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A palavra sniper vem do pássaro snipe que era muito difícil de caçar e passou
a ser dados aos caçadores habilidosos. A palavra sniper foi registrado em 1824
no sentido de atirador de elite ou “sharpshooter”. O verbo sniper originou em
1770 entre os soldados britânicos nas Índias britânicas no senso de "disparar
de local oculto", em alusão a caça do sniper, pássaro difícil de caçar. Os que
eram habilidosos em caçar a ave eram chamados de "sniper". Na Guerra Civil
americana o termo era "escaramuçador" (skirmisher). Não usavam termo
sniper nos EUA na época. Foram os alemães que começaram a chamar seus
atiradores como snipers. No Brasil, a tradução de snipe é Narceja ou Maçarico.
A tradução literal não é conveniente para uso e por isso é usado a palavra
caçador no EB. Aqui será chamado de sniper.
Sua arma principal é o fuzil de longo alcance, mas também é treinado para
chamar artilharia e manejar metralhadora ou plantar explosivos em
emboscadas. Os snipers das tropas de operações especiais americanas
também recebem treinamento para atuar como controladores aéreos
avançados, chamando aviação tática para dar apoio aéreo (cobertura na FAB).
O sniper deve ser bom para observação e orientação com a capacidade de ler
mapas e fotografias aéreas. Os snipers devem saber coletar informações em
quantidade e qualidade. Já na Primeira Guerra Mundial os snipers se tornaram
os ouvidos do quartel general.
A definição sniper é de um soldado capaz de se ocultar, para atingir alvos de alto valor, coletar
informações e se retirar sem ser detectado.
Os snipers costumam gastar um ou dois tiros por alvo e ainda podem dar um
tiro de misericórdia em alguns alvos. O lema de "one shot, one kill" é mais para
marketing.
Estudos mostram que na Primeira Guerra Mundial foram gastos sete mil tiros
por baixa inimiga, na Segunda Guerra Mundial 25 mil e no Vietnã 50 mil tiros.
Já um sniper gastou uma média de 1,3 tiros. O custo em munição é baixo, mas
difícil é calcular os custos do efeito moral e psicológico no inimigo. Operar
numa área em que haja atiradores de elite significa ter de pensar
cuidadosamente antes de fazer qualquer movimento o que reduz a velocidade
dos deslocamentos.
Uma dupla de scout-sniper do USMC no Iraque. Estão armados com o fuzil SR25 que agora foi
escolhido oficialmente para equipar todas as forças armadas americanas. O US Army e Reino
Unido empregam o sniper atachado a unidade e não como parte, dando mais liberdade aos
movimentos. Outros países como França, Israel e Rússia empregam seus snipers como parte
da unidade. Os Scout Sniper do USMC agora são parte do pelotão de Surveillance Target and
Acquisiton. Também são empregados em pequenos times atachados ao batalhao de infantaria
passando a ter proteção. As tropas convencionais EUA usam o sniper em duplas, com apoio
mútuo, com rádios de linha de visada em missões de curta duração. As SOF usam equipes de
dois a quatro snipers, podem ter apoio externo, rádios de longo alcance e missões de longa
duração.
Snipers canadenses em operação nas montanhas do Afeganistão. Em cada um dos nove
batalhões de infantaria ativos há um grupo de snipers constituído de dois atiradores e seu
auxiliar. A equipe acima está armada com um fuzil calibre 7,62mm, um fuzil de longo alcance
calibre TAC-50 calibre 12,7mm e o auxiliar está armado com um fuzil M-16 (versão local) com
um lança granadas. O MacMillan TAC-50 Tactical Anti-Materiel Sniper Rifle System foi
comprada pelo Canada para armar seus snipers e depois por vários paises europeus. Os
canadenses atingiram o recorde de tiro a longa distancia com a TAC-50 no Afeganistão em
2002 com suas forças especiais. O evento foi durante a operação Anaconda no avanço no vale
Shah-i-Kot onde apoiavam a 101Divisão americana quando as tropas americanas passaram a
ser alvo de snipers, metralhadoras e morteiros do Talibã. Os snipers canadenses engajaram a
distâncias na maioria entre 780-1.500km. O kill mais distante foi a 2.430 metros quebrando o
recorde de Carlos Hatchcock no Vietnã que atingiu um alvo a 2.215m com uma metralhadora
M2 com luneta. O tempo de vôo do projétil foi de cerca de 4,5 segundos. A baixa densidade do
ar nas montanhas (cerca de 2.400m de altitude) aumentou o alcance efetivo da arma. A TAC-
50 estava equipada com uma luneta Leopold com zoom de 16x e munição AMAX Match .50.
A função DM é dar tiro rápido e preciso em alvos inimigo a até 800m com fuzil
semi-automático de precisão com luneta. É treinado para tiro precisão e rápido,
mas também tiro de alta cadencia.
Calibres menores são piores a longa distancia, mas mesmo assim existem
versões do calibre 5.56 x 45 mm como o Squad Designated Marksman Rifle
(SDM-R) do M16 do US Army, Squad Advanced Marksman Rifle (SAM-R) do
M16 usado pelo USMC, Mark 12 Mod X Special Purpose Rifle dos Seals,
L86A2 LSW britânico agora usado pelos DM e o AUG HBAR-T austríaco.
