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A EXPERIÊNCIA

VIVIDA COMO
PACIENTE DE
CÂNCER
****************
“DE FRENTE COM A
FERA”
ROSA BERG
Comunidade no Orkut
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=39220337

TEXTOS PUBLICADOS NOS BLOGS


http://quandooscabeloscaem.my1blog.com/ E
http://recantodasletras.uol.com.br/mensagens/147506
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Hoje recebi um e-mail que incentivou trazer para cá alguns


poucos textos de quando estive doente. Na época, eu
comecei a fazer um blog para mandar pro espaço a minha
fragilidade humana.
Se estes textos estão servindo para algumas pessoas, creio
que aqui poderá ter uma serventia maior
Se for pra ajudar estamos aqui.

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=469
Sobre câncer

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=122

Para fazer o download da cartilha Direitos do Paciente com Câncer

http://www.cancerdemama.com.br/
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DE FRENTE COM A FERA 17.02.2005

Viver sempre é um grande desafio.


Passamos o tempo todo procurando exercer nossos talentos
em busca fundamentalmente da tão sonhada felicidade.
E nessa luta, somos capazes de deixar para depois os
consertos dos pequenos defeitos da nossa principal máquina
que é o nosso corpo.
Comigo não seria diferente se a empresa em que trabalhei
durante vinte e sete anos, não me obrigasse a me submeter a
um exame geral anual, e com isso criar o hábito mesmo
depois de me aposentar.
Como agosto é um mês meio perdido para mim, resolvi elegê-
lo como o mês dos meus cuidados.
Tudo ok, mamografia nota 10 e saúde exemplar.
Em novembro, falando ao telefone com alguém, por um
simples acaso toquei minha axila direita e meus dedos
treinados em contar dinheiro encontraram um pequeno cisto
ou nódulo, quase imperceptível, preso por ali.Um cisto de
difícil acesso já que movimentação do braço o escondia e para
achá-lo novamente foi preciso muita manobra com o braço e
com os dedos da mão.
Num passo adiante, busquei um médico mastologista a procura
de um diagnóstico e na minha cabeça e no meu coração, de
preferência um diagnóstico a meu favor.
Entretanto, o corpo não faz favor, ele está sujeito a chuvas
e trovoadas assim como nosso alma, mas ele é mais educado e
só reclama quando não tem jeito.
E lá fui eu buscar o resultado do exame histológico de uma
pequena intervenção cirúrgica para retirada daquele nódulo. E
ao abri-lo a FERA uivou sonoramente para mim, era uma
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carcinoma ductal metastático.


Eu sabia o que era carcinoma, eu sabia o que metastático,
mas o ductal apesar de saber que era de um ducto eu não
imaginava nem de onde de onde era.
Por alguns minutos, o exame olhava para mim e eu para ele e
a sensação era de uma fera mostrando os dentes e uivando
pra mim.
Não conseguia chorar, como até hoje ainda não consegui.
Parti para o ataque a fera e fui buscar outra opinião em um
centro maior do que eu deveria ou poderia fazer.
E dai em diante minha experiência será escrita neste blog,
com a intenção total de ajudar ou dividir com outras
pessoas a certeza de que não é preciso ter medo do câncer,
é preciso combatê-lo o quanto antes possível tendo uma vida
feliz, uma vida saudável.

Rosa Berg

Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147506

UM DOS COMETÁRIOS

11/05/2006 23h28 - Clary

Querida Rosa! A seqüência dos seus depoimentos são de inestimável ajuda,


aqui ou no seu blog anterior! Por favor, não delete o anterior, só por que vc
encontrou um espaço melhor aqui para se expressar! (A propósito...
continuo na busca de mais informações sobre esta doença terrível...) Minha
mais profunda admiração e amor por sua coragem e força! Beijos mil!!!
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DE FRENTE COM A FERA 2

