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O documento discute os princípios da química verde, definindo-a como o desenvolvimento de produtos e processos químicos que minimizam o uso e geração de substâncias nocivas. Apresenta os 12 princípios originais da química verde, focados em prevenção de poluição, economia de átomos e uso de fontes renováveis. Discute alguns princípios com exemplos, mostrando como melhorar a incorporação de átomos dos reagentes no produto final.
O documento discute os princípios da química verde, definindo-a como o desenvolvimento de produtos e processos químicos que minimizam o uso e geração de substâncias nocivas. Apresenta os 12 princípios originais da química verde, focados em prevenção de poluição, economia de átomos e uso de fontes renováveis. Discute alguns princípios com exemplos, mostrando como melhorar a incorporação de átomos dos reagentes no produto final.
O documento discute os princípios da química verde, definindo-a como o desenvolvimento de produtos e processos químicos que minimizam o uso e geração de substâncias nocivas. Apresenta os 12 princípios originais da química verde, focados em prevenção de poluição, economia de átomos e uso de fontes renováveis. Discute alguns princípios com exemplos, mostrando como melhorar a incorporação de átomos dos reagentes no produto final.
Trimestre: 2013.2 Curso de Engenharia de Energias - UNILAB Green Chemistry os 12 princpios da qumica verde e sua insero nas atividades de ensino e pesquisa. Quim. Nova, Vol. 26, No. 1, 123-129, 2003. Desenvolvimento Sustentvel e Qumica Verde. Quim. Nova, Vol. 28, No. 1, 103-110, 2005. Dos Primeiros aos Segundos Doze Princpios da Qumica Verde. Quim. Nova, Vol. 35, No. 6, 1250-1259, 2012. 2 Qual a definio de Desenvolvimento Sustentvel? 3 INTRODUO Desenvolvimento auto-sustentvel (DS) pode ser definido como o progresso industrial que atende s necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras geraes satisfazerem suas prprias necessidades. Uma das principais aes no sentido de minimizar o impacto ambiental causado por atividades industriais que geram algum tipo de resduo o tratamento adequado do mesmo a remediao, que, embora apresente baixa vantagem ambiental relativa se comparada com tcnicas de reduo na fonte, tem colaborado bastante para diminuir a velocidade de contaminao do ambiente por muitas atividades industriais. 4 5 REMEDIAO OU REDUO NA FONTE ????? Quantos litros de solvente um laboratrio de qumica (ensino e pesquisa) gasta mensalmente? E anualmente? Existe possibilidade de reutilizao? Existe possibilidade de minimizar o volume de solvente gasto em prticas de laboratrio? Substituio de procedimentos? Reduo da quantidade de solventes, diminuio da quantidade de derivatizaes, reduo na etapa de processos. INTRODUO Na dcada de 90, uma nova tendncia na maneira como a questo dos resduos qumicos deve ser tratada comeou a tomar forma. Esta nova viso do problema, considera que, preciso buscar uma alternativa que evite ou minimize a produo de resduos, em detrimento da preocupao exclusiva com o tratamento do resduo no fim da linha de produo (end of pipe). Este novo direcionamento na questo da reduo do impacto da atividade qumica ao ambiente vem sendo chamado de green chemistry, ou qumica verde, qumica limpa, qumica ambientalmente benigna, ou ainda, qumica sustentvel. 6 INTRODUO O artigo apresenta os fundamentos da qumica verde, alm de apresentar um breve histrico sobre o surgimento e desenvolvimento desta, mostrando aplicaes dos princpios da qumica verde na indstria, no ensino e na pesquisa bsica. Pesquisa bsica Escala de laboratrio Escala industrial (aumento da proporo de resduos gerados) 7 8 BREVE HISTRIA E EVOLUO DA QUMICA VERDE 9 BREVE HISTRIA E EVOLUO DA QUMICA VERDE (UK Royal Society of Chemistry, RSC) lanou o peridico bimestral Green Chemistry, que publica artigos descrevendo aspectos qumicos de tecnologias limpas. (1999) 10 Qumica verde pode ser definida como o desenho, desenvolvimento e implementao de produtos qumicos e processos para reduzir ou eliminar o uso ou gerao de substncias nocivas sade humana e ao ambiente. Tecnologia limpa, preveno primria, reduo na fonte, qumica ambientalmente benigna, ou ainda Green chemistry, so termos que surgiram para definir esta importante ideia. Green chemistry, o termo foi adotado talvez por ser o mais forte entre os demais, pois associa o desenvolvimento na qumica com o objetivo cada vez mais buscado pelo homem moderno: o desenvolvimento sustentvel. 