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Todos sabem o que se pretende dizer quando se usa a palavra "sociedade", ou

pelo menos todos pensam saber. A palavra é passada de uma geração a outra
como uma moeda cujo valor fosse conhecido e cujo conteúdo já não precisasse
ser testado. Quando uma pessoa diz "sociedade" e outra a escuta, elas se
entendem sem dificuldades. Mas será que realmente entendemos?
- Norbert Elias
“A sociedade é a união dos homens, e não os próprios homens.”
- Charles de Montesquieu

O ser humano, ao longo da história, provou sua inaptidão em levar


uma vida solitária. “Eu” e “Você”, como indivíduos isolados, certamente não
teríamos chance alguma de atingirmos as mesmas condições de
desenvolvimento intelectual e material quanto às proporcionadas por “Nós”,
como indivíduos associados.
Em poucas palavras, a vida em sociedade nos deu condições e
possibilidades únicas que o isolamento individual nunca poderia nos fornecer.
Esta convergência entre os indivíduos, esta interação, surge sempre a partir de
determinados interesses recíprocos, que acabam por criar uma situação de
convívio mútuo, ou pelo menos uma atuação de um indivíduo que tem como
referencial o outro, ao outro, ou contra o outro, ao mesmo tempo em que tem
correlação inevitável com outros. Nem sempre as relações entre os indivíduos
são pacíficas e estáveis, como uma cooperação. Muitas vezes e até mais
freqüentemente que a cooperação, é o conflito que toma lugar.
Mas quando falamos em sociedade, o que queremos dizer?
A sociedade é justamente a realização do conjunto dessas interações, que
tomam existência independente dos indivíduos, através de um constante
“acontecer”. No sentido material, basta observarmos algo modificado pela ação
humana para entendermos que aquilo foi feito por alguém, com determinado
sentido para determinados indivíduos, senão para si mesmo.
Para exemplificar, imagine o atravessar de uma rua. A rua foi
construída por alguém/alguns, com o sentido de permitir o trânsito para
animais, pessoas, veículos e outras variações. Mesmo a rua tem significações
próprias, como as faixas de pedestre, as placas de trânsito e outras
sinalizações. Quando o semáforo fica vermelho, os veículos na via param e as
pessoas atravessam de um lado para o outro. Não houve sequer uma troca de
palavras, mas os significados presentes foram entendidos por todos que ali
estavam e esta compreensão mútua também pode ser considerada uma
interação social, ou até mesmo um conjunto delas, pois estes significados só
foram internalizados pelos indivíduos no decorrer de um longo processo de
socialização.
No entanto, admitir que os indivíduos sejam simples produto da
sociedade é um erro. Por mais que os indivíduos se confundam como
elementos em sociedade, há algo irredutível na personalidade humana, uma
auto-identidade, um núcleo que integra o indivíduo e dá ou retira dele certa
originalidade, passível de reconhecimento apenas quando em comparação a
outros indivíduos. Erro semelhante seria também admitir que os indivíduos, por
mais que sejam sociais, sejam perfeitamente sociáveis. A diversidade, a
originalidade e certas disposições dos indivíduos os levam a se diferenciar entre
si pelos mais variados meios.
Esta diferenciação se dá basicamente pela identificação pessoal dos
indivíduos com certos padrões, com traços em comum formados por um
conjunto de características particulares, presentes nas interações realizadas,
no ambiente freqüentado, na formação individual de cada indivíduo, em suma,
por um conjunto de diferenças ou semelhanças comparativas.
Por exemplo, nossa sociedade é, oficialmente e em primeiro grau, organizada
através do que chamamos civilidade; em outras palavras, vivemos na
sociedade civil. A sociedade civil apresenta uma organização burocrática, de
direitos e deveres, organizada por uma constituição, ao mesmo tempo em que
é regida por uma legislação, formando um conjunto de regras próprias da
‘civilidade’ que nos guia pelas mais diversas situações. A nossa inclusão neste
meio, nesta sociedade, se dá pela identificação individual com todo o conjunto
organizado e todos compartilham isto como uma semelhança. Especificamente
nessa organização, nosso certificado de inclusão é o documento de identidade,
o conhecido “RG” – o Registro Geral.
No entanto, nem todas as organizações nos fornecem um certificado
material de inclusão. As tribos urbanas, as tendências musicais, a moda, os
diferentes estilos de vida, de consumo e uma infinidade de outras esferas
englobam grupos diferentes de indivíduos, simplesmente pela identificação
mútua realizada pelo conjunto de semelhanças presentes tanto na
personalidade individual quanto no grupo que reúne os padrões particulares.
Cada sociedade, da mais simples até a mais complexa, tem suas definições
culturais próprias que englobam os indivíduos pertencentes a ela. Um torcedor
do time de futebol “A” assim o é por se identificar, de alguma forma com
aquele time; o mesmo vale para o torcedor do time “B”. Os dois compartilham
uma semelhança, a de gostarem de futebol. No entanto, diferenciam-se quanto
ao time com que se identificam e conseqüentemente torcem.
Numa síntese, podemos dizer brevemente que todas as pessoas que
compartilham as mesmas particularidades de uma mesma cultura, em uma
mesma sociedade, também compartilham uma identidade. Esta identidade, ou
mesmo identidades, pois um indivíduo é capaz de se inserir em vários padrões
culturais ao mesmo tempo, pode se manifestar de várias maneiras diferentes e
geralmente o faz.
A modernidade, como movimento dialético, de superação de realidades
históricas, se apresenta como uma crescente e cumulativa interconexão entre
dois extremos. De um lado, estão as influências dos padrões globalizados e de
outro, as disposições particulares e individuais. A modernidade, neste sentido,
não transforma apenas a vida particular em detrimento de uma realidade
padronizada, ela também modifica a vida social de forma radical.
Em favor do dinamismo moderno, a vida social perde seu sentido de
tradicionalidade, reconstituindo constantemente as identidades globais e
individuais. Pelos novos padrões formados, as auto-identidades, as afirmações
individuais em relação ao mundo de coisas socializadas, são destruídas frente
às imposições das coisas globalizadas. Os indivíduos são então forçados a
assimilar o que não são.

