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Um Olhar Moraniano sobre a educação do século XXI

Este artigo tem por objetivo analisar a relação entre a história de


vida de Edgar Morin e as suas principais obras. Além disso,
aponta as etapas do pensamento moraniano, como as cegueiras
do conhecimento, o conhecimento complexo, dentre outras. Todos
estes elementos refletem a preocupação de Morin em indicar uma
busca pelo conhecimento que não se preocupa em ser a detentora
das verdades absolutas e imutáveis, nos aponta antes de tudo
para um caminho das novas descobertas e novas verdades que
aceitam a complexidade como uma realidade reveladora, em que
o ser humano é ao mesmo tempo sujeito e objeto de sua própria
construção e do mundo.
Palavras-Chaves: Educação; Era das incertezas; Ética da
Compreensão; Complexidade.

Falar sobre Edgar Morin nos leva a uma dualidade incrível, um


misto de prazer e desafio.Esse pensador procura religar o ser e o
saber, o uno e o múltiplo, assim ele nos revela uma busca pelo
conhecimento que não se preocupa em ser a detentora das
verdades absolutas e imutáveis, nos aponta antes de tudo para
um caminho das novas descobertas e novas verdades que
aceitam a complexidade como uma realidade reveladora, em que
o ser humano é ao mesmo tempo sujeito e objeto de sua própria
construção e do mundo.
Morin hoje em dia é o arauto das incertezas, ou como ele mesmo
afirma a vida é navegar em um mar de incertezas encontrando
apenas algumas ilhas de certeza. Para tanto, entender a sua
trajetória pessoal, talvez nos faça entender a complexidade das
suas afirmações. Morin conviveu com o universo das incertezas e
das perdas ainda muito cedo.
Ele nasceu em 8 de julho de 1921, em Paris, França. Seus pais
imigraram para a França, juntamente com outros judeus
espanhóis, durante a primeira década do século XX.
Sua origem judaica lhe fazia sentir-se diferente e solitário, frente
às humilhações e preconceitos de que era vítima durante sua fase
escolar. Aos nove anos viu suas dúvidas e tristezas aumentarem
com o falecimento de sua mãe. Após essa fatalidade passa então,
a cultivar a saudade da lembrança e a esperança de dias
melhores. Ele desenvolve uma “crença pessoal” na presença de
uma energia cósmica, capaz de encaminhar sua vida e seus
sonhos para alguma direção que só nos inspira um ideal.
Aos vintes anos se vê encantado pelas idéias de Hegel e Marx (a
idéia da tese, antítese e síntese, ou a dialética do pensamento
nunca será eliminada do seu imaginário) e filia-se ao Partido
Comunista, do qual faz parte por 10 anos.
A partir daí, desejou obter todo o conhecimento e informações
possíveis das Ciências Humanas. Matriculou-se na Sorbonne e fez
simultaneamente as faculdades de História, Geografia e Direito.
Também aprofundou seus conhecimentos na área das Ciências
Políticas, Sociologia e Filosofia.
O fio condutor do autor Morin, o poeta das incertezas, são as
relações entre a razão e a afetividade.A busca para entender o
todo e a parte, o objetivo e o subjetivo. A sua própria trajetória
nos fornece os elementos para entender o universo Moraniano e o
conceito de complexidade.
Como ele mesmo define em seus artigos; existe uma falsa ilusão
do mundo burguês não que conseguiu fincar raízes em sua alma.
Homens e mulheres cultivam com carinho a possibilidade de viver
tranqüilamente entre o nascimento e a morte, mas esse
pensamento tem agravantes. Na humanidade existem dois
flagelos, a desordem e a organização, no meio desse grande
intervalo, os humanos tentam viver com as suas angústias ou
apesar delas. Sendo que, a angústia faz parte da complexidade
humana, pois é para muitos o motor das transformações.
As etapas do pensamento de Edgar Morin:
As cegueiras do conhecimento. Todo conhecimento comporta o
risco do erro e da ilusão. Marx já dizia que os homens sempre
elaboram falsas concepções de si próprios, do que fazem, do que
devem fazer, do mundo onde vivem. Mas nem Marx ou Morin
escapam destes erros.
O conhecimento não é um espelho do mundo externo, pois a
imagem refletida é constituída de estímulos, sinais, linguagem, e
significados que introduzem o risco do “erro”. Durante muito
tempo acreditava-se na possibilidade de eliminar o erro
recalcando toda a afetividade. De fato, o sentimento, a raiva, o
amor e amizade podem nos cegar. Mas é preciso perceber que no
mundo humano, o desenvolvimento da inteligência é inseparável
do mundo da afetividade, isto é, da curiosidade, da paixão, que
por sua vez, são a mola da pesquisa filosófica ou científica. A
afetividade pode asfixiar o conhecimento, mas também pode
fortalecê-lo.
Conhecimento complexo
Complexus significa o que foi tecido junto; de fato, há
complexidade quando elementos diferentes são inseparáveis
constitutivos do todo (o econômico, o político, o sociológico, o
psicológico, o afetivo, o mitológico) formando um tecido
interdependente, interativo entre as partes, o todo, as partes
entre si e entre a unidade e a multiplicidade. Quanto mais
poderosa é a inteligência geral, maior é a sua faculdade de tratar