Um sniper russo acompanhando um pelotão de infantaria em uma patrulha nas montanhas da
Chechênia. Na Rússia os snipers atuam como DM e não são snipers verdadeiros.
Um SDM da brigada BCT do US Army no Iraque armado com um fuzil M-14. Os SDM são
usados para apoio de fogo cobrindo movimentos de infantaria, especialmente em áreas
urbanas. No EUA o DM é usado como multiplicadores de força. Os primeiros snipers anteriores
ao século XIX eram mais DM que snipers.
Snipers no Brasil
O EB testou varias armas estrangeiras como o M-24, M-21, Sig Sauer SSG
3000, PGM Mini-Hecate, PSG-1 e MSG90 adquiridos em pequenas
quantidade. Parece que o escolhido foi o IMBEL Fz .308 AGCL calibre .308.
com mira Bushnell Elite 3200 e reticulo MilDot. O AGLC foi desenvolvido
segundo as especificações do EB e que foi o que se saiu melhor quando
avaliado contra fuzis de sniper de fabricação estrangeira, principalmente no
ambiente da Selva Amazônica, onde os snipers seriam mais empregados. No
EB, os caçadores utilizam-se de uma luneta com capacidade de telemetria de
fabricação israelense. O observador leva um fuzil FAP, com a luneta-telêmetro
acoplada, para apoio de fogo.
Um sniper do EB em operação no Haiti com um FAL equipado com luneta. O FAL não é bom
parar sniper por ter cobertura móvel onde é adicionada a luneta.
Dupla de caçadores do EB.
Os snipers da FAB usam o fuzil SIG 551 5,56mm com mira ACOG nos seus BINFA. Outra
arma usada é o fuzil de precisão PSG-1.
Snipers dos GRUMEC armados com um fuzil Parker-Hhale M85 calibre 7,62mm com luneta
alemã Schmidt & Bender 6x42. Para tiro noturno pode ser usado a luneta com intensificador de
imagem SU-88/TVS-5. Os snipers do COMANF usam o mesmo equipamento.
HISTÓRIA
Antes desta época as armas eram muito imprecisas para que o sniper fosse
viabilizado. Cada Divisão francesa na época de Napoleão tinha dois batalhões
de mil "sharpshooter". Estes batalhões tinham capacidade de atingir alvos a
100 metros. Ficavam concentrados em uma guerra particular ao invés da
batalha geral como infantaria. Em combate atuavam juntos, formando uma
força maior de cerca de 16 mil homens para concentrar contra força de até o
dobro do tamanho e venciam fácil. Cada Companhia também tinha um grupo
de "sharpshooter" para serem usados contra artilharia e oficiais. Na época os
combates eram a cerca de 150 passos.
O fuzil de tiro de repetição da era industrial era 10 vezes mais preciso que os
mosquetes não raiados. O infante logo ficou mais letal. Em 1848 surgiu o
projétil em cone, chamado de munição Minié. Era mais preciso que o projétil
todo arredondado. .
Em 1880 foi introduzido a pólvora com pouca fumaça e mais potente. Antes a
fumaça branca dominava o campo de batalha e a posição dos sniper era
facilmente visível. Sem fumaça o efeito moral de terror dos tiros do sniper foi
multiplicada.
Os snipers alemães que atuaram na frente russa tinham como alvos principais
os operadores de armas pesadas, observadores, oficiais, ou tudo que ameaça
o avanço das tropas. Sem liderança as tropas russas não avançavam e
ficavam paralisadas ou fugiam.
Uma tática de um sniper alemão durante um avanço inimigo era deixar varias
ondas atacar e atingir as ultimas no estomago. Os gritos dos feridos enervavam
os da frente. Depois passava a atingir os mais próximos a 50m na cabeça. É
possível conseguir cerca de 20 kill em poucos minutos.
Ainda na Segunda Guerra Mundial, o USMC treinava seus snipers para tiro e
reconhecimento e por isso são chamados de "scout-sniper". Cada Companhia
tinha três snipers sendo um de reserva. O USMC treinava reconhecimento e
táticas de sniper agressivo, mas era difícil de empregar nas selvas do Pacífico.
A velocidade de retorno de tiro faz diferença entre vida e morte. Por isso tinha
que atuar em equipe de três com sniper, observador e apoio que cobria com
metralha BAR ou submetralhadora. Cada companhia tinha uma equipe. Alguns
snipers eram improvisados, como um oficial que treinava por conta própria e
aproveitava para atuar na função. O uso de luneta mostrou ser uma
desvantagem na selva densa o que se repetiu no Vietnã.
O USMC era a única unidade que treinava seus snipers para tiro a até 900
metros. Este treinamento foi importante com sniper conseguindo abater tropas
em ninhos de metralhadora em Okinawa a 1.100m. As vezes tinham que usar
traçante com o observador indicando onde atingiu um alvo grande para
determinar a distância.
A ameaça dos snipers japonesas acabava com a força e moral dos soldados
americanos. O USMC logo iniciou o uso de snipers como contra-sniper logo no
começo da formação do perímetro da cabeça de ponte durante os
desembarques.
