Sunteți pe pagina 1din 4

PROCESSOS IDENTITARIOS EM MOÇAMBIQUE

Docente: Elísio Jossias


Discente: Stélio Victor Ramos
Filme Assistido: RAPOSO, Octávio (2006). NU-BAI: Rap Negro Em Lisboa. Duração
60 min.

Resumo do Filme

O presente trabalho vai ser construído em torno do documentário de Octávio Raposo


intitulado Nu-Bai: Rap negro em Lisboa. Quanto a estrutura será feita uma apresentação
do resumo sobre o documentário e segunda parte vai compreender a parte da apreciação
crítica sobre o trabalho.

Raposo no documentário procura debater sobre a reivindicação anti-racistas de cabo-


verdianos vivendo em Lisboa. O autor pega o movimento cultural hip-hop para
demonstrar como se processa as reivindicações, a partir da apresentação de conversas,
musicas, filmagens do modo de vida dos intervenientes presentes no documentário.

O filme foi filmado num período compreendido de 3 anos nomeadamente de 2003 a


2006, e o lugar privilegiado foi os bairros sociais de Lisboa a mencionar, Arrentela,
Porto Salvo entre outros.

De uma maneira geral o documentário retrata sobre questões ligadas a segregações que
na opinião dos entrevistados constitui um problema estrutural que leva serem vedados a
frequentar em alguns espaços de sociabilidade, criando um clima de pobreza e
desemprego.

Mas antes de entrarem na própria questão que é a reivindicação da situação social,


começam por discutir sobre identidade do próprio rap. Pelo facto de o mesmo estar a ser
branqueado1 e esta perder a sua essência que é retratar questões de problemas ou
diferenças sociais.

Os protagonistas referem que a sua fonte de inspiração está muito ligado a negros norte
americanos intelectuais e grupos musicais que de uma forma directa ou indirecta

1
Rap cantado por Brancos, mas que não retratam questões ligadas a desigualdades sociais, mas sim
tratam de falar de festas, roupas de marca, mulheres.
discutiram questões ligadas a discriminação racial, tais como Martin Luther King,
Malcolm X, Huey Newton (líder dos Black Panther) Vanilla Ice, Public Enemy.

Os Rappers no presente documentários usam jogos de linguagem como forma de


exaltação de identidade musical2 mas como também questões ligadas a terra de origem
neste caso Cabo Verde3, e advogam que eles vivem em tensão devido a um choque de
lógicas (as Ruas4 e o Estado).

Perante ao choque das lógicas os protagonistas do filme referem que quando o Estado
os violenta eles também respondem também violentando e é por isso que numa das
passagens do filme um dos protagonistas refere que “ quando o sistema5 nos fode, nus
ta manda fode sistema”.

Os rappers advogam que tanto os negros, brancos, mulatos, são todos iguais e que a
discriminação criado pelo Estado que se operacionaliza através de instituições como a
Policia e os Serviços de migração, não faz sentido, pois isto acaba reproduzindo
desigualdades sociais.

Perante ao clima social de Portugal os rappers de origem cabo-verdiano pretendem que


seus direito sejam reconhecidos entanto que cidadãos Portugueses e se não forem
reconhecidos sempre irão reivindicar e o rap será a arma usada.

No concernente a choques de lógica Escola e as ruas, o que acontece é que os estudantes


vêem que devido ao sistema educativo eles dificilmente se enquadram dificilmente na
escola, dai que surge uma necessidade reformar o sistema educativo.

Finalmente, um dos Protagonistas perante ao choque de lógicas sente que a sua cultura
está sendo roubada, por isso é que eles resistem usando o crioulo nas suas conversas e
cantam o Rap como forma de resgatar os seus valores.

2
Uso dos ditos palavrões na linguagem corrente, tais como puta, merda, é fudido.
3
Letras da música Rap escritas em Crioulo. Para eles o Rap em crioulo acciona a identidade negra e os
faz pensar que tem uma raiz que os sustenta que é a África no geral e Cabo-Verde em particular.
4
Rua não no sentido literal do termo, mas sim como um espaço de sociabilidade onde há troca de
valores, símbolos entre indivíduos, e possui códigos interpretativos de como olhar o mundo e que no
presente documentário diferencia-se com o plasmado pelo Estado.
5
Sistema neste contexto é compreendido como o Estado com os seus instrumentos de repressão como
a Policia.
Análise Critica ao documentário.

