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À memória do Brasil
(Brasil?!)
OBRA PREMIADA NO II CONCURSO LITERÁRIO DA FIRJAN
SENAI
FUNDAÇÃO GUTENBERG
CATEGORIA: POESIA
“Ao longe, muito mais ao longe do que supunha o vago da
minha lembrança, exalava sons e harmonias um órgão: o
órgão; rei dos instrumentos...” – Destaquei o trecho, que
considero um primor de síntese, com alusão poética ao
instrumento que também venero. Parabenizo Marcelo
Caetano pela alta qualidade de seus escritos,
constituídos com raríssima inspiração. Eles são a
chancela inequívoca do escritor que aí se insere.
Mediocridade democrática
Vastidão sufocante
2
Dois sonetos à Cabrália
I
A palo seco
Se diz a palo seco
o cante sem guitarra;
o cante sem; o cante;
o cante sem mais nada;
(João Cabral de Melo Neto, A palo seco)
O verso do velho não é o feto.
Nem o silêncio extirpa quando sons.
O vácuo na língua, foz de jargões,
é sócio do caótico arquiteto.
Cemitério interrompido
4
Retórica para uma platéia de fantasmas
Anjo de luneta
5
Arlequim
Desbeijada
6
Homem, Mulher
Apocalipse intragaláctico
7
Uma pátria aberta a todos
8
Assim na terra como no céu
Pássaros falantes
À memória de Cruz e Sousa
Vejo os versos tão frágeis que escrevi
expondo-se no museu do massacre...
O livro, capa estóica, rasga o lacre
virgem de uma poesia bem-te-vi.
10
Ribalta-espelho
A um amigo santo, o Reverendo Gelson Piber
História de meandros
11
A união machoafetiva
As (Ama)Zonas do sentido
12
O olho de Camões
Flores guerreiras
À amada amiga Paula Rubim Damazio
Ressentimento educacional
15
Uma história de Porto Velho
16
O homem que virou livro
Alfaiate ou engraxate
MMC
18
Enganos e desenganos…
19
A clássica família: 1937
28/12/06, quinta-feira.
“Inquérito policial analisará onda de violência
no Rio.”
(Manchete de um jornal carioca.)
20
A Santa Preguiça
A fartura do pouco
21
Por uma leitura livre de Santo Agostinho
Roda-gigante
23
A arca do tesouro
Um velho dia
24
Cara ou coroa
Gimnopédia
25
Animália perplexa
26
Profissão de fé
Páginas viradas
O Boneco de Neve
28
Eros
Aprecia os diamantes
sem valor, tão carrapatos.
E prova: isto que era antes,
na verdade, são contratos.
A ressurreição
30
Erlkönig
Johann Wolfgang von Goethe
31
O Rei dos Elfos
32
O amor nos tempos da Rave
Brasiléia Iracêmica
MONT-CENIS
O alpinista
de alpenstock
desceu
nos Alpes.
(Oswald de Andrade)
Entre as ficções românticas, a boa mesmo é Brasília:
espectro febril nos mares cerrados, jóia grã-fina de lata,
diamante do homogêneo, vaca do presépio burocrata,
Luís XVI em seu Versailles, Iracema de casta vigília.
35
Cuidados
À Gisele Joras, companhia constante
Soneto Judaico
Ao Arnaldo Niskier
Dentro das pedras plantadas sobre nosso túmulo
floresce um jardim que remonta à jovem trisavó.
Ei-las: simples pedras, mas sementes de acúmulo
cuja profundeza ergue muros de eternidade no pó.
Profissão do soneto
37
Gralhas
Vaso chinês
38
ISTO OU AQUILO
Zhõngghuó
41
Éclair
42
Olhar de cima
Prudência
Para quê?
46
Sujeito pós-moderno
47
Honrarás pai e mãe
48
Teoria da conspiração
Arte
Ao Affonso Romano de Sant’Anna
Ruas compõem sonata, poste, prédio,
no seu desfile de alma em silhueta.
Esguia, macilenta e de proveta,
a novelinha esmaga um gosto médio.
50
São duas as loucuras
Roma
51
Por uma leitura livre de Herbert Marcuse
52
A ditadura da mentira
ou
O rastro da cegueira
A matéria do fogo
53
Manhã clara
55
Xadrez livre
O bruxo
À memória de Machado de Assis
56
Por assim dizer…
57
Quando os heróis me chamarem
58
Extra, muito extra!
60
MEDITAÇÃO фонтан
Predição
61
O carro de luz
Laranja filosófica
My way
Facúndia