Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Psicologia é uma palavra que tem, para o leigo, um sentido bem pouco definido. Ela pode
sugerir muitas coisas para uma mesma pessoa e também coisas diferentes para pessoas diferentes.
Um levantamento breve das expectativas comuns de quem vai iniciar seus estudos em
psicologia ilustra bem esta diversidade de concepções. Alguns acreditam que vão estudar as causas e
características do desequilíbrio mental; outros esperam aprender a lidar com crianças em suas
sucessivas etapas do desenvolvimento; há os que pretendem alcançar a compreensão das regras do bom
relacionamento interpessoal; outros, ainda, almejam treinar-se em mensuração de inteligência; e
encontram-se, também, os que querem, de forma mais vaga, vir a compreender o ser humano.
Esta lista de expectativas indica a amplitude de conceituações e permite supor uma crença
pretensiosa que merece algumas palavras de advertência. Trata-se da crença generalizada de que todos
nós somos “psicólogos práticos”, o que se costuma comprovar pela nossa quase infalível capacidade de
“julgar” as pessoas.
Acreditamo-nos, em suma, conhecedores da “natureza humana”.
Apesar de ser verdade que, por pertencermos, nós mesmos, à espécie humana, devamos
conhecer alguma coisa a seu respeito e, também, que alguns indivíduos são, realmente, mais hábeis do
que outros ao avaliar ou ao relacionar-se com os demais, estes “conhecimentos” não são científicos.
É preciso deixar claro que a psicologia vem se desenvolvendo na base de esforços sérios, de
métodos que exigem observação e experimentação cuidadosamente controladas. Não se trata, pois, de
uma coleção de “palpites” sobre o ser humano, sua conduta e seus processos mentais.
Você pode ficar admirado diante da palavra ciência, das palavras animal e comportamento. Será
que a Psicologia é realmente uma ciência? Por quê é que é o estudo do comportamento, e não o estudo
da mente, dos pensamentos ou dos sentimentos? E que tem o comportamento animal a ver com a
Psicologia?
Vejamos porque cada uma dessas palavras é essencial. Dizemos que a psicologia é uma ciência,
e não uma arte, porque uma ciência é um conjunto de conhecimentos sistematizados, e a psicologia
contemporânea evidentemente possui esse conjunto de conhecimento. Este foi obtido da mesma forma
que as outras ciências criam o seu conhecimento – através de observação cuidadosa e mensuração de
acontecimentos, muitas vezes com o auxilio de experimentos planejados especificamente para isso.
A palavra comportamento está em nossa definição porque aprendemos, na pesquisa psicológica,
que o comportamento é a única coisa que podemos estudar. Por comportamento entendemos,
geralmente, as respostas de uma pessoa ou de um animal diante de uma situação. Tais respostas são
quaisquer movimentos que possam ser observados ou registrados, onde se incluem as respostas verbais,
escritas ou orais. Sob o aspecto fisiológico, tais respostas incluem mudanças no ritmo cardíaco, no
ritmo de respiração, na condutividade elétrica da pele, e mesmo na composição sangüínea. Tudo isso
pode ser estudado objetivamente. Mas não podemos observar uma mente, um pensamento ou um
sentimento. Embora não duvidamos de sua existência, não podemos atingi-los diretamente. Tudo que
sabemos, com segurança, é o que uma pessoa faz – isto é, como é que se comporta. Certamente, a partir
de seu comportamento, inferimos muita coisa a respeito do que ocorre dentro dela. Mas tudo que
podemos realmente estudar é esse comportamento.
Finalmente, considerando a palavra animal na definição. Falando rigorosamente, os seres
humanos são animais, mas aqui queremos indicar outros animais, e não os seres humanos. É que
realmente precisamos estudar o comportamento animal para compreender o comportamento humano.
Por exemplo, não podemos criar crianças no escuro para ver como as experiências visuais iniciadas
influem em sua percepção de objetos. Os experimentadores são muito limitados no uso de pessoas
como “cobaias”. Por isso, grande parte do que se sabe sobre pessoas foi obtido no estudo de animais.
