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O documento discute as confusões que surgiram em torno do conceito de multiculturalismo e como ele evoluiu de uma política de integração para uma de separação de culturas. Argumenta-se que a liberdade cultural não deve ser confundida com o conservadorismo cultural e que cultura não é sinônimo de religião. Defende-se dissipar essas confusões para evitar pensamentos comunitaristas violentos.
O documento discute as confusões que surgiram em torno do conceito de multiculturalismo e como ele evoluiu de uma política de integração para uma de separação de culturas. Argumenta-se que a liberdade cultural não deve ser confundida com o conservadorismo cultural e que cultura não é sinônimo de religião. Defende-se dissipar essas confusões para evitar pensamentos comunitaristas violentos.
O documento discute as confusões que surgiram em torno do conceito de multiculturalismo e como ele evoluiu de uma política de integração para uma de separação de culturas. Argumenta-se que a liberdade cultural não deve ser confundida com o conservadorismo cultural e que cultura não é sinônimo de religião. Defende-se dissipar essas confusões para evitar pensamentos comunitaristas violentos.
Surgido nos anos 70 para integrar as culturas, conceito chega ao sculo 21
isolando os indivduos em comunidades AMARTA S!" Tudo comeou no Canad, e sob os melhores auspcios. Em 1971 o Canad foi o primeiro pas do mundo a fazer do multiculturalismo uma poltica oficial. A maioria dos Estados membros da ni!o Europ"ia n!o tardou a se#uir seu e$emplo, tendo o %eino nido em sua &an#uarda. ' multiculturalismo tornou(se o #rande conceito em &o#a em todo o mundo. Essa )dade de 'uro * faz parte do passado, especialmente na Europa. +inamarca e ,ases -ai$os * in&erteram suas polticas oficiais. o %eino nido est cheio de d/&idas s"rias a esse respeito, e a Alemanha e a 0rana est!o c"ticas. 'nde reside o problema1 Ele se de&e, sem d/&ida, a um raciocnio incorreto. 2!o se de&e confundir, de um lado, a liberdade cultural (elemento fundamental da di#nidade de todos os po&os( e, de outro, a defesa e celebra!o de todas as formas de le#ado cultural, sem procurar saber se os indi&duos en&ol&idos escolheriam essas prticas de fato se ti&essem a possibilidade de fazer um e$ame crtico delas. A liberdade cultural, bem compreendida, consiste em saber resistir 3 apro&a!o sistemtica das tradi4es passadas, 5uando os indi&duos &6em raz4es para mudar seu modo de &ida. 7e, no %eino nido, uma *o&em filha de uma famlia imi#rante conser&adora 5uer sair com um *o&em in#l6s, ela faz uma escolha 5uase irrepreens&el em termos de liberdade multicultural. Monocultura plural Em troca, a tentati&a feita por seus familiares de impedi(la de fazer o 5ue ela 5uer " uma rea!o muito pouco multicultural, * 5ue denota um dese*o de manter as culturas isoladas umas das outras, sob o 5ue se poderia chamar de uma forma 8monocultural plural8. Acontece 5ue, ho*e, " e$atamente essa a posi!o dos pais 5ue parecem #ozar da boa &ontade dos 8multiculturalistas8 dedicados. A hist9ria do multiculturalismo no %eino nido " muito interessante sob esse aspecto. Ap9s uma fase positi&a de inte#ra!o multicultural, sobre&eio um perodo de separatismo e de confus!o. A :r!( -retanha p9s(colonial esforou(se ao m$imo para inte#rar os imi#rados, por meio de um tratamento n!o(discriminat9rio em mat"ria de se#uridade social e at" mesmo de direito ao &oto. #uas con$us%es +iante da hist9ria profundamente n!o(i#ualitria da imi#ra!o na Alemanha, na 0rana e em 5uase todo o resto da Europa, " preciso saudar a disposi!o do %eino nido de proporcionar aos imi#rantes em situa!o re#ular, no menor prazo poss&el, os direitos econ;micos, sociais e polticos 5ue lhes cabem. < claro 5ue essa postura te&e seus pontos fracos, como demonstraram os dist/rbios de 19=1 em -ri$ton e -irmin#ham. 