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lIê-Ifé - O Berço do Mundo.

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

IIê-Ifé :
O Berço Religioso dos Yorubas,
de Odùduwà a Sàngó
ARTIGOS

Ilê-Ifé a origem do Mundo

A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubas o lugar de


origem de suas primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião
tradicional yoruba (a religião dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil) ,é
um lugar sagrado, onde os deuses ali chegaram, criaram e
povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os
cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da
Terra".
"Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os
Homens."

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- Oba Òrángún de Ìlá, um descendente direto de um dos sete principais filhos, dos dezesseis de
Odùduwà. Veja alguns destes Oba Omo-Oodua -

  Olódùmarè
Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao nosso, conhecido como
Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que
através dos Òrìsà por Ele criado, resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o
grande Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá, de criar e governar
o futuro Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido. Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da
existência) o qual contém todas as coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse,
"Senhor que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para todos, antes de iniciar
a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com Òrúnmìlà, outro Òrìsà funfun, e este lhe orientou a
fazer alguns sacrifícios a divindade Èsù, mas se ele já era orgulhoso e prepotente, mais ainda ficou, se
recusou e nada fez, mas foi avisado que infortúnios poderiam ocorrer.

Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à "porta do espaço", até
então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é o Òrìsà que usa um cajado ritual conhecida como
òpásóró, durante o caminho, com muita sede, ele se defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e
com o seu òpásóró, perfura o caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu" (vinho de palma), e
põe-se a beber, a tal ponto, que cai totalmente embriagado no pé da palmeira e dorme profundamente.
O infortúnio começa acontecer.

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Odùduwà, outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito "irmão mais novo" de
Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha entregado a Òrìsànlá o Àpò-Iwá, e o estava
seguindo pelos caminhos do Òrún, esperando que ele cometesse algum deslize, o que de fato
aconteceu. Odùduwà, encontrando-o naquele estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até Olódùmarè,
narrando o acontecido, e, por este fato, Olódùmarè delega a Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por
punição incumbe a Òrìsànlá de somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua
supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà, então, cumpre a
tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o
futuro Àjàlàiyé.

Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou, ora em disputas, discórdias,
controvérsias e de outras formas, mas sempre munindo a eterna rivalidade.

- Veja e leia : fotos e dados sobre o Ade Are Odùduwà -

Odùduwà
Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes às divindades que o
seguiram, conhecidos como os Àgbà*, para governarem a criação, e volta ao Òrún, e só retornaria
quando tudo estivesse realmente concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já
tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Àiyé, com seus
seguidores, os Funfun*; fato que ocorre antes da volta de Odùduwà para o Àiyé. *Anexos.

Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a ser o primeiro Oba (rei)
do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a
morada dos deuses e dos novos seres.

Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun, divindade feminina,
responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o primogênito, a divindade Ògún e uma filha de nome

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Ìsèdélè. O tempo passa, e Odùduwà, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho
Ògún de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.

Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o intento, trazendo consigo
Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto
intocável, mas Lakanje era muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e
com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando a lfé, ele entrega os
espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai Odùduwà, que também não resistiu aos lindos
encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram por casar-se. Ògún nada tinha contado a
seu pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um
filho de nome Odéde.

Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de Ògún e metade branco,
como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a traição de Ògún para com a confiança do seu pai,
esta situação gerou muita discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão",
ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se posicionava com a seguinte
frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi
assim que ele passou a ser chamado e conhecido.

Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà*, ou com outras, teve ou já tinha mais seis
filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas,
geraram as linhagens dos Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou
mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente falando, todos os povos do
mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà, os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base
da nação yoruba, portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado como "O Patriarca dos Yorubas".
*Anexo

Obàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas devido a grande rivalidade
com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado
também de Bàbá Ìgbò, pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de
monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram filhos.

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- Òpá Òrànmíyàn, em Ilê-Ifé, mais fotos e dados em Òrànmíyàn -

Òrànmíyàn
Após grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em Ilê-Ifê, pois seus outros
irmãos foram povoar regiões distantes, menos Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que
Òrànmíyàn conquiste terras ao norte de Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai
derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com isso funda uma nova cidade e
lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro Oba Aláàfin de Oyó.

Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais tarde uma heroína em Ilê-
Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em
novas conquistas e volta a guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta
vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por sua derrota, Elémpe
entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com
Torosí e com ela tem um filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai
semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.

Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um poderoso império, Òrànmíyàn,
prestigiado e redimido de sua vergonha, volta para Ilê-Ifé, deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe
coroado, seu filho Ajaká, que torna-se o segundo Aláàfin de Oyó.

Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de Oyó, Òrànmíyàn termina
com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o e assumindo o trono, tornando-se o primeiro
Obabínín, e inicia sua dinastia tendo um filho, chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de

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deixar a cidade, ele torna Èwékà como seu sucessor no trono do Benin. (Atual cidade na Nigéria,
antigo Reino do Benin, não confundir com a República do Benin, antigo país chamado Daomé.)

Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin ,seu irmão mais velho, se tornou o
segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduwà. Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do
paradeiro de Òrànmíyàn, o povo de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai.

Quando Òrànmíyàn chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o terceiro Óòni de Ifé, mas
com um fraco reinado. Enfurecido com o povo de Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e que o
tinham chamado para combater possíveis inimigos, o poderoso guerreiro colérico ,comete varias
atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada que ele está destruindo seus "próprios
filhos", o seu povo. Atônito, ele finca no chão seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em
uma enorme laje de pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca mais
voltar à Ifé.

Quando rumava para fora dos arredores de Ifé ,em Mòpá, foi interceptado pelo povo que o saudavam
como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele então satisfeito e envaidecido ,atende ao povo e
finca no chão seu òpá (seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver foto :
Òpá Òrànmíyàn) selando assim o acordo com o povo e volta em uma procissão triunfante ao palácio
de Ifé.

Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade de Ìlárá. Òrànmíyàn
ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua morte. Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e
reassume como o 5ª Óòni de Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua morte.

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- Adé Òrìsà, tipo de coroa real tradicional, somente usada por alguns privilegiados reis que sejam
descendentes de Odùduwà. -

Ajaká
O Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico, apático e não realizava um
bom governo.

Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se
instalou na cidade de Kòso, mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo
tirânico, se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Oyó, num
bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso manteve seu titulo de Oba
Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e
torna-se o terceiro Aláàfin de Oyó.

Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade menor, Igboho ,vizinha
de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que
neste seu reinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que
somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá
Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade
Real de Oyó, e esta chama-se Ade Bayánni (ver fotos). Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que
chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.

Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas e
com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa.
Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso.
Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o Ade Bayánni e
passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o
trono seu filho Aganju, neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.

Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após seu reinado se dá
inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos : "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju,
passando por Sàngó."

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- Adé Bayánni, tipo de coroa usada por Dadá Ajaká, durante seu exílio na cidade de Igboho. Veja este e
outros ampliados em Bayánni -

Sàngó
O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que se fala de Sàngó, e a sua
história nos Candomblés do Brasil, e de outros acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em
fatos irreais.

Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único, é o pai do povo
yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou seja, são divindades totalmente distintas,
inclusive, não se suportavam, pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a
Dona do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà Yemojá, "Senhora
do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e muito menos mãe de Ògún e de outros filhos
Òrìsà à ela atribuídos. Notar a acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras
distintas.

Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé, portanto quando morreu,
tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas
esposas, e a única que o acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente
apaixonada por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e o conduz
diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o "ressuscita" como uma divindade, já que em
vida, Oya, perdida de amores, ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo
que pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros, por paixão.

Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do panteão que é assentada de
forma material completamente diferente, isto é, em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa
ritual é composta de várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que lembra
perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais) e seu animal preferido para
sacrifício é também o mesmo dos egún, dos mortos comum, o carneiro; existe também outras
minúcias, que aqui não cabe mencionar. Leia em artigos : O Culto dos Egúngún

Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que agora sabemos isto

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não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho,
notoriamente pessoas mortais e completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não
tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também no Brasil, faz-se uma
cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê Baiani". que a coroa é levada ritualmente em uma
charola durante as festas do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de
Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá, de quem Sàngó lhe
roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem
nenhuma importância teológica, somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.

Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó, somente tentamos
elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos Yorubas, sob os aspectos histórico, através da
tradição oral, e divino que se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.

NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos, por vezes dogmáticos, que
pertencem ao corpo da tradição oral yorubana. Sob o ponto de vista cientifico, são considerados
parcialmente históricos, pois não são dados comprovados por documentos e nem tampouco pela
arqueologia, que pouco investiu, os "pouquíssimos" artefatos que foram achados e datados pelo
carbono 14, são de datas recentes, perto da longínqua História da Civilização Yoruba. No contraponto,
em nenhum momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim, seria um absurdo
afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia praticamente inexistente, pela forma
cultural dos yorubas mensurarem o tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco
rejeitada.

*Nota atual do autor para este site.

