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Capítulo 9 - A LEI DE AMPÈRE.

A DESCOBERTA DE OERSTED
Já conhecemos o efeito do campo magnético
sobre cargas em movimento e sobre correntes
em circuitos elétricos. Vimos que uma das
fontes de campo magnético são os ímãs
permanentes, como a magnetita (Fe3O4). Em
1819, Oersted descobriu que uma corrente
elétrica produz um campo magnético, e que
para o caso de um fio retilíneo, as linhas de
campo são círculos em planos perpendiculares
ao fio, como ilustra a Fig. 9.1. O sentido do
campo é dado pela regra da mão direita: com
o polegar no sentido da corrente, os outros Figura 9.1
dedos dão o sentido de B.

Logo após a apresentação do trabalho de Oersted, em 1820, Ampère


realizou outras experiências e formalizou a relação entre corrente
elétrica e campo magnético. Ele mostrou que o campo produzido
pela corrente, i, é dado pela lei que recebeu seu nome

(9.1)

onde µ 0=4π x10-7 N/A2 é a permeabilidade magnética do vácuo.

Em (9.1), a integral é realizada ao longo de uma linha fechada


arbitrária, que alguns autores denominam linha amperiana, pela sua
correspondência com a superfície gaussiana no caso da eletrostática.
Portanto, a lei de Ampère está para o magnetismo, assim como a lei
de Gauss está para a eletrostática. É possível agora estabelecer um
quadro conceitual relacionando esssas áreas, onde as setas indicam
produção. Assim, cargas em movimento produzem campo elétrico e
campo magnético e podem produzir corrente elétrica, no caso
estacionário.
Em 1819 o físico dinamarquês
Oersted observou que, quando a
agulha de uma bússola é
colocada próxima de uma
corrente elétrica, essa agulha é
desviada de sua posição (fig.
264). Ora, uma agulha
magnética, suspensa pelo
centro de gravidade, só entra
em movimento quando está em
um campo magnético. O
deslocamento da agulha só se
explica pela formação de um
campo magnético em torno do
condutor percorrido por
corrente elétrica. Foi essa a
primeira vez que se observou o
aparecimento de um campo
magnético juntamente com uma
corrente elétrica.

O leitor pode fazer a seguinte


observação: quando um bonde
passa a muitos metros de uma Figura 264
agulha imantada, faz a agulha
oscilar. Isso porque a corrente
que passa no fio “troley” produz
um campo magnético que
atinge a agulha (“troley” é o fio
no qual desliza a “alavanca” do
bonde).

A figura abaixo mostra como se pode realizar a experiência de


Oersted: um condutor retilíneo horizontal é colocado
paralelamente a uma agulha imantada. Esse condutor é ligado
em série com os seguintes elementos: um acumulador, que fornece corrente;
um reostato, que controla a intensidade da corrente; e uma “chave”
(interruptor), para abrir e fechar o circuito. Inicialmente, esta chave está aberta,
e a agulha se mantém paralela ao condutor (figura a). Quando se fecha a
chave, passa corrente, produz-se o campo magnético, e a agulha é desviada
(figura b).
Figura 265-a

iii.3 — A Lei da Indução de Faraday

A construção do solenoide levou às últimas consequências o significado da experiência


de Oersted: fenómenos eléctricos geravam fenómenos magnéticos, e era possível
transformar uns nos outros. Faltava fechar ociclo, ou seja provar que fenómenos
magnéticos eram susceptíveis de gerar fenómeno eléctricos em geral e corrente eléctrica
em particular. Tal foi atingido com a experiência fundamental da indução de Faraday de
1831
Fig. 12 - Um objecto semelhante ao solenoide original de Faraday

Consideremos o par de solenoides da figura 13. Se fizermos percorrer o solenóide 1 por


uma corrente I variável no tempo e gerada em G, então vai ser induzido um campo
eléctrico no solenóide 2 que se manifesta através duma tensão aos terminais1[*],
semelhante à observada numa pilha, agora variável no tempo. A tensão é medida pelo
voltímetro V.

Fig. 13 — Experiência de Faraday

De acordo com Faraday, o campo eléctrico induzido é

consequência da variação do fluxo magnético. O campo

1
eléctrico terá um valor tal que a sua circulação através do

percurso que vai de A→C através do fio da bobina e que vem de

C→A através do exterior é igual e de sinal contrário à variação do fluxo magnético


referido por unidade de tempo.

Na percepção de Faraday, o fluxo magnético induzido no circuito da carga teria


de se opor ao fluxo indutor do circuito do gerador. Tratou-se duma aplicação do
Princípio de Le Chatelier. Os campos induzidos teriam tendência a contrariar os efeitos
que lhes deram origem.

