• O modelo de Auto-Avaliação das BE’s – problemática e
conceitos implicados
Foi com alguma surpresa e ao mesmo tempo satisfação, que constatei
através deste meu novo trabalho, a importância que as bibliotecas escolares têm, ou devem ter, nas escolas. A ideia que tinha de uma BE era a de um local onde se podia ir requisitar um livro para ler, e só. Foi então que ao aceitar este desafio, que me dei conta da importância que uma BE pode ter para todos os intervenientes no processo educativo de uma escola. Ao ir desenrolando este novelo, deparei-me com outro aspecto que agora vejo ser fundamental para o trabalho a desenvolver: - O Modelo de Auto- Avaliação. No primeiro contacto que tive com ele, fiquei um pouco assustada e pensei: - Como é que vou conseguir implementá-lo? Mas, ao longo desta formação, fui interiorizando que os conceitos que estão por detrás dele são fundamentais se queremos que a BE esteja no centro do funcionamento global da escola e que provoque um impacto positivo no ensino e na aprendizagem dos alunos. Esta, não pode ser encarada como um fim, mas entendida como um processo que deverá conduzir à reflexão e à melhoria das práticas. Para isso, é necessário centrar o trabalho na recolha de evidências, para haver uma orientação na escolha do caminho a seguir. Deve portanto ser um instrumento pedagógico de melhoria, não só da BE, mas de todos os implicados no ensino e na aprendizagem, conduzindo a um processo global de mudança. Os novos conceitos apontam ainda para que o aluno/utilizador da BE, se apresente como um sujeito activo na construção do seu próprio conhecimento. Também a modificação das estruturas sociais com a introdução das Tic, proporcionam novos ambientes de disponibilização da informação e, este facto, não pode ser esquecido nesta nova era que as bibliotecas escolares enfrentam. Estes conceitos, também apontam para a melhoria da prestação de serviços da BE, vêm dar uma nova perspectiva organizacional à missão das bibliotecas escolares. É introduzida a noção de valor a partir da experiência e dos benefícios que se retira dela. Estes resultados, têm que ser avaliados e ver até que ponto contribuem para os objectivos da própria escola, em que ela está inserida. Para isso, há que realizar um trabalho baseado na recolha de evidências. Estas, deverão orientar a prática diária, ou deverão ajudar-nos a descobrir quais os pontos fracos ou problemas, que precisam de uma melhoria. Assim, será mais fácil planificar acções futuras que vão ao encontro do público-alvo que servimos. Os resultados, aparecem-nos assim, como o que justifica a acção da BE. Este novo conceito, permite-nos validar o que fazemos, onde estamos e para onde queremos ir. Muitos são os estudos que evidenciam o impacto da BE, na aprendizagem e no sucesso educativo dos alunos. Para chegar lá, é necessário avaliar. O modelo de Auto-Avaliação da RBE vem ajudar a implementar este processo de melhoria, que se pretende para as bibliotecas escolares portuguesas. Baseia-se em quatro domínios e cada um deles, fornece-nos um conjunto de indicadores sobre os quais assenta o trabalho da Biblioteca. No domínio “Gestão da BE”, o professor bibliotecário aparece com um perfil que penso ser um pouco ambicioso para a realidade das nossas escolas, porque elas próprias ainda não passaram por encarar as BE’s à luz destes novos conceitos. É certo que todos nós concordamos que este é o caminho a seguir, mas para isso, ainda há algum trabalho a fazer nas escolas. Há que mobilizar toda a escola para esta problemática e para a necessidade de implementar este processo avaliativo. Há que implicar todos os professores e fazê-los contribuir para o seu sucesso. Será por aí que irei desenvolver o meu trabalho, para que a médio prazo, o modelo de Auto-Avaliação, seja uma prática corrente na BE da minha escola.