“O Veneno está na Mesa” e “O Veneno está na Mesa II”, drigidos por Sílvio Tendler, sob a perspectiva do capítulo “As Bases Epistemológicas da Agroecologia”, de João Carlos Costa Gomes, do livro “Princípios e Perspectivas da Agroecologia”
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“O Veneno está na Mesa” e “O Veneno está na Mesa II”, drigidos por Sílvio Tendler, sob a perspectiva do capítulo “As Bases Epistemológicas da Agroecologia”, de João Carlos Costa Gomes, do livro “Princípios e Perspectivas da Agroecologia”
“O Veneno está na Mesa” e “O Veneno está na Mesa II”, drigidos por Sílvio Tendler, sob a perspectiva do capítulo “As Bases Epistemológicas da Agroecologia”, de João Carlos Costa Gomes, do livro “Princípios e Perspectivas da Agroecologia”
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“O Veneno está na Mesa” e “O Veneno está na Mesa II”, drigidos por Sílvio Tendler, sob a perspectiva do capítulo “As Bases Epistemológicas da Agroecologia”, de João Carlos Costa Gomes, do livro “Princípios e Perspectivas da Agroecologia”
“O Veneno está na Mesa” e “O Veneno está na Mesa II”, drigidos por Sílvio Tendler, sob a perspectiva do capítulo “As Bases Epistemológicas da Agroecologia”, de João Carlos Costa Gomes, do livro “Princípios e Perspectivas da Agroecologia”
dirigidos por Slvio Tendler, sob a perspectiva do captulo As
Bases Epistemolgicas da Agroecologia, de Joo Carlos Costa Gomes, do livro Princpios e Perspectivas da Agroecologia
Resenha por Vitor Vieira Vasconcelos Doutor em Geologia Mestre em Geografia Bacharel em Filosofia
Graduao em Geografia - UNIBH Junho de 2014
Em seu texto Bases Epistemolgicas da Agroecologia, Joo Carlos da Costa Gomes prope a existncia de uma crise nos fundamentos e paradigmas que do base agronomia. Tratam-se dos paradigmas que fundamentaram a cincia moderna, propostos por Francis Bacon, Descartes, Newton, Comte e pelo Crculo de Viena. Essa viso estaria calcada na especializao do saber, objetividade do conhecimento e uma suposta neutralidade da cincia. Recorrendo a novos debates contemporneos da epistemologia cientfica, Joo Carlos prope que a agroecologia deva se desenvolver sobre princpios renovados, dentre os quais a valorizao da interdisciplinaridade, o holismo sistmico, a conscincia social do uso da cincia, e a integrao entre saber acadmico e saber popular. Os filmes O Veneno est na Mesa e O Veneno est na Mesa II retratam essa crtica agronomia advinda da Revoluo Verde. Ambos os filmes mostram, mostram, em consonncia com a crtica da neutralidade da cincia feita por Carlos Gomes, que as inovaes tecnolgicas da agricultura foram desenvolvidas com o objetivo de ganho de produtividade, mas escondendo os prejuzos sociais e ambientais decorrentes. Mostra-se como o uso de agrotxicos tem causado diversos problemas de sade nos trabalhadores da agricultura, nos vizinhos das plantaes e nos consumidores dos alimentos. Alm disso, tambm retrata a contaminao dos agrotxicos no meio ambiente, tambm com seus decorrentes prejuzos para a sociedade. Os dois filmes empregam uma perspectiva interdisciplinar, conjugando agronomia e cincias da sade, aliadas a uma viso sociopoltica crtica, para desvelar os diversos problemas causados pelo sistema produtivo agrcola baseado em agrotxicos. Mostra-se como diversos princpios ativos de agrotxicos, proibidos em outras partes do mundo, continuam a ser permitidos no Brasil. Tambm se evidenciam como esses defensivos agrcolas podem causar cncer, m formao fetal, danos ao sistema nervoso e diversas intoxicaes crnicas e/ou agudas. Essa investigao mais ampliada permite, ademais, entender melhor as estratgias das empresas produtoras de defensivos agrcolas para esconder esses problemas. Como alternativa ao uso de agrotxicos, os dois filmes propem modelos alternativos, baseados no resgate do saber tradicional dos agricultores, bem como na agroecologia e na produo orgnica. Mostram-se experincias bem sucedidas com sementes crioulas, agroflorestas, apicultores em reas de floresta nativa, cooperativas de agricultores familiares, feiras de produtores orgnicos, dentre vrias outras. No segundo filme, chamam a ateno os depoimentos da indiana Vandana Shiva e do professor portugus Boaventura Souza Santos. Vandana explana sobre como a agricultura baseada em agrotxicos fundou-se em uma posio de guerra natureza, o que explica seus fins desumanos e sua origem na indstria qumica blica. Vandana e Boaventura denunciam como o poder dessas grandes corporaes estende- se por sobre as decises polticas, sobre os rgos de governos e submete os agricultores por contratos, pacotes tecnolgicos e controle das sementes hbridas. Por outro lado, Vandana mostra que a agroecologia, conjugada aos conhecimentos tradicionais das comunidades rurais e fortalecida pelos movimentos sociais, pode religar o ser humano aos ciclos da natureza, solidariedade e espiritualidade. Nesse aspecto, a perspectiva dessas duas personalidades mostra-se em bastante consonncia com as propostas de Joo Carlos Costa Gomes. Os diversos depoimentos de agricultores e explicaes de acadmicos nos dois filmes conseguem, alm de dar confiabilidade s propostas defendidas, tambm tocar emocionalmente o pblico que os assiste. No h como no se sentir afetado com tantas histrias de doenas e mortes, bem como com os riscos explicados pelos especialistas de sade. Por outro lado, a coragem e os ideais dos agricultores agroecolgicos e dos movimentos sociais trazem esperana e incentivam a sociedade a tomar parte nesses novos caminhos. Dessa forma, os filmes transmitem uma informao que no se pretende neutra, mas, sim, uma agente de transformao social. notvel como a Campanha Permanente contra os Agrotxicos e Pela Vida, movimento social apoiado pelos dois filmes, passou de 20 entidades em 2011, data do primeiro filme, para mais de 100 entidades em 2014, data do segundo filme. Demonstra-se, pois, que os filmes no so uma voz isolada, mas parte de uma articulao social que tem crescido, tomado fora e ido muito alm das telas. Da mesma forma, evidencia como a agroecologia, como proposta de pesquisar, saber e de fazer, ultrapassa os crculos acadmicos tcnico-cientficos e alia-se sociedade e natureza, como defendido por Joo Carlos Costa Gomes.
Referncias: CAPORAL, Francisco Roberto; AZEVEDO, Edisio Oliveira de. Princpios e perspectivas da agroecologia. Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Paran, 192p, 2011.
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