Coréia
Vietnã
O US Army operou mais ao sul do Vietnã, com terreno plano, com muitas
plantações e mais aberto. Já o USMC atuou mais ao norte, com muitas
florestas e sem bons campos de observação e de tiro. Inicialmente os snipers
operavam acompanhando patrulha e depois foram liberados para caçar e
mostraram ser a forma mais efetiva.
Afeganistão Russo
O conflito russo no Afeganistão pode ser considerado uma guerra dos snipers.
Os soldados russos raramente viam o inimigo que disparou e os guerrilheiros
afegãos eram bons de mira. Um soldado cita que quando seu blindado foi
atingido por uma mina, quem saia do blindado era logo atingido. O blindado
pegando fogo estava mais seguro que lá fora e só puderam sair quando outros
blindados chegaram para ajudar. Ao saírem notaram que o local próximo mais
protegido onde poderia se esconder um sniper estava a pelo menos 500
metros. A guerra no Afeganistão mostrou a fragilidade do sistema de treino dos
snipers russos a nível de batalhão e logo foi criado escolas a nível de Corpo de
Exercito.
Malvinas
O cenário da Guerra das Malvinas tinha bons campos de tiro e boa cobertura
sendo um paraíso para os snipers. Os argentinos usaram o fuzil K98K de
fabricação local e a M-14 além de outras armas. A maioria dos snipers usava
um fuzil com FAL com luneta. Estavam equipados com a mira noturna PVS-4
de segunda geração bem melhor que os Starlight usados pelos britânicos.
Os britânicos usava o fuzil L42 que emperrava com freqüência e a luneta ficava
embaçada. Logo começaram a jogar o fuzil fora e pegar fuzis FAL argentinos
que eram adequados contra alvos a até 600 metros. Os britânicos treinavam
tiro nos navios enquanto iam para as Malvinas.
O valor dos snipers foi novamente mostrado quando um único sniper argentino
conseguiu parar uma Companhia britânica por quatro horas. Em Goose Green,
os snipers britânicos atiravam nas gretas dos bunkers a 700 metros e os
argentinos se rendiam. Era bem mais barato que o uso de mísseis Milan que
também foi usado na tarefa. Já as tropas convencionais tinham que dar muita
supressão concentrada para poder avançar.
Chechênia
Os snipers não tinham intenção de se render e por isso, além do fuzil de sniper,
levavam um fuzil AK-74 ou pistola, além do óculos NVG, flares, granadas e as
vezes um rádio. Se a equipe de apoio falhar, o flare vermelho era usado para
chamar a artilharia para a posição. As vezes o grupo chegava a 16 tropas no
total. Os russos não atuam com dupla observador/sniper. Geralmente opera
com um a três atiradores. Os periscópios tinham sido retirados de uso e voltou
a operar na Chechênia para observação.
Os alvos prioritários eram os snipers chechênos e os operadores de lança-
chamas RPO (na verdade um lança-rojão com munição termobárica). A seguir
estavam os operadores de PKM e RPG-7.
Um sniper russo atuando na Chechênia. No conflito da Chechênia o Exercito russo estava sem
treino há 2 anos e as unidades estavam incompletas. Reuniram unidades sem treino com as
pouco treinadas em unidades mistas.
O SV-98 é o novo fuzil dos sniper russos. O modelo acima está equipado com um supressor de
som.
Iraque
Uma dupla de sniper americanos no Iraque. Os fuzis estão camuflados e um está usando um
periscópio para observar os arredores. Estão equipados com binóculos, rádios, telemetros e
um está com um fuzil automático. Os americanos colocaram dúzias de duplas de sniper no
topo dos prédios em Bagdá para atirar em qualquer individuo armado ou atacando tropas
americanas. Com superioridade aérea tiveram domínio fácil dos topos dos prédios.
As táticas dos snipers não nasceram prontas, mas foram criadas com o
desenrolar dos conflitos, assim como suas armas e equipamentos. Os snipers
recebem treinamento sobre camuflagem, ocultação, caça e observação, alem
de tiro em varias condições. Disparam centenas de tiros em varias semanas
enquanto aprendem outras habilidades.
O uniforme de baixo convém ser de infante normal para não ser descoberto. Os
snipers são mortos na hora se capturados. Os snipers podem usar qualquer
uniforme e não são obrigados a fazer tarefas diárias como outros soldados
além de poderem ir onde quiserem. O tratamento diferenciado os torna mal
vistos pelas outras tropas.
Foram os "Lovat Scouts" britânicos que introduziram a roupa "Gillie Suit". Eram
caçadores escoceses que formaram uma unidade em 1900 com 200
escoceses das terras altas. Eram muito bons em camuflagem, stalking e
reconhecimento. Ajudaram na formação dos snipers britânicos na Primeira e
Segunda Guerra Mundial. Foram a primeira contramedida britânica contra os
snipers alemães na Primeira Guerra. O lema dos Lovats Scouts era "quem atira
e foge, vive para atirar outro dia (He who shoots and runs away, lives to shoot
another day).