11 O CONCEITO DE QUMICA VERDE 12 O CONCEITO DE QUMICA VERDE *FISPQ: Ficha de Informao de Segurana de Produtos Qumicos 13 OS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 1 princpio - PREVENO PREVENO Evitar a produo do resduo melhor do que trat-lo ou limp-lo aps sua gerao. 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS Deve-se procurar desenhar metodologias sintticas que possam maximizar a incorporao de todos os materiais de partida no produto final. Minimizar as derivatizaes sempre que possvel 14 OS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 3 princpio SNTESE DE PRODUTOS MENOS PERIGOSOS SNTESE DE PRODUTOS MENOS PERIGOSOS Sempre que praticvel, a sntese de um produto qumico deve utilizar e gerar substncias que possuam pouca ou nenhuma toxicidade sade humana e ao ambiente. 4 princpio DESENHO DE PRODUTOS SEGUROS DESENHO DE PRODUTOS SEGUROS Os produtos qumicos devem ser desenhados de tal modo que realizem a funo desejada e ao mesmo tempo no sejam txicos. 15 OS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 5 princpio SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS O uso de substncias auxiliares (solventes, agentes de separao, secantes, etc.) precisa, sempre que possvel, tornar-se desnecessrio e, quando utilizadas, estas substncias devem ser incuas. *Blend de antioxidantes 6 princpio BUSCA PELA EFICINCIA DE ENERGIA BUSCA PELA EFICINCIA DE ENERGIA A utilizao de energia pelos processos qumicos precisa ser reconhecida pelos seus impactos ambientais e econmicos e deve ser minimizada. Se possvel, os processos qumicos devem ser conduzidos temperatura e presso ambientes. 16 OS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 7 princpio USO DE FONTES RENOVVEIS DE MATRIA- USO DE FONTES RENOVVEIS DE MATRIA- PRIMA PRIMA Sempre que tcnica e economicamente vivel, a utilizao de matrias- primas renovveis deve ser escolhida em detrimento de fontes no- renovveis. 8 princpio EVITAR A FORMAO DE DERIVADOS EVITAR A FORMAO DE DERIVADOS A derivatizao desnecessria (uso de grupos bloqueadores, proteo/desproteo) deve ser minimizada ou, se possvel, evitada, porque estas etapas requerem reagentes adicionais e podem gerar resduos. 17 OS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 9 princpio CATLISE CATLISE Reagentes catalticos (to seletivos quanto possvel) so melhores que reagentes estequiomtricos. 10 princpio DESENHO PARA A DEGRADAO DESENHO PARA A DEGRADAO Os produtos qumicos precisam ser desenhados de tal modo que, ao final de sua funo, se fragmentem em produtos de degradao incuos e no persistam no ambiente. 18 OS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 11 princpio ANLISE EM TEMPO REAL PARA A ANLISE EM TEMPO REAL PARA A PREVENO DA POLUIO PREVENO DA POLUIO Ser necessrio o desenvolvimento futuro de metodologias analticas que viabilizem um monitoramento e controle dentro do processo, em tempo real, antes da formao de substncias nocivas. 12 princpio QUMICA INTRINSECAMENTE SEGURA QUMICA INTRINSECAMENTE SEGURA PARA A PREVENO DE ACIDENTES PARA A PREVENO DE ACIDENTES As substncias, bem como a maneira pela qual uma substncia utilizada em um processo qumico, devem ser escolhidas a fim de minimizar o potencial para acidentes qumicos, incluindo vazamentos, exploses e incndios. 