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Burocracia empaca primeiras obras

Com verba de doações e crédito da Caixa, prefeitura espera construir 2 mil apartamentos para desabrigados
A partir do ano que vem, quando as Mercado imobiliário
casas e apartamentos da reconstrução Além da burocracia, outro obstácu-
começarem a ser entregues em Blume- lo encontrado para a viabilização dos
nau, duas mil famílias poderão por fim apartamentos foram as negociações
ao drama que se arrasta desde novem- com os proprietários dos terrenos, me- Bairro Itoupava Central
bro de 2008. Com os R$ 8,2 milhões diadas pela prefeitura. “Nada foi desa- 5.600 m²
96 apartamentos
de doações repassados pelo governo propriado, mas o acordo não poderia
estadual em abril, a prefeitura com- ser o de mercado. Se um dono pedisse
prou dez terrenos para a construção R$ 2 milhões pelo seu terreno, já invia-
das novas moradias. O financiamento bilizaria a compra dos outros” pondera
dos apartamentos será realizado atra- Mayer. Ele relata que o desastre aumen- Bairro Tribess
25.700 m²
vés do programa Minha Casa, Minha tou a especulação imobiliária no muni- 288 apartamentos
Bairro Itoupavazinha
Vida, da Caixa Econômica Federal, sob cípio, fazendo com que o valor dos ter- 6.200 m²
96 apartamentos
aprovação do cadastro da família desa- renos e dos aluguéis de imóveis subisse
brigada. Para o melhor aproveitamento drasticamente. Para Soraia Vasselai,
do espaço, a Secretaria de Habitação do delegada do Sindicato dos Corretores
município, responsável pela adminis- de Imóveis de Santa Catarina, o aqueci- Bairro Tribess
54.500 m²
tração projeto, priorizou a verticaliza- mento do mercado imobiliário de Blu- 144 apartamentos
ção das áreas. As obras foram iniciadas menau se insere em um contexto na-
em apenas um dos terrenos e a primei- cional de surgimento de programas de
ra unidade, a ser entregue no próximo crédito para construção, como o Minha
trimestre, abrigará 160 famílias. Casa, Minha Vida. Entretanto, ela re-
Evandro Mayer, arquiteto da Se- conhece que o desastre mexeu no preço
cretaria de Habitação, atribui o atraso dos terrenos da cidade “Em alguns lu-
das construções à burocracia e à bus- gares houve desvalorização de até 30%,
ca por áreas adequadas. “Têm que ser que foi compensada pela valorização de
locais passíveis de habitação, com área outras áreas. Tinha investidor achando
escriturada. Muitos terrenos da cidade que seu terreno valia ouro”. O metro Bairro Badenfurt
7.800 m²
estão localizados em áreas de risco e quadrado de algumas áreas chegou a 160 apartamentos

