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O autor move ação indenizatória por danos morais contra a Distribuidora de Carvão Ouro Negro Ltda. após o carvão comprado explodir em sua churrasqueira, ferindo sua esposa. Ele alega que a empresa é responsável pelos danos causados pelo produto defeituoso e pede indenização de 10 salários mínimos.
O autor move ação indenizatória por danos morais contra a Distribuidora de Carvão Ouro Negro Ltda. após o carvão comprado explodir em sua churrasqueira, ferindo sua esposa. Ele alega que a empresa é responsável pelos danos causados pelo produto defeituoso e pede indenização de 10 salários mínimos.
O autor move ação indenizatória por danos morais contra a Distribuidora de Carvão Ouro Negro Ltda. após o carvão comprado explodir em sua churrasqueira, ferindo sua esposa. Ele alega que a empresa é responsável pelos danos causados pelo produto defeituoso e pede indenização de 10 salários mínimos.
Juizado Especial Cvel da Comarca de Aparecida de Goinia-GO
E.S., naturalidade, estado civil, profisso,
endereo, telefone, com RG n. XXXXXXX DGPC GO e CPF n. XXX.XXX.XXX-XX, vem presena de Vossa Excelncia, com fundamento nos arts. 3, I e 9 da Lei n. 9.099/95, arts. 186 e 927 do Cdigo Civil, bem como arts. 6, III e VI e 12 da Lei n. 8.078/90, propor a presente AO DE INDENIZAO POR DANOS MORAIS em face da Distribuidora de Carvo Ouro Negro Ltda., Grupo Kleiber Argemiro e Filhos, pessoa jurdica de direito privado, CNPJ/MF desconhecido, com sede na Avenida JI 12, quadra 13, lote 11, Jardim Ip, em Aparecida de Goinia-GO, expondo para tanto as razes de fato e de direito que adiante seguem: I Inicialmente Cumpre desde logo demonstrar a competncia deste Juizado Especial para conhecer e julgar a presente causa, uma vez que o autor reside em rea sob jurisdio desta Unidade e, tratando-se de demanda indenizatria, assim dispe o art. 4, III, da Lei n. 9.099/95, para tais circunstncias. II Dos Fatos No dia 08 de abril de 2007, o requerente decidiu realizar um churrasco em sua residncia. Para tanto, comprou um saco de carvo da marca Campeo, embalado pela Distribuidora de Carvo Ouro Negro Ltda., pertencente ao Grupo Kleiber Argemiro e Filhos.
No momento da compra, o autor verificou que
no estabelecimento comercial havia diversas embalagens da mesma marca do carvo Campeo. Optou por comprar aquela que apresentava maior volume visualmente. O preo era igual para qualquer saco de carvo exposto a venda. Pagou pelo produto o valor de R$ 4,00 (quatro reais). Improvisou uma churrasqueira no contrapiso no interior do seu lote, enquanto constri aquela que ser definitiva. Houve uma certa dificuldade para acender o carvo, dando a impresso de que o produto apresentava algum vcio mido ou imprprio. Porm, aps muito soprar e abanar, transformou-se em brasa de uma vez, quando colocaram a carne para assar. Transcorrido um certo tempo, o autor ouviu uma grande exploso, advindo da churrasqueira improvisada no contrapiso. A exploso abriu um buraco no concreto de sua residncia. Sua esposa encontrava-se nas proximidades da churrasqueira, cuidando do churrasco com sua filha de apenas de 02 anos no colo, sendo arremessada de costas no solo com a exploso. A filha do declarante s no foi atingida porque sua esposa a protegeu. A carne foi arremessada para longe, encerrando por completo o churrasco. Muitos vizinhos, ouvindo o forte barulho da exploso foram at a residncia do requerente, buscando resposta para a exploso proveniente de sua casa, inclusive do dono da mercearia que lhe vendeu o carvo. Uma reportagem da TV Goinia, que veicula o programa denominado Chumbo Grosso, esteve na residncia do autor no dia 16/04/2007, produzindo matria jornalstica levada ao ar no mesmo dia acima. Aps a divulgao na televiso, passou a ser tratado com o apelido jocoso de Homem Bomba pelos vizinhos. Insta salientar que a embalagem do saco de carvo no apresentava qualquer resqucio de violao, nem foram encontrados objetos estranhos em seu interior. Somente uma anlise mais apurada do produto e sua embalagem poderia determinar o que provocou a exploso. Mas como todo o carvo foi colocado na churrasqueira e destrudo pela exploso, restaram apenas fragmentos da embalagem. Certo que o autor sofreu danos morais em decorrncia do evento. Houve um grande susto com a exploso. Restou o temor do requerente e de sua famlia, ocasionados pelo evento, que merecem indenizao. A esposa do autor, extremamente abalada com a exploso, at hoje tem pesadelos. Sequer consegue ficar prxima a uma churrasqueira controlando a qualidade do assado. O requerente ainda sofre com brincadeiras de seus vizinhos,