Aulo Barretti Filho

Junho de 1984

BIBLIOGRAFIA

,
Texto de Aulo Barretti Filho : "IIê-Ifé : o berço religioso dos yorubas de Odùduwà a Sàngó" In :
Revista Ébano, São Paulo ,nº 23 : 33 , Junho de 1984

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- Adê de Baiani ou adê Banni, tipo de coroa usada no Brasil, nos Candomblés, nas festas do ciclo de
Sàngó, chamado de Éjìlá Sàngó, nos ritos para Iyamasse -

Are Òrànmíyàn Ade Oba Omo Àgbà Funfun Esposas Arte Bibliografia

- Anexos -

Asojú Oba Alákétu


ao Autor

Veja também a Exposição :


"ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO" : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

e outros
ARTIGOS

Texto Original : ampliado, revisado e adaptado para o site.

Webmaster : Aulo Barretti Filho © Copyright : Aulo Barretti Filho


* Proibida a reprodução total ou parcial destes textos sem autorização expressa do autor.

Setembro / 2003 ,São Paulo ,Brasil

<

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Índice dos Artigos : Aulo Barretti Filho

Índice dos Artigos


 

Textos de Aulo Barretti Filho


1986 - "Eguns, Os Espiritos Ancestrais" sub-titulo : "O Culto dos Eguns no Candomblé" In :
Revista Planeta, São Paulo, nº 162 : 43-49 LER

1984 - "Ilê-Ifé, o berço religioso dos yorubás, de Odùduwà a Sàngó" In : Revista Ébano, São Paulo,
nº 23 : 33 LER

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- Prêmio de Qualidade -

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Ilê-Ifé - Os Omo-Oba.

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

OS OBA
Descendentes de Odùduwà : filhos e/ou netos.

Oba Òrángún Oba Déji Oba Owá


- Veja as fotos acima e abaixo ampliadas e completas, com uma legenda sobre cada
Oba em Oba 1 e Oba 2

Oba Óònì Oba Alákétu Oba Aláàfin

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Ilê-Ifé - Os Omo-Oba.

- Ade Olójúmérìndilógún, é a coroa possuidora de 16 faces, que para alguns, faz alusão aos possíveis 16 filhos de
Odùduwà. Pode se ver o Oba Owá usando este tipo de ade. -

A FORMAÇÃO DA NAÇÃO YORUBA


À partir de alguns dos filhos e/ou netos de Olófin Odùduwà, Óònì de Ilê-Ifé, Oba
dos Ifé e Bàbánláàwa dos Yoruba :
1. Uma Princesa, de nome desconhecido : filha ou neta de Odùduwà, que casou-se com um
sacerdote, e foi mãe de Ajíbósìn, que se tornou o Olówu de Òwu. Ou não foi uma princesa e
sim uma das esposas de Odùduwà : Omìtótó-Òsé, que foi a mãe de Ajíbósìn.

2. Sopasan : Alákétu de Kétu, filho de Odùduwà com Omonide , uma de suas esposas; ou foi filho
de uma princesa, filha ou neta de Odùduwà, de nome desconhecido, ou, que se chamava
Oluwunku, que se casou com Paluku e foram então os pais de Sopasan, o qual fundou, num
vale do monte Òkè-Oyan, a primeira cidade dos Kétu, que se chamou Arò-Kétu. O sétimo
Alákétu o Oba Ede, transferiu sua corte da então capital do reino, Arò-Kétu para uma que
fundou, à atual cidade de Kétu, hoje na República do Benin.

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Omo/Os_Oba.htm[23/04/2009 15:51:36]
Ilê-Ifé - Os Omo-Oba.

3. Ajagunlà : Òrángún de Ìlá.

4. Nome desconhecido : Onisabe, Reino dos Save, hoje na República do Benin.

5. Idekòséroàké também conhecido como Okànbí Odara : Onípòpó, Reino dos Pòpó, hoje na
República do Benin.

6. Òrànmíyàn : Obaàbínín da cidade do Benin, destronando e o expulsando Ogìso, inicia a


linhagem dos Oba no Benin, sua dinastia tem continuidade com Èwékà, seu filho com uma
mulher do local, que o sucedeu após ele, Òrànmíyàn deixar a cidade.

7. Òrànmíyàn : Aláàfin dos Oyó, funda a cidade após a conquista da cidade do Benin. Oyó se
tornou um grande Reino e mais tarde, um poderoso Império.

8. Àjàlekè : Aláké dos Ègbá.

9. Ajíbógun : Owá Obókun das terras de Ilesa - Ijesa.

10. Obàlùfan Aláyémore : Olùfan de Ifan .

11. Àjàpondà : Déji de Àkúré.

12. Olúgbórógan : Awùjalè das terras de Ìjèbu.

13. Obaràdà : Um Reino, hoje na República do Benin.

14. Onínàná : Um Reino, hoje na República de Gana.

15. Ogbè : Ajèro de Ìjero.

16. .......... : o clã dos Ido, das terras de Ègbádò, hoje parte destas cidades como Pobé, Saketé e
Ajase ( Porto Novo) estão na República do Benin.

17. Soropàsán : .......... dos Ìgbómínà.

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifè - Aré Odùduwà

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ADÉ ARÉ ODÙDUWÀ - Oba Óòni Ifé

- Suposta relíquia de Odùduwà, seria um ou seu Ade de Óònì de Ifé, aqui sem Aré propriamente dito (ler abaixo). -

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Are/Oduduwa.htm[23/04/2009 15:51:39]
Ilê-Ifè - Aré Odùduwà

- O Are propriamente dito. -

- Este é o Ade principal do Óònì de Ifé, fotos acima, guardado em uma sala especial do
Palácio Real de Ifé. O Are era originalmente somente a parte mais externa da coroa que
dizem foi usada por Odùduwà, o Are é passada de um Óònì para o outro e nunca deve ser substituído, as outras partes podem ser
escolhidas livremente por cada um. O Aré se tornou o próprio nome da coroa : Adé Aré. -

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Are/Oduduwa.htm[23/04/2009 15:51:39]
Ilê-Ifè - Aré Odùduwà

- Óònì de Ilê-Ifé : Oba Adésojí Adérèmí, Atóbatélè I (02/09/1930-80) , nascido em 15/11/1889, no clã (egbe) Akui, da
Familia Real de Lajodogun. Usando o Ade Are das fotos acima. -

- O atual Óònì Ilê-Ifé, Oba Okunade Sijuwade, Olúbùse II ,coroado em 1980, nasceu em 1º de janeiro de 1930, no clã (egbe)
Óòni Ilare, da Familia Real de Ogbooru. -

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Ilê-Ifè - Aré Odùduwà

- Estatua da figura de um Óònì não identificado, artefato arqueológico do século XIV ou XV, achado no sitio de Ìta Yemòmó, em
Ilê-Ifé. A peça esta exposta no Museu de Ife. -

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifé - Àgbàgbà.

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

Os Àgbàgbà
Os "dezesseis" àgbà (anciões) que vieram com Odùduwà para criar o Àiyé, que por este motivo se
tornou Olófin Odùduwà, o Àjàlàiyé.

- Máscara de cobre, que dizem representar o segundo Óòni de Ilê-Ifé, o Oba Obàlùfan Ògbógbódirin,
filho de Odùduwà, alguns falam que foi o primeiro Oba a ser realmente coroado e o primeiro a usar a
então tradicional coroa, o Ade Aré. -

1. Òrúnmìlà ou Àgbónmìrégún : "Senhor do Oráculo de Ifá", foi o primeiro companheiro e o Chefe


Conselheiro de Odùduwà, um primeiro ministro, orientando sobre tudo e a todos, inclusive em assuntos
governamentais de Ilê-Ifé.

2. Obàtálá : também chamado de Òrìsànlá : considerado o primeiro e principal artesão, por modelar os
corpos dos seres humano, é aclamado como Alámòrere, "Senhor da boa argila", por extensão, o patrono
dos artistas, principalmente dos escultores.

3. Olúorogbo ou Òrìsà Aláse : foi o terceiro àgbà em importância depois de Odùduwà, aquele que foi o
"Salvador do Mundo", que fez chover numa grande seca, pois foi o chefe mensageiro entre o Oba Orún e
o Oba Àiyé, ou seja entre Olódùmarè e Odùduwà.

4. Obamèri : também chamado de Alapa-Aharemadà : foi o seu "general".

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Ilê-Ifé - Àgbàgbà.

5. Orèlúéré ou Orè (Oré) : Olóde Orè, o chefe dos caçadores e guardião das tradições e da moral. Para
uns, após Odudùwà ter criado o mundo, o primeiro a pisar na terra e depois explora-la, foi Olóde Orè,
antes de qualquer um, como manda a tradição era uma das funções dos caçadores, por isto é também
aclamado como Onílè, "Senhor da terra". Dizem que mais tarde, ele se tornou um dos companheiros de
Òbàtálá.

