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nunca
havia visto um aluno conversar durante
as explicações ou desrespeitar seu
professor....
Perceberam a diferença?
Nas escolas públicas de São Paulo, as salas de
aula são superlotadas, com até 45 alunos por
classe.
Para esse auditório, o professor tem que ensinar:
-o conteúdo das disciplinas (Matemática,
Português História, Geografia, Ciências)
+ cidadania+ valores + educação sexual +
higiene +saúde + ética + pluralidade cultural.
Deverá também funcionar como psicólogo,
assistente social, orientador educacional e
orientador pedagógico, desempenhando também
todos os deveres familiares que a sociedade
resolver transferir para a escola.
Nossos alunos dizem que as aulas são chatas
e alegam que não gostam de ler
que ler não é divertido....
que jogar bola e empinar pipa é melhor...
E todos logo gritam em coro:
- Culpa dos professores que não dão uma aula
divertida e atraente para as crianças
A Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo surge em cena alegando que o aluno
que temos é assim mesmo e que os
professores precisam aprender a ensinar...
Rotula o magistério oficial como
“professores nota zero”
O que eles querem esconder é que temos
em classe crianças ( filhos de eleitores) que
recebem o livro didático, cadernos e até
mochilas mas “esquecem” em casa para
ficar brincando durante a aula...
Crianças que não fazem lição de casa, não
estudam e nem sequer prestam atenção as
explicações do professor em classe.
Para agradar os pais eleitores, a Secretaria
da Educação encaminha os professores para
cursos de “capacitação”, alegando que eles
não têm mais capacidade para ensinar.
Contratam firmas para dar esses cursos que
segundo eles, tem o poder de transformar
“profissionais despreparados” em
professores criativos, prontos para dar
uma aula eficaz, envolvente, estimulante e,
ao mesmo tempo, divertida , capaz de fazer
com que os alunos gostem mais da escola
do que das partidas de futebol, mais de
leitura do que dos jogos no computador....
É claro que esse discurso de
responsabilizar o professor e varrer a
sujeira pra baixo do tapete não vai
levar a Educação a lugar nenhum.
Mas serve perfeitamente para
justificar, junto a opinião pública, os
baixos salários pagos aos profissionais
do estado que mais arrecada impostos
no país.
Imagine que você está doente, vai ao médico
e ele prescreve determinado remédio
Você não toma o medicamento, não faz a
sua parte e culpa o médico por não
melhorar,..
Assim acontece nas escolas públicas
paulistas: o professor ensina e os alunos não
prestam atenção, não estudam, não fazem
os deveres de casa , como nossos
amiguinhos asiáticos
Daí vem o governo e culpa o professor pelo
mau desempenho dos “estudantes”
Para justificar mais uma vez a
falta de reajustes e os baixos
salários em SP o governo
implantou um sistema de
avaliação
Os professores recebem um bônus por
produtividade, uma vez por ano,
se os alunos estudarem
se os alunos não faltarem;
se os alunos não se evadirem;
se os alunos ...
E, como o aluno não quer saber de nada,
estamos sem reajustes desde que o PSDB
começou a governar (uns11 anos) .
Daí vemos o governador na TV dizendo que
pagou seis mil reais de bônus aos
professores.
Só que se isso fosse averiguado direitinho,
a verdade seria descoberta.
Para se ter uma idéia, tem escolas onde
nenhum professor
recebeu bonificação porque...
houve evasão,
porque o aproveitamento dos alunos não se
alterou
E assim por diante!
Sem contar que, nesse sistema de
bonificação por produtividade, os
aposentados, por não terem mais alunos,
são castigados e estão sem reajuste há
anos (desde que o governo de SP passou
a avaliar professores pelo desempenho
dos alunos...)
Ninguém quer sugerir aos eleitores a
receitinha das crianças asiáticas:
- fazer a lição de casa.
-estudar,
-- empenhar-se,
- dedicar-se.
Enfim, fazer sua parte!
A verdade é que o educador deixou de ser modelo
para os jovens:
ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo
constante da crítica social .
Hoje, modelo para os jovens, são os milionários
jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que
prefiro nem relacionar aqui...
Vamos combinar, não dá para falar em
Educação de Qualidade enquanto o
profissional da educação for
sistematicamente desvalorizado , tratado
pelo governo, pelas famílias e pela mídia em
geral como um inimigo público, um
vagabundo etc.
Nessas condições , que aluno vai querer ouvir
o que uma pessoa assim tem a dizer?
Pedimos a todos que repassem esta
mensagem para sua lista de contatos.
Não temos voz na mídia e precisamos da
internet para que a população saiba o que
acontece nas escolas de SP.