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Mamon

O contexto era certamente de uma enorme intimidade de Jesus com os seus discípulos e
discípulas… O evangelista Mateus dá tanta importância a estes segredos do Coração do
Mestre que encaixa a narração dentro do Sermão da Montanha, o grande “discurso” de
Jesus aos seus que abre com as Bem Aventuranças...

E Jesus falava assim... “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um
e amar o outro, ou vai dedicar-se a um e desprezar o outro… Não podeis servir a Deus e
a Mamon!”

Traduz-se, normalmente, com muita rapidez “Mamon” por dinheiro, mas o sentido é
mais largo. O evangelista, escrevendo em grego, usou esta palavra, que é aramaica, por
causa da largueza que permite. “Mamon” significa riqueza, sim, dinheiro, avareza,
ganho material, mas, não simplesmente como uma “coisa” que se tem ou não se tem. É
sobretudo o nome de uma “lógica” uma maneira de viver e desejar.
Está associado à idolatria, como se
fosse o nome de uma “divindade”. Mamon significa tudo àquilo que gera em nós o
desejo de possuir, dominar, controlar… Por isso, possui-nos, domina-nos, controla-nos.
Percebes bem, não percebes?

É muito mais do que essa “coisa” chamada dinheiro… É essa “lógica” chamada
dinheiro e a maneira servil como nos domina. Essa lógica quem tem a ver com o mais
fundo dos nossos desejos, do que procuramos primeiro e sonhamos, com os nossos
impulsos egoístas, com as nossas fomes de poder sobre os outros e domínio das
situações, às vezes a todo o custo e pagando qualquer preço…

Mamon é o nome de todo o servilismo, o ídolo que se comporta como “Senhor do


Mundo e nosso Dono” e, para nos dominar, gera em nós o desejo de dominar os outros;
para nos possuir, gera em nós a necessidade insubstituível de possuir cada vez mais;
para nos enfraquecer gera em nós o medo permanente de perdermos a sua companhia e
a inquietação cada vez maior pelo dia de amanhã…

Mamon, dinheiro… Não apenas essa “coisa” chamada dinheiro, mas essa “lógica”
chamada dinheiro…

Encanta-me estar com Jesus neste contexto de intimidade e dar-me conta que ele fala de
Deus como contrário disto! “… Deus OU Mamon…” Fala de Deus como a antítese
disto, o contrário de todas as idolatrias que geram servidão!

Esta força das palavras de Jesus “Não podeis servir a dois senhores… a Deus e a
Mamon…” não são um peso! Não são nenhum ditame divino que lhe sai da boca como
uma opção pesada que é suposto tomar… São a proclamação de um Deus LIVRE e
fonte de LIBERDADE para aqueles que querem fazer a experiência de lhe pertencer.

Não gera em nós o impulso de possuir, dominar ou controlar tudo e todos. Por isso, Ele
mesmo não nos possui, domina ou controla dessa maneira! Faz-nos experimentar a
possibilidade de sermos Livres, de vivermos DE PÉ, curados de todas as opressões e
pesos que nos encurvam, Ressuscitados das experiências de morte que nos marcam a
história, perdoados do nosso pecado e libertos da culpabilidade que às vezes arrastamos
anos a fio atrás de nós como uma maldição solitária ou um “monstro interior” que nunca
conseguimos domesticar em condições…
Jesus fala de Deus contrário a Mamon. Encanta-me! Quer-nos Livres, Livres, até diante
de Si mesmo! Porque o Seu Amor é verdadeiro, gera Filhos, não escravos. Porque o Seu
Amor é verdadeiro, gera Irmãos, não rivais.

Mamon sabe que é preciso dividir


para reinar… Por isso ativa no íntimo de cada um os medos, as inseguranças e os
desejos do Homem Velho que dão força ao nosso egoísmo. Assim, cada um fechado em
si, nos seus e nas suas coisas, está o mundo humano suficientemente dividido, retalhado,
para que Mamon seja Senhor, Deus e Dono.

Jesus fala-nos do Reino de Deus e da sua Justiça, a sua lógica, a sua força, aquela da
Justiça que justifica as pessoas, as ajusta a este projeto, em vez de ser a justiça que julga
todos e ajuíza tudo… Deus, fonte de Comunhão!

E, entretanto, neste contexto de profunda intimidade em que Jesus está a falar isto com
os seus, vai deixando solto o Coração para dizer o que as palavras não encaixam... um
Deus assim, delicioso, oposto a Mamon e às suas manhas, um Deus verdadeiro, digno
de Fé e Confiança…

“…olhai os lírios do campo, que não trabalham nem fiam, e nenhum rei se vestiu com
tal beleza… olhai as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em
celeiros, e o Abba não as deixa morrer… Não andeis sempre inquietos a perguntar o que
havemos de comer, o que havemos de beber, o que havemos de vestir… Os pagãos é
que se preocupam com todas essas coisas… o Abba bem sabe que precisais de tudo
isso… procurai primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça, e tudo o mais vos será dado
por acréscimo… Não andeis angustiados com o dia de amanhã…”

E não sei o que dirão todos quantos, quando se fala de Deus ou da Vida neste tom,
levantam logo as suas bandeiras de gente “esclarecida e iluminada” a acusar de poesia
barroca e lirismo… esses que querem sempre que se fale de tudo como se estivéssemos
a ler um manual de instruções, mesmo no que toca a viver e acreditar... O que dirão de
Jesus? Dele talvez não digam nada… “É o Jesus… ai ai… não se pode…” Pois, pois…

Mas, se calhar, há dimensões essenciais da Vida e da Fé que só se podem dizer assim,


não é? Estas coisas que Jesus diz não se gritam no meio da praça pública de Cafarnaum
ou na confusão do átrio do Templo em Jerusalém. Estas coisas dizem-se e saboreiam-se
assim, em intimidade, num contexto de discípulos… E só assim mesmo se podem dizer,
como quem toca no Coração da existência e se agarra ao simples e ao belo para tentar
testemunhá-lo…

A mim fascina-me que Deus me queira Livre e faz-me exultar muito profundamente
olhar para Jesus e vê-lo, ouvi-lo, tocar-lhe assim! Amo-o com o mais íntimo de mim e
encanta-me conhecê-lo assim, o Jesus de Nazaré, Ressuscitado para nós...

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