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TERÇA-FEIRA
– Perfeito Deus e homem perfeito. Faz-se Menino para que nos aproximemos d’Ele com
confiança. Especiais relações com Jesus Cristo.
O Verbo fez-se carne e habitou entre nós15; fez-se homem, sem por isso
deixar de ser Deus. Jesus Cristo é perfeito homem ao mesmo tempo que Deus
perfeito. Como depois da Ressurreição se movimentava com uma agilidade tão
milagrosa e aparecia de um modo tão inexplicável, talvez um ou outro discípulo
pensasse que era uma espécie de espírito. Mas Ele próprio dissipou essas
dúvidas para sempre. Disse-lhes: Apalpai e vede; porque os espíritos não têm
carne e ossos como vedes que eu tenho16. A seguir, deram-lhe um pedaço de
peixe assado, e, tomando-o, comeu diante deles.
João estava presente e o viu comer, como o havia visto tantas vezes antes.
E já nunca mais o abandonou a certeza esmagadora dessa carne que vimos
com os nossos próprios olhos, que contemplamos e tocamos com as nossas
mãos17.
Deus não apareceu de repente na terra como uma visão celestial, mas fez-
se realmente homem, como nós, tomando a nossa natureza humana nas
entranhas puríssimas de uma mulher. Deste modo, podemos distinguir n’Ele a
geração eterna – a sua condição divina, a preexistência do Verbo – e o seu
nascimento temporal. Jesus, enquanto Deus, é gerado misteriosamente – não
feito – pelo Pai desde toda a eternidade. Enquanto homem, no entanto, nasceu
– “foi feito” – de Santa Maria Virgem, num momento concreto da história
humana.
Cristo foi um homem, um homem individual, com uma família e uma pátria,
com costumes que lhe eram próprios, com as suas preferências particulares;
um homem concreto, este Jesus20. Mas, ao mesmo tempo, dada a
transcendência da sua Pessoa divina, pôde e pode acolher em si tudo o que é
humano e recto, tudo o que se pode assumir dos homens. Não há em nós um
único pensamento ou sentimento bom que Ele não possa tornar seu, como não
há nenhum pensamento ou sentimento seu que não devamos esforçar-nos por
assimilar. Jesus amou profundamente tudo o que é verdadeiramente humano:
o trabalho, a amizade, a família; especialmente os homens, com os seus
defeitos e misérias. A sua Humanidade Santíssima é o nosso caminho para a
Trindade.
Jesus ensina-nos com o seu exemplo como devemos servir e ajudar os que
estão à nossa volta: Dei-vos o exemplo, diz-nos, para que, assim como eu fiz,
façais vós também21. A caridade é amar como eu vos amei22.Vivei a caridade
segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou a si mesmo por nós
a Deus, como oferenda e hóstia de suave odor 23, diz São Paulo, dirigindo-se
aos primeiros cristãos; e para exortá-los à caridade e à humildade, recomenda-
lhes simplesmente: Tende os mesmos sentimentos que teve Cristo Jesus24.