6. Obasìn ou Èsù Obasin : Era quem controlava os intempéries da natureza, e mais tarde, tornou-se o
principal assistente de Òrúnmìlà.

7. Obàgèdè ou Obàgîdî : foi o chefe mensageiro de Obamèrì.

8. Ògún : foi o chefe dos guerreiros.

9. Obamakin : sem dados ...........................

10. Obawinni Oreluko : também chamado de Oro-Apasa ,que mais tarde se tornou se tornou um dos
companheiros de Òbàtálá, foi ele quem tornou Òbàtálá o 1º Oba dos Ìgbò, quando da retirada deles de
Ilê-Ifé, imposta por Obamèri. Depois que Òbàtálá se foi, ele os liderou e se tornou o 2º Oba dos Ìgbò.

11. Aje Sàlugá : "Senhor da Riqueza", foi o "financeiro" de Odùduwà. Outras fontes dizem que foi uma
filha de Olóòkun com Odùduwà. É interessante notar, que como divindade masculino, seu símbolo seja
uma grande concha marinha, que estranhamente é também um dos símbolos de Olóòkun.

12. Èrìsilè : sem dados ..........................

13. Élésìje: Foi um ervanário, que iniciou a pratica da medicina tradicional.

14. Olósé : sem dados ..........................

15. Alajó : : sem dados ..........................

16. Èsìdálè : que cuida daqueles que morrem tragicamente, como mulheres que morrem ao dar à luz,
inclusive os suicidas.

Outros, incluem na comitiva :

Olóòkun : A primeira e favorita esposa de Odùduwà. A Deusa do Mar.

Òrìsàtéko Ìjùgbè ou Obaresé : um grande guerreiro e companheiro muito ligado a Obàtálá.

Yemowo : que foi a única esposa de Obàtálá.

Outros não consideram Obàtálá como um dos 16, pois chegou somente após os 16, porém, antes da
segunda vinda de Odùduwà.

Uns dos seus partidários, dos 16, foram Orèlúéré e Obawinni.

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifé : Òrìsà Funfun

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

Os Òrìsà Funfun
Os "Òrìsà Funfun" são aqueles que vieram com Òbàtálá, seu líder, para Àiyé, ou posteriormente,
aderiram ao grupo ou a ele. Praticamente são considerados como um clã ou sua "própria família".
Òbàtálá se tornou o mais conhecido e reverenciado de todos os Òrìsà, por toda terra dos Yorubas e

por extensão em todo o Mundo.

- Imagens de Òbàtálá e Yemowo, sua única esposa, no templo de Ìdèta-Ilê em Ilê-Ifé, no bairro de
Itapa, anteriormente era no bairro de Ìdèta. -

Alguns dos Òrìsà Funfun* :


1. Òrìsàála, Òrìsà-nla, Òsàla, ou Òbàtálá : O primeiro Òrìsà a ser criado por
Olódùmarè.
2. Òrìsàteko ou Eteko Oba Dùgbè : Um grande guerreiro associado a Òbàtálá nas longas
disputas de liderança com Odùduwà. Como seu principal templo é em Ìjúgbè, é também
conhecido por Òrìsà Ìjùgbè. Este Òrìsà também esta relacionado com a agricultura, dizem que
foi o primeiro a cultivar o inhame.
3. Òrìsà Akiré : Um guerreiro poderoso e rico e que tinha muitos escravos, tudo oriundo de
espólios de suas conquistas. Seus principais templos são em Ìlàré e em Arùbídì. Dizem uns que
Òrìsàkiré é um Òrìsà da paz, da produtividade e da opulência.

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Ilê-Ifé : Òrìsà Funfun

4. Òrìsà Aláse ou Olúorogbo : "Aquele que possui o infinito saber", quem ensinou ao
Homem a se comunicar com símbolos e/ou marcas. Dizem que foi ele quem resolveu parte da
longa e eterna disputa entre Òbàtálá e Odùduwà.
5. Òrìsàjiyán ou Ògiyán : também Ewúléèjìgbò na cidade de Èjìgbò.
6. Òrìsàlufan ou Olufan : também Òsàlufan na cidade de Ifan.
7. Òrìsà Oko : Òrìsà da agricultura. Da cidade de Ìràwò.
8. Òrìsà Òkè : Òrìsà das colinas e dos montes.
9. Òrìsàròwu ou Òrìsà Lòwu : Na cidade de Owu.
10. Òrìsà Ajagemo : Na cidade de Ede.
11. Òrìsà Olúwofín : Na cidade de Iwofin.
12. Òrìsà Pópó : Na cidade de Ògbómòsó.
13. Òrìsà Eguin : Na cidade de Owú.
14. Òrìsà Jayé : Na cidade de Ijàyé.
15. Òrìsàko : Na cidade de Oko.
16. Òrìsà Olóbà : Na cidade de Òbá.
17. Òrìsà Obaníjìta : ................
18. Òrìsà Alajere : ....................
19. Òrìsà Olójó : .......................
20. Òrìsà Oníkì : ......................
21. Òrìsà Onírinjà : .................
22. Òrìsà Àrówú : ....................

* Òrìsà funfun - divindades que tem como rito comum o uso de elementos e oferendas de cor
branca ou derivada, e tabus alimentares ou outros, por vezes também semelhantes. Quando não, são

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Ilê-Ifé : Òrìsà Funfun

também assim chamados por fazerem parte do processo da criação - que são os casos, principalmente
de Odùduwà e Òrúnmìlà.
* O rito e o culto dos Òrìsà funfun, são tão semelhantes ou quase idênticos, que em vários casos é
difícil distinguir se se trata de divindades distintas ou são qualidades de Òbàtálá, ou ainda,
somente nomes diferentes do mesmo Òbàtálá. Pode, por estes ou outros inúmeros fatores, que o
levaram a ser o mais conhecido Òrìsà do panteão, obviamente, sem se esquecer da sua real
importância na gênesis yoruba.

-O Onílù, o tocador de tambor, quando é especialista no tipo Ìgbìn, são chamados de Alùgbìn, que
é o caso no templo Ìdèta-Ilê de Òbàtálá, em Ilê-Ifé. O ìgbìn é o nome do tambor de Òbàtálá, e do
seu ritmo de dança preferido. -

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : MAIS FOTOS DO TEMPLO

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Ilê-Ifé : Esposas de Odùduwà

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

- As Esposas de Odùduwà -

- "O artefato pode por hipótese, ser o da cabeça de uma Óònì feminina"(cf. in legenda : pg.95) , ou ainda, esposa de algum Óònì de
Ifé, note que na cabeça o suposto Aré, não esta completo. -

Algumas das esposas de Odùduwà :


1. Olóòkun Seniade : Ìyá Òkun, a Mãe e dona do Mar, a primeira e a favorita de Odùduwà.
A senhora da prosperidade, fartura e riqueza como o proprio mar, a mãe de Ògún e Ìsèdélè.
2. Osààrá : "aquela que foi abençoada com muitos filhos", é cultuada no santuário de Olóòkun
e tem sua festa anual chamada de Àgbon.
3. Omìtótó-Òsé : uma das favoritas, mãe de Ajíbogun, que mais tarde se tornou Owá Obòkun,
que fundou as cidades de Ìbòkun e Ilésà. Alguns dizem que ela adotou ou foi mãe de Obàloràn,
natural de Ìloràn, que mais tarde se tornou chefe de Ilódè, cidade natal de sua mãe. Outros

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Ilê-Ifé : Esposas de Odùduwà

ainda dizem, que ele foi filho de Sàpàrákùnní, então donzela de rara beleza que vivia com sua
irmã Omìtótó, casa esta, que Odùduwà visitava com muita frequência, e que teve noites de
intenso amor. Com isso conheceu e se apaixonou por Omìtótó, com quem mais tarde se casou.
4. Ojùmmu-Yàndà : à que fez esforços sucessivos para conter e mediar às longas disputas entre
Odùduwà e Obàtálá.
5. Lakanje : também conhecida como Aníhunka, a mais bela e sensual das esposas, a mãe de
Òrànmíyàn.
6. Omonide : à quem teve vários filhos de Odùduwà, entre eles alguns que se tornaram Oba,
como o Alákétu e o Aláké. Dizem também, que ela ou um dos seus descendentes foi quem
fundou a cidade de Abéòkuta.
7. Ogunfunminire : dizem que foi mãe de muitos filhos de Odùduwà e foi quem fundou a
cidade de Lagos.
8. Yèyémòólú : foi a mais velha (em idade) de todas as esposas, tinha a responsabilidade de
supervisionar toda à alimentação servida a seu esposo. Dizem, que se transformou em um poço
de água potável e extremamente saudável. Por este e outros motivos, todos os Óònì que
reinaram e reinarão em Ifé, sem "casam" primeiramente com ela antes de morarem
definitivamente no palácio como Óònì, onde até hoje existe o poço que Yèyémòólú se
transformou e onde é reverenciada.
9. Àtìbà : para uns ela não teve filhos, para outros foi a mãe dos Oba Osemofarawe e Ebumàwe
que foi o fundador da cidade de Àgó-Ìwòyè. Foi uma das esposas que mais idade tinha, e se
transformou numa pequena peça de granito, hoje na entrada do Museu de Ifé.
10. Ogido : ................ sem dados.

