Bibliotecas (realidades)

Podemos considerar a definição de biblioteca como sendo “toda a colecção

organizada de livros ou quaisquer outros documentos periódicos impressos,
ou outros documentos em especial gráficos e audiovisuais, assim como os
serviços de pessoal que facilitem aos leitores a utilização destes
documentos com fins informativos, de investigação, de educação ou
recreativos” (Unesco,1976-a,pp.9-10).

A Biblioteca hoje ganhou amplitude e passou a assumir responsabilidades

mais alargadas, ligando-se em especial à informação e aos conhecimentos,
abrangendo outras áreas da ciência e da tecnologia, estendendo-se a todos
os ramos do saber.

As bibliotecas possuem, hoje, recursos necessários à obtenção de

conhecimento e são uma fonte acessível e rápida para a captação de
informação. Tal deve-se à aplicação das novas tecnologias, em especial a
internet, que como sabemos se tornou habitual. Muitos catálogos já estão
disponíveis em rede, tornando acessíveis fontes de informação até agora
difíceis de obter. A par de escola, a BE é uma instituição educativa que tem
como finalidades promover e estimular a leitura e converter indivíduos
indiferentes em leitores assíduos e com sede de conhecimentos.

Para que tal aconteça é importante envolver todos os agentes educativos da

escola/agrupamento. O projecto educativo, matriz orientadora e imagem de
marca de uma escola deverá contemplar a biblioteca como centro de saber,
espaço de aprendizagens, “viveiro” de projectos. Os estudos mostram que
é intensa a relação entre a BE e as aprendizagens dos alunos e que a
melhoria no funcionamento das bibliotecas constituirá um desempenho
mais relevante dos alunos, na escola, e mais sucesso institucional e
educativo.

A Biblioteca não pode ser um depósito de livros, de onde se “sacodem” os

alunos e muito menos uma montra de cartazes. Na biblioteca têm que
acontecer aprendizagens, têm que se construir conhecimentos.

As Bibliotecas do 1º ciclo estão a “nascer”, mas não é o número reduzido de

volumes, nomeadamente de carácter cientìfico, que me preocupa, mas a
sua dinamização. Como passar a mensagem de que o papel da BE é crucial
na articulação curricular com os professores, na planificação de projectos
comuns, na promoção da leitura e na pesquisa... Como fazer-lhes ver que a
frequência da biblioteca será uma mais valia para os seus alunos e eles
próprios?

Não sei como farei a auto-avaliação, nem como recolher evidências, se este
“novo” papel da biblioteca não foi ainda compreendido. Esta informação
deveria ser divulgada de forma eficaz no conselho pedagógico e depois nos
departamentos e conselhos de docentes. Para tal seria necessário que os
professores biblotecários, ou melhor o coordenador tivesse um papel
activo, soubesse comunicar e ser líder, demonstrando o valor das
bibliotecas com evidências reconhecidas por todos.

Os professores bibliotecários só conseguirão levar a cabo a auto-avaliação

de forma eficaz, com vista à melhoria dos aspectos menos conseguidos, se
conseguirem tornarem-se interventores no processo formativo e curricular,
entre outras competências que lhe são exigidas.

De entre todas, uma característica importante, de um coordenador

bibliotecário, será a de ser agregador de vontades. Para se mobilizar
pessoas será necessário saber comunicar com elas.

Proponho uma acção de caráter formativo em que se explique a todos os

envolvidos quais são os papéis das bibliotecas,em cada escola, que
domínios são trabalhados, em que consistem, exemplificando, e o porquê do
domínio B para este ano. Seria também necessário que todos conhecessem
os pontos considerados fortes e fracos na avaliação do ano anterior. Para
que todos se sentissem envolvidos pedir-se-iam sujestões...

Seria necessário explicar que a Rede de Bibliotecas exige uma auto-

avaliação que deverá socorrer-se de evidências e que portanto o contributo
dos professores será necessário.

Far-se-ia ver que a biblioteca deve ser a “alma” da escola e que o seu
pulsar a todos engrandecerá.

A professora bibliotecária,

Maria da Conceição Gonçalves