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TEMPO COMUM. TRIGÉSIMA QUARTA SEMANA.

TERÇA-FEIRA

93. COM OS PÉS DE BARRO


– A estátua com os pés de barro.

– A experiência da nossa debilidade.

– A nossa fraqueza, ocasião para que Deus mostre o seu poder e a sua misericórdia.

I. UMA DAS LEITURAS da liturgia propõe para a Missa de hoje uma


passagem do Livro de Daniel. O rei teve um sonho que lhe causou uma
estranha inquietação, sem que depois se lembrasse do que tinha sonhado.
Daniel, com a ajuda divina, conhece o sonho, relata-o ao rei e interpreta-o: Tu,
ó rei – diz Daniel a Nabucodonosor –, estavas olhando e parecia-te ver uma
grande estátua. Era muito grande e de um brilho extraordinário... A cabeça da
estátua era de ouro finíssimo; o peito e os braços, de prata; o ventre e as
coxas, de bronze; as pernas, de ferro; e os pés, parte de ferro e parte de barro.
Então uma pedra, sem intervirem as mãos de nenhum homem, desprendeu-se
e acertou nos pés da estátua, que ficou destruída. Tudo desmoronou: o ouro, a
prata, o bronze, o ferro e o barro ficaram reduzidos a palha que o vento leva
para fora da eira no tempo do estio... Não restou nada da estátua1.

A interpretação do sonho refere-se à sucessiva destruição dos reinos, a


começar pelo do próprio Nabucodonosor, e à chegada de um reino suscitado
pelo Deus do céu... que subsistirá para sempre2 e que derrubará os outros. É
uma profecia acerca da chegada do Messias e do seu reinado universal. Mas a
estátua pode ser entendida também como uma imagem de cada cristão:
dotado de uma inteligência de ouro, que lhe permite conhecer a Deus; de um
coração de prata, imensamente capaz de amar; e da fortaleza que lhe vem das
virtudes... Mas terá sempre os pés de barro3, e correrá o risco de cair ao chão
se se esquecer dessa fragilidade de base, da qual, por outro lado, tem farta
experiência.

Este conhecimento do frágil material que nos sustenta deve tornar-nos


prudentes e humildes. Sabemos bem como são verdadeiras as palavras de
Santo Agostinho: “Não há pecado ou crime cometido por outro homem que eu
não seja capaz de cometer por causa da minha fragilidade; e, se ainda não os
cometi, é porque Deus, na sua misericórdia, não o permitiu e preservou-me do
mal”4.

A experiência dos nossos erros torna-nos conscientes da instabilidade das


nossas disposições pessoais e da realidade da fragilidade humana: “São
muitas as tentações, muitos os tropeços que vêm ao encontro dos que querem
conduzir-se de acordo com Deus”5. A graça e os bons desejos não extirpam
completamente as relíquias do pecado, que nos inclinam para o mal.

Este conhecimento próprio terá muitas consequências para a nossa vida.


Em primeiro lugar, levar-nos-á a procurar a fortaleza fora de nós mesmos, a
procurá-la no Senhor. “Quando desejavas poder unicamente pelas tuas forças,
Deus te fez débil, para dar-te o seu próprio poder, pois não és mais do que
debilidade”6. Essa é a realidade. Por isso, “é necessário invocar o Senhor sem
descanso, com uma fé rija e humilde: Senhor, não te fies de mim! Eu, sim, é
que me fio de Ti. E ao vislumbrarmos na nossa alma o amor, a compaixão, a
ternura com que Cristo Jesus nos olha – porque Ele não nos abandona –,
compreenderemos em toda a sua profundidade as palavras do Apóstolo: Virtus
in infirmitate perficitur, a virtude se fortalece na fraqueza (2 Cor 12, 9); com fé
no Senhor, apesar das nossas misérias – ou melhor, com as nossas misérias
–, seremos fiéis ao nosso Pai-Deus, e o poder divino brilhará, sustentando-nos
no meio da nossa fraqueza”7.

II. ENSINA A IGREJA que, apesar de termos recebido o Baptismo,


permanece na nossa alma a concupiscência, o fomes peccati, “que procede do
pecado e inclina para o pecado”8. “Isto, que nos é conhecido pela Revelação
divina – afirma o Concílio Vaticano II –, concorda com a experiência. Pois o
homem, quando examina o seu coração, descobre-se também inclinado para o
mal e mergulhado em múltiplos males que não podem provir do seu Criador,
que é bom [...]. Por isso, toda a vida humana, individual e colectiva, apresenta-
se como uma luta dramática entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas. Muito
mais ainda. O homem vê-se incapaz, por si mesmo, de debelar eficazmente os
ataques do mal; e assim cada um se sente como que carregado de cadeias”9.