Neste capitulo pretendemos demonstrar o que com o texto pudemos captar entanto que
pessoas e dai com um olhar de estudante de antropologia fazer uma analise a luz de
teorias que discutem sobre identidades.

O trabalho de Raposo é passível de ser interpretado a luz de várias perspectivas em


Antropologia podendo ser a visto a luz da Antropologia urbana, processos identitários,
individuo e sociedade entre outros.

Mas no caso presente vamos analisar na perspectiva de processos identitários e


pudemos analisar a maneira como se processa o multiculturalismo num contexto de
Estado-nação onde se reivindicam vários direitos, e aqui são os Cabo-Verdianos que
reivindicam um conjunto de direitos pelo facto de se sentirem excluídos pelo Estado
Português e eles referem que são Portugueses pois nasceram em Portugal e os seus Pais
é cabo-verdianos.

Um dos reparos que pude depreender no documentário é a visão estática que os


protagonistas tem sobre o Hip-Hop pois dizem que este está perder a sua essência pelo
facto de estar a ser branqueado por falar de amor e festa, mas se formos a ver Panoff
(1973)6 diz que dentro dos processos de aculturação, as pessoas apropriam de diferente
forma os valores de outros contextos e reproduzem consoante as suas necessidades.

O próprio Hip-Hop produzido pelos rappers cabo-verdianos não é puro como tanto
referem se pegarmos a história da origem nos EUA, pois eles apropriaram e
reproduziram para satisfazer a suas necessidades, a título de exemplo é a incorporação
do crioulo nas letras destes rappers.

Pelo acima apresentado mostra a ambiguidade e fugacidade da identidade que tanto


refere Pina Cabral (2003)7 em que não podemos encontrar identidades fixas com
características imutáveis, e a pessoa não possui uma só identidade e ela acciona várias
identidades consoante o contexto de interacção social.

Sobre o accionamento de varias identidades o que torna a identidade algo fugidio, temos
os casos recorrentes no próprio documentário em que a dado momento referiam que

6
PANOFF, Michel (1973). Dicionário de etnologia. Lisboa: Edições 70.
7
PINA CABRAL, João (2003). Identidades inseridas: algumas divagações sobre identidade, emoção e
ética. Lisboa: ICS
eram cidadãos Português e tinham os mesmos direito que os brancos, e que eram cabo-
verdianos quando advogavam que tinham raízes africanas.

Na mesma linha de pensamento Bauman (2001)8, refere que na modernidade onde


quase que tudo é transitório é difícil de falar de identidades fixas e bem definida e o que
acontece é que as identidades são adoptadas e descartadas como uma troca de roupa.

Na minha opinião o documentário apresenta uma limitação que provavelmente pode não
alargar o horizonte analítico sobre a situação dos imigrantes em Portugal, que é a
questão da maneira como os imigrantes são identificados pelos nativos de Portugal e se
o autor fez não vem apresentado claramente no documentário.

Quanto a reforma do sistema educativo não estou de acordo pelo facto de no contexto
Português ser um estado nação composto por um conjunto de normas e também por
possuir uma diversidade cultural que cujo privilegio de uns grupos poderia criar um
clima de tensão e a própria reforma poderia fazer a mesma perder a sua essência e
passando a se chamar de outro termo e não de escola.

Quanto ao roubo ou não roubo da cultura não sou apologista pelo facto de nos processos
de contactos ou empréstimos culturais haver a perda de valores, mas sim há um
processo de transformações socais pela dinâmica social que constitui um processo
inerente a própria cultura.

Finalmente pormenor é que ele homogeneizou os negros em Portugal é como se todos


fossem similares perante o Estado e acredito que Lisboa entanto que um campo social
possui graus de diferenciação mesmo entre indivíduos de mesma pigmentação, ou seja o
autor não falou dos negros que viviam fora dos bairros sociais.

8
BAUMAN, Zygmunt. (2001). Modernidade Liquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

S-ar putea să vă placă și