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Durante esses poucos minutos seguidos , ele fugiu as mais altas montanhas,
procurando através da natureza algo que pudesse demonstrar a quietude que ia em seu
espírito de fantasia. queria ele transmitir aos garotos que só uma coisa pode tornar o
homem invencível: “ a vontade de vencer” . tudo correu como ele imaginara. os que
estavam mais exaltados já haviam se acalmado contemplando a face daquele que iria
iniciar com eles uma grande aventura. aventura esta que centenas de crianças
gostariam de empreender . passaram-se mais alguns segundos e Sebastião começou a
falar: como eu lhes disse , no próximo verão marcharemos todos e mais alguns dos
nossos colegas para uma grande aventura. há muitos anos que eu prometo a meus
alunos levá-los a um lugar onde existe uma grande caverna misteriosa.
quando falou a palavra caverna misteriosa, todos os olhos que estavam naquela sala
aquietaram-se cada vez mais.podia se ouvir o zumbido de uma mosca na sala de aula,
e continuou dizendo Sebastião: - até hoje não houve a possibilidade de subirmos,
porém, neste verão nós todos iremos. vocês todos gostariam de ir?. foi a primeira
pergunta quais todos responderam prontamente que sim. muitos daqueles que
responderam que sim, estavam sentindo o entusiasmo da maioria. mas sebastião
começou a falar o que era uma caverna. antes porem deu um grande suspiro como
quem tomava fôlego para falar. bem o negócio é o seguinte: - A caverna é muito
grande e está em
uma das montanhas mais altas do país . a sua porta encontra-se aberta dia e
noite onde todos podem ver o que se encontra lá dentro . pedras de todas as
cores; verde, azul, cristal de rocha onde tudo reflete a luz do sol formando lá
dentro , o mais bonito arco íris por causa de uma fonte de água cristalina. a
luz do sol passa por um buraco existente na parte superior da caverna e
ilumina toda ela por dentro. sebastião continuou falando quando a campainha
tocou avisando o término da aula. alguns já pegavam o material para saírem
quando ele avisou que nos dias seguintes de aula continuaria a contar-lhes
como eram as coisas lá em cima.
via-se um grande contentamento no semblante de todos aqueles meninos .
eram rapazinhos de treze a quatorze anos mal feitos, que naqueles poucos
minutos acabavam de sonhar um pouco. era apenas um sonho, mas, quem
sabe? um dia poderia tornar-se realidade. e este dia seria o mais glorioso para
todas as crianças do brasil e talvez de todo o mundo.
• naquele dia Sebastião saiu pela rua triste e pensativo, como se o único
que não acreditasse na caverna fosse ele e uma tristeza imensa invadiu
sua alma como se o mundo fechasse o rosto para ele. Afinal não havia
razão para ficar triste. ele mesmo criara a fantasia que agora não podia
voltar atrás; consigo mesmo agora ele dizia baixinho é preciso ir adiante.
não podemos parar agora que tudo já começou. como criança é muito
flexível em relação a fantasia os sonhos devem ser alimentados todos os
dias até um dia tornar-se realidade. como pode uma palavra modificar a
mente ? como é estranha a força interior?. como o pensamento de uma
criança pode operar maravilhas. assim ia ele pensando quando foi
abordado por uns alunos que o alcançaram em plena rua a caminho da
casa, e o interpelaram; sr sebastião, era como os alunos costumavam
chamá-lo, --- como pode existir no alto de uma montanha uma caverna
gigantesca? - ah ... vocês compreendem como são as coisas, Deus fez a
natureza de tal maneira que nós podemos aproveitá-la a medida que
precisamos dela. uma caverna é geralmente formada pela erosão através
dos tempos. a parte interna é de material que se dilui facilmente com a
água da chuva que vai carregando lentamente partículas mais leves,
deixando a parte externa que é mais dura. assim são formadas todas as
cavernas.
aquelas palavras não foram muito bem compreendida. por isso uns
acreditavam e outros ainda não tinham muita confiança. .mas a maioria
vibrava com a coisa inédita que em breve eles conheceriam.
a partir daquele dia sebastião observou que entre eles havia uma
amizade mais profunda do que antes . basta dizer que a freqüência em sala
de aula melhorou quase cem por cento. aquele índice muito alto de freqüência
para uma turma indisciplinada e desorientada era algo assombroso. o
aproveitamento passou a ser melhor do que nos meses anteriores. todos os
alunos da terceira série já haviam melhorado suas notas, muitos dos pais já
tinham desconfiado desta melhora mas ninguém sabia o que estava
transformando os seus filhos de uma hora para outra. era necessário que a
partir de agora. a velinha do ideal nunca mais se apagasse para que
pudesse levar cada aluno a descobrir sua própria caverna ... tudo aconteceu
tão de repente que muitos dos professores quiseram saber o que se passava
por de trás de tudo aquilo. volta e meia tornavam a se reunirem para discutir
como seria grande tal caminhada para a caverna. já corria o mês de maio e
as reuniões preparativas não mais se realizavam em sala de aula, e sim no
grande pátio todos os sábados à tarde.
e ali naquele velho pátio cercado de muro quase caindo,cheio de musgos
e liquens pelas parede, somente eles agora pisavam para aprender sobre a “
terra prometida” . eram cerca de 40 meninos que com o consentimento do
diretor se reuniam ali, para juntamente com Sebastião traçarem
planos para atingir aquele objetivo tão almejado e sonhado por todos. Essas reuniões
chamaram a tenção de outros meninos que também queriam tomar parte do bando.
a princípio muitos meninos tomaram parte , mas logo depois desistiam e só os mais
persistentes continuariam a assistir as reuniões..as reuniões mais consistiam de jogos
de
campo e de palestras sobre as coisas do campo. como o grupo estava , crescendo , era
preciso uma organização mais bem orientada e que iria exigir mais energia de
sebastião.
. estando agora o grupo com cerca de setenta meninos , foi necessário dividi-
los em dois grupos de trinta e cinco alunos em cada reunião para os jogos
preparativos.
Rufino sonhou
Certa noite, , no meio de toda confusão, o Rufino teve um sonho no qual
ele estava reclamando de muita coisa: Sonhou que já era adulto e depois de
ter todo fracasso na vida,reclamava:
Até hoje o Rufino ainda pensa naquele sonho.Mal sabe êle os outros
sonhos que êle ainda vai ter
passeio como se fosse na grande caverna? todos estavam realmente felizes, mas alguns
se mostraram indecisos quanto a resposta, ao que foi interpelado por Sebastião. o que
há com vocês que não estão sabendo responder?- podem dizer aquilo que sentem. nós
estamos satisfeitos sim, más... responderam alguns como que titubeando.
primeiro ele apareceu com a idéia da caverna e ainda não tinham dado
os primeiros passos e os meninos queriam agora passar a sua frente pedindo
que os levasse às asas dos ideais . durante cinco segundos sebastião pensou
em tudo o que poderia responder e os olhos atentos esperavam por sua
resposta que pudesse satisfazê-los. sebastião ia responder quando mais dois
meninos disseram que queriam falar com ele. como pensou tratar-se de uma
outra coisa, autorizou-os a falarem naquela hora mesmo; então viu que se
tratava do mesmo assunto que antes alguns dos meninos havia proposto.
um dos meninos que fazia a proposta era carlos lobato, um menino de onze
anos.o qual não estava na escola , mas é amigo de todos do grupo. após
meditar muito sebastião disse que idéia era boa mas que nós deveríamos
falar sobre isto depois que voltássemos da excursão do dia seguinte. eram já
dezenove horas o frio soprava em todas as direções. todos foram para suas
casas dormir e com a promessa de voltarem no dia seguinte o mais cedo
possível. sebastião ficou a porta de sua casa conversando com amigos. na
cidade não havia luz
elétrica, era luz de lamparina ou da lua ou das estrelas que brilhavam sempre
no céu. Grupo de rapazes preparava se para fazer serenatas naquela noite de
sábado. tudo era sonho e ilusão. A ação destruidora do tempo e da civilização
ainda não haviam chegado ali. E Sebastião ficou conversando até altas horas
da noite. O reino fantástico da ilusão , que vive dentro de nosso ser, é o lugar
onde ninguém poderá penetrar. marcharemos em todos os vales , em todas
as colinas, em todas as florestas à procura da nossa caverna que não
encontraremos em nenhum desses lugares . ela se encontra mais perto do
que a gente pode pensar , de tão perto que se encontra, parece longe.ela se
encontra dentro de nosso ser, mas este é o único lugar onde a gente não
procura por não sabermos que ela está lá, embora nós sabendo de tudo isto
não podemos mostrar aos outros pois os mesmos não creditarão. É
preciso andar com elas durante muitas e muitas léguas, procurar em mil
lugares. e só depois então ela compreenderá que o lugar procurado não
devia ser aquele, e assim Sebastião ia pensando.