E A VIDA CONTINUA - 18.02.2005

"É preciso ter força, é preciso ter garra" e ainda


acrescento, é preciso ter coragem para não nos
soterrarmos quando nos descobrimos sendo devorados
por células que se reproduzem descontroladamente,
sem ao menos nos avisar disso.
Não podemos permitir que a sensação de finito nos
apague a vontade de viver e, muito menos, instalem
mágoas em nossos corações pela vida.
O câncer pode mutilar nossos corpos, mas não
podemos deixá-lo mutilar nossas almas, nossas
esperanças, nossos sonhos.
Precisamos conhecer bem esse silencioso inimigo e
suas táticas para que possamos buscar ajuda no seu
combate, assim como um soldado busca ajuda numa
guerra.
Espero, a partir de agora, fazer uma pequena parte
fazendo um diário desse tratamento.
Aprofundei, nestes três meses de "doença" minhas
leituras a respeito de tratamentos, de hospitais, de
medicamentos, além das ajudas de terapias que
podem ajudar na remissão, que eu ouso chamar de
cura, e no alívio das conseqüências das
quimioterapias, através de fisioterapias, de
6

alimentação alternativas e muito mais.


Farei um diário sobre meu tratamento, apesar de
saber que cada um é cada um, mas se de alguma
forma puder ajudar alguém,já poderei me considerar
muito feliz.
A partir daqui, todos os dias o diário estará
disponível.

Rosa Berg

Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147511
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DE FRENTE COM A FERA 3


REDESENHANDO MINHA IMAGEM -24.02.2005

Eta tratamento sem perdão!!!!!!!!


Apesar de todas as informações obtidas
através da própria internet, através
das conversas com os médicos, somente
atravessando a estrada para ver ao
vivo e a cores a paisagem.
As "fotografias" são, de fato, um
instrumento que norteiam um marinheiro
de primeira viagem. Porém, apesar de
nos prepararem para o tratamento de
câncer, nossos sentimentos só começam
a ferver, assim como a água, na
temperatura certa.
Comigo não está sendo diferente.
Ao receber o resultado da biópsia, no
inicio da caminhada contra o câncer,
não sei de onde, mas uma força interna
me moveu e continua me movendo no
sentido de não me abater ou me
soterrar diante da verdade.
Fui a luta buscando sempre todas as
informações disponíveis sobre a minha
doença, para ter conhecimento sobre as
diversas linhas de tratamento.
Optei por fazer minha cirurgia no
hospital MaterDei de Belo Horizonte,
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por ser um dos centros brasileiros de


referência no serviço de
mastologia.Logo, tecnologias e médicos
prontos para me deixarem mais
confiante. Pude contar, felizmente,
com meu plano de saúde. Descobri,
entretanto, que o SUS também propicia
esta oportunidade nos grandes centros,
e que as pessoas pouco ou nada sabem
sobre isso..
É por isso que estou aqui, esperando
poder deixar uma luz acesa para
iluminar o caminho de quem precisar.
Um primeiro choque de verdade, com o
câncer, foi o dia da minha primeira
quimioterapia, há 21 dias atrás.
Ao sentar numa cama médica muito
confortável e ao esticar o meu braço
esquerdo para receber o escalpe de uma
agulha borboleta, de cor verde, a
ficha caiu.
Um desconforto na entrega de meu corpo
a todas as drogas, para o combate de
possíveis micro-células malucas e
descontroladas, encheu-me de
insegurança. Não chegou a ser medo,
mas ficou bem perto.
Procurei lembrar, então, das crianças
que vi num hospital daqui, onde eu
estava como voluntária antes de saber
de minha doença e alimentei meu
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cérebro daquela energia onde sorrisos