Um sniper deve ter muita paciente e resistência física, pois pode ficar dias
dormente até disparar. Não sai atirando a esmo. Seletividade é a qualidade
daquele capaz de selecionar bem seu alvo. Como exemplo, veja-se o caso do
seqüestro de um ônibus escolar no Djibouti, por forças terroristas. O GIGN
francês postou seus snipers em volta do veiculo parado numa estrada no
deserto, e cada um deles recebeu a missão de neutralizar um dos quatro
terroristas que mantinham as crianças imobilizadas dentro do veiculo. Porém
só poderiam atirar quando "todos" tivessem o campo livre ao mesmo tempo.
Depois de quase dez horas de paciência, eles obtiveram luz verde e, com
certeiros disparos, abateram todos os terroristas ao mesmo tempo, liberando
as crianças do cativeiro.
Uma tática é nunca atirar mais de uma vez do mesmo lugar e se expor o
mínimo possível. Bom mesmo é tiro rápido tipo "snap shot" que precisa de
muito treino. Para caçar snipers inimigos podem usar a tática de disparar fuzil
com corda de longe para chamar fogo dos snipers inimigos ou dispara de
posição falsa e volta para a posição real. Um pano molhado pode ser colocado
debaixo da arma para evitar levantar poeira e não é aconselhável atirar de
dentro de folhagem por defletir o tiro e denunciar a posição. Observar animais
é importante para sobreviver, pois avisam se tem alguém perto. O alcance é
item para aumentar a sobrevivência. O tiro deve estar longe para não receber
fogo de retorno, mas próximo para atirar com precisão.
Uma casa qualquer com telhado destruído é mais segura. Usando uma casa
sozinha o sniper pode ser descoberto e cercado. Uma posição camuflada
próxima dá menos problemas. Veículos danificados são bons para esconder,
mas tem que mudar de posição frequentemente.
Plantações são bons locais, pois não tem características especificas para o
inimigo observar e são bons para mudar de posição. Em cima da arvore é o
pior lugar, pois geralmente são pegos. Os japoneses na guerra do Pacífico
escondiam nas arvores e a maioria morria, mas mesmo assim causavam
muitas baixas nos EUA. As matas usadas como cercas são boas para facilitar a
mudança de posição rapidamente.
Os cruzamentos devem ser evitados e são alvos de artilharia por serem pontos
de cruzamento de veículos sendo frequentemente bombardeados só por isso.
São fáceis de localizar no mapa e o inimigo pode atirar a esmo tentando
destruir o tráfego que deve estar passando e até engarrafado no local. Uma
posição próxima pode ser ideal. As tropas tendem a parar nestes pontos e
esperar ordens. Próximo a pontes é bom para causar baixas e atrasar o avanço
inimigo.
A tática de expor um pedaço de roupa com forma humana para chamar atenção inimigo é da
Primeira Guerra Mundial. Era muito efetiva contra snipers. No Aden, um sniper britânico
detectava terroristas simplesmente chamando a atenção deles. Se aproximavam, mostravam
armas e logo eram mortos. Na Guerra Civil americana os snipers levantavam o chapéu para
chamar o tiro inimigo enquanto outro respondia ao fogo.
Existem várias posições de tiro de sniper. O sniper acima está sentado e o fuzil está sem
luneta. Na Chechênia os sniper russos passara a usar o bipé da metralhadora PKM nos seus
fuzis SVD por tornar o tiro mais estável. Mesmo assim treinam para realizar o tiro em todas as
situações.
Outra técnica usada pelos snipers é a de não matar, e sim apenas ferir um
inimigo, o que leva outros a tentarem resgatá-lo, elevando o número de alvos
em potencial. O cinema nos mostra bem isto, como no filme "Nascido para
Matar", que mostra uma sniper vietcong ferindo um soldado americano, e
usando-o como isca para atrair seus companheiros, ou o filme "Resgate do
Soldado Ryan", onde ocorre a mesma situação.
Uma tática de emprego comum dos snipers na Segunda Guerra Mundial era
penetrar as linhas inimigas a noite e se posicionar em um colina próximo a
uma estrada. Os snipers dividiam a área entre equipes ou observador e sniper.
Atiravam principalmente nos oficiais. Evitaram atirar mais de duas vezes para
não denunciar a posição. Os comboios avançavam na estrada e eram atingidos
depois por mais sniper cobrindo outro setor. Já na guerra civil espanhola os
snipers eram usados para atrapalhar a linha de suprimentos inimigas.
A frase "um diparo, uma morte" é outro efeito psicológico da mística dos
snipers. A frase incorpora a táticas e filosofia da furtividade e eficiência dos
snipers: um único tiro evita disparo desnecessário, todo disparo é certeiro.
O sniper é uma ótima arma para guerra assimétrica com um lado em franca
desvantagem. A estratégia do mais fraco pode usar poucos indivíduos e
recursos para retardar o movimento ou outros avanços de uma força muito
maior. O sniper atuaria como arma de terror, sendo mais efetivo que ataque
maior proporções. Na Irlanda do Norte, os sniper eram iscas com uma posição
obvia para as patrulha britânica que eram levados para um emboscada ao
tentar se aproximar.