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifé - Òrànmíyàn

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

- Òrànmíyàn -

- Òpá Òrànmíyàn : o grande monólito de granito com ferro incrustado na forma de botões, com 5,27 metros de altura, artefato
considerado uma relíquia de Òrànmíyàn, para alguns ele "entrou na terra" neste lugar e foi para o Orún, de onde nunca mais
voltou, ou ainda, transformou seu Òpá fincando-o no chão e surgindo então, o monólito para ser lembrado e reverenciado. -

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Ilê-Ifé - Òrànmíyàn

- Na festa anual de Olójó, em Ilê-Ifé, são celebradas homenagens e sacrifícios à Odùduwà, Ògún e Òrànmíyàn, alguns participantes
pintam seus corpos do lado direito de branco, a cor da pele do albino Odùduwà e do lado esquerdo de preto, a cor da pele negra de
Ògún, desta forma representam Òrànmíyàn, assim como conta o mito sobre seus dois pais. -

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Ilê-Ifé - Òrànmíyàn

- Um adepto de Òrànmíyàn, o homenagiando, pintado e portando ramos ou qualquer outro emblema nas mãos, simbolizando uma
espada na mão direita e na esquerda um escudo ,peças que no mito foram forjadas e presenteadas pelo seu pai o Òrìsà Ògún. -

- Aláàfin de Òyó : Oba Adéniran Adéyemi II (1945-56 deposto) ,um sucessor de Òrànmíyàn, o 1º Aláàfin de Òyó.-

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifé : Adé Bayánni

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

- ADE BAYÁNNI -

- Adé Bayánni : Yoruba, Nigéria. -

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Ilê-Ifé : Adé Bayánni

- Outro tipo de Adé Bayánni : Yoruba, Nigéria. -

- Adê de Baiani ou Adê de Banni, no Brasil -

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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O Culto dos Eguns - O Egungun.

O CULTO DOS EGUNS

O CULTO DOS
EGUNS NO CANDOMBLÉ
ARTIGOS

SOCIEDADES
 

Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados
individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi
Oxorongá chamada também de Ìyá NIa, a grande mãe. Esta imensa massa energética que representa o
poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Gëlèdé", compostas
exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder. O medo da ira de
Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino
ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para
acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino (veja o mito
sobre Ìyámi).

Além da Sociedade Gëlèdé, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto
coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados. Oro é uma divindade tal qual Ìyámi
Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por
homens. Tanto Ìyámi quanto Oro são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam a
coletividade, mas o poder de Ìyámi é maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade Oro.

Outra forma, e mais importante, é culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas "Sociedades
Egungun". Estas têm como finalidade elaborar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas
sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de
forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade. Esses mortos surgem de forma visível mas
camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte , denominada Egun ou Egungun. Somente
os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantêm a individualidade
; às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto.(veja os mitos de
Oyá).

Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com
sacerdotes diferentes dos do culto dos Orixás. Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos
sejam diferentes, o conjunto forma uma só religião: a iorubana.

No Brasil existem duas dessas sociedades de Egungun , cujo tronco comum remonta ao tempo da
escravatura : Ilê Agboulá, a mais antiga, em Ponta de Areia, e uma mais recente e ramificação da
primeira, o Ilê Oyá, ambas em Itaparica, Bahia (veja o anexo: Histórico).

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O Culto dos Eguns - O Egungun.

EGUNGUN
 

O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aos olhos dos vivos. Ele "nasce" através
de ritos que sua comunidade elabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de um instrumento
invocatório, um bastão chamado ixan, que, quando tocado na terra por três vezes e acompanhado de
palavras e gestos rituais, faz com que a "morte se torne vida", e o Egungun ancestral individualizado está
de novo "vivo".

A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do culto aos Orixás, em que o transe acontece
durante as cerimônias públicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados. O Egungun simplesmente
surge no salão, causando impacto visual e usando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma
corporal humana totalmente recoberta por uma roupa de tiras multicoloridas, que caem da parte superior
da cabeça formando uma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio do que é ou de quem
está sob a roupa. Fala com uma voz gutural inumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente —
característica de Egun, chamada de séégí ou sé, e que está relacionada com a voz do macaco marrom,
chamado ijimerê na Nigéria (veja os mitos de Oyá).
 

- Babá Egun ,sob vigilancia do Ojé ,aconselha um fiel prostrado à sua frente. -

As tradições religiosas dizem que sob a roupa está somente a energia do ancestral; outras correntes já
afirmam estar sob os panos algum mariwo (iniciado no culto de Egun) sob transe mediúnico. Mas,
contradizendo a lei do culto, os mariwo não podem cair em transe, de qualquer tipo que seja. Pelo sim ou
pelo não, Egun está entre os vivos, e não se pode negar sua presença, energética ou mediúnica, pois as
roupas ali estão e isto é Egun.

A roupa do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia , ou o Egungun propriamente dito, é

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O Culto dos Eguns - O Egungun.

altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usam o
ixan para controlar a "morte", ali representada pelos Eguns. Eles e a assistência não devem tocar-se, pois,
como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egun se tornará um
assombrado", e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os
perigos de doença ou, talvez, a própria morte.

Ora, o Egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e o contato, ainda que um simples esbarrão
nessas tiras, é prejudicial. E mesmo os mais qualificados sacerdotes — como os Ojé atokun, que
invocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns — desempenham todas essas atribuições substituindo as
mãos pelo ixan.

Os Egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egun (pai), são Eguns que já tiveram os seus ritos
completos e permitem, por isso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejam liberadas para
que eles possam conversar com os vivos. Os Apaaraká são Eguns ,ainda mudos e suas roupas são as
mais simples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duas telas, uma na frente e outra atrás.
Esses Eguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; são traquinos e
imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.

O eku dos Babá são divididos em três partes: o abalá, que é uma armação quadrada ou redonda, como se
fosse um chapéu que cobre totalmente a extremidade superior do Babá, e da qual caem várias tiras de
pano coloridas, formando uma espécie de largas franjas ao seu redor; o kafô, uma túnica de mangas que
acabam em luvas, e pernas que acabam igualmente em sapatos, do qual ,também caem muitas tiras de
pano da altura do tórax ; e o banté, que é uma larga tira de pano especial presa ao kafô e individualmente
decorada e que identifica o Babá.

O banté, que foi previamente preparado e impregnado de axé (força, poder, energia transmissível e
acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele o sacode na direção da
pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam o ato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao
contrário do toque na roupa, este ato é altamente benéfico. Na Nigéria, os Agbá-Egun portam o mesmo
tipo de roupa, mas com alguns apetrechos adicionais: uns usam sobre o alabá máscaras esculpidas em
madeira chamadas de erê egungun ; outros, entre os alabá e o kafó, usam peles de animais; alguns Babá
carregam na mão o opá iku e, às vezes, o ixan. Nestes casos, a ira dos Babás é representada por esses
instrumentos litúrgicos.

Existem várias qualificações de Egun, como Babá e Apaaraká, conforme seus ritos, e entre os Agbá,
conforme suas roupas, paramentos e maneira de se comportarem. As classificações, em verdade, são
extensas.
 

O RITO
 

Nas festas de Egungun, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e, logo após os fiéis entrarem, a
porta principal é fechada e somente aberta no final da cerimônia, quando o dia já está clareando. Os
Eguns entram no salão através de uma porta secundária e exclusiva, único local de união com o mundo
externo.

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O Culto dos Eguns - O Egungun.

Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos do terreiro. Vários amuixan (iniciados que
portam o ixan) funcionam como guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, para evitar que
alguns Babá ou os perigosos Apaaraká que escapem aos olhos atentos dos Ojé saiam do espaço
delimitado e invadam as redondezas não protegidas.

Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto mas separada do grande salão, chamada de
ilê awo (casa do segredo), na Bahia, e igbo igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O ilê awo é dividido
em uma ante-sala, onde somente os Ojé podem entrar, e o lêsànyin ou balé, onde só os Ojé agbá entram
(veja o anexo : Oiê masculinos).

Balé é o local onde estão os idi-egungun, os assentamentos - estes são elementos litúrgicos que,
associados, individualizam e identificam o Egun ali cultuado -, e o ojubô-babá, que é um buraco feito
diretamente na terra, rodeado por vários ixan, os quais, de pé, delimitam o local.

Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios de animais para o Egun a ser cultuado ou
invocado. No ilê awo também está o assentamento da divindade Oyá na qualidade de Igbalé, ou seja, Oyá
Igbalé - a única divindade feminina venerada e cultuada, simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios
Eguns (veja mitos de Oyá e Egun).