O primeiro acampamento
Raiava o dia oito de junho de l987. Eram seis horas da manhã com os
termômetros marcando uma temperatura de cinco graus centígrados, as primeiras luzes
do sol já começavam a se despontar no horizonte . o silêncio tortuoso da noite ainda
pairava sobre nossos ouvidos. Nas encostas das colinas um intenso nevoeiro dando a
impressão ao viajante de não mais existir vida dali para diante. O pico do Caue, com
seus 1900 metros de altitude, ainda não havia aparecido totalmente, apenas recebia
naquele momento as primeiras luzes do Sol, que tem o privilégio de iluminar em
primeiro lugar, as grandes montanhas. Já passado quase vinte minutos de clarão do
Sol de vermelho tornara-se amarelo e descia em quase todos os vales. pelas ruas
apareceram os meninos que faziam a entrega do pão. as pessoas com as melhores
roupas dirigiam-se a missa numa imensa alegria nos corações .O Sol já estava todo do
lado de fora, parecendo até que hoje ele brilharia mais que nos dias anteriores. Na
porta da escola já se encontra grande número de meninos, outros veem mais adiante.
quando chegou a completar setenta, vimos que estava na hora de partir.
Bem aqui perto de nós, disse Sebastião, existe um rancho de tropeiros, vamos até
lá ver como eles estão.
É interessante ver como eles vivem. fazem sua comida em tripé uma
espécie de fogão feito de trens ferros amarrados entre si , dormem em cima
dos couros de bois sem a mínima higiene. ali também junto aos tropeiro , está
um grupo de ciganos na mesma promiscuidade. Olhando para a frente vimos
o caminho que deveríamos seguir. Despedimos dos tropeiros e saímos
correndo , caminhamos mais uns dois quilômetros até entrarmos na mata que
estava fria e cheia de orvalho. Ali no meio da mata andamos em silêncio. A
vegetação não era muito alta . Depois de andarmos uns dois mil metros,
saímos em um descampado, mostrando a serra a serra do do Esmeril. Dali
também se podia ver uma região muito grande com toda aquela floresta ao
pé da serra. No lugar onde passavamos agora era um caminho de pedra que,
segundo o povo da região,era um aqueoduto , ali passava água para a cidade
no tempo da escravidão ou no início do século.
Este caminho de pedra não nos serviu por muito tempo, pois logo após
saímos do mesmo e entramos no meio da mata novamente. atravessamos
diversos riachos e depois de caminhar mais de três quilômetros chegaram ao
pé da serra da Conceição.
gastaram duas horas para subir até o topo da montanha . Ao chegarem lá em
cima estavam tão cansados, que mal tinham pernas para ficarem em pé.
alguns se deitavam no
as história que Sebastião contava, sempre era sobre escravos que haviam
fugido e se embrenhavam no meio da mata. Contou ele que certa vez no
trabalho de mineração de ouro naquela serra, uma turma de escravos cerca
de vinte, fugiram para as matas do rio Doce . tão logo os donos dos escravos
notaram a fuga saíram com um outro bando de escravos a procura dos
fugitivos. Os escravos que fugiram eram comandados por um que havia
chegado há pouco tempo da áfrica e era conhecido dos pais daqueles que se
encontravam ali trabalhando naquela terra , explorando ouro para os ingleses.
os fugitivos desceram até o rio doce e dali fizeram balsas, chegando até o
porto de vitória onde se apoderaram de um navio e fugiram para África.
Naqueles dias as histórias de Sebastião não estavam muito boas, más ele
prometera aos meninos que de outras vezes contaria outras melhores e mais
longas, como já estavam cansados, era chegada à hora de regressar para a
casa. eram quatro horas da tarde, o vento já começava a soprar frio no alto
da montanha . depois de todos terem comido a merenda que haviam trazido
deram início ao retorno da primeira excursão preparativa para a grande
marcha à caverna. a descida da serra era muito íngreme. na volta não
tiveram muita novidade para ver por que ficaram com medo de escurecer no
meio do caminho, por isso voltaram o mais rápido possível.
a volta foi feita praticamente em silêncio por causa do medo horrível de serem
apanhados pela escuridão em plena mata . Ao chegarem no morro da Água
Santa, puderam ver lá no fundo as luzes de lamparina toscamente acesas no
fundo do vale.
. uma coisa porém que intrigava a todos, era a origem do líder de todas as
crianças da cidade. sabiam apenas que ele morava numa pensão da cidade;
mas isso não era o suficiente para conhecê-lo. de vez em quando ele sumia
durante três dias , e depois ele voltava assim meio misterioso, sem dar muita
conversa aos outros . como o povo da cidade, dizia que Sebastião era, era
meio místico ,um desses ermitão que vivia isolado no alto das montanhas em
completa meditação, a fim de receber as bênçãos do Céu. Mas na verdade
ninguém sabia aonde ele ia nos dias em que se afastava da cidade . Sabiam
porém que em sua pensão era sempre procurado por alguns dos seus
alunos e muitas vezes ficavam os mesmos conversando na porta horas
seguidas, sem se cansarem. Dos meninos que ele mais recebiavisita,
destacavam-se o Barros o Rufino e o Lobato, que eram meninos de dez a
quatorze anos aproximadamente . o mais interessante é que os pais dessas
crianças sabiam perfeitamente quem eram Sebastião, mas não diziam nada a
ninguém sobre sua identificação. as crianças daquela cidade adoravam a
Sebastião como se fosse um pai. Talvez por causa das inúmeras histórias que
contava para todas as crianças da cidade. Numa temporada de férias ,
Sebastião conseguiu autorização dos pais das crianças para fazer um
acampamento , uma excursão de dez dias pelas terras ao redor da cidade.
como ele era muito conhecido dos pais gostaram muito da idéia, já que
confiavam nele e assim seus filhos teriam uns dias de aprendizagem sobre a
atividade no campo. a excursão seria d preferência num alto de serra e bem
longe da cidade.
dois dias antes de partirem reuniram-se todos na casa do lobato. era uma
reunião preparatória sobre o local que deveriam ir e o que iriam fazer nesse
acampamento.
essas palavras foram ouvidas com muito silêncio pela meninada. É preciso
vocês saber tudo ou quase tudo que eu sei, continuou Sebastião, porque se
eu faltar ou morrer vocês poderão continuar a grande excursão.
Todos saíram com exceção do Elmo que morava ali mesmo naquela
casa e o Sebastião que ficou conversando até meia noite com o sr. Lima, pai
do elmo por afinal dormiu ali mesmo, pois já era muito tarde. Durante a noite
ninguém conseguiu dormir. Nem Sebastião, Nem Elmo, nem os outros
meninos, como contaram no dia seguinte. Não conseguiram dormir por que
ficaram pensando que poderiam perder a viagem do dia seguinte.
após viajar meia hora estrada abaixo, o trem passou a margear um riacho que
se desenhava no fundo um abismo de mais de cem metros. ali já aparecia
uma floresta mais densa do que perto da cidade de Esperança. Nesta mesma
hora, Sebastião anunciou que dali a pouco saltariam, que ficassem todos
alertas, pois na próxima curva antes da estação haveria de saltar, sem que
ninguém os visse. Assim foi feito. No lugar marcado, sebastião acenou e
foram pulando um de cada vez . Após descerem, todos saíram para fora da
margem da linha subiram um morro, onde havia uma grande arvore. Ali todos
descansaram da viagem e então passaram a examinar o mapa no qual se
orientavam. colocaram o mapa no chão e começaram a observar distância.
Ali se via nova e linda, as terras que separavam o distrito de Esperança e
outros acidentes geográficos. Tudo era tão bem marcado no mapa, que
parecia estar vendo a própria região. no local onde estavam até onde
deveriam ir tinham uma distancia de 35 quilômetros já se ouvia o barulho da
máquina que partiria dai a pouco.- mas 35 quilômetros é muito longe para
andarmos num dia, falou Florisvaldo: Bem o negócio é o seguinte, não é
assim como vocês estão pensando, falou Sebastião. o mapa com todos os
acidentes geográficos marcados, possibilita que avancemos 15 quilometros
por dia. nesses 10 dias percorreremos cerca de 150 quilômetros aqui pelas
montanhas, falou Sebastião mostrando o mapa com uma varinha. devemos
conhecer esta serra muito bem, pois, só assim vocês poderão um dia ser o
guia dos que irão a procura da caverna no alto da montanha. deverão
aprender o bastante sobre a natureza, animal ,vegetal e mineral.- sim , isto é
muito bom para nós, falou a Riqueza, eu que estou no primeiro ano ginasial ,
já ouvi meu professor falar sobre a composição dos animais e minerais. o
Viking e o Elmo que são irmãos , farão uma coleção de folhas. enfim cada um
colecionara uma coisa. O certo é que nós temos dez dias para atravessarmos
toda esta montanha. Vamos aproveita-los bem, na esperança de sairmos bem
nessa aventura. Assim ia dizendo Sebastião enquanto descansavam à
sombra de uma grande árvore.
Porém com eles eram em sete, foi preciso dividi-los em dois grupos, um
de quatro e outro de três. Em cada grupo escolheram um monitor. .
Sómente este poderia trazer as opiniões a Sebastião e também levar ordens.
Todos foram obrigados a fazer um juramento ao monitor. Tal juramento era
apenas uma coisa simbólica para que os meninos tivessem conhecimento de
disciplina que deveria existir entre eles para que na hora do perigo,não
tivessem medo, pois o monitor além de tudo era amigo de todos.
Enquanto aos outros meninos recomendou que deveriam obedecer ao
monitor em tudo, para que a nossa expedição saísse em ordem desde o início
até o fim.