19 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 1 princpio PREVENO PREVENO A reduo na fonte, de que trata o 1P, sem dvida a maneira mais eficiente de minimizar o impacto ambiental de uma atividade industrial. A partir do momento que se investe em tecnologias mais limpas de produo, no h necessidade de investimentos pesados no tratamento de resduos, que nem sempre resolve satisfatoriamente o problema. 20 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS O 2P destaca o conceito de economia de tomos ou eficincia atmica, que calculado dividindo-se a massa molecular do produto desejado pelo obtido da soma de todas as substncias produzidas na(s) equao(es) estequiomtrica(s) envolvida(s) no processo. Tomemos como exemplo uma reao clssica de preparao de n-bromobutano a partir do n-butanol promovida por um cido forte. 21 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS Procedimento experimental Esta preparao envolve a dissoluo de 30 g de KBr (2) em 50 mL de gua, seguida pela adio de 25 mL (46,0 g) de H 2 SO 4 concentrado, para obteno de uma soluo de HBr. Aps filtrao para remoo do KHSO 4 (que descartado), o filtrado transferido para um recipiente onde se adicionam 14 mL de n-butanol (1) e 15 mL (27,6 g) de H 2 SO 4 concentrado (3). 22 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS Se considerarmos que na reao acima foram isolados 25,86 g de n-bromobutano e que, pela estequiometria da reao, 1 mol de reagente fornece 1 mol de produto (n-bromobutano), sendo que o reagente limitante o n-butanol (0,233 mol), podemos aferir que o rendimento (em percentagem) da reao foi de 81% (um bom rendimento em sntese orgnica). 23 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS Se olharmos a reao acima em outra tica, vemos que um total de 120,88 g de reagentes (17,28 g de n-butanol + 30,00 g de KBr + 73,60 g de H 2 SO 4 ) foram utilizados e que, na melhor das hipteses (rendimento de 100%), a reao poderia fornecer apenas 31,93 g do produto desejado (n-bromobutano). Esta reao, portanto, pode apresentar no mximo, apenas 26,4% da massa dos reagentes incorporada ao produto desejado (31,93 g/120,88 g X 100 = 26,4%). Isto significa dizer que, do ponto de vista de aproveitamento de reagentes, esta reao muito ruim, pois a maior parte dos tomos empregados na reao no incorporada no produto final. Esta reao apresenta uma baixa eficincia atmica (EA = 26%). E como a reao descrita teve um rendimento de 81% (25,86 g), a Economia de tomos Experimental, %EA exp ainda menor. 24 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS Snteses que envolvem reaes com boa economia de tomos (adio, rearranjos, reaes envolvendo catlise e biocatlise) so chamadas de sntese verde; Reaes com baixa incorporao de tomos no produto final (substituio, eliminao, reaes estequiomtricas de uma maneira geral), sntese marrom. 25 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS 1. Outro conceito introduzido para descrever a eficincia de uma reao de maneira semelhante economia de tomos chamado de fator E. 2. Utilizado especialmente a nvel industrial, o fator E considera a quantidade de resduo gerado para cada quilograma de produto obtido. Por resduo, considera-se tudo o que produzido alm do produto desejado ao longo do processo de fabricao. 3. A indstria farmacutica e de qumica fina so as grandes vils na gerao de resduos, apresentando um elevado fator E especialmente porque, ao longo dos anos, suas plantas industriais foram projetadas para empregar reaes estequiomtricas clssicas, que geram uma quantidade enorme de sais inorgnicos como resduos. 26 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 2 princpio ECONOMIA DE TOMOS ECONOMIA DE TOMOS 27 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 3 e 4 princpios SNTESE DE PRODUTOS MENOS PERIGOSOS E DESENHO DE PRODUTOS SEGUROS Os princpios 3 e 4 podem ser considerados complementares, pois envolvem tanto o efeito txico dos reagentes quanto dos produtos envolvidos em um processo. Vrias empresas e pesquisadores se destacaram nos ltimos anos por desenvolverem produtos e processos menos agressivos ao ambiente. 