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GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS - UNEAL CAMPUSV - UNEAL


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O QUEBRA DE XANGÔ POR:


EDNALDO NUNES

Assim como a velha Europa teve a inquisição como forma de controle e de


ostentação do poder, Tudo, sob as bênçãos da santa madre Igreja Católica a serviço de
reis, Europa a fora. Alagoas também escreveu o seu nome nos anais da história, através
da perseguição aos adeptos de cultos afros e da destruição dos Centros onde estes se
realizavam.
Era a perseguição política alagoana fixando suas raízes na fértil terra dos
Marechais, dos coronéis, dos usineiros dos guabirus, dos “Taturanas” e dos baixos
índices em Educação e desenvolvimento humano.
Costumeiras transferências de poder entre as oligarquias mantiveram Euclides
Malta, no poder (Governador) durante doze anos. Acusado pela oposição de receber
proteção dos orixás para se manter no poder através de bruxarias feitas pelos pais e
mães de santo do xangô, especialmente por Tia Marcelina, fundadora do candomblé em
Alagoas, e a mais famosa do estado. Euclides Malta casa-se com a filha do Barão de
Traipu ampliando o seu domínio político no estado, uma vez que este é remanescente da
monarquia gozava de grande prestígio e pode político no estado. O Governador torna-se
dono de um jornal, A Tribuna, no qual publicava os expedientes do governo que lhe
traziam interesse.
Euclides Malta governou absoluto até 1909, quando teve sue poder abalado pela
oposição liderada Fernandes Lima, este com forte influência em diversos seguimentos
da sociedade, desde a elite econômica até os proletários rurais, que sob sua liderança
organizam-se para vencer as eleições contra o governador Euclides Malta. Em setembro
de 1911 Clodoaldo da Fonseca é lançado candidato a governador com Fernandes Lima
candidato a vice-governador. E como forma de minimizar o poder do governador
Euclides Malta, a oposição fazia propagandas ligando Euclides Malta aos terreiros de
candomblé. Desmoralizando-o assim, diante da opinião pública de maioria católica.
Em dezembro é criada a Liga dos Republicanos Combatentes, sob a presidência
de Manuel Luiz da Paz e com notáveis vínculos com o partido republicano pelo qual
eram candidatos a governador e vice-governador do estado, Clodoaldo da Fonseca e
Fernandes Lima respectivamente.
Em 1912 Clodoaldo da Fonseca é eleito governador tirando assim, o poder da
oligarquia Malta. O novo governo, formado pelo grupo de Fernandes Lima passa a
atacar os terreiros de xangô e seus cultos como repressão ao que se julgava que protegia
o ex-governador Euclides Malta com trabalhos de bruxaria.
Em flagrante contraste com o seu nome, Manuel Luiz da Paz, liderando a Liga
dos Republicanos Combatentes deu início àquela que seria a mais violenta forma de
repressão contra os terreiros de candomblé em Alagoas. Iniciaram pelo terreiro de
Choco Foguinho e outros que se situavam nas proximidades da sede da Liga maldita.
Expandindo depois a destruição aos demais terreiros da capital entre eles o de Tia
Marcelina, que foi espancada brutalmente. Em seu roteiro de destruição deixavam
vítimas físicas e espirituais, uma vez que vilipendiavam as imagens e os ritos dos
terreiros atacados. Até meados do século XX, prosseguem as perseguições aos terreiros
de candomblé e aos cultos afros inicialmente pela Liga dos Revolucionários
Combatentes e teve sequencia pela polícia.
Em uma sociedade de inúmeros episódios reprováveis à luz da sensatez e do
respeito Às diferenças culturais étnicas e religiosas, Alagoas não poderia deixar de
escrever o seu nome nesta lista negra. A destruição e profanação dos terreiros de xangô
em 1912; deu início a um século de abuso de poder e perpetuação da impunidade
institucional. Alagoas estrela radiosa1 será?

União dos Palmares, Julho de 2008.

1
Letra do Hino de Alagoas

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