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O documento discute o desbastamento de coleções em bibliotecas, justificando a necessidade de descarte de materiais para adequar o espaço às novas necessidades de informação, libertar espaço físico e facilitar o acesso. Também aborda critérios para o descarte como avaliação do uso, qualidade, duplicidade e deterioração.
O documento discute o desbastamento de coleções em bibliotecas, justificando a necessidade de descarte de materiais para adequar o espaço às novas necessidades de informação, libertar espaço físico e facilitar o acesso. Também aborda critérios para o descarte como avaliação do uso, qualidade, duplicidade e deterioração.
O documento discute o desbastamento de coleções em bibliotecas, justificando a necessidade de descarte de materiais para adequar o espaço às novas necessidades de informação, libertar espaço físico e facilitar o acesso. Também aborda critérios para o descarte como avaliação do uso, qualidade, duplicidade e deterioração.
que eles no podem continuar a trabalhar sob a pressuposio de que no existe limite para a quantidade de material que pode ser adquirido, organizado e armazenado.
As colees, particularmente, necessitam deste desbastamento para que possam desenvolver-se harmoniosamente. Sem ter algumas de suas partes desenvolvidas de forma aleatria, tornando-se estranhas ao conjunto.
O desbastamento da coleo um dos aspectos da gesto da coleo da biblioteca e uma consequncia natural da avaliao continua e sistemtica.
O processo de desbastamento e descarte deve ser acompanhado de polticas definindo critrios especficos para orientao das deciso.
A ALA apresenta critrios para orientar as diretrizes que podem considerar o uso, valor e qualidade, duplicidade indesejvel e deteriorizao. OBJETIVOS Adequar o desenvolvimento da coleo as necessidades curriculares e de complemento as solicitaes de professores e alunos; Libertar espao fsico para a renovao do fundo; Facilitar a recuperao e o acesso a informao; Estabelecer critrios para abate, deposito e substituio.
DESCARTE retirada total e definitiva da coleo. REMANEJAMENTO deslocamento para locais de menor acesso, onde os materiais sero acomodados mais compactamente a fim de que, embora conservados fisicamente, ocupem o menor espao possivel.
Materiais informacionais, assim como as pessoas, tem um tempo de vida util,
As bibliotecas no podem ser cemitrio de informaes insepultas JUSTIFICATIVAS A definio de que o mesmo j no preenche aquelas condies que justificaram sua aquisio, as necessidades informacionais da comunidade se modificaram. As informaes veiculadas, devido a cada vez mais rpida evoluo do conhecimento humano, ficaram desatualizadas e deixaram de apresentar grande contribuio a comunidade que a coleo busca. JUSTIFICATIVAS
Trata-se muitas vezes, de adequar o espao, disponvel na biblioteca, a crescentes necessidades de informao ao acervo, uma medida de racionalizao. PRESERVAO um conjunto de aes e estratgias de ordem administrativa, poltica e operacional que contribui, para a preservao da integridade de informaes de um bem cultural. CONSERVAO um conjunto de aes estabilizadoras que visa observar, estudar e controlar as causas de degradao dos bens culturais, com medidas de preveno, por meio de controle ambiental e de tratamentos especficos (higienizao, reparos e acondicionamento). RESTAURAO um conjunto de medidas que objetiva estabilizar ou reverter danos, fsicos ou qumicos, adquiridos pelo documento ou pelo objeto ao longo do tempo e do uso. FATORES INTERFEREM DURABILIDADE
Fsicos umidade e temperatura do ar; Qumicos agentes atmosfricos, poluentes metlicos e cidos, a cola utilizada, a gordura e o manuseio inadequado; Biolgicos material orgnico e interveno humana.
Aps o processo de avaliao desencadeia-se o processo de desbastamento ou descarte renovando os espaos para o armazenamento e contribuindo para melhorar o acesso dos usurios ao material.
O desbastamento da coleo, acontece sempre em funo de um processo constante de avaliao da coleo. CRITRIOS DO DESCARTE Avaliao quantitativa por emprstimo e consulta do uso da coleo; Avaliao qualitativa dada pelos usurios reais; Tempo mximo de permanencia de uma publicao no acervo que, sem uso, no dever exceder cinco anos a partir da data de entrada; Colees incompletas no correntes.
Os documentos do fundo local e sobre atividades e vida da instituio devem ser sempre preservados, pois constituem a memria viva da comunidade.
Descarte de livros crueldade em pas carente de leituras ?
Reportagem recente do caderno Sabtico, no jornal Estado de S. Paulo, trouxe uma notcia no mnimo alarmante. Renomada editora aventa a hiptese de dar fim a um estoque de livros que pode chegar at a dois milhes de exemplares - "algo de que a gente poderia se desfazer sem afetar em nada", diz um diretor.
Somando o excesso de publicaes em todas as editoras, o encalhe supera cinquenta milhes.
Problemas de sobras de livros no so novos. Pelo retrato do mercado editorial, o nmero de lanamentos tem aumentado mais do que o crescimento dos leitores, justamente por causa das publicaes e do marketing mais agressivo das prprias editoras de ponta.
O espao das livrarias ocupado preponderantemente por seus novos livros e o volume de ttulos serve para compensar fracassos editoriais.
Quaisquer que sejam as razes dos encalhes, e os custos da armazenagem e distribuio, parece um enorme contrassenso, que beira o absurdo, a destruio de tantos livros em um pas pobre e carente de leitura.
No h de faltar olhos em condies de l-los, tanto mais pginas que no precisam ser pagas.
A humanidade conviveu com o Index da Inquisio, com a queima de livros de nazistas e com uma sentena de morte de quem questionou a f nas pginas de um romance. Vivemos o suficiente de censura entre ns, quando at a posse de um livro foi motivo bastante para a priso e a tortura.
O aprendizado de tantos erros deve nos ensinar a quebrar obstculos entre pessoas e livros, no cri-los. Diminuir as distncias, jamais aument-las.
Vrias iniciativas procuram estimular oportunidades de vivenciar esse compartilhamento, como o "bookcrossing", em que pessoas deixam livros em lugares pblicos para que outros os encontrem e leiam, criando bibliotecas a cu aberto.
verdade que a incipiente educao brasileira pode ser hoje um impeditivo to grande leitura quanto foram as antigas proibies.
H dcadas que a educao pblica no figura entre as prioridades. Salrios de professores so constantemente aviltados, escolas chegam a ser insalubres. A qualidade do ensino patina.
Mas nada disso retira a crueldade que desperdiar, jogar ao lixo, ou s guilhotinas, milhes de pginas que no chegaram a ser lidas e que s teriam a engrandecer qualquer aprendizado. Ideias que ainda podem ser aceitas, histrias contadas ao vazio, emoes que naufragam sem ter sido divididas.
Bibliotecas carentes de oramentos generosos, escolas pblicas com livros empoeirados, leitores sedentos de boas oportunidades ao alcance de uma rede social.
Nada disso to difcil de ser encontrado para impedir um ato que mesmo sendo economicamente justificvel, no deixa de ser simbolicamente to agressivo.
Salvemos os livros. Porque, ao final das contas, eles tambm podem nos salvar.
Marcelo Semer Juiz de Direito em So Paulo. Foi presidente da Associao Juzes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essncia do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossvel" (Malheiros) e do romance "Certas Canes" (7 Letras). Responsvel pelo Blog Sem Juzo.