No balé os Ojé atokun vão invocar o Egun escolhido diretamente no seu assentamento, e é neste local
que o awo (segredo) - o poder e o axé de Egun — nasce através do conjunto Ojé-ixan / idi-ojubô. A
roupa é preenchida e Egun se torna visível aos olhos humanos.
 

- Ojé e Amuixan ,atentos ,acompanham Babá Egun na sua caminhada. -

Após saírem do ilê awo, os Eguns são conduzidos pelos amuixan até a porta secundária do salão,
entrando no local onde os fiéis os esperam, causando espanto e admiração, pois eles ali chegaram levados

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O Culto dos Eguns - O Egungun.

pelas vozes dos Ojé, pelo som dos amuixan, branindo os ixan pelo chão e aos gritos de saudação e
repiques dos tambores dos alabê (tocadores e cantadores de Egun). O clima é realmente perfeito.

O SALÃO E A FESTA
 

O espaço físico do salão é dividido entre sacro e profano. O sacro é a parte onde estão os tambores e seus
alabês e várias cadeiras especiais previamente preparadas e escolhidas, nas quais os Eguns, após
dançarem e cantarem, descansam por alguns momentos na companhia de outros, sentados ou andando,
mas sempre unidos, o maior tempo possível, com sua comunidade. Este é o objetivo principal do culto:
unir os vivos com os mortos.

Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nas cadeiras, pois o culto é totalmente restrito
aos homens. Mas existem raras e privilegiadas mulheres que são exceção, como se fossem a própria Oyá;
elas são geralmente iniciadas no culto dos Orixás e possuem simultaneamente oiê (posto e cargo
hierárquico) no culto de Egun — estas posições de grande relevância causam inveja à comunidade
feminina de fiéis. São estas mulheres que zelam pelo culto, fora dos mistérios, confeccionando as roupas,
mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos ou puxando alguns especiais, que somente
elas têm o direito de cantar para os Babá. Antes de iniciar os rituais para Egun, elas fazem uma roda para
dançar e cantar em louvor aos Orixás; após esta saudação elas permanecem sentadas junto com as outras
mulheres. Elas funcionam como elo de ligação entre os atokun e os Eguns ao transmitir suas mensagens
aos fiéis. Elas conhecem todos os Babá, seu jeito e suas manias, e sabem como agradá-los (veja o anexo
: Oiê femininos).

Este espaço sagrado é o mundo do Egun nos momentos de encontro com seus descendentes. A assistência
está separada deste mundo pelos ixan que os amuixan colocam estrategicamente no chão, fazendo assim
uma divisão simbólica e ritual dos espaços, separando a "morte" da "vida". É através do ixan que se evita
o contato com o Egun: ele respeita totalmente o preceito, é o instrumento que o invoca e o controla. As
vezes, os mariwo são obrigados a segurar o Egun com o ixan no seu peito, tal é a volúpia e a tendência
natural de ele tentar ir ao encontro dos vivos, sendo preciso, vez ou outra, o próprio atokun ter de intervir
rápida e rispidamente, pois é o Ojé que por ele zela e o invoca, pelo qual ele tem grande respeito.

O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficam mulheres e crianças e à direita, os homens.
Após Babá entrar no salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porque cada Egun em vida
pertencia a um determinado Orixá. Como diz a religião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta
característica é mantida pelo Egun. Por exemplo: se alguém em vida pertencia a Xangô, quando morto e
vindo como Egun, ele terá em suas vestes as características de Xangô, puxando pelas cores vermelha e
branca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é sua insígnia; pedirá aos alabês que toquem o
alujá, que também é o ritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas
e excitantemente marcadas pelos oiê femininos, que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma
animação das outras pessoas ali presentes.

Babá também dançará e cantará suas próprias músicas, após ter louvado a todos e ser bastante
reverenciado. Ele conversará com os fiéis, falará em um possível iorubá arcaico e seu atokun funcionara

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O Culto dos Eguns - O Egungun.

como tradutor. Babá-Egun começará perguntando pelos seus fiéis mais freqüentes, principalmente pelos
oiê femininos; depois, pelos outros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela
primeira vez. Babá estará orientando, abençoando e punindo, se necessário, fazendo o papel de um
verdadeiro pai, presente entre seus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendo assim a
moral e a disciplina comum às suas comunidades, funcionando como verdadeiro mediador dos costumes
e das tradições religiosas e laicas.

Finalizando a conversa com os fiéis e já tendo visto seus filhos, Babá-Egun parte, a festa termina e a
porta principal é aberta: o dia já amanheceu. Babá partiu, mas continuará protegendo e abençoando os
que foram vê-lo.

Esta é uma breve descrição de Egungun, de uma festa e de sua sociedade, não detalhada, mas o suficiente
para um primeiro e simples contato com este importante lado da religião. E também para se compreender
a morte e a vida através das ancestralidade cultuadas nessas comunidades de Itaparica, como um reflexo
da sobrevivência direta, cultural e religiosa dos iorubanos da Nigéria.

Aulo Barretti Filho


Março/1986

Leia : MITOS IORUBÁS


VEJA : OUTROS ARTIGOS

Mitos Histórico Oiê Introdução Sumário Capa

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Ilê-Ifé : Bibliografia

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

Bibliografia

- Pessoas em Ilê-Ifé, Nigéria, 1986 -

* Os créditos fotográficos estão registrados nas legendas flutuantes de cada respectiva foto, para vê-las, deixe a seta
do mouse parada sobre a foto, e a legenda, então, aparecera.

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : MAIS FOTOS DE ILÊ-IFÉ

OBRAS CONSULTADAS * :

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1962 .......... Dictionary of. Modern Yoruba ...................... Londres, Hodder and Soughton

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1976 ......... A Traditional History of Ile-Ife .................. Ilé-Ifé, King Press

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Jornalista, Prof. Ari C. Fernandes / Coordenador da Delegação da Viagem e Editor Executivo da Exposição, o
pesquisador Dr. Aulo Barretti Filho, Instituidor e Presidente da Funaculty. Veja : UMA MOSTRA DA EXPOSIÇÃO

FOLAYAN, KOLA

1975 ......... "Yoruba Oral History : Problems and Prospects" ........... In : Yoruba Oral Tradition - "Selections from the
Papers present at ..." W. Abimbola - Editor .............. Ilè-Ifé, Dep. of African Languages - Uni. of. Ifé, Cap.1 : 89-114

FAMA, ÀÌNÁ ADÉWÁLÈ SOMADHI

1999 ........ Fama's Èdè Awo - Òrìsà Yorùbá Dictionary .................. San Bernadino, Ilé Òrúnmìlà Communications

FASOGBON, M. O.

1985 ...... The Ancient Constitutional History of Ile-Ife Ooyelagbo ... Ilé-Ifé, Unity Comm. Printers

IDOWU, E. BOLAJI

1977 ......... Olódùmarè - God in Yoruba Belief ................................ Ibadan, Longman Group

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& Co. Ltd

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Ilê-Ifé : Bibliografia

JOHNSON, SAMUEL

1973 ......... The History of the Yorubas .......................... Londres, Routledge & Kegan Paul Ltd

LUCAS, J. OLUMIDE

1948 ........ The Religion of the Yorubas .......................... Lagos, C.M.S. Bookshop

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1983 ...... Museu Afro-Brasileiro - Catalogo ... Salvador, Universidade Federal da Bahia / CEAO.

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1983 ....... "History, Culture, Yoruba and Northern Factors" .......... In : Studies in Yoruba History and Culture, G. O.
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1956 ....... The Story of Ketu - An Ancient Yoruba Kingdom .... Ibadan, Ibadan University Press

RYDER, ALAN

1977 ....... Benin and Europeans ............................................... Ibadan, Longman Group

VERGER, PIERRE

1954 .......... Dieux d'Afrique ......................................... Paris, Paul Hartmann Editeur

1957 ......... Notes sur le Culte des Orisa et Vodun ........ Dakar, M. IFAN, nº 51, IFAN

1982 ......... 50 anos de fotografia .................................. Salvador, Ed. Corrupio

1992 ........ "O Deus Supremo Iorubá - Uma revisão das Fontes" ........... In: Afro-Asia, Salvador, CEAO, n.º 15 : 18-35

VERGER, PIERRE FATUMBÍ

1981 ........ Orixás ................................................... Salvador, Ed. Corrupio / Circulo do Livro

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Ilê-Ifé : Bibliografia

WILLIETT, FRANK & EYO, EKPO

1980 ........ Treasures of Ancient Nigeria ........... New York, Borzoi Book / Alfred. A. Knopf Inc.

* as obras fazem parte do acervo particular do autor : Aulo Barretti Filho.