A nossa saída é daqui a meia hora, vocês podem fazer o que quiserem. tão logo
Sebastião acabou de dizer isso, o Rufino e o Viking, solicitaram para ir até a vila
comprar alguma coisa. compraram algumas rapaduras e farinha que estava faltando.
arrumaram tudo dentro de mochilas e puseram o pé na estrada. eram mais ou menos
meio dia. Só não estava muito quente por ser inverno. Sebastião e mais sete meninos
começaram a caminhada para a grande aventura.
Assim que começaram a andar tiveram que atravessar uma porteira que dava para
um pasto muito grande onde centena de bois pastavam. O caminho que tinham que
atravessar era bem no centro do pasto que era todo verdinho e de ponto em ponto, uma
arvore retorcida, demonstrando a qualidade da terra só servia para criação de gado.
Além do pasto, havia um grande morro, onde a vegetação de gado era um pouco
mais densa. depois de ter cruzado o morro, encontraram um outro pasto até chegarem
no pé de uma grande colina, onde eles resolveram parar pois já eram cerca de 15 horas
e deveriam acampar por ali, senão poderiam não encontrar melhor lugar onde armar
acampamento. todos estavam um pouco cansados. Só o entusiasmo não impedia que
eles continuasses caminhando. Sebastião sendo sabedor de tudo isto, viu que não
podia cansar muito os meninos ou no outro dia seria mais difícil a caminhada.
armaram o acampamento à beira de um riacho de águas límpidas., onde aproveitaram
o uso das mesmas para suas refeições. depois de armado o acampamento, Sebastião e
três meninos saíram junto para reconhecimento do local. enquanto os outro quatros
ficaram no campo preparando as refeições da tarde. o local onde andavam era cheio de
moitas de capim. o que causou-lhes o pressentimento da presença de cobras. Era
preciso então maior cautela ao andar ali por aquelas redondezas. No meio do pasto
estava o caminho por onde passariam alguns viajantes. Tão logo andaram uns quinze
minutos ao redor do pasto, avistaram ao longe uma choupana, que pelas observações
deveria morar gente, pois estava saindo fumaça pela chaminé. como não era muito
longe, resolveram ir até lá conversar com o dono da casa. Quando estavam a uma
distância de cem metro da casa, tiveram que passar por debaixo de uma cerca, por
dentro da mesma existia um pomar, plantação que mais se via, era cana , mandioca e
milho. era uma casinha de sapé encostadas a um morro onde ao lado do mesmo
passava uma nascente dágua.
ao redor da casa, tinha alguma plantação de couve e quiabo. e em cercado, havia umas
15 galinhas. distante 50 metros da casa, os cachorros já anunciavam a nossa chegada.
Assim que escutou o latido dos cães o dono da casa veio chegando e dizendo
que podiam entrar. Sebastião tirou o chapéu e foi dizendo : boa tarde, prontamente o
foi respondido pelo camponês. era um senhor de uns trinta anos com uma aparência
bem magra consumida pelo trabalho. o camponês convidou os a entrar e ficaram
conversando até seis horas da tarde. Havia um grande número de crianças na casa,
mais de 9 crianças foram contadas. com as idades de 1 a 15 anos, todos sujos
maltrapilhos e esfomeados.
Como não podia ficar conversando por mais tempo saíram e voltaram para o
acampamento, onde a fumaça do fogo já se via de longe. o jantar já estava pronto, e
depois de fazer refeição que constou de carne seca e farinha, foi servido café. a noite
todos sentaram em torno da fogueira para conversarem. depois de falarem sobre s
atividades do dia, os meninos pediram a Sebastião que contasse uma história. não era
preciso ser uma história muito grande, diziam os meninos. Apenas uma história para
que eles não perdessem o costume de ouvir. E assim foi... Sebastião foi pensando sobre
-alguma que servisse para aquela noite, até que se lembrou de uma muito interessante.
A história que vou contar pra vocês hoje, aconteceu há muitos anos, lá pelas
bandas da Europa, no tempo em que havia muitos reis com seus castelos bonitos.
Assim que Sebastião começou a falar, o silêncio reinou no acampamento. Apenas de
vez em quando, o crepitar do fogo abalava como um ruído estrondoso. Sebastião olhou
para as estrelas como que pedindo a elas que o orientassem em sua história, pois elas
eram inventadas no momento de contá-las. Depois de meditar alguns segundos
começou a dizer: Há muitos anos passados, existiu lá na
Europa um rei muito rico que tinha muitos filhos. O seu castelo era no alto de uma
colina muito bem protegida com as torres altas onde guardas passavam de um lado
para outro com lança na mão prontos para impedir qualquer inimigo que entrasse no
castelo. Dentro vivia todas as pessoas da família do rei, mais os escravos de confiança
do rei. Do lado de fora do castelo, abaixo da colina, tinha uma planície muito grande
onde era feito as plantações de trigo, arroz e outros vegetais. Ali também passavam
muitos rios de água pura que corriam de uma grande montanha que se via a grande
distância. A época mais bonita era a primavera que enchia de flores todas as planícies
do reino.
a felicidade devia reinar entre eles, se o rei não fosse de coração tão duro como era.
Por qualquer coisa mandava prender os seus escravos , e as vezes, torturá-los até a
morte. O filho mais velho do rei tinha sete anos e o mais novo cinco anos. A rainha,
isto é a esposa do rei, ela tinha um coração que era uma doçura para com todos de seu
reino. Muitas vezes ela interferia junto ao rei para que o mesmo não praticasse tanta
maldade com os outros.
Todas as noites ela sentava a beira da cama com seus filhos menores e ficava
contando as mais belas histórias de fadas e dragões que eles ouviam até dormir.
Na época que havia festa no palácio, era o tempo que o rei fazia as maiores
perversidades com os seus semelhantes. Deixando-os sem comida, só porque, alguns
dos empregados deixavam cair um dos pratos no chão ou então quando esqueciam de
trazer o café no momento em que ele gritasse para traze-lo. Muitas vezes ele mandava
prender seus filhos no calabouço existente no subterrâneo do castelo. Quando fazia
isto a mãe que era muito boa , ficava chorando o tempo todo na porta do calabouço
pedindo para que soltassem seus filhos.
Muito dos filhos do rei queriam abandonar o palácio e morar muito longe
por causa da maldade do pai só não faziam para não deixar sua mãe
sozinha junto ao rei. Certa vez ele mandou prender o menino de cinco anos
no calabouço porque o mesmo tinha protegido um dos escravos dando-lhe um
pouco de comida quando se encontrava preso no calabouço do castelo. O
próprio rei pegou o menino pelo braço, mandou que abrissem a porta e
jogou-o com toda a força lá dentro. Foi em vão o pedido da mãe e de todo o
povo do palácio que gostava muito daquele menino por ser o mais novo e
mais bonito e inteligente dos irmãos. Naquele dia até os guardas do palácio
ficaram muito tristes com o acontecido. Ninguém tinha coragem de reclamar ,
pois que se assim o fizessem o rei seria capaz de mandá-los matar. Muitos
dos empregados, chegaram a oferecer para ficar preso ficar no lugar do
menino. Outros por sua vez , ficaram sem comer com pena do menino que
ficava lá preso sem comer,sem beber, quando então apareceu à porta do
palácio , uma bruxa feiticeira que gostava de fazer o bem para os outros ,
embora não tivesse uma aparência muito boa fisicamente, demonstrava
possuir um bom coração.Quando os guardas viram-na se aproximar,
começaram a atirar paus e pedras em cima dela, mas de nada adiantava,
porque assim que os paus e pedras batiam em cima dela, pegavam fogo e
desapareciam como que por encanto. Quando ela se aproximou da porta do
palácio, disse que queria entrar para falar com o rei. Então eles levaram
notícias até sua majestade, dizendo que uma bruxa feiticeira queria falar-lhe .
Quando contaram ao rei do acontecido na porta do palácio, dos paus e
pedras que desapareciam ao tocar o seu corpo, o rei pensando tratar-se de
uma bruxa má , mandou que ela entrasse . O palácio era muito bonito por
dentro e a medida que a bruxa foi entrando , admirava todas as coisas nos
mínimos detalhes. O povo da palácio se afastava para que ela pudesse
passar, sem encostar em ninguém. Imediatamente levaram a noticia até a
rainha de que uma bruxa feiticeira estava chegando ao palácio para falar
com o rei. A rainha, porém, não teve medo, pois sabia tratar-se de uma fada
encantada que estava com disfarce de bruxa até o dia que uma criança com
menos de sete anos beijasse-lhes no rosto com todo o amor filial. A rainha
sabia de tudo isto segundo uma história que sua mãe lhe contara. porque
essa bruxa viveu no mundo do tempo da sua bisavó e tinha sido enfeitiçada
pela avó do rei daquele palácio, . a bruxa foi entrando no palácio
devagarinho até chegar na presença do rei. Quando chegou a presença do rei
ele sentiu um verdadeiro arrepio no corpo, tal era a feiura da bruxa , mas
como ele queria fazer maldade, pensando também que a bruxa era tão má
quanto ele, agüentou firme a presença daquela criatura horrível. Ela tinha o
nariz rebitado para cima , sua roupa era preta , os cabelos compridos e vinha
montada em cima de uma vassoura. Ela abaixou a cabeça até o chão , pois
era assim que o rei gostava de ser saudado pelas pessoas que chegavam de
fora pela primeira vez. depois de toda a saudação o rei mandou que ela
ficasse sentada a uma distância de cinco metros para que eles pudessem
conversar . E assim a bruxa obedeceu enquanto o rei ia lhe dizendo o que
queria dela. contou-lhe que um dos meninos estava preso e queria que ela
fosse até o calabouço e lançasse uma praga no menino transformando em
uma coisa bem feia para que sua mãe não viesse mais a gostar dele. É uma
maneira de me vingar dela que vive achando ruim comigo quando eu prendo
os meus filhos no calabouço. A bruxa não disse nada ao rei sobre a sua
missão naquele palácio; pois ela não era uma bruxa má como o rei pensava.