Um sniper do Vietnã do Norte criou uma tática bem simples para sobreviver
durante o cerco de Khe Sanh, na guerra do Vietnã. A base dos Marines estava
cercada por forças do Vietna do Norte, e é lógico, haviam snipers norte-
vietnamitas ao redor. Após dias de busca usando binóculos, os Marines
localizaram um sniper inimigo que já havia abatido vários dos seus. Trouxeram
uma peça de canhão sem-recuo de 106 mm e eliminaram a ameaça. Dia
seguinte, um novo sniper estava no mesmo local. Novas baixas entre os norte-
americanos, nova busca minuciosa, localização e eliminação. Dias depois, um
terceiro sniper vietnamita apareceu. Os Marines, que já haviam iniciado a
busca deste novo inimigo, notaram que, ao contrário dos outros, este não
acertava ninguém. Limitava-se a disparar seguidamente, porém sem causar
baixas. Um sargento Marine, veterano de muitas campanhas, formulou a
seguinte hipótese: este novo sniper havia sido mandado por seu comando para
continuar o trabalho dos outros e, eventualmente sofrer o mesmo destino dos
outros. Acontece que ele não estava disposto a sofrer o mesmo destino de
seus companheiros e, deduziu-se, acertadamente, que se atirasse para
satisfazer sues comandantes, porém não acertando ninguém, os americanos o
deixariam em paz. E foi o que ocorreu. Durante o restante do cerco, ele seguiu
atirando, e errando, e os americanos não revidaram com o temido canhão de
106 mm.
Um sniper policial em um helicóptero. O helicóptero permite que os snipers tenham muita
mobilidade. Esta tática vem sendo usada desde o Vietnã.
Táticas Anti-Sniper
- Cachorros (K9 - ki-nine, ou canine). Cachorros são bons para detectar, alertar
e perseguir snipers a noite. Os cachorros iniciaram a caça aos sniper com
sucesso no Vietnã. Podem determinar facilmente a direção do sniper pelo som
do projetil. Os cachorros deitam com a cabeça apontada para a direção do
sniper.
Foto da antena do Bumerang na traseira de um HUMVEE. Cerca de 700 sistemas foram
deslocaldos para o Afeganistão e Iraque. O painel que indica a direção fica na cabine. Os
sistemas de detecção de sniper acústicos e radar portáteis se tornaram operacionais.
Detectores de som agora são capazes de determinar caminho de tiro e colocar dado em mapa
em milisegundos. Se levados por blindados com mira automática pode inserir dados e
responder ao tiro imediatamente sem chances de fugir ou chamar artilharia para saturar área.
Os sistemas podem ser usados por equipes anti-sniper e funciona bem em ambiente urbano.
Uma vez que a posição do sniper foi encontrada existem as seguintes opções
de ação:
- Minuto louco (Mad Minute". Se existem muitas posições para ser coberto pelo
"reconhecimento pelo fogo", cada posição inimiga possível é atacada por um
ou mais soldados, após receber sinal e atirar, com todos os membros do
pelotão disparando simultaneamente um certo numero de tiros. O método é
efetivo e tem valor secundário de aumentar o moral das tropas.
- Correr. Táticas de fogo e movimento pode funcionar contra sniper, mas o bom
mesmo é correr e se esconder. O maior erro dos alvos é deitar e congelar. São
pegos um após o outro. Se o grupo de combate esta paralisado por tiro de
sniper e sofrendo baixas, a ordem deve ser dada para tomar a posição do
sniper. Se o sniper estiver longe, a ordem é correr para uma posição abrigada.
O grupo irá sofrer baixas, mas com muitos alvos móveis e com baixa razão de
tiro, as perdas são geralmente pequenas comparadas com a opção de manter
posição e ser pego lentamente.
As equipes anti-sniper são outro meio para caçar sniper inimigos nas áreas
onde operam. As táticas dos sniper são relativamente previsíveis e a melhor
reação é usar outro sniper que vai raciocinar de modo contrario. As atividades
dos snipers ao caçar outros snipers se baseia em estudar seus hábitos e
métodos, e esperar pacientemente por um bom tiro. Acaba sendo um estudo
de tiro e camuflagem. Para detecção de snipers inimigos os britânicos iniciaram
o uso de telescópios potentes na Segunda Guerra Mundial e mostraram ser
uma ótima arma.
Uma equipe anti-sniper deve ter uma arma de longo alcance e de preferência
maior que o do inimigo. O calibre Lapua mostrou ser insuficiente para contra-
sniper como mostrado pela experiência francesa em Serajevo, a russa na
Chechênia e americana no Iraque. A melhor arma é um fuzil pesado.
Já um sniper deve estar preparado para a reação inimiga. Deve evitar atirar do
mesmo lugar sempre contra o mesmo objetivo. Se torna uma posição óbvia
para outro sniper assim como possíveis rotas de fuga e pode ser emboscado.
De detectado por outros sniper tem poucas chances de sobreviver. Deve estar
pronto para criar cortina de fumaça, se esconder e fugir correndo para dificultar
o tiro inimigo.
Seleção e Treino
Os sniper treinam disparar o gatilho com ponta dos dedos para maior precisão.
Algumas doutrinas falam em respirar fundo antes do disparo e segurar
respiração para alinhar e atirar. Outros vão além e citam em disparar entre
batidas do coração para minimizar movimento do cano. A posição com melhor
precisão é a deitado, com apoio de saco de areia para o fuzil ou bipé.