28 1. Um exemplo ilustrativo agraciado com o prmio do governo americano, envolve o desenvolvimento de um produto menos txico, mas que possui a mesma eficcia que seus anlogos no mercado. A multinacional Rohm and Haas desenvolveu o CONFIRM TM , um inseticida da famlia das diacil-hidrazinas, eficaz no controle de lagartas, que atacam diversas lavouras em todo o mundo. DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 3 e 4 princpios SNTESE DE PRODUTOS MENOS PERIGOSOS E DESENHO DE PRODUTOS SEGUROS 29 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 5 princpio SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS O 5P leva em considerao substncias auxiliares (solventes, agentes secantes, agentes de separao, etc.) que so empregadas na maioria das preparaes industriais ou a nvel acadmico. Na reao de preparao do n-bromobutano, a gua utilizada como solvente (o que sem dvida representa um ganho ambiental), a extrao do produto aps a destilao do bruto contido no balo reacional ir requerer 15 mL de HCl concentrado, 20 mL de soluo de Na 2 CO 3 a 10%, 50 mL de gua e um agente secante anidro (CaCl 2 , por exemplo), tudo isso para isolar 25,86 g de n-bromobutano. 30 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 5 princpio SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS Muitas reaes utilizam grandes quantidades de solventes orgnicos, que so frequentemente txicos e nem sempre sua reutilizao vivel economicamente. Muitas vezes estes solventes so descartados na gua, no ar e no solo. Grande esforo est sendo feito no sentido de substituir solventes orgnicos convencionais por solventes verdes, como fluidos supercrticos (particularmente CO 2 , a 31,1 C e 73,8 atm), lquidos inicos t.a., hidrocarbonetos perfluorados e gua (scH 2 O possui caractersticas semelhantes s da acetona, em termos de capacidade de dissoluo e solvatao). Alternativamente, as reaes tambm podem ser efetuadas na ausncia de solvente. 31 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 5 princpio SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS SOLVENTES E AUXILIARES MAIS SEGUROS 32 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 6 princpio BUSCA PELA EFICINCIA DE ENERGIA BUSCA PELA EFICINCIA DE ENERGIA Uma reao ideal, em termos de eficincia energtica, deve ocorrer temperatura e presso ambientes. Entretanto, muitos procedimentos requerem aquecimento prolongado ou resfriamento. Em geral, o suprimento de energia para estas necessidades vem da queima de combustvel fssil, no renovvel. Na reao escolhida para exemplificar a economia de tomos so necessrios resfriamento, refluxo e duas destilaes para isolamento do n-bromobutano. Um dos desafios o desenvolvimento de novas reaes que possam ser efetuadas de maneira a minimizar o consumo de energia. 33 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE 7 princpio USO DE FONTES RENOVVEIS DE MATRIA- USO DE FONTES RENOVVEIS DE MATRIA- PRIMA PRIMA O 7P nos alerta para a necessidade de utilizao de fontes renovveis de matria-prima (biomassa). O recente avano no interesse pelo biodiesel (um biocombustvel, obtido atravs de reaes com leos vegetais e matrias graxas) pode ser considerado como um ganho ao ambiente, pois muitos geradores de energia hoje movidos a leo derivado do petrleo podero ser substitudos por esse combustvel verde. 34 DICUSSO DOS 12 PRINCPIOS DA QUMICA VERDE Idealmente, uma sntese deve levar molcula desejada a partir de materiais de partida de baixo custo, facilmente obtidos, de fonte renovvel, em uma nica etapa, simples e ambientalmente aceitvel, que se processe rapidamente e em rendimento quantitativo. Alm disso, o produto precisa ser separado da mistura da reao com 100% de pureza. Obviamente, esta situao ainda muito difcil de se conseguir. Entretanto, deve-se buscar esta situao ideal, evitando etapas desnecessrias, como a derivatizao excessiva, como descreve o 8P da qumica verde.