- Ruas de Ilê-Ifé, Nigéria, 1986 -

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : MAIS FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifé : Exposição Tradição e Religião

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

MOSTRA DA EXPOSIÇÃO :

Arte Yoruba - Tradição e Religião


"Viagem à Terra dos Yorubas - Nigéria e Benin"

FOTOGRAFIAS

Ifé - 1986

- Convite da Exposição -

A FUNACULTY, com apoio da VARIG e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, através
da sua Assesoria para Assuntos Afro-Brasileiros, convidam para à abertura da Exposição :

" ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO"

serão mostradas cerca de cem peças - vestimentas, tecidos, jóias, pinturas, esculturas, utensílios
litúrgicos e instrumentos musicais, além de fotografias e tomadas de vídeo, no Hall da Varig, no
dia 13 de agosto de 1986.

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Expo/Convite.htm[23/04/2009 15:52:01]
Ilê-Ifé : Exposição Tradição e Religião

Galeria de Fotos de Ilê-Ifé, Nigeria, 1986 :

"A Cidade e seu Povo" e "No Templo de Obàtálá"

"A Cidade e seu Povo"

Veja as fotos ampliadas, com legenda.

"No Templo de Obàtálá"

Veja as fotos ampliadas, com legenda.

" EXPOSIÇÃO NO CIRCUITO SESC"

"ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO"

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Expo/Convite.htm[23/04/2009 15:52:01]
Ilê-Ifé : Exposição Tradição e Religião

Em 20 de novembro de 1986, a exposição foi reaberta no SESC do Carmo, e depois seguiu como
exposição itinerante através do Circuito SESC, onde após, o evento foi transferido para a sede da
FUNACULTY, em caráter permanente, onde ficou exposta até a extinção da propria FUNACULTY -
"Fundação de Apoio ao Culto e Tradição Yorubana no Brasil".

Fotografias : Ari Candido Fernandes

Editor Executivo e Pesquisa : Aulo Barretti Filho

Exposição no Hall da Varig, em São Paulo, agosto de 1986

Realização : Varig & Funaculty.

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Artigos/Ile_Ife/Expo/Convite.htm[23/04/2009 15:52:01]
O Culto dos Eguns, os Espiritos Ancestrais.

.... " Ilê-Ifé : O Berço do Mundo "

"Eguns,
Os Espiritos Ancestrais"

Texto de Aulo Barretti Filho

Artigos : Veja em Ilê-Ifé a Exposição "Arte Yoruba - Tradição e Religião"


O CULTO DOS EGUNS

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O Culto dos Eguns - Revista : Capa.

LER
Texto de Aulo Barretti Filho :

"Eguns, Os Espiritos Ancestrais" sub-titulo : "O Culto dos Eguns no Candomblé" In : Revista
Planeta ,São Paulo ,nº 162 : 43-49 ,1986
O CULTO DOS EGUNS

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Ilê-Ifé : Oba 1

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

OS OBA -1

- Òrángún de Ìlá : Oba Ariwajoye I ( foto de 1980) -

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Ilê-Ifé : Oba 1

- Déji de Àkúré : Oba Adémuwagun Adésida II ( foto de 1959) -

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Ilê-Ifé : Oba 1

- Owá de Ijesa : Oba, não identificado. (em torno de 1930-40) -

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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Ilê-Ifé : Oba 2

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

OS OBA - 2

- Óònì de Ilê-Ifé : Oba Adésojí Adérèmí, Atóbatélè I (1930-80) -

- Alákétu de Kétu : Oba Adéwori (Adegbíte) do Egbé Alapini (1937-63) -

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Ilê-Ifé : Oba 2

- Alákétu de Kétu : Oba Adiro Adétutu do Egbé Magbo, com traje social em evento no MASP,
Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil em onze de maio de 1988. (Nov. de 1965 -
2001 ainda reinava) -

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Ilê-Ifé : Oba 2

- Alàáfin de Òyó : Oba Adéniran Adéyemi II, com um dos seus filhos e com algumas de suas esposas.
(1945-56 deposto) - foto de 1951

- Aláàfin de Òyó : Oba Gbadegesin Ladugbolu II (1956-68)


Oba Àlàájì Lamidi Oláyiwolá Adéyemi III (1971-96 ainda reinava) entronizado em 01/1971 aos
31 anos. / sem imagem

VEJA A EXPOSIÇÃO : ARTE YORUBA - TRADIÇÃO E RELIGIÃO : FOTOS DE ILÊ-IFÉ

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O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

O CULTO DOS EGUNS

LENDAS E MITOS IORUBÁS


ARTIGOS

Os textos litúrgicos aqui apresentados fazem parte do jogo de Ifá, no qual. seu senhor e oráculo, a
divindade Orunmilá, nos ensina mitos e tradições que foram mantidos através do próprio jogo. Esses
conhecimentos, transmitidos a todos oralmente, hoje se tornaram verdadeiras escrituras sagradas (1).

Através deles entendemos o porquê de certos ritos e preceitos usados e conservados no dia-a-dia dos
cultos. Vários textos explicam o mesmo fato ou se complementam, e às vezes de forma diferente e
aparentemente contraditória; mas isto é reflexo de se terem originado em diferentes regiões. De uma
forma ou de outra, porém, chegam aos mesmos fundamentais conceitos religiosos.
(1) Atualmente, vários pesquisadores já registraram em livros as lendas colhidas oralmente entre os iniciados.

- Os mortos do sexo feminino são chamados de Ìyámi Agba (minha mãe anciã) e cultuado como uma
energia ancestral coletiva, representada por Ìyámi Oxorongá. -
 

ORIGENS
 

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Mitos.htm[23/04/2009 15:52:13]
O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

"De quatro em quatro dias (uma semana iorubana), Iku (a Morte) vinha à cidade de Ilê-Ifé munida de um
cajado (opá iku) e matava indiscriminadamente as pessoas. Nem mesmo os Orixás podiam com Iku.

"Um cidadão chamado Ameiyegun prometeu salvar as pessoas. Para tal, confeccionou uma roupa feita
com várias tiras de pano, em diversas cores, que escondia todas as partes do seu corpo, inclusive a
própria cabeça, e fez sacrifícios apropriados. No dia em que a Morte apareceu, ele e seus familiares
vestiram as tais roupas e se esconderam no mercado.

"Quando a Morte chegou, eles apareceram pulando, correndo e gritando com vozes inumanas, e ela,
apavorada, fugiu deixando cair seu cajado. Desde então a Morte deixou de atacar os habitantes de Ifé.

"Os babalawos (adivinhos e sacerdotes de Orunmilá) disseram a Ameiyegun que ele e seus familiares
deveriam adorar e cultuar os mortos por todas as suas gerações, lembrando como eles venceram a
Morte."

Egun é a terminação do nome de Ameiyegun, e é como hoje são conhecidos os ancestrais do seu clã
(Egun ou Egungun). É a vitória da vida pós-morte: como no mito em que a vida venceu a morte, da
mesma forma os Eguns se apresentam, hoje, cobertos de panos e portando um cajado.
 

ORIGEM DOS OIÊ MASCULINOS


 

"Havia na cidade do Oyó um fazendeiro chamado Alapini, que tinha três filhos chamados Ojéwuni,
Ojésamni e Ojérinlo. Um dia Alapini foi viajar e deixou recomendações aos filhos para que colhessem os
inhames e os armazenassem, mas que não comessem um tipo especial de inhame chamado ‘ihobia’, pois
ele deixava as pessoas com uma terrível sede. Seus filhos ignoraram o aviso e o comeram em demasia.
Depois, beberam muita água e, um a um, acabaram todos morrendo.

"Quando Alapini retornou, encontrou a desgraça em sua casa. Desesperado, correu ao babalawô, que
jogou Ifá para ele. O sacerdote disse que ele se acalmasse, e que após o l7º dia fosse ao ribeirão do
bosque e executasse o ritual que foi prescrito no jogo. Ele deveria escolher um galho da árvore sagrada
atori e fazer um bastão (assim é feito o ixan). Na margem do ribeirão, deveria bater com o bastão na terra
e chamar pelos nomes dos seus filhos, que na terceira vez eles apareceriam. Mas ele também não poderia
esquecer de antes fazer certos sacrifícios e oferendas.

"Assim ele o fez; seus filhos apareceram. Mas eles tinham rostos e corpos estranhos; era então preciso
cobri-los para que as pessoas pudessem vê-los sem se assustarem. Pediu que seus filhos ficassem na
floresta e voltou à cidade. Contou o fato ao povo, e as pessoas fizeram roupas para ele vestir seus filhos.

"Deste dia em diante ele poderia ver e mostrar seus filhos a outras pessoas; as belas roupas que eles
ganharam escondiam perfeitamente sua condição de mortos. Alapini e seus filhos fizeram um pacto: em
um buraco feito na terra pelo seu pai (ojubô), no mesmo local do primeiro encontro (igbo igbalé), ali
seriam feitas as oferendas e os sacrifícios e guardadas as roupas, para que eles as vestissem quando o pai
os chamasse através do ritual do bastão.

"Seguindo o pacto e as instruções do babalawo, de que sempre que os filhos morressem fosse realizado o

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Mitos.htm[23/04/2009 15:52:13]
O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

ritual após o l7º dia, pais e filhos para sempre se encontraram. E, para os filhos que ainda não tiverem
roupas, é só pedir às pessoas que elas as farão com imenso prazer.

