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À sua concepção presidiram conceitos tais como o de valor, não intrínseco mas no sentido do
valor da experiência, dos benefícios e resultados que contribuam para os objectivos da escola em que
se insere; as áreas nucleares com as quais a BE terá de colaborar com a finalidade de proceder a uma
avaliação/ reflexão condutora a mudanças concretas e como instrumento pedagógico, definindo
factores críticos de sucesso/ insucesso e recolha de evidências com o intuito de melhorar o seu
desempenho. É, desta forma, um modelo bastante pertinente uma vez que permite aferir em quatro
domínios essenciais os processos de gestão e os resultados finais de um determinado programa
elaborado, que deverá ser passível de sofrer transformações sempre que se considere oportuno e
necessário para a «correcção do que não estava assim tão bem» e para «que se possa fazer melhor».
Afinal, não podemos nunca esquecer que o objectivo primordial de uma BE é o de promover o
sucesso educativo, proporcionando novos contextos e conceitos (construtivistas) de aprendizagem
fornecendo novas estratégias de abordagem baseadas na aprendizagem através de construção do
conhecimento. Em termos de contexto organizacional e estrutural, o modelo deve aferir «o que é» e
«o que deveria ser» (Van House), deve ser um processo de aferição sistemático em detrimento de
uma determinada norma previamente estabelecida (Cronin) ou ainda uma medida sistemática do
modo que uma estrutura como uma BE atingiu os seus objectivos num determinado período de
tempo (Mackenzie).
Deverão ser perspectivadas na auto-avaliação práticas sistemáticas de recolha de evidências e
práticas de acção/pesquisa para estabelecimento da relação entre os processos e o impacto ou valor
que originam. Contrariamente ao passado, a avaliação centra-se no impacto qualitativo da Biblioteca,
na aferição das modificações positivas na construção do conhecimento dos seus utilizadores e não na
eficiência dos serviços prestados e uma boa colecção documental. A BE do séc. XXI tem que
conquistar, tem que oferecer, tem que ganhar a atenção e o apoio generalizado dos seus utilizadores.
O mediador dessas práticas tem que ser o PB, profissional atento e motivado para o exercício de tais
funções.
Relativamente à integração do modelo na Escola e no processo de ensino/ aprendizagem
deverá ter-se em conta a sua adequação aos conteúdos programáticos das várias áreas curriculares e
ao Projecto Educativo da Escola, ao desenvolvimento de competências de leitura e de um programa
de Literacia da Informação, integrado no desenvolvimento curricular e à articulação com
departamentos, professores e alunos na planificação e desenvolvimento de actividades educativas e
de aprendizagem.
O PB deverá neste processo de avaliação demonstrar ser capaz de comunicar com todos os
elementos da comunidade, ser proactivo e exercer influência junto dos professores e do órgão
directivo, ser observador e ter a capacidade de ver no todo; deverá ser capaz de estabelecer
prioridades, sendo, assim, gestor e promotor de serviços e recursos. O seu papel é o de providenciar
condições para a descoberta e crescimento pessoal na Biblioteca (Tilke), optimizando todo este
processo através da identificação dos pontos críticos, da capacidade de determinar o conjunto de
relações e intercepções que se estabelecem entre cada um dos domínios e através da análise do
impacto e da percepção de situações isoladas ou inter-relacionadas e cumulativas (Farmer).
Este modelo surge assim como um modelo comum de actuação que irá permitir uma
avaliação rigorosa do trabalho nas escolas do trabalho realizado pela BE.