Temos os pés de barro, como essa estátua de que fala o profeta Daniel, e,
além disso, a experiência do pecado, das fraquezas próprias, está patente na
história do mundo e na vida pessoal de todos os homens. “Ninguém se
desprende de uma vez para sempre da sua fraqueza, solidão ou servidão,
antes todos necessitam de Cristo exemplar, mestre, libertador, salvador,
vivificador”10. Cada cristão é como um vaso de barro11: contém tesouros de
valor incalculável, mas pela sua própria natureza pode quebrar-se com
facilidade. A experiência ensina-nos que devemos afastar-nos de todas as
ocasiões de pecado; é uma demonstração de sabedoria, “pois, se nelas se
meterem, não há que fiar-se numa guerra onde tantos inimigos nos combatem
e onde somos tão fracos para nos defendermos”12.

Na sua infinita misericórdia, o Senhor quis que esta fragilidade fosse para
nosso bem. “Deus quer que a tua miséria seja o trono da sua misericórdia, e a
tua impotência a sede de todo o seu poder”13. Na nossa debilidade resplandece
o poder divino, e é um meio, talvez insubstituível, de nos unirmos mais ao
Senhor, que nunca nos deixa sozinhos. Além disso, as nossas fraquezas
ensinam-nos a olhar com compreensão para os nossos irmãos que talvez
estejam passando por maus momentos, pois – como vimos que diz Santo
Agostinho – não há falta nem pecado de homem algum que nós não possamos
cometer. E, se ainda não o cometemos, é porque a misericórdia divina nos
preservou desse mal14.
Recorramos ao Senhor, cheios de confiança: “Senhor, que não nos
inquietem as nossas misérias passadas, já perdoadas, nem tampouco a
possibilidade de misérias futuras; que nos abandonemos nas tuas mãos
misericordiosas; que levemos à tua presença os nossos desejos de santidade e
apostolado, que latejam como brasas sob as cinzas de uma aparente frieza...

“– Senhor, sei que nos escutas. Diz-lhe isso tu também”15.

III. JOÃO PAULO I conta que certa vez perguntou a uma senhora, cheia de
pessimismo pelos erros da sua vida passada, que idade tinha. Ela respondeu-
lhe que tinha trinta e cinco. “Trinta e cinco! – exclamou o Pontífice –. Mas se a
senhora pode viver ainda outros quarenta ou cinquenta anos e fazer
muitíssimas coisas boas!” Aconselhou-a a pensar no futuro e a renovar a sua
confiança em Deus. E acrescentou: “Citei-lhe então São Francisco de Sales,
que falava das nossas «queridas imperfeições». E expliquei-lhe: Deus detesta
as faltas, porque são faltas. Mas, por outro lado, ama-as, em certo sentido,
enquanto lhe dão, a Ele, ocasião de mostrar a sua misericórdia e, a nós, de
permanecermos humildes e também de compreendermos e de nos
compadecermos das faltas do próximo”16.

Se alguma vez o conhecimento das nossas fraquezas se torna mais vivo, se


as tentações se encrespam, devemos ouvir como o Senhor também nos diz:
Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que o meu poder se manifesta
por completo. E com São Paulo poderemos dizer: Portanto, de boa vontade me
gloriarei nas minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo. Por
isso, alegro-me nas minhas enfermidades, nas afrontas, nas necessidades,
nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo; porque quando sou fraco,
então sou forte17, com a fortaleza de Deus.

Ainda que sintamos que temos os pés de barro, alcançaremos uma grande
confiança se considerarmos os abundantes meios sobrenaturais que o Senhor
nos deixou para que vençamos. Ficou no Sacrário; deu-nos a Confissão para
recuperarmos a graça perdida e para aumentarmos a resistência ao mal e a
capacidade para o bem; dispôs que um Anjo nos guardasse em todos os
nossos caminhos; contamos com a ajuda extraordinária da Comunhão dos
Santos, do exemplo de tantas pessoas que procuram comportar-se como filhos
de Deus... Temos, sobretudo, a protecção de Maria, Mãe de Deus e Mãe
nossa, Refúgio dos pecadores, nosso refúgio, a quem agora recorremos
pedindo que não nos abandone.

(1) Dan 2, 31-35; (2) Dan 2, 44; (3) cfr. S. Josemaría Escrivá, É Cristo que passa n. 5; n. 181;
(4) Santo Agostinho, Confissões, 2, 7; (5) Orígenes, Homilias sobre o Exodo, 5, 3; (6) Santo
Agostinho, Confissões, 19, 5; (7) S. Josemaría Escrivá, Amigos de Deus n. 194; (8) Concílio de
Trento, Sec. 5, cap. V; (9) Concílio Vaticano II, Constituição Gaudium et spes, 13; (10) Concílio
Vaticano II, Decreto Ad gentes, 8; (11) 2 Cor 4, 7; (12) Santa Teresa, Vida, 8, 4; (13) São
Francisco de Sales, Epistolário, frag. 10; (14) cfr. Santo Agostinho, Confissões, 2, 7; (15) S.
Josemaría Escrivá, Forja, n. 426; (16) João Paulo I, Audiência geral, 20.09.78; (17) 2 Cor 12, 9-
10.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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