À Administração TOPCON, aos caros condôminos que integram o corpo
diretivo do Condomínio Spazio San Genaro e aos demais condôminos a
quem possa interessar,
Caros Condôminos,
Desde a aquisição do meu apartamento busquei junto com a
construtora certificar-me de que as alterações que buscava em minha unidade seriam viáveis ou permitidas dentro da estrutura arquitetônica, com a finalidade de não prejudicar a segurança e a solidez do bloco, cumprindo assim o que determina a Minuta da Convenção no art.6º, ‘a’. “Usar, gozar e dispor da respectiva unidade autônoma... não cause danos aos demais condôminos e não infrinja as normas legais ou as disposições desta convenção e do regulamento interno do condomínio”. Por ter ciência de meus direitos e sem jamais esquecer meus deveres com os condôminos e os responsáveis pela administração do espaço coletivo, busquei manter-me informada da situação real da administração do condomínio, e como é sabido de todos enfrentamos alguns problemas sérios que se prolongam no tempo como o troca-troca de administradora e empresas que são responsáveis pela manutenção e segurança do condomínio. Em fevereiro procurei a sindica que conforme determina a Convenção art. 18, parágrafo segundo, alínea ‘b’. “Ao Síndico compete:...superintender a administração do condomínio”. E o subsíndico que no mesmo artigo no parágrafo terceiro, alínea ‘b’, estabelece que: “Ao síndico compete:... ser porta voz dos condôminos”. E como responsáveis por todo e qualquer interesse do condomínio, foi a quem recorri, para poder ver a progressão dos custos, bem como poder analisar tais documentos, como estabelece a convenção no art. 6º, ‘d’: “É direito do condômino:...examinar a qualquer tempo os livros, registros e arquivos da administração do condomínio e pedir esclarecimentos ao síndico”. Em momento algum questionei a honestidade, tão pouco, a integridade da síndica, apenas busquei exercer meu direito de condômino e uma vez que tenho deveres, busquei maiores informações para conhecer todo o sistema e funcionamento do condomínio, pois não podemos exercer direitos e deveres se não conhecê-los. Durante os meses de fevereiro e março tentei em vão ter acesso a tais documentos tendo em vista que a Convenção art. 18, § 2º, alínea ‘i’ determina: “Compete ao síndico:...manter um sistema de balancetes mensais de receitas e despesas, entregando aos membros do Conselho Fiscal para que realizem a devida verificação e aprovação”. E para meu assombro até então não havia sido feita nenhuma verificação e aprovação, e me prontifiquei a tal, e mais uma vez fui mal interpretada. Recebi um email da TOPCON, que à época não era administradora do condomínio, pois passaram a exercer tal função a partir de 1º de Março, este emails estava em nome da Sra. Aline um tanto quanto irônico, como posso comprovar em documento aqui presente, dizendo que era com grande pesar que os documentos tinham voltado por falta de pagamento das cópias. E após uns dias, um email do subsíndico me retaliando e desvirtuando todo meu interesse em conhecer e fazer parte do que ocorre dentro do condomínio do qual faço parte, e neste ele ressaltou que por ter gostado do trabalho da administradora e em reunião junto à síndica e um conselheiro a escolheram. Entretanto, o Código Civil art. 1348, § 2º e na Lei 4591/64 no art. 22, § 2º é claro ao estabelecer que as funções administrativas podem ser delegadas a pessoas de confiança do síndico, e sob sua inteira responsabilidade, mediante aprovação da assembleia geral do condomínio. No entanto a Assembleia Geral Ordinária já sob a administração da TOPCON foi apenas de Aprovação de contas, previsão orçamentária, manutenção e alteração do Conselho Fiscal e nos Assuntos Gerais: Explicações sobre o funcionamento da RECCON registro das reclamações, o que nos leva a conclusão que foi delegada a administração sem a aprovação dos condôminos. Também houve a aprovação da sugestão dada por um condômino de permitir a utilização de moto e carro em uma mesma vaga , o que altera a Convenção no art. 5.1 em que: “é terminantemente proibida a utilização das vagas de estacionamento de automóveis para a guarda de mais de um veículo automotor”, Bem como altera o Regimento interno em seu art.5 que também proíbe tal procedimento. Desta forma, para alterar a convenção é necessário quorum de 2/3 dos condôminos e para alterar o Regimento Interno é necessário 50% +1, segundo o que determina o art. 15 da Convenção. Porém tal decisão foi tomada por sugestão sem estar em pauta nos assuntos gerais, uma vez que estes não são especificados. E para melhor situar a nossa validade administrativa o Regimento Interno foi aprovado por Assembleia Geral Extraordinária, o que mais uma vez contraria a Convenção que determina tal aprovação por intermédio de Assembleia Geral Ordinária. Sem deixar de ressaltar que, em Assembleia Geral Extraordinária também foi realizada a retificação de previsão orçamentária de 2009 que conforme determina a Convenção deve ser feita por intermédio de Assembleia Geral Ordinária (art. 12). E a partir da minha insistente busca de informações e demonstração de participação ativa como condômino adimplente que procura conhecer os direitos e deveres que envolvem o ambiente em que resido com minha família, passei a receber advertências sem fundamentos, sem data, sem hora, o que me pareceu um tanto quanto arbitrário, uma vez que basta uma ligação da parte à síndica e sem nem ao menos uma testemunha lhe é enviada uma carta de advertência pela administradora. Entretanto também consta na Convenção que contra ato administrativo do síndico, e