Comentário ao trabalho de análise crítica ao Modelo de
Auto-avaliação elaborado pelo formando Francisco Abreu
Começo por referir que gostei de ler o trabalho desenvolvido
pelo colega que de forma sucinta mas clara soube avaliar o modelo. Penso que esta forma de analisar o modelo se deve ao facto de já o conhecer e o ter aplicado à realidade da sua Biblioteca Escolar.
Pouco haverá a acrescentar sobre a importância do modelo de auto-
avaliação avançado pelo colega uma vez que é do conhecimento de todos que ele surge acompanhando todo um conjunto de mudanças que têm vindo a surgir provenientes do Ministério da Educação com o objectivo de melhorar o processo de ensino-aprendizagem e consequentemente o sucesso educativo e as aprendizagens dos nossos alunos. O aparecimento deste modelo é assim uma consequência desta mudança em termos de avaliação da escola na sua generalidade e nas suas especificidades.
Sendo a BE um espaço que existe na escola com objectivos bem
definidos e metas a atingir no acompanhamento das aprendizagens dos alunos, faz todo o sentido que também seja alvo de avaliação. É necessário criar mecanismos que avaliem o trabalho que a BE realiza, o seu impacto nas aprendizagens bem como identificar as suas áreas fortes e mais fracas.
Tal como o colega diz, é um instrumento pedagógico na medida
que leva à reflexão e partindo dessa mesma reflexão propicia uma orientação para a criação de mecanismos e acções cujo objectivo será sempre o sucesso, a melhoria.
Sendo a avaliação um processo contínuo e sistemático permite
dar visibilidade e ao mesmo tempo percepciona o impacto que a BE tem no meio escolar. O colega referiu e muito bem, que a auto- avaliação de BE tem que mobilizar toda a escola. Atrevo-me a acrescentar que se não houver o envolvimento da escola o trabalho da BE fica comprometido e passa a decorrer num espaço fechado e circunscrito ao que se desenvolve no “interior” da BE. Não é esta a política da RBE e da missão da BE no seu geral.
Estamos em tempos de mudança, a escola está em mudança, a
sociedade continua em mudança e para que possamos acompanhar essa mudança é necessário investir cada vez mais nas literacias. O colega refere e concordo com o seu comentário que “…a biblioteca deve contribuir para o desenvolvimento de competências que
Maria José Monteiro Página 1
O Modelo de Auto-Avaliação. Problemáticas e conceitos implicados. permitam aos utentes localizar, aceder, avaliar e interpretar a informação.”
A BE tem de dar aos seus utilizadores o que eles precisam para os
habilitar para a realidade que vão encontrar fora do espaço da escola. A BE tem de preparar os alunos para o futuro num tempo presente. Munir os alunos de ferramentas que lhes permitam fazer face às exigências do dia-a-dia.
Tendo em atenção estas necessidades todo o trabalho que a BE
desenvolve junto dos seus utilizadores tem de ser avaliado para se aferir o nível de sucesso e de impacto que apresenta. É, tal como refere o colega Francisco, uma ferramenta que conjuntamente com outras existentes na escola deve ser utilizada de forma adequada.
Ao analisar os instrumentos que acompanham o modelo de
auto-avaliação para aplicar junto dos alunos e docentes e, tal como o colega pôde constatar quando os aplicou junto da amostra que escolheu, estes estavam adaptados ao público a que se dirigiam.
Como professora bibliotecária num agrupamento vertical com BEs do
1º ciclo verifico que terei de adaptar esses mesmos questionários a este nível de escolaridade o que por si só exigirá um dispêndio horário acrescido.
O colega refere que sentiu dificuldade em aplicar o modelo
devido à falta de sistematização na recolha de evidências. Infelizmente penso que essa é uma prática que todos nós teremos que melhorar se pretendemos que as nossas BEs sejam elementos que contribuem para o sucesso da nossa escola não só numa avaliação interna mas também em termos de avaliação externa.
Termino concordando e subscrevendo o que penso ter sido um
desabafo do colega ao referir que lamentavelmente as acções de melhoria que são introduzidas na BE não dependem somente da vontade de quem nela trabalha. Se assim fosse, provavelmente não existiriam tantas limitações na aceitação da missão e do papel das BEs na escola.