Ela tinha vindo ali porque ouvira do seu bosque escondido na floresta onde
vive,o choro da mãe e do menino que havia sido preso no calabouço do
castelo. Como era uma fada encantada com aspecto de bruxa ela tinha o
poder de ouvir tudo o que quisesse, por maior que fosse a distância. e por
isso ela ouviu primeiro o choro do menino de cinco anos que estava preso. Ela
sempre vivia procurando ouvir toda e qualquer tristeza de criança a fim de
que pudesse fazer com que as mesmas parassem de chorar e sorrissem.
Então o rei perguntou-lhe : - você está disposta a fazer tudo aquilo que
lhe ordenei? ao que a bruxa respondeu:- sim senhor rei, tudo o que falaste
comigo será feito de acordo com tua vontade. Farei isto e muito mais que o
senhor precisar de mim. É só ordenar e imediatamente será feito. Gosto
muito de obedecer aos reis. Quando a bruxa ia dizendo estas palavras ,
baixinho ela dizia para consigo mesma: nunca, nunca,nunca só quero salvar
esta criança das mãos deste rei malvado. E foi se afastando em direção ao
calabouço onde se encontrava a criança. Quando ela começou a descer
voltou-se ao rei e disse ao rei que sua magia só funcionaria a noite. Mas na
verdade ela só queria ganhar tempo para agir dentro do palácio. Enviando à
mãe do menino uma mensagem dizendo que ela na verdade não era a
bruxa. como a rainha já sabia de toda a história da fada encantada que estava
transformada em bruxa , não ficou muito triste ao saber que a mesma se
dirigia para o subterrâneo do palácio. Mas o resto do povo do palácio ficou só
dizendo que a mãe do menino também não tinha coração. Imagina, como
pode deixar que aquela bruxa transformasse o menino numa praga. Depois de
ouvir toda aquela exclamação a mãe respondia que a bruxa não era tão má
assim e que ela não ia fazer nenhum mal a seu filho.
Chegara a tardinha, o rei estava ansioso para ver a sua vingança
sobre a sua esposa, a toda hora ele perguntava a bruxa se já podia começar
a trabalhar , a bruxa em um canto do palácio respondia dizendo que durante a
noite tudo seria feito. E assim quando já estava bem escuro ela se dirigiu
para o subterrâneo do castelo onde se encontrava o menino preso. Ao chegar
lá o carcereiro que sabia de tudo abriu a porta e falou com o menino que
estava preso que tinha visita para ele. O menino que durante dois dias não
comia nenhuma comida, só bebia água que o carcereiro dava escondido para
o rei não saber. O subterrâneo onde se encontrava aquela criança estava
completamente escuro e úmido e assim que o menino viu a porta se abrir ,
pensou que ia ser libertado, começando a chorar com fome . Mas quando viu
que aquela bruxa feia também tinha ficado ali dentro com ele, sentiu mais
medo e por isso começou a chorar ainda mais ... ogo atrás da velha bruxa, o
carcereiro fechou a porta deixando a prisão totalmente escura. Com a porta
fechada o menino não mais viu o rosto da bruxa e sim sua voz que parecia
tão diferente do que ele imaginara. Ai então ela começara a falar -lhe com
toda doçura de mãe para filho : - você ainda tem medo de mim ? perguntou-
lhe a voz encantada.- sim, respondeu o menino. -pois pode ficar
completamente despreocupado que eu não vou lhe fazer mal algum. Eu não
sou uma bruxa como você está pensando... eu sou uma fada encantada que
foi amaldiçoada há muitos anos e agora vim aqui para libertá-lo desta prisão.
Quero também libertar o seu pai desse rancor que ele tem em seu coração
que foi causado também por uma praga lançada sobre ele há muitos anos por
uma bruxa muito má.
Enquanto ela ia contando isso ao menino o mesmo ia tomando mais
confiança nela . Mas com tudo isso a fada não contou de seu encantamento
que poderia ser desfeito se uma criança de cinco anos lhe beijasse a face
com todo o amor filial. Se ela contasse perderia a efeito . Seria preciso que a
criança lhe beijasse no rosto por sua livre e espontânea vontade . E assim
ficaram os dois conversando durante mais de duas horas, até que tinha ficado
bem escuro. o menino pediu que a bruxa o levantasse um pouco para que ele
pudesse ver estrelas. A bruxa pegou o menino pela cintura, levantou ate o
parapeito onde se encontrava as grades da prisão e dali o menino pode ver
as estrelas. Os seus olhos perscrutaram todo o horizonte a procura de uma
estrela bonita, quando viu cintilando no céu uma bem grande, falou bem alto:
- óh minha estrela amiga, ajude-me a sair deste castelo para que eu possa
fazer com que o coração de meu pai não seja tão ruim assim. Ajude-me minha
estrela você é minha única esperança . Enquanto o menino ia dizendo estas
coisas, a ‘bruxa’ pode constatar a bondade em seu coração. Quando já
estava bem cansado pediu a fada para desce-lo, o que ela fez com todo o
cuidado para que ele não se machucasse. quando já se encontrava no chão
agradeceu a fada e deu-lhe um beijo na testa dizendo: - muito obrigado por
tudo, você é a pessoa mais bonita que eu já vi em toda minha vida. No
momento exato em que o menino acabara de pronunciar estas palavras e dar
lhe um beijo no rosto, um estrondo muito grande se deu ali dentro da prisão e
uma luz muito clara, começou a iluminar ao redor da fada que havia se
transformado de bruxa em fada. Foi o milagre do beijo da criança. A praga que
havia sido lançada sobre ela há mais de quinhentos anos, tinha
desaparecido para sempre. As sentinelas do palácio ouviram o barulho e
vieram correndo até a prisão. uando chegaram lá a fada e o menino estavam
deitados fingindo que estavam dormindo . Do lado de fora da prisão ninguém
podia ver a luz que estava ao redor da fada , Só o menino podia ver . Como
ninguém conseguiu descobrir o que havia acontecido, ficaram todos
apavorados e até mesmo o rei ficou com medo.
Dentro da prisão o menino se encontra deitado nos braços da fada que estava
contando toda a história de sua longa vida. falou-lhe da praga que avia sido lançada
sobre ela e a maneira como a mesma poderia desaparecer. e agora, dizia a fada- vou
poder fazer o que você quiser.- qual é o seu maior desejo? perguntou-lhe a fada.- o
meu maior desejo é estar perto de minha mãe e depois gostaria que meu pai não fosse
tão ruim como tem sido para todos nós. - Todos os seus desejos serão realizados,
porém, devemos faze-los de tal maneira que o rei não descubra que eu estou
protegendo você. - Esta bom assim? perguntou-lhe a fada- claro que sim, concordou o
menino. era preciso traçar os planos para que tudo fosse feito naquela noite. quando
amanhecesse o dia tudo já deveria estar completamente transformado, ele iria viver
feliz junto d sua mãe e o coração de seu pai deixaria de ser perverso como era. - mas
como fazer? perguntou-lhe o menino.—você ficará dormindo até que eu possa com
minha varinha mágica que tem poder para fazer tudo aquilo que eu deseje , transportar
você e depois a seu pai para minha floresta sem nome. atendendo o pedido da boa fada,
o menino e deitou se no chão e fechou os olhos , esperando que ela lhe tocasse com a
varinha de condão. Era tão bonita aquela fada que dava gosto viver sempre ao lado
dela. Ela era de uma altura de um metro e meio, o corpo muito bonito, a cinturinha
fina, sua roupa era branca como a cor das nuvens e bordada com fios de ouro e prata.
na sua cintura havia um cinto muito largo que era de um ouro tão brilhante que
chegava a doer nos olhos da gente. Os seus cabelos eram muito longos e bonitos,
chegava quase a altura das pernas.
como a mãe ficara calma diante da notícia do filho, a fada lhe disse que para terminar
a missão , era preciso levar o rei até a floresta encantada, a fim de que pudesse assistir
na noite do dia seguinte a festa da dança das árvores. Pois só assim, o coração do rei
se amoleceria e ele voltaria a ser bom como antes de ser lançado sobre ele a praga da
bruxa má . A mãe concordou que deveria levá-lo, mas como poderia faze-lo? - se o rei
não aceitava ordens de ninguém e se encontrava muito furioso pela fuga do menino?
