O CPA e os impedimentos no processo de avaliação de
desempenho. A ler com cuidado por todos os avaliadores
1.REGRA GERAL – SUBSITUIÇÃO DE AVALIADOR AUSENTE OU
IMPEDIDO Na ausência ou impedimento de qualquer dos avaliadores a que se refere o n.º 1, a avaliação é assegurada pela CCAD (nº 5 do artº 12º do Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro).
2.MEMBROS DA COMISSÃO DE COORDENAÇÃO DA AVALIAÇÃO
DO DESEMPENHO O membro da CCDA que exerça também funções de avaliador, não pode intervir na emissão do parecer daquele órgão sobre a proposta de avaliação ou a apreciação da reclamação relativa ao docente que avaliou (nº 3 do artº 13º do Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro). NOTAS: O impedimento indicado nesta norma insere-se no elenco de situações de impedimento e incompatibilidades previstas no artº 44º do CPA. Esta norma em concreto determina o impedimento do membro da CCAD no processo de emissão (elaboração, discussão e aprovação) do parecer sobre a proposta de avaliação relativa ao docente que avaliou. Por maioria de razão, o mesmo se aplica nos casos de reclamação. Outro tanto, é evidente, se a proposta de avaliação ou reclamação disserem respeito ao próprio.
Os membros da CCAD estão impedidos de intervir na emissão de
parecer sobre validação e/ou reclamação: a) Em que tenham intervindo como avaliadores. [alíneas d) e g) do nº 1 do artº 44º do CPA] [d) Quando tenha intervindo no procedimento como perito ou mandatário ou haja dado parecer sobre questão a resolver.] [g) Quando se trate de recurso de decisão proferida por si. Exemplo 01: O presidente do conselho executivo está impedido de intervir, se for presidente do conselho pedagógico, nos trabalhos da CCAD em todas as situações de validação/reclamação que incidam sobre processos de avaliação em que participou como avaliador. Exemplo 02: O presidente do conselho executivo está impedido de intervir, se for presidente do conselho pedagógico, nos trabalhos da CCAD em todas as situações de validação/reclamação que incidam sobre processos de avaliação em que tenha sido avaliador o seu cônjuge ou aquele com quem viva em união de facto ou algum dos seus: Linha recta: avô/avó (2º grau ascendente), pai/mãe (1º grau ascendente), filho/filha (1º grau descendente), neto/neta (2º grau descendente); Linha colateral: irmão/irmã (2º grau colateral) [O mesmo para os parentes afins correspondentes]. b) Relativas à sua própria avaliação. [alínea a) do nº 1 do artº 44º do CPA] [a) Quando nele tenha interesse, por si, como representante ou como gestor de negócios de outra pessoa]. c) Em que o avaliado seja seu cônjuge ou aquele com quem viva em união de facto, parente ou afim em linha recta ou até 2º grau da linha colateral, bem como pessoa com quem viva em economia comum. d) Em que o avaliado ou o seu cônjuge ou aquele com quem viva em união de facto contra ele, seu cônjuge ou aquele com quem viva em união de facto ou parente em linha recta, tenham intentado acção judicial. [alínea f) do nº 1 do artº 44º do CPA] [f) Quando contra ele, seu cônjuge ou parente em linha recta esteja intentada acção judicial proposta por interessado ou pelo respectivo cônjuge]. Exemplo: Os membros da comissão estão impedidos de intervir nos processos daqueles avaliados que contra eles, seus cônjuges ou aqueles com quem vivam em união de facto, ou parentes em linha recta, o próprio avaliado ou respectivo cônjuge ou aquele com quem viva em união de facto tenham intentado acção judicial.
AVALIADORES Importa referir que os impedimentos referidos nas notas anteriores para os membros da CCAD se aplicam igualmente aos professores avaliadores.