A consistência tem que ser máxima quando sniper dispara o primeiro tiro contra
um inimigo que não sabe da sua presença. Alvos de altíssima prioridade como
os snipers inimigos, oficiais e equipamento importante de serem atingidos irão
se esconder após o primeiro tiro ou tentar localizar o sniper, e atacar alvos
estratégicos se torna mais difícil.
O problema do tiro a longa distância é calcular o vento. Com vento forte é difícil
acertar um alvo a mais de 200m. O vento pode ser estimado pela inclinação da
grama. Com vento forte a grama fica com as pontas na horizontal. A chuva
atrapalha os projeteis e desviam muito. Para exemplificar, uma equipe de
sniper operando no Iraque, realizou no dia 3 de abril de 2003, com um fuzil
L96, disparos contra alvos a 860m. Devido ao vento forte, atiraram 17 metros a
esquerda do alvo para compensar o vento.
A estimativa distancia se torna critica contra alvos distantes pois o projetil voa
uma trajetória curva e o sniper tem que compensar mirando acima do alvo. Por
exemplo, para a munição 7.62 × 51 mm NATO M118 Special Ball , a queda
contra um alvo a 700m é de 20 cm.
Atirar para cima ou para baixo precisa de mais ajustes devido ao efeito da
gravidade. Contra alvos moveis o ponto de pontaria é a frente do alvo,
conhecido como "leading" o alvo.
Um telêmetro laser pode ser usado, mas pode ser detectado pelo inimigo. Um
método simples é comparar a altura do alvo com o tamanho de referencia Mil
Dot na luneta, ou usar distâncias conhecidas na linha de tiro (determinadas o
telêmetro antes) para determinar distancias adicionais.
Um sniper permanece em posição por muito tempo durante a missão. Deve ter boa capacidade
de alerta, disciplina, paciência e resistir ao desconforto. Um sniper pode ficar estacionado na
mesma posição por dias. Urinar e defecar em bolsa plástica se torna essencial visto que o
cheiro pode denunciar a posição para tropas passando perto.
O sniper aliado com maior número de kills na Primeira Guerra Mundial foi o
índio canadense Francis Pegahmagabow com 378 kill mais 300 capturados.
Lutou quatro anos na guerra e se feriu apenas uma vez. Na Segunda Guerra
Mundial as escolas de snipers russos preferiam recrutas os caçadores da
Sibéria que já eram snipers natos. Até 1939 os russos treinaram seis milhões
de "sniper". Não eram todos sniper, mas bons até 400m. Eram a fonte de
snipers reais.
A maioria dos cursos de sniper dura entre cinco a seis semanas. Podem ser
realizados na própria unidade ou em escolas especializadas.
Os snipers costumam ser despresados até pelas próprias tropas por vários
motivos. Caçar um ser humano como animais é geralmente considerado imoral
assim como matar a distância. Os soldados "normais" se preocupam mais em
obedecer ordens e sobreviver. Nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial
eram desprezados pois chamavam a artilharia para a posição quando
começavam a atirar. A presença de um sniper sempre atrai seu equivalente do
outro lado e acaba sempre "sobrando" para mais alguém.
Os snipers até evitam contato social, mais por preconceito por não conhecer o
trabalho. No Vietnã os snipers chamados de "snipers LTDA". Os snipers
geralmente são solitários ou relacionam-se apenas com os da sua própria
espécie. Em algumas missões são lançados atrás das linhas de helicóptero e
sem oportunidade de reforço, sendo tratados como descartáveis.
Porém, quando tropas amigas estão em contato com sniper inimigo geralmente
chamam um sniper para ajudar. Cada sniper inimigo morto são vários amigos
salvos. Os snipers brincam dizendo que a melhor maneira de pegar um sniper
é correr para uma cabine telefônica e procurar o número dos snipers nas
paginas amarelas.
O sistema Sniper Coordination System (SCS) da Elbit usa câmeras de vídeo acopladas ao fuzil
dos snipers para controlar vários snipers. Até quatro podem ser coordenados, com mira diurna
ou noturna. O sistema permitir dar ordens para os sniper até de forma silenciosa. As imagens
podem ser gravadas.
Os snipers usam cartuchos especiais com alcance maior para as suas armas,
com melhor qualidade de fabricação e parte posterior mais afilada para
melhorar a aerodinâmica. Os projeteis atuais são quatro vezes mais precisos
que os da Primeira Guerra Mundial. Um projétil de 5,56mm já pode atingir alvos
a 1km o que nem era sonhado a 25 anos atrás. Estudos aerodinâmicos atuais
levaram ao projeto de projeteis supersônicos compatíveis com silenciadores.
A luneta não ajuda o sniper a atirar melhor, mas sim a ver melhor. A princípio
os snipers nem precisam de lunetas e os óticos são usados mais para observar
a distância. A distância de engajamento típico é de 400 metros mais devido a
necessidade de identificação do alvo. A 400m um homem em pé é menor que a
massa de uma mira comum. As miras comuns ainda são efetivas a até 500m.
Na Segunda Guerra Mundial o zoom da maioria das lunetas era de 3-4 vezes.
