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Análise crítica
Ao longo dos anos e até há muito pouco tempo , entendemos a biblioteca como um
espaço onde se organizava,tratava e disponibilizava a informação . Frequentávamos
a biblioteca para trabalhar e poder aceder aos seus recursos ; a biblioteca refl ectia e
perpetuava os métodos de ensino/aprendizagem que pretendiam formar os alunos a
ler e a escrever , mas não os formava para aprender a aprender, a serem autónomos
e criativos. Todos nós nos (in)formamos com este tipo de bibliotecas e por vezes
tendemos a perpetuar este modelo..
No início do século XXI, as novas tecnologias de informação e comunicação vieram
transformar por completo o panorama do ambiente de traba lho das bibliotecas.
Perante a rápida mudança que se observou, quer nos serviços quer nas fontes de
informação em rede, as bibliotecas ( e os seus bibliotecários) adoptaram novas
estratégias para enfrentar a realidade, transformando-as em “espaço de
conhecimento, por oposição a um espaço de informação” 1e « num espaço de
conexões de links e multi-referências» 2 .
Revela-se necessário transformar « e entender a biblioteca escolar além da
colecção, além do espaço «seja ao nível das colecções, seja ao nível da integração/
interacção com a escola. Cabe-lhe definir “acçõ es, por oposição a posições e um
trabalho persistente de demonstração do valor e do impacto da BE”. 3
«A definição de biblioteca como um local onde se conservam grandes quantidades
de espécies docum entais já não é mais sinónimo de qualidade. Na actualidade, as
bibliotecas e serviços de informação são avaliados em função dos serviços que
prestam e não da dimensão das colecções – uma avaliação do que a biblioteca faz e
não do que a biblioteca tem» 4
A escola actual e a sua Biblioteca têm que lidar com os desafios que surgiram com
as novas tecnologias de informação e que alteraram o acesso, o uso e a produção do
conhecimento. “os leitores [aprendentes] do século XXI têm de ser capazes de ser
proficientes no uso da tecnologia; construir relações e redes so ciais para colocar e
resolver problemas colaborativamente e a partir de perspectivas multiculturais;
desenhar e partilhar conteúdos de informação destinados a comunidades globais e
ao cumprimento de uma diversidade de obj ectivos; gerir, analisar e sintetizar fluxos
1 Ross Todd
2 Ross Todd
3 Ross Todd
4 HERNON, Peter; ALTMAN, Ellen – Assessing serv ice quality: satisfying the expectations of library customers.
8Documento- Modelo de Auto-Avalia ção (2008) Gabinete da Rede de Bibliotecas Escola res
Como é do conhecimento geral, o modelo de avaliação proposto baseia-se em
modelos concebidos em países anglo-saxónicos , tendo sofrido várias alterações ,
uma vez que a realidade das nossas BE e Escolas é bastante diferente da existente
nesses países.
Como Professora Bibliotecária, a minha primeira reacção poderia ser de adesão
imediata ao modelo proposto , mas penso que essa forma de agir não reflectiria
exactamente qual deve ser a minha posição: questionar, reflectir, exercer alguma
autonomia na forma de agir e pensar esta problemática.
Embora considere que este modelo de Auto-avaliação a aplicar, se encontra bem
estruturado , apontando para aspectos fundamentais da actividade pedagógica da
BE , penso ser essencial que ao fim do período de quatro anos previsto para a sua
aplicação, se analisem/quantifiquem os resultados obtidos , se efectivamente existiu
um impacto qualitativo das bibliotecas e principalmente se foram alteradas práticas e
sistemas .
9 Mike Eisenbeg
10 Modelo de Auto-Avalia ção (2008) Gabinete da Rede de Bibliotecas Escola res
Em termos de operacionalização ,este modelo revela-se bastante exigente em
virtude de se tornar necessária e imprescindível uma atitude sistemática por parte de
quem o aplica, uma vez que se baseia em evidências e estas devem ser obtidas
recorrendo quer a documentos existent es e reguladores da actividades da BE, quer a
registos escritos, a materiais produzidos pela BE e a instrumentos especifi camente
construídos para recolher informação no âmbito da avaliação: registos de
observação, questionários, estatísticas produzidas pelo sistema da BE,etc.