Esta lenda, rica em detalhes, nos explica vários ritos e títulos utilizados no culto.
 

MITOS de OYÁ E EGUN


 

"Oyá não podia ter filhos, e foi consultar o babalawo. Este lhe disse, então, que, se fizesse sacrifícios, ela
os teria. Um dos motivos de não os ter ainda era porque ela não respeitava o seu tabu alimentar (eewó)
que proibia comer carne de carneiro. O sacrifício seria de 18.000 mil búzios (o pagamento), muitos panos
coloridos e carne de carneiro. Com a carne ele preparou um remédio para que ela o comesse; e nunca
mais ela deveria comer desta carne. quanto aos panos, deveriam ser entregues como oferenda.

"Ela assim fez e, tempos depois, deu à luz nove filhos (número mítico de Oyá). Daí em diante ela
também passou a ser conhecida pelo nome de ‘Iyá omo mésan’, que quer dizer ‘a mãe de nove filhos’ e
que se aglutina Iyansan.

Há outra lenda para explicar o mito de Iyansã : "Em certa época, as mulheres eram relegadas a um
segundo plano em suas relações com os homens. Então elas resolveram punir seus maridos, mas sem
nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os em demasia.

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Mitos.htm[23/04/2009 15:52:13]
O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

"Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniram na floresta. Oyá havia domado e treinado um macaco
marrom chamado ijimeré (na Nigéria). Utilizara para isso um galho de atori (ixan) e o vestia com uma
roupa feita com várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os panos.

"Seguindo um ritual, conforme Oyá brandia o ixan no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia de
forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a fazer. Deste modo, durante a noite, quando os
homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco aparecer e eles fugiam
totalmente apavorados.

"Cansados de tanta humilhação, os homens foram ver o babalawo para tentar descobrir o que estava
acontecendo. Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres, o babalawo lhes conta a verdade. Ele os
ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios e astúcia.

"Ogun foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das aparições antes das mulheres. Vestiu-se com
vários panos, ficando totalmente encoberto, e se escondeu. quando as mulheres chegaram, ele apareceu
subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares. Todas fugiram apavoradas, inclusive
Oyá."

Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto de Egun; hoje, eles
são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo. Mas, mesmo assim, eles rendem homenagem a Oyá, na qualidade
de Igbalé, como criadora do culto de Egun.

Convém notar que, no culto, Egun nasce no bosque da floresta (igbo igbalé). No Brasil, no ilê awo, ele
nasce no quarto de balé, onde são colocadas oferendas de comidas e realizadas cerimônias aos Eguns.Oyá
é também cultuada como mãe e rainha de Egun, como Oyá Igbalé.

E, como nos explica a lenda, Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto, inclusive em
relação à voz do macaco como é o modo de o Egun falar.

ODU TORNA-SE ÌYÁMI


 

"Nos primórdios da criação, Olodumaré, o Ser Supremo que vive no orun, mandou vir ao aiyé (universo
conhecido) três divindades: Ogun (senhor do fèrro), Obarixá (senhor da criação dos homens) (2) e Odu, a
única mulher entre eles. Todos eles tinham poderes, menos ela, que se queixou então a Olodumarê. Este
lhe outorgou o poder do pássaro contido numa cabaça (igbá eleiye) e ela se tornou então, através do
poder emanado de Olodumarê, Ìyáwon, nossa mãe para eternidade (também chamada de Iyami Oxoronga,
minha mãe Oxorongá). Mas Olodumarê a preveniu de que deveria usar este grande poder com cautela,
sob pena de ele mesmo repreendê-la.

"Mas ela abusou do poder do pássaro. Preocupado e humilhado, Obarixá foi até Orunmilá fazer o jogo
de Ifá, e ele o ensinou como conquistar, apaziguar e vencer Odu, através de sacrifícios, oferendas e
astúcia.

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O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

"Obarixá e Odu foram viver juntos. Ele então lhe revelou seus segredos e, após algum tempo, ela lhe
contou os seus, inclusive que adorava Egun. Mostrou-lhe a roupa de Egun, o qual não tinha corpo, rosto
nem tampouco falava. Juntos eles adoraram Egun.

"Aproveitando um dia quando Odu saiu de casa, ele modificou e vestiu a roupa de Egun. Com um bastão
na mão, Obarixá foi à cidade (o fato de Egun carregar um bastão revela toda a sua ira) e falou com todas
as pessoas. quando Odu viu Egun andando e falando, percebeu que foi Obarixá quem tornou isto
possível. Ela reverenciou e prestou homenagem a Egun e a Obarixá, conformando-se com a supremacia
dos homens e aceitando para si a derrota. Ela mandou então seu poderoso pássaro pousar em Egun, e lhe
outorgou o poder: tudo o que Egun disser acontecerá. Odu retirou-se para sempre do culto de Egungun."

O conjunto homem-mulher dá vida a Egun (a ancestralidade), mas restringe seu culto aos homens, os
quais, todavia, prestam homenagem às mulheres, castigadas por Olodumarê através dos abusos de Odu.
Também por esta razão é que as mulheres mortas são cultuadas coletivamente, e somente os homens têm
direito à individualidade, através do culto a Egun.
(2) Um dos Orixás funfun, isto é, Orixás que têm como principal preceito o uso do branco nos ritos e nas
oferendas; em algumas regiões ; Obarixá é adotado como um cognome de Oxalá.

 Aulo Barretti Filho

Março/1986

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O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

Ao Autor

Asojú_Oba_Aláketu

VEJA : OUTROS ARTIGOS

O QUE HÁ PARA SE LER : Bibliografia


 

Abraham, R. C. - Dictionary of Modern Yoruba, 1958;


Bascom ,William - Sixteen Cowries, 1980 ; e The sociological role of the
Yoruba cult group, 1944;
Denis, Dohou Codjo - "La Mort - Sa Conception", 1979;
Elbein Dos Santos ,Juana e Dos Santos ,Deoscoredes M. - "Ancestor
Whorship in Bahia : The Egun Cult", 1969 ;
Lawal, Babatunde - "Art for Life Sack" ; e "The Living Dead", 1977;
Olajubu, Oludare - "Composition and Performance Techniques of Iwì
Egúngún",1975 ; e "Some aspects of Oyó Yoruba masquerades", 1977;
Verger, Pierre - Grandeur et décadence du cult de Iyàmi Òsòròngà, 1965 ;
Ziégler, Jean - Les Vivants et la Mort, 1975;
Fotos do livro de :
Huet ,Michel - The Dance ,Art and Ritual of Africa ,1978
Obras de apoio da Biblioteca da Funaculty - "Fundação de Apoio ao Culto e Tradição Yorubana no
Brasil"; Hoje extinta, as obras continuam fazendo parte do acervo particular do autor.

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Egungun Histórico Oiê Introdução Sumário Capa

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O Culto dos Eguns - Mitos Iorubás.

Texto Original : revisado e adaptado para o site.

Webmaster : Aulo Barretti Filho © Copyright : Aulo Barretti Filho


* Proibida a reprodução total ou parcial destes textos sem autorização expressa do autor.

Junho / 2003, São Paulo, Brasil

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O Culto dos Eguns - Histórico.

O CULTO DOS EGUNS

Quadro Histórico
 

- OS CANDOMBLÉS DE EGUNGUN -
VERA CRUZ * MOCAMBO *

(+/- 1905) (+/- 1830)

BABÁ OKULELE BABÁ OLÚKOTÚN

ALABÁ - Serafin ALABÁ - Marcos Pimentel


ENCARNAÇÃO TUNTUN CORTA-BRAÇO

BABÁ AGBÓULÁ BABÁ OLÚKOTÚN *

ALABÁ - João Dois Metros ALABÁ - Marcos Teodoro ALABÁ - Opé


Pimentel.(+ 1935)
OJÉ - Gregório OJÉ - João Boa Fama
OJÉ Baxorun - Manoel Antonio
Daniel de Paula¹
ILÊ AGBÓULÁ - Candomblé das Amoreiras ²

(+/- 1940)

1º ALABÁ - Eduardo Daniel de Paula

2º ALABÁ - Antonio Daniel De Paula (+ 1931)

3º ALABÁ - Domingos ( atual dirigente)


ILÊ OYÁ ³ OS ALAPINIS

(+/-1955) 1º - Marcos Teodoro Pimentel

1º ALABÁ - Ojé Ladê : 2º - Pedro Daniel de Paula


 
Olegario Daniel de Paula 3º - "Mestre Didi" - Descoredes
Maximiniano dos Santos (atual)
2º ALABÁ - Ojé Faboun :

"Roxinho" Daniel de Paula (atual)

* - Do Mocambo formou-se o Tuntun e do Vera Cruz o Encarnação. As datas se referem a formação


aproximada do terreiro.

