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DIREITO CIVIL
Professor: Cristiano Chaves
03/11/2009 – Novos rumos do Direito de Família.
- FAMÍLIA -
- A família convivencial (união estável) está no parágrafo 3º, do art. 226, da CR.
- Existe hierarquia entre os núcleos familiares acima elencados? A parte final do parágrafo 3º, do
art. 226, da CR (devendo a lei facilitar sua conversão em casamento) expressa que o casamento
é mais importante do que a união estável?
Para Maria Berenice Dias não há concepção hierárquica, pois não é requisito da união
estável a sua conversão em casamento.
OBS: Sob o argumento de regulamentar a CRFB, foi editada a lei 9278/96, porém não houve a
efetiva regulamentação do parágrafo 3º, do art. 226, da CR.
OBS3: Sob o ponto de vista sucessório, o cônjuge tem direitos diferenciados em relação ao
companheiro.
- O que é família recomposta, “ensamblada” ou mosaico? São as famílias que juntam pessoas que
já possuíam famílias anteriormente. O Código Civil se limitou a aludir as famílias recompostas pelo
parentesco por afinidade.
OBS: Diferentemente de Portugal e Argentina, o nosso CC não prevê herança e alimentos entre
os parentes por afinidade.
a) O art. 217, da Lei 8112/90 determina a existência de direito previdenciário em favor do enteado.
c) A lei 11.924/09 (Lei Clodovil) acrescentou o parágrafo 8º no art. 57 da lei de Registros Públicos
e permite o acréscimo de sobrenome de padrasto ou madrasta para o enteado. Atenção! Essa
mudança de nome não gera efeitos alimentícios ou hereditários.
LFG - INTENSIVO II
DIREITO CIVIL
Professor: Cristiano Chaves
03/11/2009 – Novos rumos do Direito de Família.
OBS: A alteração supracitada não precisa de consentimento do pai ou da mãe biológica, mas o
professor Cristiano entende que se aplica no caso o art. 1.105, do CPC, devendo ser citados os
interessados no processo.
CPC, Art. 1.105. Serão citados, sob pena de nulidade, todos os interessados, bem como o
Ministério Público.
- Existe família homoafetiva? Depois de muitas discussões, está prevalecendo o caráter inclusivo
do art. 226, ou seja, as uniões homoafetivas são entidades familiares. Atenção! Dizer isso não
significa que união homoafetiva se confunde com casamento e união estável.
- É uma entidade familiar autônoma que decorre do rol exemplificativo do art. 226, da CR e do seu
caráter inclusivo.
- Então dessa união podem decorrer direitos, ou seja: alimentos, herança, acréscimo de
sobrenome e adoção pelo “casal” (Maria Berenice Dias, Caio Mário da Silva Pereira).
OBS: No REsp eleitoral 24.564/PA o TSE reconheceu a união homossexual como entidade
familiar para fins de inelegibilidade eleitoral.
OBS3: A matéria é constitucional e o STF está para julgar uma ADPF do MPF convertida em ADI,
para reconhecer a natureza familiar das uniões homoafetivas.
OBS4: A competência para processar e julgar conflitos entre uniões homoafetivas é da vara de
família.
# Famílias concubinárias:
a) Súmula 380, do STF: a concubina tem direito à partilha do patrimônio comum adquirido.
b) O concubinato não gera alimentos, mas pode gerar indenização civil por serviços domésticos e
sexuais prestados.
- Proibições ao concubinato:
a) Vedação à doação em favor da concubina, sob pena de anulabilidade (art. 550, CC);
- Exceção doutrinária: Para Maria Berenice Dias, existe uma hipótese em que o concubinato
merece proteção do direito de família. É a chamada união estável putativa (analogia do art. 1561,
do CC – casamento putativo). Isso quer dizer que a boa-fé da concubina pode gerar efeitos
familiares, ou seja, alguém está com outra pessoa, mas não sabe que ela está casada ou com
união estável com outra pessoa.