's problemas identificados nessa "poca certamente n!o desapareceram todos >a raa continua a ser um elemento de discrimina!o, assim como o s!o a classe social ou o se$o?, mas, muito antes de 8multiculturalismo8 ter se tornado uma pala&ra em moda, o pas demonstrou um compromisso constante em fa&or do tratamento i#ualitrio de todos os brit@nicos, independentemente de sua ori#em. ' 5ue " tr#ico " 5ue, 3 medida 5ue o slo#an multiculturalista foi se impondo, foi aumentando a confus!o em torno de suas e$i#6ncias. Trata(se essencialmente de duas confus4es. A primeira " um aml#ama entre conser&adorismo cultural e liberdade cultural. ' fato de ter nascido numa dada comunidade n!o constitui, por si s9, pro&a de liberdade cultural, pois n!o " uma escolha ati&a. Em contrapartida, a decis!o de permanecer firmemente li#ado ao modo de &ida tradicional pode ser um e$erccio de liberdade, se essa escolha for feita ap9s o estudo de outras op4es poss&eis. +o mesmo modo, a decis!o de tomar dist@ncia >de maneira sutil ou radical? dos comportamentos tradicionais, decis!o tomada ap9s refle$!o e raciocnio, " i#ualmente um ato de liberdade multicultural. &ultura n'o s( religi'o A se#unda confus!o consiste em i#norar o fato de 5ue, se a reli#i!o pode ser um crit"rio de identidade importante para os indi&duos >especialmente 5uando eles podem optar li&remente por abraar ou re*eitar as tradi4es herdadas ou adotadas?, tamb"m e$istem outras ades4es e filia4es (polticas, sociais, econ;micas( 5ue as pessoas t6m o direito de manter. 7em contar 5ue a cultura n!o se resume 3 reli#i!o. Assim, al"m da reli#i!o, a f9rmula canadense menciona e$plicitamente a ln#ua. Aale lembrar, por e$emplo, 5ue os ben#aleses, ho*e classificados na cate#oria 8muulmanos brit@nicos8, s!o ori#inrios de um po&o 5ue con5uistou sua independ6ncia 3 custa de luta >em 1971? n!o sobre bases reli#iosas, mas em nome da liberdade lin#Bstica e da laicidade. 's respons&eis polticos brit@nicos desen&ol&eram o hbito de tratar cada #rupo de correli#ionrios como uma 8comunidade8 5ue de&e funcionar se#undo costumes pr9prios (desde 5ue, " claro, sua prtica n!o dei$e de ser 8moderada8. 's porta(&ozes reli#iosos das popula4es imi#radas parecem desfrutar *unto das autoridades brit@nicas de um reconhecimento >e de um acesso aos sal4es do poder? de amplitude in"dita. 2o&as escolas reli#iosas s!o criadas com a ben!o e o encora*amento do #o&erno. Aparentemente, este se preocupa mais com o 8e5uilbrio8 reli#ioso sobretudo mec@nico dese*ado por a5ueles 5ue s!o descritos como 8lderes comunitrios8 do 5ue com ensinar 3s crianas os conhecimentos bsicos e a aprendiza#em da raz!o. As escolas separadas, fen;meno de enclausuramento 5ue, na )rlanda do 2orte, conse#uiu apenas aumentar o abismo entre cat9licos e protestantes, passaram a ser autorizadas e at" mesmo, na prtica, encora*adas para outras parcelas da popula!o brit@nica. Tamb"m l elas ser!o um fator de di&is!o. ' 5ue " preciso ho*e n!o " abandonar o multiculturalismo nem renunciar ao ob*eti&o de i#ualdade 85uais5uer 5ue se*am as ori#ens raciais ou "tnicas (a ln#ua ou a op!o reli#iosa( , mas dissipar essas duas confus4es 5ue * causaram tantos problemas. )sso " imperati&o, n!o s9 por5ue a liberdade precisa ser le&ada em conta mas para e&itar a re&olta dos mais desfa&orecidos, como nos sub/rbios franceses. Assim, combateremos a ameaa crescente dos pensamentos comunitaristas &iolentos, 5ue a&anam no %eino nido e correm o risco de conduzir a atos de brutalidade brbara. < importante reconhecer 5ue os primeiros 6$itos do multiculturalismo no %eino nido esti&eram &inculados aos esforos feitos pelo pas n!o para separar, mas para inte#rar. Este te$to foi publicado no 8Ce Donde8. Tradu!o de &lara Allain.