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O filme "O Homem que Virou Suco" retrata a realidade da migração nordestina para o Sudeste nas décadas de 1960 e 1970 através da história de Deraldo. Ele passa por subempregos destinados aos nordestinos, sentindo-se "espremido" ao tentar se adaptar aos novos métodos de trabalho. Apesar disso, Deraldo luta para manter sua identidade cultural e questiona a exploração do trabalho. Assim, o filme critica a sociedade capitalista que trata os trabalhadores como mercadoria
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Titlu original
Serviço Social 2 - Dissertação o Homem Que Virou Suco.pdf
O filme "O Homem que Virou Suco" retrata a realidade da migração nordestina para o Sudeste nas décadas de 1960 e 1970 através da história de Deraldo. Ele passa por subempregos destinados aos nordestinos, sentindo-se "espremido" ao tentar se adaptar aos novos métodos de trabalho. Apesar disso, Deraldo luta para manter sua identidade cultural e questiona a exploração do trabalho. Assim, o filme critica a sociedade capitalista que trata os trabalhadores como mercadoria
O filme "O Homem que Virou Suco" retrata a realidade da migração nordestina para o Sudeste nas décadas de 1960 e 1970 através da história de Deraldo. Ele passa por subempregos destinados aos nordestinos, sentindo-se "espremido" ao tentar se adaptar aos novos métodos de trabalho. Apesar disso, Deraldo luta para manter sua identidade cultural e questiona a exploração do trabalho. Assim, o filme critica a sociedade capitalista que trata os trabalhadores como mercadoria
DEPARTAMENTO DE SERVIO SOCIAL DISCENTE: SAMUEL FERREIRA DA SILVA CALADO DISCIPLINA: SERVIO SOCIAL II PROFESSOR: FTIMA LUCENA RECIFE, 28 DE JUNHO DE 2013.
DISSERTAO REFERENTE AO FILME O HOMEM QUE VIROU SUCO COM
BASE NAS QUESTES SOLICITADAS PARA A TURMA: A SAGA DE DERALDO NOS TEMPOS MODERNOS DO BRASIL: O ADMIRVEL GADO DE VIDA SEVERINA QUE ESPREMIDO COMO SUCO POR UM SISTEMA EXPLORADOR
O filme O homem que virou suco, obra de Joo Batista, um verdadeiro
clssico do cinema nacional, uma vez que se utiliza de uma refinada ironia sarcstica para denotar a realidade da sociedade paulista da poca em meados das dcadas de 60 e 70 com a intensa migrao nordestina para o sudeste - expondo atravs da saga do paraibano Deraldo a luta dos retirantes para sobreviver no mundo moderno e o enfrentamento de suas dificuldades para adaptar-se ao sistema composto por tcnicas inovadoras que condicionavam o homem incapacidade de pensar, transformar e compartilhar. Ao ser confundido com um empregado cearense chamado Severino - pai de famlia que assassinou seu patro aps tentar adequar-se ao sistema sendo um funcionrio padro e ter sua vida esmagada pelo sistema explorador - o personagem principal vivencia a questo de ser um cidado em um perodo to turbulento de crises na classe trabalhadora que tem em sua sntese o desconforto do esmagamento de seres humanos como verdadeiras laranjas quando submetidos s novas condies de trabalho. 1
O paraibano passa por subempregos destinados a grande massa nordestina - que
vista pela sociedade como inferior - onde se sente espremido na tentativa de adaptar-se as novas tcnicas de trabalho, assim como as burocracias referentes s instituies, cultura e novo modo de vida baseado na opresso e explorao do proletariado, causando um verdadeiro choque cultural do trabalho. Todavia, ele apesar de buscar adaptar-se a sociedade massificadora e se comportar de acordo com as regras da cidade grande, no se desfaz de sua identidade cultural lutando contra a questo da desvalorizao do trabalho livre e intelectual que at ento exposto pela sociedade como instvel diante de um emprego fundamentado em salrios regulares onde os funcionrios so controlados e oprimidos. O longa metragem alm de Deraldo embasa tambm a ideia de subemprego aos migrantes e o condicionamento marginalidade bem exposta na cena aonde uma lanterna vai revelando mulheres, crianas e trabalhadores vistos pela sociedade como uma populao marginalizada, assim como tambm denota a problemtica da baixa escolaridade e do analfabetismo comum populao onde, em sua maioria no possuam nem mesmo a habilidade da leitura funcional. Partindo do pressuposto de que o ser humano sem a arte torna-se parte da arte sem o ser, pode-se dizer que este filme atravs de toda sua fundamentao sociopoltica possui os mesmo propsitos de Tempos Modernos de Charlie Chaplin em suas respectivas pocas, uma vez que ambos expem uma revolta metafrica a uma sociedade cruel capitalista que explora o proletariado com o nome de progresso, agindo como verdadeira devoradora ou esmagadora de vidas, dessa forma apropriandose dos meios de produo e do capital e estimulando a desigualdade social, sempre enxergando o trabalhador como gado domesticado. Sobre essa concepo, pode-se citar as canes Admirvel Gado Novo e Cidado compostas pelo cantor e compositor Z Ramalho assim como tambm Fbrica por Renato Russo:
Vocs que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro duro tanto ter que caminhar E dar muito mais do que receber
Trecho extrado da cano Admirvel Gado Novo,
Z Ramalho
Essa dor doeu mais forte
Por que que eu deixei o norte Eu me pus a me dizer L a seca castigava Mas o pouco que eu plantava Tinha direito a comer Trecho extrado da cano Cidado, Z Ramalho
Nosso dia vai chegar,
Teremos nossa vez. No pedir demais: Quero justia, Quero trabalhar em paz. No muito o que lhe peo Eu quero um trabalho honesto Em vez de escravido. Trecho extrado da cano Fbrica, Z Ramalho
Nota-se por meio das citaes expostas anteriormente a indignao sob a
explorao da modernidade no trabalho e a condio marginalizada e sub-humana do nordestino no sudeste, sendo este um povo que busca fugir da ignorncia e que sonha com uma vida melhor dentro de suas celas/trabalhos esmagadoras mantendo sempre a coragem de continuar pensando e buscando transformar a sociedade e a concepo de que a cultura deve ser defendida uma vez que ela tem uma papel muito importante na autopercepo e ressignificao social.