Em 1941, a Alemanha iniciou o uso da mira Zf41. Era bem simples e era mais
usada pelos DM. Cerca de 100 mil foram fabricadas até o fim da guerra.
Atualmente os americanos usam miras ACOG com zoom de quatro vezes em
grande número na infantaria comum.
Em 1945, a mira com zoom de 10x passou a ser o padrão dos sniper. Funciona
com maior campo de visão (FOV). Quanto maior for o FOV, maior o tamanho
da luneta e melhor a visão com pouca luz. O limite passa a ser o tamanho
físico da lente para posição de tiro com cabeça alta com 56mm sendo limite.
As lunetas atuais agora estão ficando baratas. Alguns modelos chineses com
lentes de plástico custam de menos 100 dólares e é mais capaz que uma
luneta da Segunda Guerra Mundial. Com tecnologia de fabricação CAD/CAM
agora tudo é automático para projetar e fabricar.
O disparo contra alvos distântes é possível com fuzil comum e luneta com
aumento de seis vezes. Os snipers geralmente usam armas dedicadas, mas
tentar atirar a mais de 1km é considerado perda de tempo. Os snipers são
capazes de disparar a longa distância, mas esperam o alvo aproximar para
garantir o acerto. Por outro lado o disparo a longa distância não é visto nem
ouvido.
No deserto o sniper precisa identificar alvos a 1.500m o que só é possível com
luneta com zoom mínimo de 10 vezes e o calor distorce as imagens além da
presença de ventos fortes. Em campo aberto como o deserto o fuzil tem que
ser bem potente como a Barret M-82 e deve ser capaz de atingir até veículos
onde é bem comum. As tropas evitam andar a pé no deserto.
O fuzil M-21 americano está equipado com a luneta ART II (Automatic Ranging
Ttelescope) com ajuste automático de distância. O sistema ocular foca no alvo
com um mecanismo de elevação. Se focou no alvo está zerada na distância.
Em 1943 foi iniciado o uso de miras noturnas no US Army com o Star Tron
PVS-1 Starlight. O PVS-2 era mais potente e foi mais usado. Custava 3 mil
dólares em 1970. Era muito pesado, mas a noite o combate geralmente só vai
até 400m. Os Vietcongs usava Sniperscope americanos de estoques russo da
segunda guerra. Os snipers americanos detectavam fácil suas emissões de
infravermelho. A mira noturna russa 1PN83 x 3 já vem com apontador laser. É
um intensificador de imagem de segunda geraçao com alcance de 300m.
A luneta AN/PVS-10 atual é bem menor e mais eficiente comparada com as primeiras versões.
Pode ser usada de dia e a noite com um intensificador de imagem integrado.
O fuzil M-40A3 pode receber um sensor noturno Universal Night Sight Kit colocado a frente da
luneta com o uso de trilhos Picatiny. Na lateral do fuzil foi adicionado um apontador laser que
costuma ser usado por controladores aéreos para indicar alvos para aeronaves.
Exemplo de mira com telêmetro laser integrado e dados mostrados na imagem. As equipes de
operações especiais americanas já tem capacidade de gravar imagens digitalmente. As
propostas de lunetas do futuro são óticos integrados, telêmetro integrado, câmera TV
integrada, designador laser, mira térmica e integração com datalink digital e voz.
Uma foto mostrando uma imagem de um intensificador de imagem (acima) e um sensor térmico
(abaixo). Com o sensor térmico os alvos podem ser facilmente indentificados. Para os snipers
pode ser fatal.
Um fuzil M-40 com um sensor térmico acoplado na luneta.
O peso de um fuzil de sniper deve ser de no mínimo 5kg para diminuir o recuo
e dar mais estabilidade. Outra técnica para facilitar o tiro é colocar um gatilho
"pesado". A arma do sniper não deve ser pesada pois vai ser carregada por
várias horas junto com outras coisas. Deve ser confiável em qualquer tempo e
condição climática e facilmente reparada no campo. Deve ter uma mira de ferro
de backup.
Podem usar munição padrão militar, mas geralmente usam munição especial
para maiores alcances. A arma é "zerada" para aquele lote de munição para
garantir que o tiro seja similar ao anterior e dar maior consistência. Porém, é
muito difícil de se conseguir na pratica, pois no dia do uso a temperatura,
umidade, vento e altitude serão certamente diferentes.
Nas cidades o fuzil pode ter curto alcance e deve ser preferencialmente semi-
automático. Com munição subsônica é possível usar silenciadores que também
escondem a fumaça e o brilho do disparo. Um exemplo é a VVS russa. Os
americanos tiveram boas experiências com as SR-21 equipado com silenciador
nas cidades do Iraque.
No Vietnã, 85% dos snipers do USMC preferiram o fuzil M-14 ao invés do M-40
com ferrolho. As distâncias na selva eram pequenas e a M-14 tinha opção de
tiro automático para o caso de contatos próximos ou emboscadas. Também era
útil em terreno urbano.
O fuzil Remington modelo 700 foi recomendada em 1942 como um bom fuzil
para sniper para os americanos. Foi recomendado novamente na Coréia com
nova munição. Foi aceita finalmente no Vietnã com luneta M-84 pelo USMC e
chamado de M-40A1. Já o US Army escolheu o M-14 com a mira M-84 e
chamado de M-21. O M-14 foi projetado desde inicio para receber luneta
incluindo a Starlight.