Porém esta explicação não é correcta. A variação do fluxo magnético indutor


gera um campo eléctrico induzido cujo trabalho se opõe à variação do fluxo magnético
indutor. Não é exactamente a mesma coisa. A expressão é dada por

d
∫ Egds = − dt ∫
Ñ S
Bgn dS

onde n é a normal à superfície que assenta no circuito fechado de acordo com os


critérios do Teorema de Stokes. Fazendo uma consideração semelhante à lei de Ampère

∂B
∫ Egds = ∫
Ñ S
∇× Egn dS = −∫
S ∂t
gn dS

o que implica a Lei de Faraday

∂B
∇×E = −
∂t

A ligação entre o fluxo magnético e a Lei de Faraday é exibida pelo seguinte

Teorema 2.1 — A Lei de Faraday implica ∇ •B=0.

Demonstração (ad absurdum): Suponhamos que ∇ •B≠ 0. Da Lei de


Faraday tira-se que


∇g∇× E ≡ 0 = − ( ∇ gB )
∂t

o que implica com generalidade

∇ gB ( r, t ) = f ( r ) ≠ 0

mas isto é impossível. Logo ∇ •B=0.


q.e.d.

III.4 — A Lei de Ampère–Maxwell


A existência de condensadores implicava

dQe
I=-
dt

visto que a corrente que terminava num condensador existia em consequência duma
variação de carga à superfície das placas, e daí que a densidade de corrente Je tinha
linhas de corrente abertas. Porém da Lei de Ampère derivava que Je era solenoidal.
Havia uma contradição a resolver pelo que teria de haver uma corrente de deslocamento
associada à variação de carga.

J + -
+ -
+ -
+ -

Fig. 14 — Representação de cargas e correntes num condensador

De facto de

dQe ∂ρe
I = ∫ J gn dS = - = −∫ dV
S dt V ∂t

concluía-se atendendo ao Teorema de Ostrogradsky-Gauss que

∂ρ e
∇gJ e + =0
∂t

Logo teria de existir um vector Y tal que

∂Y
∇× H = J e +
∂t

ou seja mantendo o carácter solenoidal do rotacional em todas as circunstâncias, e tal


que quando o regime fosse estacionário, ou seja não variasse com o tempo (∂/∂t ≡ 0), se
restabelecesse a Lei de Ampère. Portanto

∇g∇× H ≡ 0 = ∇ gJ e + (∇ gY )
∂t

pelo que

∇ g( Y − D) = 0

e em consequência Y= D + ∇ × K. Mas Maxwell considerou que K=0. Donde a Lei de


Ampère-Maxwell

∂D
∇ × H = Je +
∂t

O termo ∂D/∂t constitui a corrente de deslocamento e daí que D se chamasse o


deslocamento eléctrico. O caracter solenoidal das linhas de corrente deriva do facto
destas linhas quando têm o caracter de linhas de condução Je abertas se fecharem por
linhas de corrente de deslocamento, podendo coexistir umas e outras, ou serem
indiferenciadas.

III.5 — Discussão das Equações de Maxwell

De tudo o que foi dito resultam as Equações de Maxwell

∂B
∇×E = −
∂t
∂D
∇ × H = Je +
∂t
∇gD = ρe
∇gB = 0

e cujo significado já foi clarificado.

Estas equações estão escritas duma forma Geral. Aplicam-se a todas as situações
do campo electromagnético, e.g. o campo electromagnético variável (no tempo). Porém
é possível explorá-las no sentido de situações específicas.

III.5.1 — Campo Electromagnético Estacionário

Neste caso ∂/∂t ≡ 0 e portanto


∇×E = 0
∇ × H = Je
∇gD = ρe
∇gB = 0

As Equações de Maxwell para o campo electromagnético estacionário mostram


a possibilidade de separar os fenómenos eléctricos, a Electrostática, dos fenómenos
magnéticos, a Magnetostática. Se as fontes de campo forem nulas, ou ambas ou só uma
delas, os respectivos campos podem não existir (Teorema 3).

III.5.2 — Campo Electromagnético Quase-estacionário


Quando nas Equações de Maxwell a variação temporal é tal que a corrente de
deslocamento é desprezável face à corrente de condução (Je>> ∂D/∂t ), as Equações
de Maxwell assumem a forma

∂B
∇×E = −
∂t
∇ × H = Je
∇gD = ρe
∇gB = 0

São as seguintes as aplicações destas equações:

  Circuitos cuja dimensão é pequena comparada com as dimensões características


da variação temporal multiplicada pela velocidade da luz, e.g. as máquinas
eléctricas;
  Magnetofluidodinâmica.