durante algum tempo ficaram as duas pensando o que deveria ser feito. a fada que era
muito boa, pediu a mãe que também desse alguma opinião sobre a retirada do rei do
palácio e levá-lo até a floresta encantada. as duas ficaram conversando até quando a
luz do sol já se punha do lado de fora. parece que naquele dia o sol veio mais feliz por
saber que o menino se encontrava a salvo, e em breve o coração do rei se
transformaria, desaparecendo feitiçaria. a notícia do menino não havia sido dada a
todos mas apenas as pessoas mais chegadas da rainha . o rei nem por sombra deveria
saber onde ele se encontrava, senão ficaria mais furioso ainda. depois de pensarem
muito , a fada disse:- óh .. para que a bruxaria de seu marido desapareça, é preciso que
o mesmo seja levado à floresta antes do anoitece. então a rainha disse que tinha uma
idéia. na hora que o rei fosse almoçar, devia ser colocado em sua comida, um pózinho
que fizesse com que lhe dormisse bastante , assim a fada poderia levá-lo à florestasem
nome. essa idéia foi bem aceita pela fada que disse trazer com ela um pó que serviria
bem para o caso. então tudo ficou combinado para que na hora do almoço não se
esquecesses do que haviam combinado
Naquele dia , o almoço fora servido fora da hora que seria o normal, devido a
confusão que reinava no castelo. aqueles que ainda não tinham tido ainda a noticia do
menino., encontravam-se bem tristes, pensando que havia lhe acontecido alguma coisa
de mal, e essas pessoas eram bem poucas que sabiam, por que a fada pedira a rainha
que só contasse esse segredo aos que fossem de muita confiança dela . caso contrário
o rei acabaria descobrindo e colocaria todo o plano em ruína. a cara do rei não se
encontrava muito triste como os outros, mas nos seus olhos saiam chispas de fogo,
demonstrando o ódio que ia em seu coração.
Na hora do almoço, a fada já tinha dado a rainha , o pó mágico que haveria de fazer o
rei dormir até as seis horas da tarde, antes do sol entrar. o mais interessante é que a
fada não aparecia para todos no palácio, e sim para a rainha somente . muitas vezes ela
andava ao lado da rainha conversando com a mesma sem que ninguém soubesse . esse
era um dos segredos das fadas , de ficar invisível para quem elas quisessem.
como a rainha viu que parte do plano já estava pronto e que dali a pouco a fada havia
de levá-lo para bem longe dali; ela começou a dizer a todo mundo que no dia seguinte
o rei se levantaria completamente transformado e não seria mais tão ruim como fora
até então. mas ninguém acreditava no que ela dizia. pois como? se durante muito
tempo ele tinha sido o pior rei existente em toda a região. mas ela continuava a dizer :
- esperem até amanhã que vocês verão o que há de acontecer. infelizmente não posso
dizer-lhes de que maneira isto irá acontecer, basta esperar o raia do sol do dia seguinte.
enquanto toda s confusão reinava dentro do palácio com o sono misterioso do rei,
dentro do quarto a fada via que estava na hora de levá-lo para o local onde haveria de
se dar a grande mudança em sua vida. assim que ela viu que o sol já estava
declinando, lançou sua varinha mágica sobre o corpo do rei e foi dizendo as palavras -
rei, rei, rei, vamos passear, bem devagarinho para você não acordar. e os dois
começaram a voar. saíram pela janela, tendo a fada com sua varinha sobre o corpo do
rei para que ele não caísse, e foram voando até sumir. voaram até pertinho do sol.
depois desceram. quando chegaram na floresta encantada, o sol desapareceu. a fada
colocou o rei no meio de uma clareira onde ele ficou dormindo até escurecer. naquela
noite a luz da lua saiu muito mais bonita do que nas noites anteriores . dai a pouco o
rei começou a acordar . e como viu aquela grande quantidade de arvores ao seu lado,
pensou que estava sonhando. como já estava quase na hora da festa começar em
homenagem ao menino, algumas dar árvores vieram trazer comida e água ao rei.
quando ele viu uma arvore lhe oferecendo comida e água, pensou que estivesse louco
ou que estava tendo um pesadelo . algumas delas para fazerem mais medo ainda ao rei
diziam com aquela voz rouca:- boa noite sua majestade. e todas elas se curvavam
diante dele, colocando os seus galhos no chão. mesmo com todo o medo que sentia, ele
comeu a comida que lhe era oferecido, pois dentro em breve pensava que iria acordar.
enquanto isso o menino do alto de uma grande árvore, observava tudo o que acontecia
com seu pai. a lua já se encontrava bem no alto mais ou menos meia noite, era hora de
iniciar a grande dança de árvores.
Antes que ele partisse a fada falou com o menino:- meu filho, o que
acabou de ver , foi um privilégio que não poderá mais ser repetido, mas se você
quiser ver as árvores dançar não precisa vir até aqui, quando você estiver com
outros meninos brincando em qualquer bosque ou floresta, não se preocupe, este
espetáculo você tornará a ver. basta que você queira e tenha bondade em seu
coração e todas as árvores dançarão. - adeus meu filho, adeus meu querido rei. e
dizendo isso, pediu aos dois que fechassem os olhos pois tão logo eles tornasses a
abri-los, já estariam deitados na cama do palácio . imediatamente obedeceram e
quando tornaram a abrir os olhos os dois estavam deitados na cama onde o rei havia
se deitado no dia anterior.
Eram seis horas da manhã , já estava quase na hora do sol nascer, quando
foram lá chamar o rei pensando que ele ainda estava com aquele mau humor do dia
anterior. mas verificaram com grande surpresa que estavam todos enganados, pois o
rei recebeu-os muito bem e pediu perdão a todos por tudo que tinha feito de mal a
eles, desde a rainha, sua esposa, até seus empregados e escravos. os outros filhos do
rei vieram para junto dele e a partir daquele dia o rei começou a contar-lhes muitas
histórias todas as noites. desde aquele dia a vida naquele castelo modificou - se
completamente. e os meninos cresceram e viveram o resto de sua infância felizes
até tornarem-se adultos.
naquela noite após contar a história da dança das árvores, o silêncio desceu sobre o
acampamento. não se ouvia mais o crepitar do fogo, todos dormiam a sono solto.
apenas permanecia acordado, sebastião, que ainda não tinha sono. era interessante a
maneira como eles deixavam o acampamento durante a noite, sem a menor
vigilância por parte dos garotos ou mesmo por parte de sebastião que nunca dormia
nas barracas como faziam os meninos. o seu lugar de dormir era sempre no alto de
uma colina ou no pé de uma grande árvore. a única proteção que tinha era deixar a
fogueira acesa à noite toda para afugentar algum animal selvagem. de duas em duas
horas um deles se levantava e vinha colocar mais lenha no fogo para que ele ficasse
acesso até o dia seguinte, era a única preocupação dos meninos.
no dia seguinte , tudo aconteceu como se o mundo fosse novo, não foi feito o menor
comentário sobre o dia anterior e cada um cumpria a sua obrigação em relação ao
campo. naquela manhã o orvalho subia como fumaça tornando branco todo o vale,
quando as luzes do sol batiam nas sua gotas de orvalho, resplandeciam em
verdadeiro arco íris. à sombra da floresta, uma aragem fria chegava a cortar os ossos
da gente . e mesmo com todo esse frio, os meninos tiveram coragem para um
banho no riacho.. o único que estava com medo era o viking que pedia sempre ao
sebastião que segurasse a sua mão com medo i ir para o fundo, ou ser arrastado pela
correnteza. após banho, todo se entreteram o estômago com uma água doce de
rapadura e um pouco de farinha que ainda sobrava dos outros dias . estavam ele
ainda tomando a sua refeição matinal quando viram ao longe uma porção de
urubus que voavam em todas as direções numa distância bem longe do
acampamento . logo imaginaram uma série de coisas. um dizia que era um boi
morto, outro falava que talvez fosse um matadouro que havia ali pois nas cidades do
interior os matadouros são longe das ruas para afastar o mau cheiro. e ainda tinha
alguns que pensavam na possibilidade de haver alguma pessoa morta ali. uma
interrogação pairou nos olhos de todos. tudo para ele era motivo de expectativa,
afinal estavam em contato com a natureza em todo seu esplendor . sebastião disse
que a melhor maneira de descobrirem era ir ate o local e verificar o que realmente
estava acontecendo.
o que estará acontecendo agora com nossos companheiro que partiram para a
cidade? foi a de lobato quando parou um pouco para descansar. mas não teve
tempo de descansar muito pois sebastião mostrou-lhe um urubu que se dirigia em
direção ao corpo de uma criança. e imediatamente ele correu e espantou o urubu,
mas assim que voltou , sebastião lhe disse que devia descansar um pouco,
enquanto isso os dois meninos tratavam de fazer o trabalho. então sebastião lhe
disse que os meninos teriam bastante possibilidade de atingirem a cidade , pois o
rufino que é inteligente e resolverá qualquer problema que surja pela frente.
a turma de salvamento deu início a remoção dos corpos até as oito horas da noite,
não podendo mais continuar por causa do frio. ali mesmo os soldados armaram
acampamento. grandes lampiões foram acessos e depois de colocar guardas nos
quatro cantos do acampamento. todos foram dormir . sebastião e os meninos
ficaram também observando o movimento dos soldados e depois se recolheram.
Era um menino já com quinze anos, e agora acontecia aquilo. Fugira de casa,
se arrastando pelo meio do mato , sabe lá deus como ‘ se pelo menos ele morresse
acabaria com o sofrimento de dona marocas” era o que dizia uns já outros diziam
que era castigo pois sua mãe fora muito perversa para os seus escravos.
