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O documento discute a relação entre música e afetos no período Barroco, mencionando teóricos como Descartes e Kircher que sistematizaram seis emoções fundamentais e formas de representá-las musicalmente, como intervalos amplos para alegria e intervalos menores para tristeza.
O documento discute a relação entre música e afetos no período Barroco, mencionando teóricos como Descartes e Kircher que sistematizaram seis emoções fundamentais e formas de representá-las musicalmente, como intervalos amplos para alegria e intervalos menores para tristeza.
O documento discute a relação entre música e afetos no período Barroco, mencionando teóricos como Descartes e Kircher que sistematizaram seis emoções fundamentais e formas de representá-las musicalmente, como intervalos amplos para alegria e intervalos menores para tristeza.
Concerto em R maior para violo (original para violino) e Orquestra de
Cordas, de Antonio Vivaldi. O presente estudo de caso inicia com algumas consideraes que revelam o desenvolvimento de conceitos tericos, estticos, formais e histricos so- bre o estilo da obra escolhida, e finaliza com a anolisede uma partitura musical do perodo Barroco. O nosso interesse conseguir aprimorar o gesto, por meio do estudo da esttica da obra,e pelo contedo tcnico- formal da partitura. ASPECTOS TERICOS E FILOSFICOS O comeo de uma nova era na Histria da Msica foi marcado pela secu- lar polmica entre Harmonia e Melodia. Durante todo o '600 e '700 euro- peu essa polmica, que renovou o mundo musical, gerou tambm numero- sos problemas estticos, filosficos, musicais, assim como acsticos e ma- temticos. Os fundamentos filosficos da Harmonia sempre foram do interesse dos pensadores do sculo XVII. No a toa que entre os estudiosos da Har- monia, encontramos alguns dos fundadores da Filosfia Moderna e do Mtodo Cintifico como Descartes (1596-1650) e Leibniz (1699- 1716),entre outros. A simplificao racional do mundo (espirito racionalista), limitada a al- gumas leis fundamentais, uma tendncia marcante nas obras de diversos tericos. O veneziano G.Zarlino (1517-1590), por exemplo, procurou re- duzir o mundo plurimodal da Polifonia Renascentista a dois nicos mo- dos: o Maior e o Menor. o objetivo de Zarlino e de outros tericos que o sucederam-at chegar ao Tratado de Harmonia reduzido aos princpios naturais de J. Ph .Rameau (1683-1764) -, no era simplesmente um exerccio cientfico, mas sim uma atividade que atravs do conhecimento cientfico da "Natureza da Msi- ca" , queria obter o maior efeito possvel sobre o ouvinte. Isto , produzir efeitos sobre o esprito, ou provocar Movimentos no esprito do ouvinte, ou como se dizia na poca: suscitar afetos. Aqui importante lembrar a evoluo do sentido da palavra Natureza. Durante o sculo XVII, Natureza foi empregado como sinnimo de Razo e Verdade, enquanto no sculo XVIII a mesma palavra foi usada como smbolo de Sentimento, Espontaneidade e Expressividade. Sendo o homem Natureza, o esprito humano sensvel s leis da Nature- za. Assim, quem conhece a Natureza dos sons, tambm sabe como utilizar esses sons para produzir o maior nmero de afetos. Movimentar os Afetos so as palavras que aparecem sistematicamente em todos os tratados tericos do perodo Barroco. Tanto a msica instrumen- tal ,como a operstica, possuem o mesmo objetivo: Mover os Afetos, fazer rir, fazer chorar, comover. A msica adquire um sentido direcional onde a eficcia do Discurso Musical, seja instrumental ou melodramtico, tem como base uma nova linguagem harmnica-meldica que pela sua simpli- cidade funcional , e pelas regras fundamentadas nas leis naturais , pro- 95 porcionam ao msico-compositor a faculdade de comover o esprito do ouvinte. o RacionalismoBarroco e a esttica dos sentimentos nos permitir poste- riormente destacar as caractersticas principais da linguagem dos afetos na sua relao com a msica. ASPECTOS FORMAIS No transcurso do sculo XVII, essas duas linguagens - a msica illstru- mental pura e a msica melodramtica - foram se aproximando uma da outra pela evoluo das formas musicais, embora os tericos, filsofos e crticos da poca, defensores da msica, negaram msica instrumental o seu direito de ser significativa. Esse privilgio da linguagem verbal sobre outras linguagens, ainda hoje motivo de debate no campo da Lingustica e da Semitica. Os novos elementos da estruturao musical, criaram numerosas formas onde se desenvolveram as tcnicas de composio. Entre outras, devemos 96 citar o estilo Concertante, com o emprego de constrastes solo-tutti, e a oposio dinmica Forte-Piano. A Suite, a Sonata monotemtica , a ria da capo, o Oratrio e a Cantata, foram outras formas desenvolvidas du- rante esse perodo que se apoiaram na tcnica do Baixo Contnuo, utili- zando a clara polaridade dos planos sonoros da Melodia e do Baixo. A linha musical de Frescobaldi, continuada mais tarde na Alemanha com Buxtehude, Pachelbel e Bach, deu maior perfeio Fuga, ao Preldio Coral e Tocatta. Enquanto escola Italiana, e principalmente Escola Veneziana, a virtuosidade da msica instrumental leva ao apogeu a Sona- ta de Violino, o Trio Sonata da Chiesa e da Camera, o Concerto e o Con- certo Grosso. -- Afetos Inegavelmente, a nova linguageminspirada na Teoria dOs/' e as novas es- truturas formais, unidas ao contnuo desenvolvimento dos instrumentos musicais de corda, estimularam o surgimento desta expresso junto aos novos compositores que utilizaram os Cdigos do Barroco no campo da msica instrumental. 97 o AFETO O Afeto domina toda a arte do Barroco europeu. Essa teoria , esboada por diversos autores d(\~sculos anteriores, foi sistematizada pelo filsofo, fisico e matemtico francs Ren Descartes no seu trabalho "Les passions de L'ame" (As paixes da alma), de 1649. Basicamente, Descartes cita seis formas fundamentais de emoo: I. Admirao 2. Amor 3. dio 4. Desejo 5. Alegria 6. Tristeza 98 Uma relao mais apropriada destes significados requer, sem dvida, uma adequao ao esprito da poca, e uma expresso reflexiva que supera os limites deste nosso trabalho. Entretanto, para melhor embaamento deste estudo registramos as consi- deraes de outro notvel do perodo, Athanasius Kircher (1602-1680) que reconhece no seu trabalho terico uma relao dos estudos afetivos com determinadas representaes musicais. Por exemplo, as associaes entre o afeto e a msica, em relao alegria e tristeza: Alegria -Modo maior 1. Tempo rpido 2. Intervalos consoantes e amplos 3. Tesitura aguda 4. Articulao de um timbre brilhante 5. Dinmica forte 99 Tristeza -Modo menor 1. Tempo lento 2. Intervalos pequenos (tons e semitons) 3. Tesitura grave 4. Articulao de um timbre escuro 5. Dinmica piano 6. Utilizao de falsas relaes harmnicas e uso de dissonncias Por sua vez, Johann Matheson (1681-1764),no incio do sculoxvm , solicitava que a "Significao" das indicaes escritas na partitura fossem as seguintes: Adgio = aflio Lento =alvio Andante =esperana Allegro =consolao Presto =desejo 100