Evidentemente que as equações acima são casos particulares do caso geral, pelo que
as equações de Maxwell gerais continuam a ser aplicadas aqui. O inverso não é
verdadeiro.

III.5.3 — Propagação de ondas


Consideremos as Equações de Maxwell sem fontes de carga ou corrente
∂B
∇×E = −
∂t
∂D
∇×H =
∂t
∇gD = 0
∇gB = 0

Estas equações mostram a possibilidade de ter campos mesmo na ausência de


fontes. Assim a variação do deslocamento eléctrico gera o campo magnético que por sua
vez tem associado a si a indução magnética. Esta gera o campo eléctrico que tem
associado a si o deslocamento eléctrico, fechando o ciclo. Juntemo-lhe as relações do
vácuo

B = µ0 H
D = ε0E

onde µ 0 é a permeabilidade magnética do vazio e ε 0 é a constante deeléctrica do


vazio. Então

∂ H
∇ × E = −µ0
∂ t
∂ E
∇ × H = ε0
∂ t
∇gE = 0
∇gH = 0

Estas equações mostram claramente que as linhas de campo eléctrico e


magnético se suportam umas nas outras. Das equações resulta

∇ × ∇ × E = −µ 0
∂ ( ∇ × H)
∂ t
∂ ( ∇ × E)
∇ × ∇ × H = ε0
∂ t

e portanto tendo em atenção a definição de laplaciano

∂ 2E
∆E − µ 0ε 0 =0
∂t 2
∂2H
∆H − µ 0ε 0 2 = 0
∂t

que são a equação de ondas homogénea semelhante a


1 ∂2A
∆A − =0
v 2 ∂t 2

com a solução

A = f ( r − vt ) + g ( r + vt )

assumindo v=const.

Na verdade tendo em conta a

Definição 8 — Onda é qualquer grandeza que variando no espaço e no


tempo se inicia num ponto do espaço, variando no tempo, e
se propaga a qualquer ponto do espaço em tempo finito.

f(r-vt) é uma onda que se propaga na direcção do futuro (onda retardada),


enquanto g(r+vt) se propaga na direcção do passado (onda avançada).

No caso das ondas electromagnéticas v=c (velocidade da luz no vácuo) e


portanto

1 ∂ 2E
∆E − =0
c 2 ∂t 2
1 ∂2H
∆H − 2 2 = 0
c ∂t

com

1
c=
µ 0ε 0

Nesta solução g(r+vt)=0 pois que as soluções avançadas não têm significado
físico pois violam o princípio da causalidade.

A relação mostra ainda que ε 0 eµ 0 não são constantes independentes, isto é,


não podem ser estabelecidas de modo arbitrário. A imposição do valor para uma implica
logo o valor para outra, negociada através da velocidade da luz.

Estas considerações têm consequências sobre os sistemas de unidades que se


usam. Se se fixar ε 0, os sistemas de unidades dizem-se electrostáticos; se se fixar µ 0,
os sistemas de unidades são electromagnéticos.

O Sistema Internacional de Unidades é um sistema electromagnético. Impõe-se


µ0 = 4π × 10 −7 Hm -1

que permite estabelecer

1 1
ε0 = ≅ 10−9 Fm -1
4πµ 0 c 2
36π

e as restantes unidades do SI, incluindo a unidade fundamental, o Ampère, como será


visto futuramente. O aparecimento do factor 4π nas constantes é motivado pela
necessidade de manter as Equações de Maxwell o mais simples possível.

Se porventura pretendêssemos fixar arbitrariamente ε 0 e µ 0, então o


relacionamento com a velocidade da luz seria

K
c=
µ 0ε 0

e a constante K teria que aparecer nas Equações de Maxwell. São os sistemas


gaussianos que evidentemente só aqui serão referidos pela sua importância histórica.
Em particular o caso em que ε 0=1 e µ 0=1 levou a uma grande confusão já que

D=E
B=H

Obscurecendo as diferenças de significado físico das duas grandezas.

A expressão

1 ∂2A
∆A − =0
c 2 ∂t 2

permite a introdução do operador d’alambertiano

WA = 0,
com

∂2
W≡ ∆ − 1
c 2 ∂t 2

O aparecimento de soluções ondulatórias constitui um enriquecimento do


significado físico das Equações de Maxwell. Pela forma como foram estabelecidas nada
o faria prever. A explicação que propiciam da propagação da luz através da indução
sucessiva de campos, foi uma das mais brilhantes conclusões da História da Física,
levada a cabo por Hertz através duma brilhante experiência.

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