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CAPTULO I
1.1 ESTADO DE NATUREZA E FORMAS DE RESOLUO DE CONFLITOS
Segundo o conceito de Thomas Hobbes (1588 - 1679) de Estado de natureza,
se as pessoas mantivessem a sensao permanente de liberdade e igualdade,
conduzir-se-ia a sociedade a um estado de guerra constante (MARCONDES, 2008).
Insta salientar que a natureza humana o alicerce do que se tem como
direitos e liberdades individuas, dando origem a um modelo de ordem social que se
contrapunha ao feudalismo, que predominou no perodo medieval, e ao absolutismo.
O cientista poltico Francisco Weffort, um dos pensadores mais respeitados do
pas, aduz em sua obra Formao do Pensamento Poltico Brasileiro (2006) que a
pacificidade do contrato social de Locke j se caracterizava pela existncia de uma
sociedade e que haviam propriedades, alm de serem atribudos ao ser humano a
vida, a liberdade e os bens como seus direitos naturais. Ou seja, nesse estado de
natureza, o homem era possuidor de vrios direitos naturais, os quais no possua
por vontade prpria, o que se conotava em um estado de perfeita liberdade e
igualdade, e que a propriedade seria um instituto anterior sociedade civil, sendo
esta objeto da criao do Estado, e, portanto, parte integrante do conjunto de
direitos naturais do indivduo, e que no poderia o Estado intervir na propriedade,
bem como nos outros direitos (WEFFORT, 2006).
Neste nterim, surge um questionamento quanto necessidade de poder
conciliar as liberdades e os direitos inerentes aos indivduos, conjunto do estado de
natureza do ser humano, com as exigncias do convvio em comunidade, a qual
requer necessariamente o respeito ao direito do outro (a fim de se evitar o Estado de
guerra de Hobbes), o que imprescindvel para se adquirir a harmonia social. Assim
surge contrato social, oriundo da necessidade de criao de um novo modelo social,
onde o homem consentiria ao Estado o poder poltico com o escopo de consolidar e
preservar os direitos individuais de cada homem, os mesmo j possudos e seu
estado de natureza, entretanto com o poder estatal de fundo para garantir-lhes
esses direitos (MARCONDES, 2008).
Locke idealizava que os indivduos reuniam-se em sociedade, mas
preservavam seu estado de natureza, no perdendo, portanto, seu direito vida,
liberdade e propriedade, cabendo ao Estado comprometer-se a preserv-los.
REFERNCIAS