Evidentemente, isso supõe que os homens e os animais sejam semelhantes: na realidade, sob
muitos aspectos é isso que ocorre. Por exemplo, os psicólogos estão certos de que os princípios básicos
de aprendizagem se aplicam igualmente bem a animais e homens. De outro lado, a capacidade para
falar ou até para pensar como ser humano está além da capacidade dos animais. Portanto, existe um
ponto em que a semelhança desaparece. Por isso, os psicólogos são cuidadosos ao aplicar a seres
humanos seus resultados de estudo com animais.
Psicologia Clínica - É a especialização mais numerosa. Trata de pessoas com problemas psicológicos,
porém é incapaz de receitar tratamento médico (remédios, cirurgias e outras formas de terapia médica).
Sempre que houver possibilidade de perturbação médica, o paciente deverá ser examinado pelo
psiquiatra. Porém os dois são competentes para dar psicoterapia. Atua em clínicas, hospitais e centros
comunitários de saúde mental.
Psicologia Educacional ou Escolar - Através de testes e entrevistas tentam descobrir qual o problema
de um estudante que parece estar tendo dificuldades na escola. Dependendo do problema, o estudante
pode ser encaminhado para uma classe especial ou poderá ser aconselhado através de psicoterapia, caso
seja considerado leve o problema de ajustamento.
Psicologia Social – Estuda a interação de pessoas em vários grupos grandes e pequenos, pois nossa
personalidade se desenvolve através de influências sociais (e como essas influências atuam no
desenvolvimento da personalidade).
Psicologia da Personalidade – São poucos os que trabalham nesta área. Os psicólogos se dedicam
mais a pesquisa e ensino no sentido de compreender o caso normal e anormal.
Psicologia Hospitalar - É um ramo da Psicologia que se diferencia dos demais, por pretender
principalmente humanizar a prática dos profissionais de saúde dentro do contexto hospitalar.
O psicólogo, ao integrar a equipe de saúde, deve favorecer o funcionamento interdisciplinar,
facilitando, quando necessário, a comunicação entre seus membros. Seu trabalho com o paciente é
bastante específico, atuando de forma situacional, no sentido não só da resolução de conflitos, mas
também da promoção de saúde.
O trauma somado pelo conjunto doença e ambiente hospitalar pode ser amenizado através de
tratamento psicológico. É crescente o número de hospitais que tomam consciência da importância de se
manter profissionais da área de psicologia para o atendimento de seus pacientes, principalmente, nas
situações que envolvem diagnósticos de doenças como o câncer, a AIDS, a internação em Unidade de
Terapia Intensiva e casos de amputação de membros.
Em situações em que o paciente está sedado ou em coma, o atendimento é obviamente impossível.
Nesses casos, muitas vezes, é a família que necessita de acompanhamento.
A maternidade é um período que envolve sentimentos de esperança, expectativa e amor. Mas essas
emoções podem ser frustradas se houver gravidez de risco, perigo para a vida da mãe ou do bebê, ou
caso esse nasça portador de alguma doença ou síndrome. Nesses momentos de angústia e ansiedade, o
psicólogo tenta apoiar as pessoas envolvidas: "A forma como se enfrenta a doença varia de pessoa para
pessoa. Algumas se abatem, ficam deprimidas e carregam a família para o mesmo caminho. O trabalho
visa melhorar o estado de crise do paciente".
Psicologia Jurídica - Ela é responsável por acompanhar processos de adoção, de violência contra
menores e de mudança de guarda de filhos ou ainda atuar em presídios, fazendo a avaliação
psicológica dos detentos. Atua no âmbito da Justiça, colaborando no planejamento e execução de
políticas de cidadania, direitos humanos e prevenção da violência. Avalia as condições intelectuais
e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em conexão com processos jurídicos, seja por
deficiência mental e insanidade, testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e
guarda de crianças, aplicando métodos e técnicas psicológicas e/ou de psicometria, para determinar
a responsabilidade legal por atos criminosos; atua como perito judicial nas varas cíveis, criminais,
Justiça do Trabalho, da família, da criança e do adolescente, elaborando laudos, pareceres e
perícias, para serem anexados aos processos, a fim de realizar atendimento e orientação a crianças,
adolescentes, detentos e seus familiares; orienta a administração e os colegiados do sistema
penitenciário sob o ponto de vista psicológico, usando métodos e técnicas adequados, para
estabelecer tarefas educativas e profissionais que os internos possam exercer nos estabelecimentos
penais.