são negociados com contratos de ga- subir de R$ 10 para R$ 30 depois de


veta [acordos firmados diretamente novembro de 2008, mas Soraia acredi-
entre as partes, sem divisão formal do ta que um ano após os deslizamentos o
terreno]” explica. Quem determina a mercado está voltando à normalidade.
viabilidade dos terrenos é a Diretoria Atrasados, os novos complexos não
de Geologia, criada após o desastre, que têm previsão de implantação da infra-
conta com o trabalho de três técnicos. A estrutura social necessária, como esco-
equipe trabalha na ampliação e atuali- las, creches, postos policiais e de saúde.
zação do Plano Municipal de Redução Mayer afirma que o mapeamento para
Bairro Passo Manso
de Riscos, no estudo sobre a geologia essas áreas – algumas bastante distantes 7.600 m² Bairro Ponta Aguda
112 apartamentos
de Blumenau realizado entre 2006 e do local de origem das famílias – deve 10.100 m²
144 apartamentos
2008, sob encomenda do Ministério das acontecer paralelamente à construção,
Cidades. Até agora, foram analisadas mas ainda não teve início. A técnica res-
Bairro Passo Manso
cinco grandes zonas, onde já foram ponsável pela Central de Reconstrução, 20.400 m²
340 apartamentos
propostas demolições e interdições de Neusa Felizetti, avalia que a escolha da
casas. Maurício Pozzobon, biólogo da prefeitura por não desapropriar áreas
Diretoria, ressalta a importância da em regiões mais favorecidas da cidade
análise desses terrenos: “A cidade tem foi política: “É mais fácil criar guetos Bairro Passo Manso
duas unidades, norte e sul, que têm ca- que indisposição na cidade”. 14.000 m²
260 apartamentos
racterísticas completamente diferentes. Não é certo que todas as famílias
Foi feita uma avaliação em 17 grandes desabrigadas terão acesso ao finan- Bairro Progresso
áreas que, por ironia do destino, teve a ciamento da Caixa, pois os critérios de Bairro Progresso
25.200 m²
180 apartamentos
apresentação cancelada pelos desliza- avaliação do Minha Casa, Minha Vida 250.000 m²
540 apartamentos
mentos em 2008. No novo programa, são extremamente rigorosos. “Por ser
analisaremos outras 35 macro áreas”. um banco, a Caixa visa o lucro. Tem
Depois de encontradas os locais pessoas que perderam tudo no desas-

Para onde foram os R$8 milhões


para construção, uma comissão de tre, e não têm nenhum bem, por exem-
avaliação do município inspeciona a plo, para dar de garantia”, esclarece
compra antes de encaminhar os do- Mayer. Mesmo com a entrega de dois
cumentos de financiamento à Caixa mil novos apartamentos prevista pela
Econômica Federal. Enquanto isso, prefeitura, o déficit habitacional da ci-
o terreno é decretado pela prefeitura dade de 20 mil pessoas, que já existia
como uma Zona Especial de Interesse antes da tragédia, não será resolvido. Com doações repassadas pelo gover- Os apartamentos serão financiados diferentes da cidade em relação a onde
Público (ZEIS), para que determinadas O cadastro dos atingidos pelo desastre no do estado, a prefeitura de Blumenau através do programa Minha Casa, Minha moravam. Segundo Neuza Felizetti, con-
regras de zoneamento da cidade pos- conta com cerca de dez mil pessoas, comprou os terrenos para a construção Vida da Caixa Econômica Federal. sultora da Central da Reconstrução, esse
sam ser ignoradas. Para reduzir o valor e cerca de outras dez mil vivem hoje de moradias aos desabrigados. Os R$ 8,2 Por opção da prefeitura, nenhum deslocamento irá gerar “um novo grande
final e as prestações de cada unidade, em locais irregulares ou em situação milhões foram usados para a aquisição de terreno foi desapropriado, o que levou à problema [de urbanismo]”.
a Secretaria de Habitação desmembra de risco. “Como muitas outras cidade dez áreas espalhadas pela cidade, após compra de zonas na periferia da cidade, Atualmente apenas um dos prédios,
partes do terreno que não serão utili- brasileiras, em Blumenau houve uma avaliação de uma equipe da Secretaria da muitas vezes sem a infraestrutura social com capacidade para 160 famílias no bair-
zadas devido ao seu relevo irregular. As concepção equivocada de ocupação. Habitação e da Diretoria de Geologia para necessária. Alguns desabrigados pode- ro Badenfurt, começou a ser construído e
licitações para a construção das obras Não dá para resolver o problema de garantir a segurança do solo. rão, também, ser relocados para partes tem previsão de entrega para 2010.
foram abertas em abril, mas apenas em um dia para o outro”, analisa Maurí-
setembro de 2009 as construtoras sele- cio Pozzobon.
cionadas apresentaram os projetos dos
condomínios residenciais, aprovados Sofia Franco
pela Caixa em outubro. Pedro Dellagnelo

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