escapavam das pequenas bocas, enquanto
os olhos não mentiam sobre suas dores.
Procurei pensar nas milhares de
pessoas do mundo, que não têm a
oportunidade sequer de se descobrir
doente e assim, pude agradecer a Deus
pela oportunidade.
Passado o desconforto do momento, fui
premiada por não passar, nessa
primeira vez, pelo desconforto das
náuseas. A sensação única foi da
existência de dois corpos. Um sadio e
o outro precisando de cuidados.
O que quero dizer com isto?
Que senti o desconforto de me sentir
duas em uma. Uma sensação muito, mas
muito esquisita. Não agredi meu
estômago e só me alimentei do que
tinha vontade e na hora que tinha
vontade.
Uma semana depois, já estava inteira e
iniciei a minha fisioterapia.
E o cabelo?
Cai não cai.
Descobri que nem todos os tipos de
quimioterapia derrubam os cabelos, que
isso depende das drogas usadas no
tratamento. Porém, no meu tratamento a
CARECA (alopecia) faz parte.
E quando perguntei a minha
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oncologista,aqui de Juiz de Fora, onde


faço o tratamento quimioterápico,
sobre o queda capilar,ela sorrindo,
por cima do óculos, me respondeu:
aguarde dezesseis dias e me orientou
para ir cortando o cabelo.
Cortei-o bem curtinho na primeira
semana, na segunda mandei passar
máquina 6 e no décimo oitavo dia, ao
tomar banho, à noite, meu cabelo
começou a "derreter" como disse minha
sobrinha de cinco anos.
Não foi um momento fácil, apesar de
estar preparada para ele. Os fios
desciam pelo meu corpo e os que
ficavam eu os podia tirar como se
fossem mato em terra molhada.Só me
restou assim, mandar raspar com
máquina 1 o que tinha sobrado em minha
cabeça. Olhar no espelho não foi
difícil porque nem me achei tão
esquisita como pensava que ficaria e
preferi assumir a minha CARECA , sem
perucas ou lenços, pois estes sim, me
deixam muito diferente de mim mesma.
Hoje, já é véspera da segunda e o
resto dos fios de cabelo que ficaram
resolveram se revoltar e estão
desabando.
Amanhã, decido se acabo com eles de
uma vez, ou se os deixo em paz. Tudo
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vai depender do que minha médica vai


me dizer.

Rosa Berg
Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006
Código do texto: T147515

COMETÁRIO

13/09/2007 20h40 - thais

Oi tenho 17 e a minha mãe ta passando pelo mesmo. ela descobriu a pouco


tempo que esta com cancer de mama.e ela tera de fazer quimioterapia.eu
queria saber se voce sabe os tipos de quimi que o cabelo não cai. e voce
pode mi da umas dicas de como eu posso ajudar ela??? eu espero que voce
mi responda não sei mais o que fazer. semana que vem ela começa e o ue
ta de cortar meu coração e que ela tem muitas esperanças de que ela não
ira precisar cortar o cabelo.e se ela tiver que cortar? eu to me afundando.ja
nem vou mas para escola num tenho mais paciência com ninguem.do
patada em tudo e em todos.eu to amarga,seca. eu estava pensando que se
ela tiver que raspa o cabelo eu levaria ela para passar um tempo ou fazer o
tratamento na casa ded parentes no interior e minas gerais.mais não uero
que ela se sinta um saco velho alguma coisa assim desse tipo entende?
pode mi responder se quiser. não te conheço nem sei quem voce é.mas tem
alguma coisa em vc que me faz ter esperanças em vc e na minha mãe. boa
sorte ! vou estar orando por voce e pela minha mãe.
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DE FRENTE COM A FERA 4