a advertência é um ato administrativo, cabe recurso que deve ser apreciado em Assembleia Geral Extraordinária e relatado pelo subsíndico. Mas onde estão os critérios de procedimento dos atos administrativos ou da interposição do recurso? Também recebi da Administradora carta de cobrança indevida de parcelas condominiais já quitadas em acordo com a administradora anterior. Passei a indagar e não obtive respostas sobre as diretrizes administrativas do Condomínio que após leitura atenta ao Regimento, a Convenção e as leis condominiais pude observar o quão distante estamos de uma uniformização e respeito às regras, mas parece-me que estas valem apenas a alguns e não a outros, o que constitucionalmente fere os direitos e garantias fundamentais entre eles o direito a informação, direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem. E foi este dano que sofri após o incidente na Assembleia Geral do dia 12 de setembro, onde reconheço ter tido um comportamento descontrolado, que hoje venho por meio desta me retratar. Mas utilizando do meu direito de resposta quero salientar que tal descontrole foi resultado de semanas de conversas e pedidos de intermediação da síndica para que pudéssemos ter uma pauta em que fosse apresentada um pedido formal de padronização das coberturas, como estabelece o art. 22 do Regimento Interno: “...salvo casos aprovados em assembleia com definição de padronização.” Bem como o art. 7 da Convenção, alínea ‘l’ que determina: “Deveres do condômino:...não construir..., ou promover qualquer modificação ou alteração em sua parede externa ou interna, sem a prévia autorização, por escrito dos responsáveis técnicos pela obra, de modo que tais modificações não venham afetar a solidez do edifício...”. Este não requer quorum qualificado como tenta fazer ter tal administração, uma vez que a cobertura é parte integrante da unidade autônoma e não se trata de área comum interna, externa e tão pouco fachada (faces do edifício). Recebi como resposta da Administradora que até então não foi eficaz em meus questionamentos, que tal assunto não estava em pauta. Mas então quais temas são pautados nos assuntos gerais? E o que é preciso para constar em pauta se o encaminhamento a síndica de assuntos que necessitam de aprovação antes de serem realizados nunca são levantados? E, no entanto condôminos que simplesmente efetuam modificações ou acréscimos sem consultar o corpo administrativo, infringindo a lei conforme relatado em ata de assembleia recebe a benesse por parte da administradora e tem como prêmio uma pauta para aprovação a realização de obras em acréscimo às já existentes, e este sim necessita de quorum específico conforme art. 7, alínea b, item 3º. Não sendo suficiente todo o desgaste físico e mental sofrido nos últimos meses dentro do local onde se procura paz e sossego, pois este é uma das definições de lar. Recebi por ato de mero descuido alguns emails nos quais fica claro o despreparo de quem se dispõe a administrar um condomínio, e se permitem zombar de assuntos relevantes não só a mim, mas também aos demais condôminos que são proprietários das coberturas, emails que denigrem a imagem do condomínio tendo em vista que foram enviados por conselheiros fiscais, a síndica e subsíndico e por estes respondidos em tom que irrefutavelmente não condiz com o que se espera de uma administração responsável. Além de constituir crime tipificado pela lei 7716/89, art. 20, praticar, induzir ou incitar a discriminação religiosa, passível de pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa. Podendo a iniciativa simplesmente ser uma queixa crime contra o condomínio e contra as empresas dos quais os emails partiram, pois como membros do corpo diretivo falam em nome do condomínio, no entanto mais uma vez tentei os meios conciliativos e pedindo a Administração que marcassem um encontro reservado, embora em momento nenhum meus direitos foram preservados, e não pretendendo expor os demais condôminos aos fatos, novamente me foi negado o direito de ser desagravado, pela alegação de se tratar de assuntos pessoais e não de interesse dos condôminos. Bom, se uma ação judicial voltada ao corpo diretivo do condomínio não for interesse dos condôminos, qual seria? O que hoje venho buscar é a retratação em ata dos membros do corpo diretivo que ofenderam minha honra, zombando dos preceitos cristãos aos quais sigo, como também tratando pejorativamente um ente religioso que merece tanto respeito como qualquer outra divindade seja ela cristã, judaica, ou de matizes africanas, tendo em vista o direito constitucional de liberdade religiosa e aos fundamentos sociais baseados nos costumes que recebemos nos berços familiares de respeito ao próximo. Convém ressaltar que tais documentos estão em mãos, caso possa a alguém interessar, bem como cópia da carta junto à presidência da mesa. Espero encerrar nestes termos todos os infortúnios sofridos e que a administração e o corpo diretivo deste condomínio venham ter ciência que o posto que ocupam, não é mera detenção de poder e sim de muita responsabilidade, por tratar de interesse coletivo que está acima de interesses particularizados ou opiniões pessoais. Com o intuito de não apenas expor as falhas que são muitas, me prontifico, mais uma vez, em ajudar a efetivação de uma administração transparente, e trazer soluções que agreguem ao crescimento do convívio social pacífico e com respeito ao próximo.
São Bernardo do Campo, 17 de Dezembro de 2009.
Silvia Cristina Pim do Nascimento
“De tanto ver triunfar as nulidades,..., o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86).