¹ - O clã dos Daniel de Paula se inicia com o Ojé Manoel ,que teve vários filhos,dos quais destacamos os Alabá
Eduardo Antonio Olegário (pai do Alabá "Rouxinho") e o Alapini Pedro. O filho deste ultimo, Balbino Dainiel
de Paula, não é Ojé ,pois foi iniciado no culto dos Orixás no Axé Opô Afonjá por Maria Bibiniana do Espirito
Santo (1901-1967), Mãe Senhora, que além de ser Ìyálorixá ,uma ou a mais importante do Brasil na sua época

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O Culto dos Eguns - Histórico.

,foi também Ìyá Egbé no Ilê Agboulá ,é mãe carnal do atual Alapini Mestre Didi. Balbino é hoje Babálorixá e
fundador (1974) do Candomblé Axé Opô Aganju ,em Lauro de Freitas ,na Bahia. É interessante notar que a
maioria das mulheres com oiê em Egum são filhas de santo de Balbino.

² - Os Ojé Gregorio ,Manoel Antonio Daniel de Paula e João Boa Fama foram os fundadores do Ilê Agbóulá.
Praticamente foi uma fusão dos antigos e extintos Encarnação, Tuntun e Corta-Braço.

³ - O Ilê Oyá é um ramo dissidente do Ilê Agboula.

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Egungun Mitos Introdução Sumário Capa Oiê

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O Culto dos Eguns - Egungun-Atokun_a.

O CULTO DOS EGUNS

Egungun_Atokun

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O Culto dos Eguns - Oiê.

O CULTO DOS EGUNS

Quadro dos Oiês


 

- Cargos e Postos dos Oiês -


MASCULINOS FEMININO
Màrìwò Ató

Alapini - chefe dos Alabás Ìyálode - responde pelo grupo feminino perante aos
homens.
Alabás - chefe de um Terreiro
Ìyá Egbé - cabeça de todas as mulheres
Atokun - guia de Egun
Ìyá Mondè - comanda as atos e fala com os Babá.
Ojé Agbá - Ojé ancião
Ìyá Erelu - cabeça das cantadoras
Ojé - iniciado com ritos completos
Erelu - cantadora
Amuixan - iniciado com ritos incompletos
Ìyá Agan - recruta e ensina as ató
Màrìwò - qualquer iniciado
Ató - adoradora de Egungun
Alabê - tocador de atabaque
Outros Oiês
Alguns Oiês dos Ojé Agbá
Ìyále Alabá
Baxorun
Ìyá Kekere
Ojé Ladê
Ìyá Monyoyó
Exorun
Ìyá Elemaxô
Faboun
Ìyá Moro
Ojé Labi

Alará

Ojénira

Akere

Ogogo

Olopondá
Alguns Oiês ,tanto masculinos como femininos, possuem Otun e Osi,ou seja ,pessoas que os auxiliam no seu
cargo : sua mão direita ou esquerda ,portanto são também Oiês.

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O Culto dos Eguns - Oiê.

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Egungun Mitos Introdução Sumário Capa Histórico

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O Culto dos Eguns - Egungun-Amuixan_a.

O CULTO DOS EGUNS

Egungun_Amuixan

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O Culto dos Eguns - Introdução aos textos.

O CULTO DOS EGUNS

- O ancestral individualizado, o Egungun, está de novo "vivo". -

Os negros iorubanos, originarios da Nigéria,


trouxeram para o Brasil o culto dos seus ancestrais,
chamados Eguns ou Egunguns.
Em ltaparica (BA), duas sociedades perpetuam essa
tradição religiosa.

INTRODUÇÃO

Os cultos de origem africana chegaram ao Brasil juntamente com os escravos. Os iorubanos — um dos
grupos étnicos da Nigéria, resultado de vários agrupamentos tribais, tais como Ketu, Oyó, Ijexá, Ifan e

http://aulobarretti.sites.uol.com.br/Introducao.htm[23/04/2009 15:52:20]
O Culto dos Eguns - Introdução aos textos.

Ifé, de forte tradição, principalmente religiosa — nos enriqueceram com o culto de divindades
denominadas genericamente de Orixás (1)

Esses negros iorubanos não apenas adoram e cultuam suas divindades, mas também seus ancestrais,
principalmente os masculinos. A morte não é o ponto final da vida para o iorubano, pois ele acredita na
reencarnação (àtúnwa), ou seja, a pessoa renasce no mesmo seio familiar ao qual pertencia; ela revive em
um dos seus descendentes. A reencarnação acontece para ambos os sexos; é um fato terrível e
angustiante para eles não reencarnar.
(1) Por motivos gráficos e para facilitar a leitura os termos em língua yorubá foram aportuguesados e figuram no texto em
itálico. Ex. : Òrìsà = Orixá

TEXTOS

O Culto dos Egungun


Mitos Iorubás
ANEXOS

Histórico
Oiê
VEJA : OUTROS ARTIGOS

Egungun Mitos Sumário Capa

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O Culto dos Eguns - Revista : Sumário.

SUMÁRIO

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O Culto dos Eguns - Revista : Sumário.

"O Culto dos Eguns no Candomblé "


por Aulo Barretti Filho
in : Revista Planeta ,São Paulo ,Ed. Três ,nº 162, 43:49, 1986

Introdução
Capa
O CULTO DOS EGUNS

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Ilê-Ifé : A Cidade e seu Povo.

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

- A CIDADE E SEU POVO -

"Uso e Costumes"

FOTOGRAFIAS

Ifé - 1986

- Casas de Ilê-Ifé. -

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Ilê-Ifé : A Cidade e seu Povo.

- Casa em reforma : Note o tradicional túmulo familiar, comumente encontrado nas entradas ou laterais das
residências. -

- Crianças em frente uma residência. -

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Ilê-Ifé : A Cidade e seu Povo.

- Pinturas em painel, em rua próxima ao centro de Ilê-Ifé. -

- Vendedoras de farinha de inhame, a mulher yorubana é tradicionalmente a comerciante da família. -

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Ilê-Ifé : A Cidade e seu Povo.

- Vendas de pôster e calendários, no centro de Ilê-Ifé. -

- Uma jovem moça carregando algo na cabeça, é a forma e um costume dos mais tradicionais das mulheres
iorubanas, de transportar qualquer objeto, seja em casa ou nas ruas, sempre na cabeça e apoiado sobre uma rodilha
de pano, para equilibrar e não machucar. -

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Ilê-Ifé : A Cidade e seu Povo.

- No campus da Universidade de Ilê-Ifé, mais um dos costumes tradicionais da mulher Yoruba, a forma da mãe
carregar o filho, junto ao seu corpo, seguro pelo tórax, nas costas ou as vezes também pelo peito. Desta forma ela
consegue sempre ter as mãos livres, e não precisa se preocupar com o filho, que sempre está no aconchego do seu
corpo. -

Veja mais fotos : "No Templo de Obàtálá"

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Ilê-Ifé : Obatala

ILÊ-IFÉ : O BERÇO DO MUNDO

ARTIGOS

- NO TEMPLO DE OBÀTÁLÁ : ÌDÈTA-ILÉ -

e "Instrumentos de Percussão"

FOTOGRAFIAS

Ifé - 1986

- Os Alùgbìn, os tocadores do Ìlù Ìgbìn de Obàtálá. -

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Ilê-Ifé : Obatala

- Os tambores, ìlù, chamados de Ìgbìn. -

- O instrumento de percussão, são dois ferros em forma de T , chamados de Eru , são batidos um contra o outro para
"marcar o ritmo" tocado pela "orquestra". -

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Ilê-Ifé : Obatala

- O sacerdote de Obàtálá e vários Onìlù tocando o eru , saudando um sacerdote ilustre chegando no templo de Ìdèta-
Ilê. -

- Os Awo, os sacerdotes, dançando celebram o encontro, desta forma recepciona o Awo, em visita ao templo de
Obàtálá. -

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Ilê-Ifé : Obatala

- Close do principal sacerdote de Obàtálá : Obalesun dançando. -

- Os Alusèkèrè, tocadores do tradicional Sèkèrè, uma grande cuia feita de cabaça, vestida com uma trama de fios de
contas, que quando chocalham produzem um som especifico e único, no campus da Universidade de Ilê-Ifé. -

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Ilê-Ifé : Obatala

- Onìlù com o tradicional tambor Dùndún, que singularmente, têm o seu corpo, em formato de ampulheta, e possui
duas bocas revestidas com membranas de couro, no campus da Universidade de Ilê-Ifé. -

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Ilê-Ifé : Obatala

- No campus da Universidade de Ilê-Ifé, após uma apresentação de ritmos e danças tradicionais, vemos vários
instrumentos de percussão, como os tambores do tipo Dùndún e os grandes chocalhos chamados Sèkèrè. -

Veja mais fotos : "A Cidade e seu Povo"

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O Culto dos Eguns - Ìyámi_a.

O CULTO DOS EGUNS

ÌYÁMI_S

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O Culto dos Eguns - Egungun_a.

O CULTO DOS EGUNS

Egungun

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