Outro acampamento
Á nossa frente uma porteira que dividia a cidade com o pasto . Além do pasto só
avistamos os caminhos primitivos feito pelos pés dos animais e dos homens que
por ali passavam . Com o Barros á frente seguimos “ a coluna por um’’ . a princípio
eles conversaram sobre os mais variados assuntos ; depois o silencio foi
quebrando á medida que o cansaço da caminhada chegava. sabendo que tinham dez
dia para andar , era preciso aprender a andar en silêncio, só assim evitava o cansaço.
porém o viking que é o mais novo , com apenas nove anos de idade, tremia de
medo como uma’’vara verde’’ e dizia para sebastião: - eu tenho medo do boi me
pegar, deixa eu ficar perto de você.—não precisa ter medo respondeu sebastião faça
como eu lhe disse: -- fite-o bem nos olhos e não se mova. por via das dúvidas fique
aqui perto de mim que eu lhe ensinarei como fazer. como os meninos estava atrás
do arbusto e sem se mexer. os animais passaram bem perto deles sem vê-los. mas
quando passou perto de viking , ele se moveu tanto que chamou a atenção de um
touro preto. sebastião viu que era ora de fazer a prova com o menino e disse bem
baixinho para ele:- calma viking, tenha coragem e tudo sairá bem . segure na minha
mão e na hora que o boi estiver bem perto faça o que eu mandar. assim fizeram , e
o touro veio se aproximando cada vez mais do dois amigos e bufava pelas narinas
‘’incendiadas’’ . nisso o nosso amigo falou no ouvido do menino:- é agora. olhe
bem nos olhos dele , assim como eu estou fazendo, mesmo se o boi chegar perto
não faça nada, nem um movimento. o touro foi chegando devagarinho até uma
distancia de dois metros deles. sebastião não tirava os olhos do touro. neste
momento a mão do menino foi se largando aos poucos até soltá-la por completo.
logo após chegou um vaqueiro preocupado com os dois e falou:- pensei que o touro
tivesse atacado vocês , pois ele ´s o mais bravo da boiada- mas acontece que ele
teve medo de nós, respondeu viking, não é sebastião?? é verdade sim. nós estamos
treinando todos estes meninos que o senhor está vendo aqui, para um dia eu
mostrar a ele uma grande caverna. e o bom moço simples com era , disse que
aquelas terras que estávamos passando pertenciam ao coronel. josé batista e que
ele ficaria muito satisfeito se nós fossemos à fazenda dele. e sebastião perguntou:-
o senhor trabalha para ele há muito tempo? - ah moço, respondeu o vaqueiro ,
desde menino que eu ando por estas bandas. fui criado no pé daquela serra que se
avistava daqui. neste meio tempo todos os meninos já se encaminhavam perto de
sebastião a escutar a conversa de vaqueiro. todos estes meninos são da cidade?
perguntou o nosso amigo.Sim, nós som de Itabira e estamos fazendo uma excursão
de 10 dias. depois de bem treinados subiremos em todas as montanhas de nosso
Brasil, só assim encontraremos a nossa Caverna . e o nosso amigo respondeu: -
olha , se todos os meninos da nossa terra tivesse uma educação como esta que o
senhor esta dando a eles, nós teríamos uma pátria bem melhor não sofreríamos tanto
como temos sofrido depois que passamos o ano 2000. veja vocês, meus amigos, eu
nasci no ano 2010 já tenho 35 anos e até hoje não aprendi a ler nem escrever.
porém mesmo assim eu me sinto feliz porque durante toda a minha vida passei junto
a mãe natureza, e vocês meus meninos , aprendam bastante porque a natureza é
sábia em tudo. porém ela dá o prêmio e o castigo. e vocês aprendendo a dominá-la
poderiam amostrar ao nosso povo , que debate nas trevas da ignorância , o caminho
que devemos seguir , nós vaqueiros não temos o mesmo direito de reclamar das
injustiças.
Mas aquela boiada passou um susto danado em um menino que está perto de mim .
falou assim piscando os olhos para a meninada. o viking que vinha segurando na
mão de sebastião notou que as palavras do seu amigo era para ele e disse:- mas
vocês viram como o touro chegou perto de mim e voltou com medo de mim todos
caíram numa gargalhada e foram sentar a sombra de uma grande arvore, beberam
água , comeram rapadura . e viram que o sol ainda estava muito alto. podiam
caminhar os caminhos incertos que haveriam de aparecer nas suas vidas. logo à
frente avistava-se uma campina verde ondulada batida pelo vento que sumia de
vista no horizonte , tendo ao fundo o alto da serra com a cabeça ‘’ enterrada’’ nas
nuvens. ao lado era a floresta que limitava o pasto do gado.
de ponto em ponto levantava uma casa de cupim servindo de esconderijo para todo
o tipo de réptil.todos estavam calados e caminhando . quando o rufino começou a
dizer:- ali quem me dera viver aqui sempre acampado nesta campina, sim, era o dia
inteiro correndo pelos campos, subindo pelas arvores, tomando banho de riacho. é
respondeu rufino, nós seriamos os meninos mais felizes do mundo. pelo menos a
gente não estudava o dia inteiro e nem tínhamos de andar vestido de calça, sapato e
camisa. teríamos como companheiros inseparáveis .. os cavalos, os bois, as vacas,
os pássaros e toda a natureza se manifestaria como nossa protetora:- mas já que não
podemos viver toda a vida aqui, pelo menos devemos ficar satisfeito por poder
passear de quando em quando aqui pelos campos. quem me dera que a gente nunca
crescesse.
uma nuvem de fumaça subia ao céu que estava azul e claro. o sol porém , já se
escondia por detrás das montanhas, e após um breve descanso, fizemos no campo
ao ar livre a nossa primeira refeição do dia que era sopa de macarrão com tomate,
cebola e caldo de galinha como não tínhamos café foi feito chá com folha de
‘’chapéu de couro’’ adoçado com mel de abelha para ser servido à noite.
a tarde ia morrendo lentamente no céu não mais víamos as aves as moitas de capim
já começavam a formar vultos misteriosos com a sombra da noite. e na mata
ouvíamos um triste chorar do noitibó com todos os meninos sentados ao redor da
fogueira, começamos incessantemente a olhar para o firmamento e eis que
inesperadamente avistamos as primeiras estrelas. já podíamos considerar noite.
neste momento começou a nossa brincadeira. cantavam, tocavam gaita, , flauta e
até uma viola apareceu, era o lobato que tocava arranhando. cada um procurava
expandir na mais sadia das diversões. um número de gaita, outro de sanfona, uma
canção e assim fomos até as 22 horas, quando a noite fechada e escura, aparecia
apesar das luzes da fogueira e dos lampiões a iluminar o acampamento. como
guarda apenas rex, um cachorro policial trazido pelo elmo. para o firmamento e
pudemos ver a beleza do céu com milhares e milhares de estrelas, saímos m pouco
de perto das luzes para que as mesmas não ofuscassem as nossas vistas e sebastião
ia explicando o nome das constelações:- aquela lá é o cruzeiro do sul, o que vocês
chamam de três marias é a cinto do sr orion da constelação de orion lá esta a
constelação de navio a do escorpião e muitas outras. e por falar em escorpião disse
sebastião vou contar para vocês a lenda de como apareceu a constelação de
escorpião. vocês querem ouvir? - claro que sim responderam todos , qual o menino
de 11 ou 12 anos que não gostaria de ouvir uma estória contada em plena noite de
acampamento???
_- pois bem vou contar para vocês como apareceu a constelação de escorpião
sebastião ajeitou melhor o cobertor que lhe cobria as costa por causa do frio,
colocou mais alguns galhos de lenha no fogo, bebeu alguns goles de chá e depois
de olhar bem as estrelas que coalhavam o céu e começou a dizer.
ha´ muitos e muito anos passados, ao sul da serra da mantiqueira, existiu uma tribo
de índios que viviam em pleno contato com a natureza. era uma tribo de homens
valentes que freqüentavam a natureza hostil em todo seu real aspecto. eles tinham a
cor da pele toda bronzeada pela luz do sol que ardia em todo o verão. sua
principal atividade era a agricultura, caça, pesca e a fabricação de objetos de
cerâmica.
apesar deste povo viver em semi primitividade, havia do outro lado da montanha
uma outra tribo de cor branca que já tinha um grau de civilização adiantado em
relação a outra, pois eles já possuíam cidades casas de pedra, templos, escolas, e as
ciências, como a matemática e astronomia já eram estudada por seus sacerdotes,
assim como a química e a anatomia dos animais.
na hora apareceram dois sacerdotes vestidos com roupas de seda bordada a ouro e
prata. atraz deles vinham quatro meninos também vestidos da mesma forma, e
cada um estava carregando uma pedra muito pesada que quase não agüentavam.
quando os sacerdotes apareceram todo o povo curvou-se no chão colocando a
cabeça na ponta dos pés. depois todos sentaram no chão com as pernas cruzadas. os
sacerdotes caminhavam vagarosamente ao altar onde se encontrava guardado a
mais valiosa obra de todos os tempos. foi aberto o altar com uma chave de ouro.