Alguns dias depois SÁBADO, MARÇO 05, 2005

Quando se é paciente - a paciência tem que fazer parte do dia a


dia.
Com uma semana de atraso, consegui fazer a segunda
quimioterapia.
Uma semana antes, o sistema imunológico havia se reprimido e
os leucócitos estavam baixissimos, os segmentados então, nem
se fala.
Resolvi apelar para cogumelos do sol, que sem ter nenhuma
certeza, já venho acompanhado algumas pesquisas a respeito
quanto ao aumento da imunidade.
Se verdadeiro ou não, tomei coragem e comprei este suplemento
bem carinho.
Resultados do exame de sangue, por coincidência ou não,
alteraram assustadoramente.
Talvez minha medula se protificou a mudar o rumo das coisas.
Porém, não largarei este suplemento por enquanto.
Para se ter uma idéia, os Leucócitos de 2700 foram para 5000.
Os segmentados de 352 para 2720.
Então, na dúvida ou não, continuo o tratamento, agregado a
este suplemento alimentar.
Quanto a parte vermelha do sangue, estou fazendo uma terapia
alternativa a base de suco de couve com beterraba e uma fruta.
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Além de estar comendo duas vezes por dia mamão com aveia.
Não emagreci, nem engordei, estou mantendo o peso numa boa.
Ontem fiz a segunda quimioterapia e até agora, às 17:48 não
senti nenhuma náusea, e nem o olfato ficou sensibilizado como
da outra vez.
O astral continua ótimo, apesar da Careca que resolvi assumir
dentro do possível, pois, quando saio à rua e o sol está a pique
uso um chapéu tipo caçador.
O que percebi que com chapéu ou careca não dá para passar
despercebida. O melhor é encarar e sorrir quando der de cara
com alguém lhe observando. Afinal, é uma situação diferente e
é preciso que desmitifiquemos isso, sem medo, sem angustia.
Assim, podemos ajudar quem precisar passar por isso também,
quebrando os preconceitos, fazendo da situação uma maneira
diferente de encarar a doença.
Detesto quando olham pra mim com pena. Prefiro que sorriam
para mim.
Tenho o compromisso de levar a sério o tratamento, mas
também tenho o compromisso de não tornar o câncer uma pena
de morte. A células troncos, finalmente liberadas, com toda
certeza irão mudar o rumo da humanidade e é por isso, que
quem possui uma doença grave precisa buscar energia para se
disponibilizar a recebê-las. Para isso, tem que confiar nos
nossos incansáveis pesquisadores brasileiros ,que mesmo não
sendo pagos à altura de seus trabalhos, são os nossos
verdadeiros desbravadores da saúde.
Obrigada a eles, eu me orgulho muito do trabalho e da valentia
de cada um deles.

Rosa Berg Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147521
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DE FRENTE PRA FERA 5

NA SOLIDÃO DE QUEM FALA AO VENTO -SEGUNDA-


FEIRA,MARÇO 07,2005

Sem nenhuma noção de blog, resolvi fazer um diário sobre a minha


experiência com o tratamento de câncer, após uma cirurgia de câncer
de mama, com a intenção de me ajudar a botar pra fora os meus
anseios e medos e a imprimir, para quem ajudar possa, minha
experiência com a quimioterapia, com os meus sentimentos, com as
pessoas, etc.,etc....
Hoje, já estou ha três dias pós minha segunda quimioterapia.
Nenhum enjoô, mas uma falta de ânimo que me promove a conseguir
dormir um dia quase inteiro e a noite inteira.
Um dia pouco proveitoso para mente, que neste instante também
dorme.
Um dia de uma solidão total em relação a vida, um descanso para o
corpo.
Repouso na sensação de estar num barco a mercê de ondas que me
levam e que me trazem confortavelmente.
A quimioterapia me deixa dividida em duas pessoas.
Uma que dorme e come e a outra que nem sei explicar, mas que parece
estar ao meu lado.
É como se fosse uma pororoca. As águas não se encontram. Uma fica
azul e a outra cor de barro. E a maré..............me levando.

Rosa Berg

Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147524
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DIANTE DA FERA 6

MUITO TEMPO DEPOIS TERÇA-FEIRA, MARÇO 22,


2005

Apesar de toda energia concentrada em minhas


veias, apesar de toda alegria armazenada em
meu coração, apesar de toda minha vontade de
escrever todos os dias, a ansiedade, por não
poder fazer nada durante este período de
tratamento, engole as minhas horas e me
traz uma sensação de inutilidade dos meus
dias.