que somente o chamam de Homem Bomba. Perdeu sua identidade
e seu antigo apelido. A empresa requerida jamais poderia colocar no mercado carvo nestas condies, imprprio para o consumo. A conduta da r oferece risco sade e integridade fsica de milhares de pessoas. Imagine-se quantos consumidores podem ter sido lesados com esta conduta. Destarte, resta claro o direito do autor de ser indenizado pelos danos morais sofridos, e j demonstrados. Em que pese a fixao de tal verba ser feita por estimativa do juiz, conforme a doutrina e jurisprudncia dominantes, entende o autor ser suficiente a sua fixao em 10 (dez) salrios mnimos (R$ 3.800,00), a fim de reparar os prejuzos de ordem moral, bem como punir e coibir a conduta da r. III Do Direito No cabem maiores consideraes sobre o direito do autor. Provado o fato, o direito tornar-se- certo, qual seja, obter indenizao por danos materiais e morais, resultante da injustificvel conduta da r. A regra matriz da reparao civil, pela qual todo aquele que causa dano a outrem fica obrigado a repar-lo corolrio do neminem laedere latino encontra-se nos arts. 186 e 927, do Cdigo Civil. Conferindo reparao de danos contra o patrimnio, intimidade e honra hierarquia normativa superior, a Constituio em seu art. 5, incisos V e X, elenca-os como garantias e direitos individuais, oponveis de imediato contra quem os tenha violado, tal como no presente caso. Sob outro aspecto, verifica-se a existncia de relao de consumo entre as partes, colocando-se de um lado, o autor como consumidor, e de outro, a empresa R e seus prepostos, como fornecedores de produtos. Assim, deve-se observar o estipulado pelo Cdigo de Defesa do Consumidor para casos desta espcie, que presume contra o fornecedor a culpa pelos vcios do produto. a chamada responsabilidade objetiva, segundo a qual basta a comprovao do dano e da conduta danosa, bem como do nexo de causalidade entre eles, para a responsabilizao da empresa fornecedora de produtos e servios.
A documentao em anexo comprova de modo
cabal os elementos formadores da responsabilidade objetiva da empresa r e, bem assim, o direito do requerente. Ademais, direito bsico do consumidor a proteo vida, sade e segurana contra os riscos provocados por prticas no fornecimento de produtos e servios considerados perigosos ou nocivos, conforme preceitua o artigo 6, inciso I, do CDC. Portanto, tem a requerida o dever de reparar os danos ocasionados ao autor, nos termos do art. 6, VI e 14 do CDC. A conduta lesiva da empresa ficou caracterizada, causando leso patrimonial e moral ao requerente. IV Dos pedidos Pelo exposto, requer se digne Vossa Excelncia julgar procedente seu pleito, condenando a r ao pagamento de indenizao pelos danos morais causados ao autor, no valor de 10 (dez) salrios mnimos (R$ 3.800,00), pelas razes acima invocadas. Outrossim, requer a citao da R Distribuidora de Carvo Ouro Negro Ltda., Grupo Kleiber Argemiro e Filhos para, querendo, comparecer audincia conciliatria e/ou formular defesa, sob pena de confisso quanto aos fatos aqui discorridos. Requer a oportunidade de provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sem exceo, inclusive com o depoimento pessoal dos prepostos da r, sob pena de revelia e confisso. Oitiva da imprescindvel das testemunhas XXXXXXX, as quais devero ser intimadas nos endereos abaixo nominados. Nestes termos, Pede e aguarda deferimento. D-se causa o valor de R$ 3.800,00 (trs mil e oitocentos reais). Goinia, 16 de agosto de 2007. E.S. CPF n. XXX.XXX.XXX-XX