A experiência americana no Afeganistão e Iraque levou a volta do calibre 7,62mm como este
M-14 com luneta, retirados de estoques e até do mercado civil, mais devido a ênfase em
snipers. Mesmo assim o calibre não é bom acima de 600m.
No Reino Unido o fuzil L42 foi substituído pelo Acuracy L96A1 na década de
80. Os fuzileiros britânicos usam o L115A1 AWM da Accuracy International
com calibre 338 Lapua. Os britânicos também usam o L82A1 ( Barrett M-
82).Em 2003, no Iraque, um L96A1 realizou um tiro com vento forte contra um
alvo a 860 metros. Calcularam que o projétil cairia 56 pés e sairia da rota em
38 pés na lateral. Recentemente os britânicos retiraram de ação seus fuzil
pesado S-80, substituídos pela metralhadora Minimi, que passou a ser usado
pelos DM.
O MX110 SASS será o novo fuzil de sniper e SASS das forças armadas americanas.
As armas de maior do calibre dos snipers não são adequadas para esconder a
assinatura sonora e visual dos disparos, que podem ser ouvidos a grande
distancia e mesmo com supressor o zumbido da bala denuncia a posição ou
direção do tiro.
Os fuzis anti-materiais têm calibre de 12,7mm a 20mm para atacar alvos como
blindados leves, armas coletivas, centros de comunicações, mísseis, radares,
centros de comando e aeronaves no solo. Assim, com um tiro de 5 dólares, é
possível neutralizar uma arma de vários milhões como um caça a mais de mil
metros de distância. Também são usados pelas equipes anti-bombas para
destruir minas marítimas, minas terrestres e IED a distância segura. A munição
perfurante-incendiaria (API) é usada para detonar explosivos.
O fuzil pesado Barret M82A1 (ligth fifty) foi introduzido em serviço em 1983 nos
EUA. É uma arma semi-automática, de grande recuo, calibre 12,7mm, capaz
de acertar o tronco humano a 1,5km. A arma pesa 12,9kg. Foi usada nas
operações em Beirute em 1983 e no Panamá em 1989, mas muito mais na
operação Desert Storm em 1991 onde as forças especiais a usaram para
neutralizar aeronaves, estações de rádio e blindados.
O problema dos fuzis anti-material são o grande peso, recuo forte e grande
assinatura visual e sonora. O problema do peso é relativamente fácil de
resolver com os fuzis chegando a pesar 10-13kg com material leve. Para
comparação, um AW50F britânico calibre 12,7 mm pesa 13,64 kg, um fuzil
AWM britânico calibre 338 pesa 6,8 kg sem munição e um M-24 pesa 5,49 kg.
Um SR-25 calibre 7,62mm pesa 4,87 kg.
O recuo ainda é difícil de resolver para os fuzis com ferrolho e por isso
costumam ser semi-automáticos. Uma coronha de material sintético é usado
para absorver parte recuo e o freio de boca consegue absorver até 70% ou
mais, mas com muita assinatura com grande brilho, som e nuvem de poeira
denunciando a posição. O engajamento de alvos a longa distância não
necessita de arma semi-automática, mas resolve parte do problema de recuo e
alguns fabricantes acham que é preciso engajar alvos em grande sucesso em
algumas situações.
A assinatura dos fuzis pesados pode ser parcialmente resolvido com pano molhando embaixo
do cano.
O uso de um projétil muito grande pode ser desperdício contra humanos, mas
para isso foi desenvolvido o calibre Lapua Magnum .338 para tiro a longa
distancia. O Lapua Magnun 8,6x70 pode ser usada contra alvos a até 1.100m e
pode chegar a 1.500m, mais ainda é antipessoal dedicado não aceitando
munição explosivo ou incendiário. As vezes ainda é insuficiente para contra-
sniper como mostrado pela experiência francesa em Serajevo, a russa na
Chechênia e americana no Iraque.
No Vietnã os americanos chegaram a equipar as metralhadoras M-2 com lunetas para tiro a
longa distância a 1500-2000m. O mesmo já tinha sido feito na Coréia. Na guerra do Pacifico os
snipers USMC testou a metralhadora M-2 contra alvos japoneses a 1.100m com sucesso
relativo e sem usar lunetas.
Um snipers francês na Bósnia anota as posições e rotas inimigas em uma foto panorâmica
acima da arma. Os snipers franceses usam o fuzil FRF-2 calibre 7,62X51 mm (foto) e o PGM
Hecate II com cartucho 12,7X99 mm. As duplas de sniper/observador levam as duas armas e o
sniper escolhe a melhor arma para a situação. O FRF-2 usa uma cobertura de plástico em volta
do cano que diminui a assinatura térmica no calor, e diminui o ar quente que cria miragem.
Após 1945 a França colocou um sniper em cada pelotão infantaria. Em cada um dos 23
batalhões de infantaria existe uma seção de snipers na companhia de comando. A seção têm
quatro grupos de snipers, cada grupo com dois atiradores (e seu auxiliar).