pela primeira vez puai e seus companheiros viram aquilo que durante muitos anos
pertenceu ao deus alaâo . realmente era uma obra de arte toda aquela peça de
vidro. era o formato de um escorpião medindo mais ou menos oitenta centímetros;
em suas patas haviam as lentes.. eram oito lentes , uma em cada pata, nas pernas e
em todo corpo havia rubis e pedras preciosas h que resplandecia a luz do sol , os
sacerdotes com toda cerimônia carregaram o escorpião, colocando -o em cima de
uma pedra de mármore branco que já se encontrava no lugar determinado para este
fim, que já estava devidamente inclinada no lugar , onde , ao meio dia a luz do
haveria de passar através de um buraco no teto do templo e bater justamente nas
lentes e refratar mais além em cima as pedras e transformando-as assim em ouro
maciço.
quando sebastião acabou de contar a história de alaâo os deuses dos meninos já era
tarde da noite. a constelação de escorpião já ia bem longe, e apareciam no horizonte
outras constelações. cada um dos meninos procurou acomodar em suas barracas. quem
sabe,? para talvez sonhar com o deus alaâo e puai.
sebastião enrolou em seu cobertor e deitou ao lado da fogueira perto do rex que
ficara de guarda.
sebastião não pegou logo no sono ficou pensando sobre o que ainda haveria de
realizar. até o dia que eles subiram à sua caverna encantada. os homens haveriam
de compreender um dia que a felicidade depende, não das coisas valiosas mas sim
da simplicidade da vida.
a felicidade virá um dia para os homens, è só eles procurarem onde ela se encontra.
todos os meninos que haviam levantado para esquentar ao fogo, já estavam ali
dormindo, deitado de qualquer maneira no chão. rex aproveitava para dormir entre
dois deles, só assim esquentaria o seu focinho.
a cobra cascavel
o silêncio era terrível, nem mesmo os grilos, nem os insetos vinham espantar
aquele vácuo que descia sobre o vale. apenas o cérebro de sebastião funcionara no
meio daquele turbilhão de seres que, embora vivos, ainda dormiam o sono da
inocência. sebastião contemplou toda a paisagem. a sua frente era o pasto que
sumia de vista fazendo curvas e mais curvas através dos morros. havia uma cerca
de arame que dividia o pasto com a floresta que era imensa e , em cima das folhas
verdes observava as folhas brancas de embaúba. atras era a montanha de
monlevade, jazida de ferro a espera de ser extraída da natureza. e tudo aquilo
estava deserto de população. era preciso muitos anos para ensinar o nosso povo a
usar aquela terra imensa;- estava muito longe ainda o dia em que haveríamos de
conhecer toda a verdade à cerca do nosso passado- murmurava sebastião; - o
passado e o futuro nos acompanham como um fantasma. o que poderemos fazer
para que as mentes se despertem? todos esse meninos que ainda dormem o sono
da inocência, como será o futuro deles. qual será a ilusão com que eles sonham?
todos os dias nos vemos diante dos nossos olhos , tantos meninos enfileirados .
vindo de todos os recanto da pátria a vagar pela estrada do ideal. mas o dia em que
nós adultos, mostrarmos ser seus amigos, e marcharemos com à sua frente,
mostrando a doçura da fraternidade humana, veremos também que com apenas um
pouco de boa vontade e otimismo poderemos endireitar o mundo em pouco tempo. -
até mesmo antes de chegarmos ao século 21. è só termos boa vontade e
compreensão para com o próximo uma palavra para com o desconhecido. um
sorriso para as crianças das estradas. quantas pessoas morrem ao abandono, só por
não ter uma voz amiga que respondesse ao seu sussurro.
a cobra cascavel
sebastião saiu com um grupo de três meninos para o mato onde iam caçar comida
para aquele dia, e também aprenderiam com sebastião um meio de sobrevivência
na selva. isto aprenderiam a conhecer o que poderiam comer em caso de
necessidade. assim com frutos animais.
eram oito horas, o sol já queimava a nossa pele e mostrava que naquele dia ia ser
mais quente apesar da cerração que caíra durante a noite. com sebastião a frente,
seguindo por um caminho feito pelo pés dos homens e dos animais , os meninos
seguiram atentos.
a frente, a mata misteriosa com todos os seus desafios , diante de uns quinhentos
metros. a medida que iam andando para a frente, o acampamento ia ficando para
traz, e só se via a sua fumaça que também ia sumindo. o florisvaldo sempre olhava
para traz para ver o que restava do acampamento. de repente na floresta uma
coisa misteriosa no espirito de todos. era a diferença de temperatura, e a diminuição
da luz solar que provocava aquela sensação de calafrio pelo corpo que provocava
uma modificação no espirito de cada um. os meninos estavam bastante alegres,
cantavam e assobiavam quando então sebastião gritou:- cuidado! uma cobra
cascavel. todos correram para traz e sebastião com um pedaço de pau estava à
espera da cobra que estava em rodilha. balançando o seu chocalho. e sebastião
aproveitava a ocasião para explicar: - a cascavel é uma cobra muito mansa. porém
sua mordida é super venenosa que é morte certa.
os meninos viram pela primeira vez uma cascavel. e sebastião dizia que é uma
tradição matar toda a cobra que aparece pela frente , e com uma só paulada
esmagou a cabeça da cobra.
enquanto as estrelas cada vez mais brilhavam no céu, mais a fogueira ardia no
acampamento naquele sertão deserto . e mais a nossa alegria se expandia no
recôndito íntimo do nosso ser.
era interessante ver como todos aqueles meninos se manifestavam da maneira mais
estranha que pudesse parecer aos nosso olhos. cada um procurava dançar a seu
modo como muito bem quisesse. pois eles muito bem sabiam que ninguém se
incomodaria da sua atitude. uns dançavam caindo com as duas mãos no chão como
um ritual diabólico. outros colocavam a mão no chão e suspendiam os pés para
cima como que ‘’ plantando bananeira’ e caminhavam com as mãos no chão . é
tudo isto fazendo um alarido tremendo com os cantos que iam cantando abo yabo
en vo bo.
quantos dos que ali estavam não procuravam libertar-se de todo recalque que os
inibiam, fazendo com que cada um se manifestasse a sua própria alma?? aquilo que
é de ruim e está em nosso coração deve sair para melhorar o nosso ser. aquele que
tem só a maldade dentro de si, deve parar um pouco e refletir que tudo isto , mais
tarde ou mais cedo, só serviria para infernizar-lhe a vida. e então será tarde demais
para queixar-se. enquanto que aqueles possuidores de bondade no coração deverão
refletir a sua bondade através dos olhos para fazer a felicidade dos homens.
todas as criaturas do mundo devia ser assim:- procurar estirpar o que haveria de
ruim e inibido no íntimo do seu ser , nas profundezas do seu espírito não haveria
mais mentiras, nem deprimidos, obsessivos compulsivos e o mundo seria mais
feliz.
mas como não fomos nós que fizemos o mundo. e nem tão pouco seremos nós que
vamos consertar, o melhor é nós fazermos a nossa parte para contribuir à felicidade
da humanidade ‘’ consertando ‘’ a nós mesmo.
fazendo de conta que não estava sabendo o que queriam, perguntou-lhes de uma
maneira que não soubesse da resposta positiva: - ‘’ vocês querem que eu conte
hoje uma outra historia para vocês’’?? e a resposta foi dita que se como ele já
esperava.
a montanha da china
sebastião até aquele momento não tinha pensado em nenhuma história , nem sabia
qual ele deveria narrar àquela noite , e começou a olhar para as estrelas como que
procurando lembrar de algumas ou fazendo preambulo como era sempre o seu
natural. num segundo o seu pensamento foi no infinito e voltou: a bem da verdade
é que a sua cabeça estava complemente vazia, mas havia uma coisa mais
misteriosa. à frente - ‘’ não podia deixar aqueles meninos desiludidos de algo que
eles tanto gostavam. depois de passar a mão na testa e dar um suspiro bem fundo ,
começou a dizer:
a montanha da china
existiu , há muitos anos passados, lá na velha china uma família de camponês que
tinha muitos filhos. o chefe da família chamava-se cho-chi-min. e sua bela esposa
lin tin sin- residiam ao sopé de uma montanha das tantas que existem naquele país
cho chi min com seus doze filho passavam o dia inteiro na lavragem do campo
para o plantio do arroz, muito cultivado naquela região. o trabalhai era feito desde a
hora que o sol se punha do lado de fora até quando os pássaros procuravam os seus
ninhos ao cair da tarde. viviam muito felizes pois a terra era generosa e seus frutos
matavam a fome de qualquer ente humano que por ali passasse todos os dias após o
término do trabalho, reuniam todos ao redor da fogueira e iam cantando e
cantando a história da formação do mundo.
todos as vezes que se realizava as festas das lanternas , lin tin sin contava a seus
filhos a história da moça que pedia que seu pai trouxesse para ela um pedaço de
pedra da antiga muralha da china. estranho pedido daquela moça. que faria ela com
um pedaço de pedra? e a tragédia sucedida com o pai de outra moça ao chegar
perto da muralha se transformara em pássaro. era outra história da moça que
também pediu ao seu pai um pedaço de pedra da muralha
tudo aquilo fascinava os seus filhos e filhas como se fosse uma coisa misteriosa a
atrair todo mundo.