Assim, em cada setor em que os conhecimentos e técnicas da Psicologia são aplicados, ela
recebe uma denominação que indica qual o ramo da atividade humana no qual são utilizados seus
conhecimentos.
Há muitos outros setores em que isto também ocorre como a propaganda, a arte, a religião, o
esporte, etc.
Pode-se concluir afirmando que a psicologia é uma ciência de um campo de aplicação muito amplo, o
que justifica plenamente sua importância e a denominação que tem recebido de “a ciência do nosso
século”.
METÓDOS DA PSICOLOGIA
A palavra Método deriva de duas palavras gregas: Meta – direção e odos – que quer dizer
caminho. Portanto, método “é a maneira de agir para se chegar a um fim”, ou seja, o cientista necessita
de meios para obter o conhecimento do objeto que vai estudar.
Toda ciência tem seus métodos próprios de estudo, para conhecer da melhor maneira possível o
seu objeto de estudo.
A Observação é o método básico de toda ciência – desejo de entender o seu ambiente.
Objeto de estudo da Psicologia – os fatos psíquicos manifestos no comportamento. Como os
fatos psíquicos se expressam no comportamento observável (ações, palavras e gestos) e na experiência
interior (percepções, pensamentos, desejos), a psicologia emprega duas formas de observação:
1. Observação Subjetiva ou Introspecção - É a observação dos estados de consciência pelo próprio
sujeito, ou seja, é a aptidão psíquica de sentir, pensar e querer e a faculdade de saber que sentimos,
pensamos e queremos.
A Introspecção (“olhar para dentro”), exigia sujeitos trinados para que pudessem observar e
descrever minuciosamente suas sensações em função das características da estimulação a que eram
submetidos. Porém, esse método não possibilitava o emprego em crianças, indivíduos
psicologicamente anormais e animais como sujeito.
2. Observação Objetiva – O método surgiu na psicologia da necessidade de estudar o
comportamento animal e infantil. É uma técnica de pesquisa relativamente simples e econômica: o
psicólogo registra detalhadamente as condições do ambiente em que as reações ocorrem, e descreve
também as reações do sujeito. Tudo é minuciosamente anotado.
Na Observação Objetiva os fatos psíquicos são conhecidos mediante suas manifestações externas.
Testes – Os testes são muito empregados na escola ou trabalho e também ajudam no diagnóstico dos
desajustes de comportamento. São classificados em:
a) Testes de Inteligência e Aptidões específicas – são os que exigem da pessoa o seu desempenho
máximo, também chamados de testes de capacidade ou de realização. Ex. raciocínio espacial,
mecânico, habilidades numéricas, rapidez, atenção e outros.
5. Estudo de Caso (Método Clínico) - O objetivo é ajudar pessoas com algum tipo de problema,
utilizando para isso as entrevistas e também testes e observação. Todos os dados como história passada
do indivíduo, o exame físico, relações familiares e dificuldades anteriores, servirão de base para o
diagnóstico do indivíduo.
Costuma-se apontar como principal valor do estudo de caso o fato de ser único aplicável para se
estudar o comportamento desajustado.
Realmente, foi com a utilização básica deste método que FREUD chegou às importantes
generalizações sobre o comportamento humano que fundamentam a psicanálise.
A estatística em psicologia –
A psicologia, assim como qualquer ciência, envolve a mensuração dos fenômenos e disto
costumam resultar dados numéricos. Por exemplo, número de vezes que um comportamento foi
observado, diferença de pontos entre dois grupos experimentais, freqüência de uma resposta num
levantamento ou teste, etc.
Par lidar com estes números, o psicólogo vale-se da estatística.
Parece ser possível apontar duas finalidades principais do emprego da estatística pela
psicologia: a descrição e a interpretação dos dados coletados pela pesquisa.
A estatística descritiva auxilia o psicólogo a organizar os dados em tabelas, a representá-los
graficamente, a calcular as medidas de tendência central, etc.
A estatística inferencial é a que permite interpretar os dados, chegar a conclusões através deles.
Esta análise dos dados é, sem dúvida, um emprego importante da estatística em psicologia, sem o qual
não poderia avançar a ciência como tal.