Neste discurso, as aparências sempre ressaltam o avanço das


comunicações, da qualidade de vida e os efeitos desencadeados na expansão
da indústria e serviços. Não podemos esquecer, no entanto, que este mesmo
processo estimula a concorrência individualista, produzindo diferença, exclusão
e marginalização.
“Os componentes da sociedade não são os seres humanos,
mas as relações que existem entre eles”
- Arnold Toynbee

Quanto a esta questão, da monumental fusão cultural em diferentes


particularidades da vida social, o sociólogo G. Smith Russel escreve que “nove
décimos (90%) de tudo o que você faz, diz, pensa, sente, desde que se levanta
de manhã cedo até que vai para a cama dormir, você diz, faz, pensa e sente
não como expressão própria e independente, mas em conformidade
inconsciente e sem crítica com regras, regulamentos, hábitos grupais, padrões,
códigos, estilos e sensações que existiam muito antes que você nascesse”.
O trecho acima citado nos permite fazer uma última conclusão que é
essencial para nossa temática – a integração das realidades. Já constatamos
que a sociabilidade, a disposição que os indivíduos apresentam para a
formação de uma sociedade, se dá pela capacidade de integração entre os
indivíduos. Em uma visão mais ampla, vemos que a vida social compreende
muito mais que indivíduos. Simultaneamente às disposições individuais, os
significados, costumes, as idéias e um imenso apanhado de outras
características também se integram. A socialização não se dá apenas entre as
pessoas, ela estende-se às culturas, às formas de se viver, nas formas de
produzir e consumir, e em muitas outras esferas.
De certa forma, a sociedade, a identidade e o indivíduo, alguns dos
aspectos elementares da vida social (mas não apenas dela), só conseguem dar
forma ao grande quebra-cabeça da realidade humana quando unidos por
encaixes, por processos que possibilitam que as conexões se realizem entre os
componentes. Uma peça só deste jogo não é capaz de passar a mesma
mensagem que todas as peças unidas.
Elias, Norbert. Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
Giddens, Anthony. Modernidade e Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
Simmel, Georg. Questões Fundamentais da Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Dahmer, André. http://www.malvados.com.br/tirinha837.gif

O Show de Truman (Dir. Peter Weir, 1998)


Truman Burbank vive, sem saber, em um mundo falso, em uma simulação da realidade
controlada por um diretor que fez de sua vida um popular programa de televisão, tal
como um reality show. Truman, ao descobrir que sempre viveu cercado de ilusões, tem
um choque de identidade e uma difícil decisão a tomar: continuar vivendo em um mundo
onde tudo que existe é falso e controlável ou encarar a realidade externa?

Crash – No Limite (Dir. Paul Haggis, 2004)


Em uma sociedade conservadora, diferentes histórias apresentam características
semelhantes. O preconceito, tema central, mostra que todos têm sua parcela de bondade
e maldade e que conflitos não têm apenas seu lado negativo. Os confrontos entre o
tradicional e a realidade globalizada, juntamente ao medo do desconhecido demonstram
a turbulência das relações sociais no mundo globalizado.
Material de apoio didático:
Oficina - Sociedade, Identidade e Indivíduo
Realização:

http://labitinerante.blogspot.com/

http://www.seti.pr.gov.br/

http://www.uem.br/

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