de problemas especiais. O conhecimento busca constituir-se ao
contexto, ao global e ao complexo. A hiperespecialização impede
tanto a percepção do global, pois fragmenta, quanto do essencial,
pois dissolve. Impede até mesmo de tratar corretamente os
problemas particulares, que só podem ser pensados em seu
contexto.
No caso da escola o recorte das disciplinas impossibilita apreender
o que está tecido junto, o complexo. Nestas condições, as mentes
formadas pelas disciplinas perdem as aptidões naturais para
contextualizar os saberes para integrá-los, a falta da integração
conduz ao enfraquecimento da responsabilidade, assim como da
solidariedade.
Ensinar a condição humana
A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal,
centrado na condição humana. Estamos na era planetária; uma
aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se
encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade
comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural
inerente a tudo que é humano.
Conhecer o humano é, antes de mais nada, situá-lo no universo, e
não separá-lo dele. Somos a um só tempo seres terrestres,
cósmicos, biológicos e culturais.
Somos originários do cosmos, da natureza, da vida, mas devido à
própria humanidade, à nossa cultura tornamo-nos estranhos a
este cosmos. O homem é um ser biológico, mas se não dispusesse
plenamente da cultura, seria um primata do mais baixo nível. O
homem é um ser racional e cultural, mas a racionalidade não
dispõe em nós de um poder supremo. Assim, emerge a outra face
escondida a animalidade (agressividade, territorialidade). Além
disso, o ser humano vive uma queda de braço incessante entre a
razão e afetividade. Para complementar o quadro acrescentamos
o fato de sermos ao mesmo tempo unos e diversos entre si e em
si mesmos. Somos seres infantis, neuróticos, delirantes,
apaixonados, utópicos, angustiados e racionais. Tudo isso
constitui o estofo humano propriamente dito.
Cabe a educação do futuro o exame e o estudo da complexidade
humana.
Enfrentar as incertezas
Ainda não incorporamos a idéia de estarmos pronto para o
inesperado, a incerteza é a irremediável condição humana. É uma
ilusão prever o destino humano. O futuro chama-se incerteza. O
surgimento do novo não pode ser previsto, senão não seria novo.
O surgimento de uma criação não pode ser conhecido por
antecipação, senão não haveria criação. A história avança, não de
modo retilíneo, mas por desvios que decorrem de inovações,
acontecimentos e/ou acidentes. Não há evolução que não seja
desorganizadora/reorganizadora em seu processo de
transformação ou de metamorfose.
O homem confronta de todos os lados às suas incertezas, e isso
leva a uma nova aventura. É preciso aprender a enfrentar a
incerteza, já que vivemos em uma época de mudanças em que os
valores são ambivalentes, em que tudo é ligado. O mundo
encontra-se em violento estado no qual se enfrentam as forças da
morte e as forças da vida, que se pode chamar de um estado de
agonia. Isso nos mostra que é preciso saber interpretar o mundo
a nossa volta, enfim considerar a incerteza como uma estratégia a
serviço de uma finalidade complexa refletida na elaboração de
uma estratégia que leve em conta imprevistos, informações,
mudanças de contexto ou o eventual torpedeamento da ação.
Na história, temos visto infelizmente, que o possível se torna
impossível e podemos pressentir que as mais ricas possibilidades
humanas permanecem ainda impossíveis de se realizar. Mas
vimos também que o inesperado torna-se possível e se realiza.
Para tanto, deve existir em nós a possibilidade de se abrir para o
inesperado.
Ensinar a compreensão
A compreensão não pode ser quantificada e menos ainda
explicada. Compreender inclui simpatia, generosidade,
sinceridade, identificação, empatia. Compreender significa
intelectualmente apreender em conjunto, compreender, abraçar
junto.
A ética da compreensão
“A ética da compreensão é a arte de viver que nos demanda, em
primeiro lugar, compreender de modo desinteressado. Demanda
grande esforço, pois não pode esperar nenhuma reciprocidade. É
compreender porque e como se odeia e se despreza. A ética da
compreensão pede que se compreenda a incompreensão.”1
A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação
humana. O planeta necessita, em todos os sentidos, de
compreensões mútuas. O mal que sofremos e fazemos sofrer
reside na incompreensão do outro, na autojustificação, na
mentira, então o caminho à ética reside no esforço da
compreensão e não na condenação, no auto-exame que comporta
a autocrítica e que se esforça em reconhecer a mentira para si e
em si próprio.

Bibliografia

MORIN, Edgar. Amor, poesia, sabedoria. Editora Bertrand


Brasil,São Paulo, 2003.
MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do
futuro. Editora Cortez, São Paulo, 2002.
MORIN, Edgar. X da questão. O sujeito à flor da pele. Editora
Artmed, São Paulo, 2003.
Patrícia Loyola Amaral
Editora de História

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