Mesmo assim, não me permito ficar triste ou


com medo. Respiro fundo e deixo fluir os
pensamentos de reconstrução de uma nova fase
de minha vida.

Não é fácil, mas é preciso.


É preciso manter acesa a chama da vida
através da esperança, através da serenidade.
É preciso alimentar a fé em Deus, a cada
segundo, para seguir em frente. É preciso
olhar com coragem para o mundo que me
espera. É preciso estar inteira para que as
rachaduras não me causem vergonha, não me
encham de culpas e não destruam a certeza de
que sempre vale a pena viver.
Nada ou ninguém pode ajudar, a não ser eu
mesma.
Para isso, permito-me jogar fora tudo que
entristece minha alma e sobrevivo das boas
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palavras, das boas amizades, principalmente,


do amor e aconchego de minha família.
E é assim que deve ser. E é assim que tem
que ser

Rosa Berg

Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147527
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DIANTE DA FERA 7

Começando de Novo 13.9.05

Após tanto tempo longe do computador pelo motivo compulsório


do tratamento de um câncer de mama, não posso deixar de
sentir uma certa alegria, ou melhor dizendo, uma profunda
alegria de tentar preencher o vazio deixado pelos momentos de
encontro comigo mesma.
A inquietação que havia adormecido, volta como uma avalanche
de sentimentos que tem pressa de se manifestar.
Ah! Quantos momentos sem pensamentos recheados de reações
de sobrevivência passaram por mim? Perdi as contas.
O exercício de ficar comigo mesma e me descobrir sozinha não
foi fácil. Nem todo o exército de pessoas, filhos, pais, irmãos
e amigos do meu lado podiam estar dentro de mim para
arrancar os meus medos, os meus anseios, os meus devaneios,
as minhas limitações humanas.
Entretanto, não fosse o alimento fornecido por eles aos meus
dias contados por cada segundo, por cada minuto, por cada
hora, eu não estaria aqui.
Assim, apenas posso dizer OBRIGADA Vida, pela oportunidade
de viver.
Rosa Berg M.M.Arruda

Rosa Berg

Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147536
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LONGE DA FERA -29.04.2006


Não ouvir mais o sonoro uivo da fera é muito bom.

Para mim, pelo ao menos, passou o perigo imediato, já que


quando se teve um câncer, ninguém assina a sua cura
total, mas a minha vida retornou ao normal.

Ou????

Quase.

Durante cinco anos estarei sobre cuidados e tomando uma


droga chamada Tamoxefeno, cuja bula eu nunca deveria
ter lido.

Não descuido também de meu braço direito devido ao


esvaziamento axilar. Linfoedema (inchaço do braço) é o
risco e por causa disso, não posso mais tirar cutículas das
unhas da mão direita, não posso carregar peso, não posso
expô-lo ao calor, não posso machucá-lo.

Por sorte, sou canhota.

Em compensação, não existe nenhuma contra- indicação


para abraços e afagos.

Auto-estima recuperada, corpo voltando ao normal, porque


engordei pra caramba na época devido ao corticóide
injetável que tomava, cabelos anelados no lugar dos lisos
substituindo a alopecia (careca) e eu amando ter cabelos
cacheados.

Na verdade, nem me lembro mais da doença e da dor da


alma.

A alma que me dói, hoje, é outra e muito melhor.

O Recanto das Letras e o Cinema entraram na minha vida


como novos horizontes e novos rumos, me deram direção e
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me deram sentido para lutar por coisas novas.

Em nenhum momento me desesperei, apenas descobri que


não tinha medo de morrer, só não queria abandonar a
festa.

Depois de outubro, estarei fazendo a minha plástica


reparadora – perdi o bico do seio – o resto não foi
necessário.

E como diz a música: hoje “eu conto os dias, e conto as


horas” e não desperdiço nada.

Rosa Berg

Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2006


Código do texto: T147558

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