0 evaluări0% au considerat acest document util (0 voturi)
382 vizualizări4 pagini
Este documento discute a influência da cosmovisão dos escritores bíblicos no processo de redação dos textos sagrados. Argumenta-se que, apesar da inspiração divina, os escritores transmitiram a mensagem de Deus usando seus próprios estilos literários de acordo com sua época e cultura. Isso garantiu que a Bíblia fosse compreensível para diferentes públicos ao longo do tempo.
Este documento discute a influência da cosmovisão dos escritores bíblicos no processo de redação dos textos sagrados. Argumenta-se que, apesar da inspiração divina, os escritores transmitiram a mensagem de Deus usando seus próprios estilos literários de acordo com sua época e cultura. Isso garantiu que a Bíblia fosse compreensível para diferentes públicos ao longo do tempo.
Este documento discute a influência da cosmovisão dos escritores bíblicos no processo de redação dos textos sagrados. Argumenta-se que, apesar da inspiração divina, os escritores transmitiram a mensagem de Deus usando seus próprios estilos literários de acordo com sua época e cultura. Isso garantiu que a Bíblia fosse compreensível para diferentes públicos ao longo do tempo.
Wagner da Silva Madruga Professor: Luis Carlos Xavier ITQ Instituto Teolgico Quadrangular POA I Curso Livre de Teologia E.A.D. Hermenutica 27/08/2013
RESUMO Partindo do pressuposto que a bblia inspirada por Deus, analisado o efeito da intelectualidade e da cosmoviso dos escritores bblicos nos estilos literrios dos textos sagrados, como foi dada a revelao divina atravs dos textos e a relevncia disto no trabalho hermenutico.
Palavras-chave: cosmoviso; escritores; inspirao.
1 INTRODUO Considerando que aqueles que ouvem a mensagem de Deus so homens, nada mais inteligente da parte de Deus utilizar os prprios homens para tornar sua mensagem escrita inteligvel a qualquer ser humano. Por mais que a palavra revelada de Deus (gr. Rhema) venha ao encontro do corao daquele que a recebe, numa experincia ntima com Deus, ela precisa ser transmitida atravs da verbalizao simples, que eternizada pela palavra escrita (gr. Logos). E a palavra escrita, contm atributos divinos, como a inspirao, mas tambm conta com toda a riqueza literria que dada pelos seus escritores.
2
2 A INSPIRAO DIVINA DAS ESCRITURAS
Um dos dogmas mais importantes da igreja que a Bblia a palavra de Deus. E sendo a palavra de Deus, ela inspirada por Ele. A teoria mais plausvel sobre a inspirao das sagradas escrituras a da inspirao plenria, que considera que Deus guiou a escolha das palavras pelos escritores na redao dos textos, de acordo com a personalidade, contexto cultural e cosmoviso desses escritores. Chamamos a ateno que no utilizado o termo autores, porque parte-se do pressuposto que o Autor das escrituras Deus, os homens so meros redatores, transmissores da revelao divina. Refutamos a teoria do ditado verbal, que considera que Deus ditou palavra por palavra aos escritores. Isto anularia completamente a ao intelectual desses escritores na redao dos textos bblicos. Refutamos tambm com mais veemncia ainda a teoria do conceito inspirado, ou inspirao das ideias, que considera que Deus deu pensamentos aos escritores, que com suas prprias palavras tiveram liberdade para escrever. Com isto apenas as ideias e pensamentos seriam inspirados, as palavras no.
Assumindo como verdade a teoria da inspirao plenria, a direo e controle divinos, no processo da inspirao e redao dos textos pelos escritores, no eram uma fora fsica ou psicolgica, e no diminua, pelo contrrio, aumentava a liberdade, espontaneidade e a criatividade daquilo que escreviam (PACKER, 1998, p. 57). No significa, com isto, que o controle divino sobre os escritores era imperfeito. Pois se Ele os designou para esta sagrada tarefa, certo que os capacitou para tal. Como disse Pedro: Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Esprito Santo 1 .
Considerando a regra fundamental da Hermenutica, que a bblia a sua prpria intrprete, temos o texto clssico sobre a inspirao das escrituras: Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso, para a correo e para a instruo na justia 2 . A palavra inspirada vem do grego Theopneustos que significa expirada ou soprada por Deus. Isto revela que a Palavra saiu de dentro de Deus, para o corao dos escritores, e estes, atravs da ao direta e poderosa do Esprito Santo, registraram com maestria os orculos de Deus em pergaminhos ou papiros. Homens muito diferentes, como Moiss e Davi, Joo e Paulo, por exemplo, escreveram cada um no seu estilo
1 II Pe 1:21 Bblia Sagrada - Verso Almeida Corrigida Fiel 2 II Tm 3:16 Bblia Sagrada - Nova Verso Internacional 3
literrio, em pocas e contextos sociais diferentes, para um pblico diferente. Porm, preservaram uma unidade teolgica impressionante. Isto prova que Deus guiou todos no processo de inspirao, e a redao dos textos, contou com as lentes atravs das quais eles enxergavam o mundo: sua cosmoviso.