o pai sempre dizia a seus filhos que um dia ele desmancharia a montanha da sua
região para poder melhor comunicar-se com os outros povos que habitavam o outro
lado. durante um dia do mês ele e seus filhos se dedicava a subir a montanha, onde
com uma pá picareta e enxada, começava, a cavar o morro, só voltando dali
quando o sol já tinha entrado e desciam o caminho já na escuridão sem ter medo
de coisa alguma que aparecesse. todos os seus vizinhos diziam que ele estava doido
em querer fazer uma coisa que até hoje ninguém tinha tentado. mas cho chi min
não desanimava, e , sempre partia com seus filhos para cumprir a missão de
desmanchar a montanha.
de repente uma luz muito clara e muito intensa caiu sobre todos os presentes. era a
força poderosa... que ia manifestar . durante poucos segundos ninguém conseguiu
ver nada porque a luz impedia,... que estava ajoelhado diante da montanha fez um
sinal e aos poucos toda a montanha foi se levantando devagarinho, depois tomou a
direção do mar, onde ninguém mais a viu. nisso cho chi min e toda a sua família
abriram os olhos e não mais viram diante deles o rei das montanhas, assim também
não mais viram diante de si a grande montanha que eles teriam tanto trabalho
para desmanchar, no seu lugar já se podia ver perfeitamente do outro lado. ali
transformou como se fosse uma planície muito grande. todos encheram de
contentamento pois a idéia de yo chi min de unir duas aldeias tinha sido realizada
como um sonho de fada. agora era preciso todos ir avisando todo muno que a
passagem já estava aberta e tornava-se mais do que nunca vivermos bem unidos
para construir uma pátria melhor.
assim fizeram. todo o povo da china ficou sabendo da passagem aberta para
montanha onde se encontravam cho chi min e sua família. ali onde a planície
apareceu, fizeram uma imensa plantação de arroz, arroz este que nascia na metade
do tempo que era preciso em outras épocas no pé da montanha. também para
aquele lugar começou a parecer uma porção de gente de todos os lugares da china.
cho chi min e seus filhos nunca disseram a ninguém segundo a promessa feita
ao........ rei das montanhas.
quando todos acordaram contaram com o que haviam sonhado ; e como tinham
sonhado a mesma coisa, desconfiaram de que tinha sido verdade aquele sonho.
então sairiam todos correndo para ver onde se encontrava a montanha. e chegando
lá não mais virão, e no seu lugar , e no seu lugar apenas se encontrava uma
planície muito grande. o ... havia cumprido o que prometera, tirara a serra do lugar
e deixou apenas a planície.
• agora, falou cho chi min, é preciso fazer como apareceu no nosso sonho,.
avisaremos todo o povo da china sabre a passagem aberta. depois, então
plantaremos arroz em toda a planície.
a partir daquele dia passaram a vir camponeses de todos os recantos do país para ver
a grande passagem aberta no lugar da montanha. todos vinham trabalhar ali na
planície sagrada como já diziam o povo.
vamos imediatamente procurar o.... e falaremos com ele. assim fizeram no dia
seguinte sairiam à procura. e no alto de uma outra grande montanha pediu ao rei
que aparecesse pois havia grande necessidade de falar com ele. inesperadamente
apareceu por dentre as moitas de capim bem atras dos dois que o procurava .: -
vocês estão me procurando? perguntou... aos dois que ainda não o tinham visto.
quando ouviram a voz levaram um susto e viraram para ver quem falava. ah sim ,
nós o procuramos para...- não é preciso dizer eu já sei de tudo. fui eu que estive no
sonho com você ontem a noite. cho cho min contou que estava muito triste e queria
se fosse possível fazer novamente a montanha voltar novamente para o mesmo
lugar: claro que sim respondeu... é o que eu vou fazer no dia de amanhã. desçam
para aldeia e não digam nada para ninguém.
no dia seguinte bem de manhã, apareceu no céu um aviso muito grande que dizia
assim “ atenção , atenção todo o povo da china venham todos e v vejam o que
vai aparecer hoje no mar saiam todos de casa e venham até a praia’’. todo mundo
correu até a praia e viu uma ponta de serra aparecendo como se fosse uma ilha aos
poucos foi crescendo até ficar tão grande como a montanha que dividia as duas
aldeias e . sairá há tantos anos passados . ela foi subindo até sumir no infinito,
depois desceu e ficou no mesmo lugar onde havia ficado e o tempo voltou ao
passado como e nada tivesse acontecido, apenas yo chi min e seus filhos sabiam o
que tinha acontecido. todos eles voltaram a serem pequenos como eram dante -s.
tudo para eles tinha passado como um pesadelo. a região voltou ao que era entes,
yo chi min com seus filhos pequenos voltaram novamente a trabalhar na roça,
cultivando o campo e a tarde voltavam novamente para cortar a montanha onde um
dia devia dar passagem entre os dois povos.
mas desta vez eles não aceitariam mais nenhum milagre queriam fazer tudo com
seu esforço. assim passaram muitos anos, yo chi min morreu e seus filhos já
crescidos continuavam a cortar a montanha.
passaram centenas e centenas de anos todo o povo daquela região viveu feliz porque
estava trabalhando para que um dia fossem muito felizes. e até hoje não
terminaram de cortar a montanha.
e o povo da china vive feliz até hoje, por que ainda não conseguiram abrir a
passagem . mas o dia que conseguirem serão felizes pois fizeram com o próprio
esforço.
depois de contar aquela história sebastião disse para os meninos que cada dia que
êles passassem em um acampamento era mais uma lembrança que teria em toda sua
vida. naquele momento os meninos já estavam tão cansado de cantar e de dançar e,
agora, depois de ouvir aquela linda história do sebastião, só pensava em deitar e
dormir de tão cansado que estavam. nem sequer comentaram coisa alguma a mais e
foram cada um deitar em suas barracas. sebastião,por sua vez, ficou acordado ao
redor da fogueira. naquela noite ele não foi repousar na sua barraca. ficou sentado
apreciando as estrelas que lá ia andando no céu. ele ficava várias horas namorando
as estrela como que ouvindo alguma coisa que parecia que elas queriam lhe dizer.e
sebastião cismava: “será que eu acredito nas histórias que conto para os meninos?”
como foi que esta história veio surgir de mim se eu nunca me lembro de sabe-la
antes?quando quase tods as constelações conhecidas já tinham desaparecido do
céu,sebastião caiu por fim vencido pelo sono e dormiu mesmo ali à beira da
fogueira que já tinha se extinguido.e, no sono, sonhou que estava em itabira
juntamente com um velho amigo que não via hà muito tempo..e passaram a visitar
os pontos principais da cidade e
era natural que servisse de cicerone para o amigo. como o amigo também era
professor de história em outra cidade, ficou muito amigo dos meninos a ponto de o
pai do lobato mandou que o seu motorista levasse os dois para visitar a cidade. só
que sebastião não gostava de andar de carro. então às vezes, mandava o carro
embora para buscar só na hora de ir para casa quando ele então solicitava de novo
o carro.
naquele dia sebastião ele não quiz esperar o carro que os levariam para casa.
resolveu descer mesmo a pé a rua santana, uma das ruas mais velhas de itabira com
suas casas relambrando o tempo coloniall, onde houve um passado de glória.
porque chora este menino?qual a força profunda que faz com que as pessoas
choram?estas e outras interrogações passava pela sua cabeça. se fosse preciso
destruir o mundo para que esta criança não chorasse, eu o destruiria.todos nós
nascemos para sermos felizes, mas se assim não pode ser é preciso destruir esta
estrutura do homem. tirar esta pedra bruta , lascada que vive dentro de nós
desmanchar algo de velho e errado que carregamos na nossa genética. um mundo
novo onde não haja sombra de dúvidas para os pequeninos. então construiremos
dentro de nós mundo novo, uma nova patria.
o verdadeiro objetivo de sebastião não era fazer nenhuma revolução como muitos
pensavam, antes pelo contrário, sua intenção era justamente colocar todos os
meninos no caminho do bem, da salvação da alma e do espírito. pois o espírito
ainda está acima da matéria. todavia o tom misterioso que ele apresentava em suas
prática, fazia parte das manifestações remotas enraizadas em seu espírito desde a
sua infância. -:-” levarei centenas deles até o vale do paraíba,onde , então
,retiraremos do fundo do rio a imagem de n.s.aparecida que ali dorme a espera dos
seus filhos. antes porém é preciso pensar no meio de subsistência de toda esta
gente durante a viagem.é preciso também ensinar a todos a ficar no silêncio e na
solidão. quando eu me refiro silêncio e solidão não é ficar sem falar com ninguém.
não. não é isto. aconselhamos as pessoas a não se identificar com os
acontecimentos em torno de si. assim esta não identificação com as manifestações
de outros pensamentos, isto sim , é o verdadeiro silêncio.a meditação pode até curar
doença do corpo físico, como coração cérebro, pulmão e intestino.enfim todo corpo
somático se beneficia com as delícias do silêncio.o recanto sombrio do bosque, o ar
puro da montanha faz com que recuperemos o desequilíbrio do nosso corpo físico.o
apreciar do nascer do sol traz um bálsamo para o nosso seio
sebastião acordou assustado com aquele sonho esquisito que ele teve mas depois se
acalmou. as estrela já iam todas sumindo no céu, dando lugar as luzes vermelhas do
sol nascente. começava se mais um dia de atividade de acampamento.
ao