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Krishnamurti - a verdade é uma terra sem caminhos
"Sustento que a Verdade é uma terra sem caminhos, e vocês não podem aproximar-
se dela por nenhum caminho, por nenhuma religião, por nenhuma seita. Este é meu
se-á um credo, uma seita, uma religião para ser imposta aos outros. É isso o que
Verdade não pode ser trazida para baixo; é o indivíduo que deve fazer o esforço de
ascender até ela. Não podemos trazer o topo da montanha para o vale...
organização com este propósito, ela irá tornar-se uma muleta, uma fraqueza, uma
Verdade. Não se trata de nenhum feito magnífico, porque não quero seguidores, e é
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dizer ou não.
Quero fazer uma certa coisa no mundo e vou fazê-la com resoluta concentração.
Estou preocupado com uma coisa essencial: libertar o homem. Desejo libertá-lo de
todas as prisões, de todos os temores, e não fundar novas religiões, novas seitas nem
perguntarão por que percorro o mundo todo, falando continuamente. Vou dizer-
lhes porque o faço; não porque desejo seguidores, nem porque desejo um grupo
especial de discípulos especiais. Não tenho discípulos, nem apóstolos, seja na Terra,
viver uma vida confortável que me atrai. Se eu quisesse viver confortavelmente, não
francamente porque quero deixar isso bem claro e de uma vez por todas.
uma organização com milhares de seguidores. Ele disse que “Se não terá mais
Se houver apenas cinco pessoas dispostas a ouvir, a viver, com os rostos voltados
para a eternidade, será suficiente. Que adianta ter milhares que não compreendem,
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que o que só fazem é traduzir o novo para adequar-se a seus próprios eus estéreis e
estagnados!
Há dezoito anos que vocês se vêm preparando para este acontecimento, para o
alguém capaz de dar um novo deleite aos seus corações e mentes, de transformar as
suas vidas, de dar-lhes uma nova compreensão; alguém que os elevaria a um novo
plano de vida, que lhes daria um novo encorajamento, que os libertaria - e agora,
pelo facto de portarem uma insígnia, que é trivial, absurda. De que maneira essa
crença afastou para longe todas as coisas não essenciais da vida? Essa é a única
maneira de julgar: de que maneira vocês estão mais livres, maiores, mais
felicidade, de outra pessoa, para a vossa iluminação, de outra pessoa... quando digo:
Devem existir alguns, mas são muito, muito poucos. Vocês acostumaram-se a que
lhes digam até que ponto avançaram, qual é o vosso status espiritual. Que
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infantilidade! Quem mais a não ser vocês próprios poderão dizer se são ou não
incorruptíveis?
...Mas aqueles que realmente desejam compreender, que estão à procura do eterno,
sem início nem fim, caminharão juntos com maior intensidade, serão uma ameaça
para tudo o que não é essencial, para as irrealidades, as sombras... A minha única
Jiddu Krishnamurti e os três irmãos, que sobreviveram de um total de dez, acompanharam seu pai
Jiddu Narianiah a Adyar em 23 de janeiro de 1909, pois este conquistara um emprego de
secretário-assistente da Sociedade Teosófica, entidade que estuda todas as religiões. Reza a
tradição brâmane, a qual a família era vinculada, que o oitavo filho toma no batismo o nome
Krishna, em homenagem ao deus Sri Krishna, de quem a mãe, Sanjeevamma, era devota; foi o que
aconteceu com Krishnamurti, a quem foi dado o nome de Krishna, juntamente com o nome de
família, Jiddu. Com a idade de 13 anos, passou a ser educado pela Sociedade Teosófica, que o
considerava um dos grandes Mestres do mundo.
Em Adyar, Krishnamurti, então com treze anos, foi 'descoberto' por Charles W. Leadbeater, famoso
membro da Sociedade Teosófica ( S.T.), em abril de 1909, que, após diversos encontros com o
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menino, viu que ele estava talhado para se tornar o ' Instrutor do Mundo ', acontecimento que
vinha sendo aguardado pelos teosofistas. Após dois anos, em 1911 foi fundada a Ordem
Internacional da Estrela do Oriente, com Krishnamurti como chefe, que tinha como objetivo
reunir aqueles que acreditavam nesse acontecimento e preparar a opinião pública para o seu
aparecimento, com a doação de diversas propriedades e somas em dinheiro.
Krishnamurti assim foi sendo preparado pela S.T.; algo, porém, iniciou sua separação de seus
tutores: a morte de seu irmão Nitya em 13 de novembro de 1925, que lhe trouxe uma experiência
que culminou em uma profunda compreensão.
Krishnamurti em breve viria a emergir como um instrutor espiritual, e dito Mestre extraordinário
e inteiramente descomprometido. As suas palestras e escritos não se ligam a nenhuma religião
específica, nem pertencem ao Oriente ou ao Ocidente, mas sim ao mundo na sua globalidade:
"Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de
nenhuma organização, de nenhum credo (...) Tem de encontrá-la através do espelho do
relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da
observação. (...)"
Durante o resto da existência, foi rejeitando insistentemente o estatuto de guia espiritual que
alguns tentaram atribuir-lhe. Continuou a atrair grandes audiências por todo o mundo, mas
recusando qualquer autoridade, não aceitando discípulos e falando sempre como se fosse de
pessoa a pessoa. O cerne do seu ensinamento consiste na afirmação de que a necessária e urgente
mudança fundamental da sociedade só pode acontecer através da transformação da consciência
individual. A necessidade do autoconhecimento e da compreensão das influências restritivas e
separativas das religiões organizadas, dos nacionalismos e de outros condicionamentos, foram por
ele constantemente realçadas. K. chamou sempre a atenção para a necessidade urgente de um
aprofundamento da consciência, para esse "vasto espaço que existe no cérebro onde há
inimaginável energia". Essa energia parece ter sido a origem da sua própria criatividade e também
a chave para o seu impacto catalítico numa tão grande e variada quantidade de pessoas.
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Durante sua vida, K. viajou por todo o mundo falando às pessoas, tendo falecido em 1986, com a
idade 90 anos. As suas palestras e diálogos, diários e outros escritos estão reunidos em mais de 60
livros.
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