Enquanto modelo pedagógico parece-me que o modelo de auto–
avaliação está bem estruturado atendo aos “ os objectivos essenciais que se pretendem alcançar: desenvolver uma abordagem essencialmente qualitativa, orientada para uma análise dos processos e dos resultados numa perspectiva formativa, permitindo identificar as necessidades e as fragilidades com vista à melhoria.” Modelo de auto-avaliação , pág. 2 Analisar processos e resultados simultaneamente é complicado e difícil e, para isso, é necessário construir mecanismos eficazes de recolha de evidências. Mas tal como escreveu Ross Todd in - School Library Journal. • O valor de uma biblioteca escolar pode ser medido. Os resultados da aprendizagem, bem como crescimento pessoal, social e cultural, pode ser documentado. • A evidência do papel crucial na biblioteca da escola no desempenho do aluno não é totalmente compreendido, nem visto, nem reconhecido por muitos interessados. Para que serve então a auto avaliação da Bibliotecas escolares? Para prestar contas: • Prestação de contas é um componente essencial do desenvolvimento sustentável da profissão biblioteca da escola. Prestação de contas, como um modelo de integridade profissional e de resultado significativo, é um compromisso de crescimento de forma a analisar os progressos e as práticas. Traz alinhamento, inovação, colaboração, introspecção e eficácia. • O desenvolvimento sustentável através da prestação de contas exige um passar da retórica à evidência, de uma "Tell Me" quadro de um "Show Me" .Se não mostrar o valor, não teremos um futuro. Prática baseada em evidências não é sobre a sobrevivência dos bibliotecários da escola, é sobre a sobrevivência de nossos alunos. Esta é a justiça social e imperativo ético para a prática baseada em evidências. Por Ross Todd - School Library Journal Serve também para aferir os factores de sucesso, os pontos que há a alterar ou seja serve para melhorar as práticas da Biblioteca no sentido de ela se tornar efectivamente um factor essencial no processo ensino-aprendizagem. Neste modelo de auto avaliação estão implicados os conceitos de valor na qualidade e eficácia da BE/CRE e na sua capacidade de adaptacão às diversas realidades a que vai aplicado e, por isso mesmo, exequível. O modelo baseia-se em quatro domínios essenciais a avaliar: a- Apoio ao desenvolvimento curricular b- Leitura e literacias c- Projectos, parcerias e actividades livres de apoio à comunidade d- Gestão da Biblioteca escolar(Modelo de auto avaliação) Para avaliar cada um destes domínios há subdomínios e deve-se partir sempre dos factores críticos de sucesso. Para avaliar cada um destes domínios tem de se proceder à recolha pertinente e permanente das evidências. Este parece-me ser um ponto central e que pode criar algumas dificuldades. Receio que as equipas das bibliotecas escolares, muitas delas mal estruturadas, com remendos de restos de horários não saiba efectivamente fazer um trabalho eficaz e se perca na recolha, ou seja, depois não saiba alencar as conclusões para alterar processos. Muitas das indicações fornecidas no próprio modelo são dificilmente exequíveis, pelo menos todas e simultaneamente. Parece-me também muito difícil conseguir a trabalho colaborativo dos outros actores da comunidade educativa neste processo avaliativo. Antes, será necessária alterar a visão que ela tem da sua própria biblioteca. Alguns descritores apresentados nos perfis de desempenho podem carecer de alguma explicitação e podem dar azo a alguma heterogeneidade. Obviamente que este modelo já foi elaborado atendendo a esse factor crítico e em muitos dos perfis essa descrição é muito eficaz. Ainda assim só consigo perceber a sua eficácia quando for passar à sua aplicação. Qualquer modelo carece de aplicação para depois de poder avaliar a sua eficácia. Este modelo de auto avaliação estruturalmente parece-me muito bem construído mas continuo a ter muitas dificuldades em produzir uma opinião sobre os seus pontos fortes. Outro ponto que me parece significativo é que ele seja aplicado ao longo de um espaço temporal de quatro anos para que em cada ano um dos domínios seja mais estudado. Mas, para avaliar não é preciso uma avaliação diagnóstica? Saber exactamente qual o ponto de partida. Para os professores bibliotecários que estão pela primeira vez numa biblioteca esta avaliação diagnóstica seria fundamental. Necessitaria de mais um ano para conhecer efectivamente a escola, a comunidade, a BE/CRE. Não tendo este tempo vai partir de pressupostos, de relatórios anteriores que não seguiram os mesmos moldes, de avaliações holísticas e de uma visão mais pessoal que efectivamente documentada. Então, como liderar processos e mecanismos que conhece mal em situações semi-desconhecidas? Aplicar este modelo de avaliação em contexto de alteração de práticas da própria biblioteca escolar traz ainda responsabilidades acrescidas. Pretende-se um Coordenador/ equipa enquanto líder em todos os processos de mudança e no processo de avaliação. Pretende-se um Coordenador/equipa interventivo, revolucionário, “líder cultural, líder estratégico, líder educacional e líder responsável”. Para conseguir tudo isto que estratégias utilizar? -Atacar os pontos fracos holísticamente detectados. -Estabelecer um plano de acção coerente e aplicável. - Reavaliações parciais e estratégicas da sua actuação e das eficácias conseguidas. - Criar e manter uma equipa coerente, actuante e permanentemente eficaz. - Rezar ( se souber)- perdoem o desabafo. Lisboa, 18 de Novembro de 2009