3 A INFLUNCIA DA COSMOVISO DOS ESCRITORES SAGRADOS NA TAREFA DE REDIGIR OS TEXTOS O termo cosmoviso ou ainda viso de mundo vem do alemo Weltanschauung, que segundo Kant 3 , significa a capacidade humana de perceber a realidade sensvel. Na prtica uma orientao que pode ser expressa como um conjunto de pressuposies que sustentamos, sobre a constituio bsica da realidade, e que fornece o fundamento sobre o qual ns vivemos, nos movemos e existimos (OLIVEIRA, 2008, p. 35). Esta cosmoviso influenciada por fatores histrico-culturais, religiosos, e pelo senso comum da poca em que se vive. Apesar de ser notria a inspirao divina das escrituras, os escritores sagrados tinham uma viso de mundo, influenciada fortemente pela sua relao com Deus e pela sua interao com a sociedade em que viviam. E esta cosmoviso foi determinante na relao Deus escritor leitor. Eles conheciam intimamente tanto um como o outro; por isto escreveram com tanta propriedade. Pode-se dizer que conhecemos a mente do escritor atravs da sua obra. Nela esto intrnsecas as opinies, sentimentos, grau de erudio, e ainda, a alma do escritor. Ao longo da histria vemos que os escritores so formadores de opinio, influenciam comportamentos e quebram paradigmas da sua poca. No caso dos escritores sagrados ntida esta evidncia, devido ao grau de influncia que exerceram e incrivelmente continuam exercendo nos nossos dias, atravs das diversas tradues e verses da Bblia. Os escritores sagrados escreveram seus livros com um propsito e pblico-alvo bem definidos, segundo a orientao de Deus. Nesse nterim, percebemos que escreveram numa linguagem adequada para este pblico. Para isto tambm houve a escolha de um gnero literrio da mesma forma adequado para tal. Como exemplo, temos Paulo escrevendo cartas para algumas igrejas, em especial, aos seus lderes, numa linguagem formal, teolgica, para ensinar. Em contraste vemos Salomo escrevendo poesias para sua esposa, num gnero e
3 Filsofo alemo Immanuel Kant (1724-1804), na sua clssica obra Crtica do Juzo. 4
linguagem bem peculiares (epitalmio). Segundo Ryken, os escritores demonstram um conhecimento literrio sofisticado atravs da forma que eles rotulam suas obras: provrbios, crnicas, cnticos, lamentaes (RYKEN, 1998, p. 159).
4 CONCLUSO importante conhecermos qual a cosmoviso dos escritores sagrados no trabalho hermenutico. Somente assim podemos compreender melhor algumas passagens bblicas. Em geral nos detemos no texto em si para a interpretao, mas quando voltamos a ateno para a figura do escritor nos deparamos com um quadro mpar. Aps a devida interpretao, confronta-se agora o extrato do estudo bblico, com a nossa prpria cosmoviso, e isto produz resultados prticos. Conclui-se que, apesar do escritor e o leitor serem pessoas muito distantes, tanto no contexto temporal quanto cultural, os princpios e valores centrais da Palavra de Deus so de carter universal e, por isso, se aplicam a todas as gentes de todas as pocas e culturas (OLIVEIRA, 2008, p. 51). E assim sendo, Deus continua falando atravs da sua palavra, e ela continua atual e inclusive superando as barreiras lingusticas das tradues, que devem ser feitas de modo a nunca perdermos o contato com o contexto dos manuscritos originais, inspirados por Deus, mas escritos por homens. 5 REFERNCIAS
OLIVEIRA, F. (2008). Reflexes crticas sobre weltanschauung: uma anlise do processo de formao e compartilhamento de cosmovises numa perspectiva teo-referente. Fides Reformata , 1, pp. 31-52. PACKER, J. J. (1998). A inspirao da Bblia. In: P. W. COMFORT (Ed.), A Origem da Bblia (1 ed.). Rio de Janeiro: CPAD. RYKEN, L. (1998). A bblia como literatura. In: P. W. COMFORT, A Origem da Bblia. (pp. 160, 161). Rio de Janeiro: CPAD.