OBS: O STJ e Carlos Roberto Gonçalves entendem que mesmo com a boa-fé não se reconhece
direitos ao concubinato.
- Mas como saber quem está em situação desfavorável? Celso Antonio Bandeira de Melo disserta
sobre o chamado “discrimen”, ou seja, é a situação fática que permite o tratamento diferenciado.
- Então no caso de homem e mulher a desigualdade deve ser verificada pela situação fática, para
saber se existe ou não o discrimen:
Ex2: Art. 1736, I, do CC, fala da recusa à tutela pela mulher casada (nesse caso não há
discrimen). Isso não significa que o dispositivo seja inconstitucional, pois antes dessa etapa deve
ser feita uma interpretação conforme a constituição, ou seja, no presente caso se deve ler “as
pessoas casadas ou em união estável podem recusar à tutela”.
Ex3: Foro privilegiado da mulher para ações de separação, divórcio e anulação de casamento (art.
100, I, do CPC): muito controvertida essa situação na doutrina, senão vejamos:
- Alexandre Freitas Câmara entende que não há discrimen, pois a mulher não mereceria
tratamento diferenciado neste caso.
- Nelson Nery entende que o dispositivo é compatível com a CR, pois a mulher estaria numa
situação desfavorecida (haveria o discrimen). É a posição do STJ e de Fredie Didier.
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- O professor Cristiano entende se aplicará o art. 148, do ECA quando, na separação, houver
interesse de menor. Nesse sentido a súmula 383, do STJ:
OBS: Essa súmula traz uma regra de competência absoluta, mas o “em princípio” permite ao juiz
determinar a competência conforme o caso concreto.
- A grande maioria dos autores trabalha a igualdade entre os filhos somente no plano material e
sucessório.
OBS: Não confundir igualdade entre os filhos com proporcionalidade entre os filhos.
Ex1: Sucessão entre irmãos, ou seja, os irmãos bilaterais recebem duas vezes o que recebem os
irmãos unilaterais.
OBS: Não raro, igualdade e proporcionalidade aparentam estar em rota de colisão. Exemplo:
pensão alimentícia diferenciada para dois filhos de mesma idade, mesmo pai e de mães
diferentes, afinal de contas a proporcionalidade é que definirá o valor da pensão conforme o caso.
i) Filiação decorrente de presunção legal (pater is est): o filho da mãe casada é, por presunção, do
marido dela. (art. 1597). Essa presunção é relativa.
OBS: O art. 1597, V, é a única presunção absoluta de paternidade no direito civil brasileiro. É o
caso de fertilização in vitro autorizada pelo pai, o qual não poderá depois impugnar a paternidade.
Nesse sentido o enunciado 258 da Jornada:
258 – Arts. 1.597 e 1.601: Não cabe a ação prevista no art. 1.601 do Código Civil se a
filiação tiver origem em procriação assistida heteróloga, autorizada pelo marido nos termos
do inc. V do art. 1.597, cuja paternidade configura presunção absoluta.
OBS: Não confundir filiação com ancestralidade. A filiação é direito de família, já a ancestralidade
é direito da personalidade.
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Professor: Cristiano Chaves
03/11/2009 – Novos rumos do Direito de Família.
OBS2: O art. 48, do ECA consagra a legitimidade do menor para promover a ação de investigação
de ancestralidade, a qual só produz efeito de impedimento matrimonial.
Ex1: Filho adotivo pode entrar com essa ação contra os genitores para saber sua origem genética.
- Há uma PEC 413-C, a qual já está no Senado e deve ser aprovada até o final do ano, prevendo
expressamente o término da diferença entre separação e divórcio.
254 – Art. 1.573: Formulado o pedido de separação judicial com fundamento na culpa (art.
1.572 e/ou art. 1.573 e incisos), o juiz poderá decretar a separação do casal diante da
constatação da insubsistência da comunhão plena de vida (art. 1.511) – que caracteriza
hipótese de “outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum” – sem
atribuir culpa a nenhum dos cônjuges.
5. Responsabilidade parental: