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Trabalho de AEC (Apoio ao Estudo) efectivo com alunos :45 minutos = 1 tempo.
Tem uma redução de 45 minutos semanais, tempo no qual tem que cumprir as tarefas e
cargos seguintes:
Tenho uma turma de 7º ano, uma de oitavo, tenho duas turmas de CEFS. Como se não
bastasse ainda sou Directora de Turma do 7º ano, estou no plano da acção da
Matemática e a minha escola aderiu aos novos programas de Matemática.
Não sei que fazer com tanto papel. Na sexta-feira fui almoçar à 16 horas. Tenho
trabalhado uma média de 10 horas por dia (incluindo as aulas que tenho de
preparar).
Como poderei ter sanidade mental para ensinar matemática a duas turmas de CEF com
meninos problemáticos?
Uma professora magoada e cansada por não conseguir fazer aquilo que mais gosta ,
ensinar.
Cristina Bastos
Texto III. Questões que afectam a qualidade do ensino. A carga horária excessiva é
uma delas
As questões que mais afectam a qualidade do ensino não são, como é óbvio, o
estatuto da carreira nem a avaliação dos docentes. São o estatuto do aluno, a
perda da autoridade dos professores, o definhar da gestão democrática, a carga
burocrática, os horários de trabalho com cargas excessivas, a formação contínua
fora de horas e aos sábados, dada por turboformadores e vendilhões de receitas, e
a complexidade curricular.
E sobre isto pode não haver consensos e é provável que a ministra da educação e a
sua entourage se deixem contaminar pelo poder difuso do eduquês. Aliás, o eduquês
alimentou-se, nas duas últimas décadas, à custa da crescente complexidade e
dispersão curricular, tomando de assalto a maioria dos grupos de trabalho e
comissões criadas pelas várias estruturas centrais e regionais do Ministério da
Educação. Onde o eduquês cai, cresce a burocracia.
A lei que estabelece o estatuto do aluno tem de ser substituída por um diploma que
se limite a restaurar a autoridade dos professores dentro das salas de aula, a dar
instrumentos de acção aos directores das escolas para travarem e reprimirem os
comportamentos violentos, a linguagem imprópria na sala de aula e as agressões
verbais e físicas a professores e a alunos.
A gestão democrática tem de ser restaurada, permitindo que as escolas optem por
órgãos executivos colegiais ou unipessoais e criando um equilíbrio no conselho
pedagógico entre membros designados pela direcção executiva e membros eleitos
pelos grupos disciplinares.
O que se passa com as acções de formação contínua, quase todas fora de horas e aos
sábados, é um escândalo pouco divulgado.
O negócio das acções de formação contínua pode ser bom para encher os bolsos de
alguns turboformadores, especialistas em quase tudo e em coisa nenhuma, mas
tornou-se um tormento para a maioria dos professores que as têm de pagar do seu
bolso e são obrigados a frequentá-las à noite, depois de jornadas de oito e mais
horas de trabalho, ou aos sábados, roubados ao convívio familiar.
Quanto às acções de formação, que o António refere, pelo que oiço dizer
(tenho-me baldado à formação) mais interessante ainda do que o tempo das ditas é
o(s) trabalho(s) exigido. Talvez hábito e treino para os porta-folhas. Muita papel
e muitas horinhas preciosas. Quanto à ADD não digo nada. De momento não merece uma
gota de suor. Estou em período de nojo. Mmottamoreira dixit