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1. O paciente foi preso juntamente com familiares após transportarem os autores de um roubo que ocorrera horas antes. Sua esposa acionou a polícia alegando sequestro.
2. O advogado alega que a prisão preventiva não está justificada, uma vez que o paciente é primário, tem residência e trabalho fixos, não representando risco. Além disso, não há provas dos crimes pelos quais é acusado.
3. Diante da ausência dos pressupostos legais e do risco à integrid
1. O paciente foi preso juntamente com familiares após transportarem os autores de um roubo que ocorrera horas antes. Sua esposa acionou a polícia alegando sequestro.
2. O advogado alega que a prisão preventiva não está justificada, uma vez que o paciente é primário, tem residência e trabalho fixos, não representando risco. Além disso, não há provas dos crimes pelos quais é acusado.
3. Diante da ausência dos pressupostos legais e do risco à integrid
1. O paciente foi preso juntamente com familiares após transportarem os autores de um roubo que ocorrera horas antes. Sua esposa acionou a polícia alegando sequestro.
2. O advogado alega que a prisão preventiva não está justificada, uma vez que o paciente é primário, tem residência e trabalho fixos, não representando risco. Além disso, não há provas dos crimes pelos quais é acusado.
3. Diante da ausência dos pressupostos legais e do risco à integrid
LEONARDO P. DE CASTRO, advogado inscrito na OAB sob
o n 4.329, com escritrio nesta Comarca, na Avenida Calama, n 2102, Bairro So Joo Bosco, vem, muito respeitosamente, perante Vossa Excelncia, impetrar ordem de HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR, Com fulcro no artigo 5, inciso LXVIII, da Constituio Federal, e artigos 647 e 648 do Cdigo de Processo Penal, em favor de J. C. DE F., brasileiro, solteiro, vendedor, inscrito no Cadastro de Pessoa Fsica sob o n XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXX, n XXX, Bairro XXX, nesta Capital, atualmente recolhido no presdio Edvan Rozendo (Pandinha), pelas razes de fato e de direito a seguir expostas: I DOS FATOS O paciente foi preso em flagrante, juntamente com membros de sua famlia, enquanto transportava os elementos Tcio e Mvio (os nomes foram, obviamente, alterados). Segundo o inqurito policial, ambos, Tcio e Mvio, que possuem vasto histrico criminal, haviam roubado, mediante violncia e grave ameaa, conforme boletim de ocorrncia anexado, um celular pertencente ao paciente.
Horas aps o crime, os autores do roubo, ao serem
abordados pelo paciente, que estava acompanhado por seus familiares, afirmaram que o objeto subtrado j havia sido passado a um boqueiro. No ato seguinte, o paciente saiu em busca do suposto boqueiro, juntamente com seus familiares tio e primos e dos autores do roubo. Todavia, a esposa de Mvio, imaginando que o marido sofreria represlias em razo do crime de roubo, acionou a Polcia Militar e comunicou o crime de sequestro. Por esse motivo, o paciente e seus familiares foram presos em flagrante ao transportar os envolvidos no crime de roubo, pois confirmou, em tese, o registro de ocorrncia da esposa de Mvio. Na delegacia, os criminosos afirmaram que foram vtimas de sequestro e tortura. Contudo, at o momento, no foram produzidas provas nesse sentido. Requerida a liberdade provisria do acusado, a Meritssima Juza de Direito da XXX Vara Criminal da Comarca de Porto Velho, Rondnia, indeferiu o pedido. II DO DIREITO Entrementes, a respeitvel deciso no merece prosperar, pois no possui amparo legal. a) Da Liminar O fato de o paciente estar preso, por si s, justifica o pedido liminar, pois a violncia liberdade de locomoo est configurada. No caso em tela, est presente, ainda, o periculum in mora, pois o paciente sobrinho de policial militar, e encontra-se, atualmente, recolhido no presdio Edvan Rozendo, mais conhecido como Pandinha. De acordo com informaes do acusado, corroboradas na declarao anexada, os demais presos, que j o identificaram como sobrinho de policial, esto ameaando-o nas dependncias do presdio. Ademais, o paciente, que jamais foi preso, est sendo acusado pela suposta prtica de tortura de dois elementos com histrico
criminal (certides juntadas), agravando ainda mais a situao de risco a
que est submetido. Dessa forma, desnecessrio ressaltar que a integridade fsica do acusado est em perigo, estando justificada a apreciao sumria deste pedido. b) Do inexistncia dos pressupostos da priso preventiva No caso ora discutido, em que ainda no houve o ajuizamento da denncia, a liberdade provisria deve ser analisada, somente, com base nos pressupostos do artigo 312 do Cdigo de Processo Penal, pois no h elementos fticos suficientes para julgamento com base no futuro mrito da ao. No entanto, a Meritssima Juza da XXX Vara Criminal, ao apreciar a concesso da liberdade provisria, ateve-se a elementos subjetivos, como a gravidade do crime capitulado pela autoridade policial e a insegurana social, em claro ato de desapreo ao artigo 312 do Cdigo de Processo Penal: No se deve olvidar, todavia, que por conta de prtica de crimes dessa natureza, executado em bando, que nossa sociedade vivencia a insegurana imposta pela delinqncia (trecho da deciso). Ora, Excelncia, a custdia cautelar do paciente no pode subsistir com base no argumento genrico de combate insegurana pblica, como fundamentou a ilustre magistrada, sob pena de estar atribuindo ao recolhido todos os males da sociedade. Sem dvida alguma, cabe ao Judicirio julgar em consonncia com os interesses sociais. Todavia, a partir do momento em que a legislao passa a ser desconsiderada sob o mero pretexto de atendimento ao clamor pblico, prevalecendo entendimentos particulares de magistrados e elementos subjetivos, as bases do Direito passam a correr risco. Ademais, a gravidade do delito tambm no justifica a segregao da liberdade do acusado, como j decidiu o Supremo Tribunal Federal em casos anlogos, sendo relevante para a concesso da liberdade provisria a anlise dos pressupostos do artigo 312 do Cdigo de Processo Penal, no bastando a mera declarao de tutela ordem pblica sem a devida comprovao:
Juzo de primeiro grau que indeferiu pedido de liberdade
provisria, aps destacar alguns dos fatos em apurao, com base numa suposta reprovabilidade da conduta para se acautelar a ordem pblica. Carter genrico. Deciso que no aponta de que forma, concretamente, a ordem pblica estaria em risco. Ausncia de fundamentao idnea. Excepciono a regra contida na Smula 691 desta Corte e defiro a liminar a fim de que o paciente seja colocado em liberdade provisria, at o julgamento definitivo deste habeas corpus (STF - HC 97.998 - SO PAULO/SP MINISTRO EROS GRAU - j. 04.03.2009). Por derradeiro, imperiosa a desconsiderao da tipificao dada pela autoridade policial, pois a fez de forma pouco zelosa, incorrendo, at mesmo, em bis in idem, ao cumular o artigo 148 do Cdigo Penal causa de aumento de pena do artigo 1, 4, III, da Lei 9.455/97. A breve explanao acima demonstra, indubitavelmente, que a capitulao dada pela autoridade policial falha, bem como prova a fragilidade do inqurito, que ser discutida na ao penal, no podendo, nesse momento de priso cautelar, a Meritssima Juza fundamentar a sua deciso com base nos dados do instrumento investigatrio, onde no so aplicveis as prerrogativas constitucionais da ampla defesa e do contraditrio. Alm disso, frise-se a inexistncia de laudo pericial que comprove as alegaes das supostas vtimas, restando prejudicada, inclusive, a materialidade dos crimes que esto sendo investigados, pois a priso em flagrante no ocorreu no momento da suposta prtica dos delitos, mas logo aps aos atos, com base no artigo 302, IV, do Cdigo Penal, onde se presume a autoria. Finda a discusso acerca dos elementos subjetivos, que, apesar de irrelevantes nesse momento, mereciam ateno em razo da fundamentao dada pela Meritssima Juza da XXX Vara Criminal, passo a expor os pressupostos do artigo 312 do Cdigo de Processo Penal. Segundo o referido dispositivo, A priso preventiva poder ser decretada como garantia da ordem pblica, da ordem econmica, por convenincia da instruo criminal, ou para assegurar a aplicao da lei penal.
No caso em tela, est comprovado, por meio dos documentos
anexados, que o paciente primrio, jamais foi preso em sua vida, possui endereo fixo e exerce profisso lcita. Segundo a Meritssima Juza, a ordem pblica est em risco pela suposta periculosidade do agente. Entretanto, causa estranheza a assero da magistrada, com fundamentao oposta s provas juntadas aos autos, pois, como j dito, o acusado jamais foi preso em sua vida. Paciente que, alm de ostentar condies pessoais favorveis jovem de 23 anos, estudante tcnico de tecnologia da informao, primrio, sem antecedentes criminais, com famlia constituda e residncia fixa com os pais -, no representa qualquer risco sociedade. Ausncia da real necessidade da manuteno da medida constritiva (STF - HC 97.998 - SO PAULO/SP MINISTRO EROS GRAU - j. 04.03.2009). Vale ressaltar que a priso em flagrante ocorreu com base na presuno da prtica delituosa, com base no artigo 302, IV, do Cdigo de Processo Penal. Portanto, causa perplexidade a afirmao acerca da periculosidade e risco ordem pblica, pois no h elementos, at o momento, que comprovem essa tese. Por fim, os demais pressupostos da priso preventiva garantia da ordem econmica, convenincia da instruo criminal e a aplicao da lei penal no esto caracterizados, tampouco comprovados. Tratando-se a segregao preventiva de medida excepcional, e ausentes os requisitos legais que a justifiquem, faz-se imperiosa a libertao imediata do acusado, sob o risco de coao ilegal liberdade de locomoo. Destarte, inexistentes os fundamentos legais para a priso do paciente, imperiosa a decretao da liberdade do paciente. Ex positis, presentes o periculum in mora e o fumus boni iuris, requer a Vossa Excelncia a concesso da medida liminar, para que seja determinada a libertao imediata do paciente, bem como seja expedido o alvar de soltura em seu favor, e, aps as informaes prestadas pela autoridade coatora, torne-se definitiva a concesso da
ordem, para que o acusado aguarde em liberdade o desfecho do caso,
como medida da mais ldima justia. Nestes termos, pede deferimento.
Da não violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) em face da execução provisória da pena após condenação em segunda instância