IMPEDIMENTO DECORRENTE DE INCOMPATIBILIDADE DE
FUNÇÕES Em face das competências de instaurar processo disciplinar e nomear instrutor atribuídas ao órgão de administração e gestão do estabelecimento de ensino ou educação pelo artº 115 do Estatuto da Carreira Docente podem ocorrer os seguintes incidentes procedimentais configurando situações de impedimento: a) O avaliador ou membro da CCAD que tenha sido designado instrutor ou tenha proferido decisão de instaurar processo disciplinar encontra-se impedido de intervir no processo de avaliação de avaliando sobre o qual aquele processo tenha instaurado ou a decisão proferida. b) O avaliador ou membro da CCAD a quem tinha sido instaurado processo disciplinar encontra-se impedido de participar na avaliação do autor da instauração do processo e do instrutor do mesmo processo.
INCIDENTES DE ESCUSA E SUSPEIÇÃO
Para além das situações de impedimento devem ainda, sobre as garantias de imparcialidade, ser consideradas as categorias da “escusa” e a “suspeição” constantes do artº 48º do Código do Procedimento Administrativo. A “escusa” ou “dispensa” é desencadeado pelo próprio, que formalmente solicita a dispensa de intervir no procedimento, enquanto que na “suspeição” o incidente é suscitado por terceiro interessado no procedimento. Enquanto que as circunstâncias de facto que determinam o impedimento são taxativas – tipologicamente fixadas e delimitadas – as que justificam, ou podem justificar, a “escusa” ou a “suspeição” devem ser Página 7 de 7 procuradas, não apenas nas alíneas do 1º do artº 48º do CPA, mas no texto do seu corpo, de acordo com o qual o “titular do órgão ou agente deve pedir dispensa (nº 1) ou o interessado suscitar “suspeição” (nº 2) quando se verifique situação “pela qual possa razoavelmente suspeitar-se da sua isenção ou rectidão da sua conduta” no processo. Exemplo 01: O presidente do conselho executivo enquanto avaliador (O avaliando ou terceiro interessado) pode entender ter razões para pedir escusa (para suscitar suspeição) em intervir (da intervenção) no processo de avaliação dos vice-presidentes apresentando a grande intimidade na relação pessoal/profissional como circunstância prejudicial à sua isenção e rectidão no que houver que decidir no decurso do processo de avaliação. Exemplo 02: O avaliador (O avaliando) pode pedir escusa (suscitar suspeição) em intervir (da intervenção) no processo de avaliação de determinado avaliando apresentando a existência de grande inimizade/conflito grave como circunstância prejudicial à sua isenção e rectidão no que houver que decidir no decurso do processo de avaliação. Exemplo 03: O membro da CCAD (O avaliando ou terceiro interessado) pode pedir escusa (suscitar suspeição) em intervir (da intervenção) no processo de validação/reclamação de determinado avaliando apresentando a existência de contenda/disputa efectiva (não judicial, porque esta é contemplada como causa de impedimento) como circunstância prejudicial à sua isenção e rectidão no que houver que decidir no decurso do processo de avaliação.
NORMAS E PROCEDIMENTOS COMUNS
Importa também no contexto destas categorias referir, não isentando a consulta do CPA, as seguintes normas e procedimentos: a) Os pedidos de escusa ou suspeição devem ser dirigidos, por escrito se tal for exigido, à entidade com competência para dele conhecer (presidente do conselho executivo, conselho executivo, presidente do conselho pedagógico, comissão de coordenação – ver alínea f) da nota 5.2D anterior) com a indicação precisa dos factos justificativos. [nº1 e 2º do artº 49º do CPA] [Nos casos previstos no artigo anterior, o pedido deve ser dirigido à entidade competente para dele conhecer, indicando com precisão os factos que o justifiquem.] [O pedido do titular do órgão ou agente só será formulado por escrito quando assim for determinado pela entidade a quem for dirigido]. b) Haverá obrigatoriamente audição da entidade visada quando se tratar de pedido (suspeição) de terceiro interessado. E neste caso o pedido deverá ser apresentado por escrito. [nº 3º do artº 49º do CPA] [Quando o pedido seja formulado por interessados no procedimento, acto ou contrato, será sempre ouvido o titular do órgão ou o agente visado]. c) A decisão sobre os pedidos de escusa e suspeição é proferida no prazo de oito dias. Lisboa, 04