Orientação às famílias, quando houver necessidade;
✔ Encaminhamento de estudantes usuários de álcool e drogas para Oficina da Vida e
futuramente para o CAPSad.

Estratégias

✔ Os procedimentos serão realizados na perspectiva de ser buscar instrumentos


padronizados (entrevistas, escalas) que sirvam de subsídio para as intervenções e a
produção de pesquisas científicas. Serão buscadas parcerias com equipes nacionais
que já trabalham com tais grupos de risco.
✔ O projeto pressupõe uma metodologia que englobe a participação e discussão
constante sobre as ações e estratégias do programa, com os “atores” interessados:
colegiados de curso, CONFAMED, PROEX, DAs, DCE, SEAPS, DIASE, DIESU,
estudantes, familiares membroda da comunidade e outros. Para efetivar esta
metodologia será formado um conselho com representação de todos os participantes
indicados acima;
✔ Inicialmente o projeto-piloto será desenvolvido no curso de Medicina e
gradativamente as ações serão estendidas para o curso de Enfermagem e demais
cursos de graduação da UFU que apresentarem demandas específicas.

Estrutura do APOIE-ME

Local

✔ Os trabalhos se desenvolverão nas salas de atendimento do SEAPS, na Reitoria da


Duque de Caxias e também no Bloco G, no campus Umuarama (atual NAASS), se
houver disponibilidade do local, facilitando o acesso dos alunos e mantendo a
discrição e o sigilo;
✔ Os Grupos Operativos poderão ser realizados nas salas de aula do campus Umuarama,
mas salas do SEAPS, ou no NAASS.
✔ As atividades de esporte e lazer poderão ser desenvolvidas no campus Umuarama ou
no Centro Esportivo Universitário- no campus da Educação Física.

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 7


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
Recursos Humanos já existentes

A concretização deste projeto contará com os serviços da:

✔ Atual equipe SEAPS, que são, no momento, 03 psicólogas;


✔ DIESU (Divisão de Esporte Universitário): 02 Técnicos em desporto, dois estagiários
de Educação Física;
✔ SEAOS (Setor de Apoio e Orientação Social): 03 Assistentes Sociais;

Recursos Humanos necessários para o projeto APOIE-ME

✔ Contratação de no mínimo uma psicóloga;


✔ Manutenção das 05 bolsas-estágio, e ampliação de mais uma, perfazendo um total de
06 estagiários para o SEAPS
✔ Contratação de um médico psiquiatra, com o perfil indicado pela equipe;

Referências Bibliográficas

BALINT M. O médico, seu paciente e a doença. Rio de Janeiro\São Paulo: Livraria


Atheneu, 1988.

BOTEGA, N. J. & NOGUEIRA-MARTINS, L. A. Hipócrates doente: os dramas da


Psicologia Médica, 1997.

CASSORLA, R. M. S. Dificuldades no lidar com aspectos emocionais da prática médica:


estudo com médicos no início de grupos Balint. Revista ABP-APAL, 1994.

HAHN, M. S.; FERRAZ, M. P. T. & GIGLIO, J. S. A saúde mental do estudante


universitário: sua história ao longo do século XX. Ver. Bras. Educ. Med., 1999.

NOGUEIRA-MARTINS, J. L. A. Residência Médica: um estudo prospectivo sobre


dificuldades na tarefa assistencial e fontes de estresse. São Paulo, 1994. Tese de doutorado –
Escola Paulista de Medicina.

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 8


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br
NOGUEIRA-MARTINS, L.A. Saúde mental dos profissionais de saúde. In BOTEGA, M. J.
(org.). Prática Psiquiátrica no Hospital Geral: Interconsulta e Emergência. Porto Alegre,
Artmed Ed., 2002.

ZIMERMAN, D. E. A formação psicológica do médico. In. MELLO FILHO, J.


Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

Ψ Setor de Apoio e Orientação Psicopedagógica-SEAPS/DIASE 9


Rua Duque de Caxias, 285-Centro. Uberlândia/MG.
Tel. (034) 3239.4603/4613. E-mail seaps@proex.ufu.br

S-ar putea să vă placă și