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Teoria da Imagem

Docente: Sílvia Firmino


Discente: Mónica Gabriel nº3080306

Curso: Som e Imagem


Ramo: Imagem
Regime: Diurno
3º Semeste
Ano Lectivo: 2009/2010

20 de Janeiro de 2010
Fotogenia Materializada no Intervalo

Apresentação

O presente trabalho pretende fazer a análise duma fotografia,


abordando o ponto quatro do programa da unidade curricular de
Teoria da Imagem, que diz respeito à relação entre Fotografia e
Cinema e à fotogenia materializada no intervalo.

Tendo como base o estudo de João Mário Grilo sobre a série


fotográfica Arquitecturas, produzida por Hiroshi Sugimoto,
optei por analisar esta mesma série. Tratam-se de fotografias de
grandes dimensões onde Sugimoto optou por reproduzir alguns
dos maiores ícones da arquitectura moderna desfocados.

Exposição da
série
Arquitecturas no
Museu de Arte
Contemporânea

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Fotogenia Materializada no Intervalo

Cinema e Fotografia

Foi em nome da ambição do homem em satisfazer a necessidade


1 Roland Barthe,
fundamental da psicologia humana da defesa contra o tempo que A Câmara
a Fotografia foi inventada. Clara, Lisboa,
Edições 70,
2009, p.86
Ao exorcizar o tempo pela fixação do referente, o homem
2 Jacques
acreditava que estava a salvar o ser de uma segunda morte (a Aumont citado
morte espiritual), através da aparência, agindo assim no sentido em Fotografia e
Cinema:
da imortalidade. delineando
fronteiras entre
dispositivos,
Entenda-se como «referente fotográfico» a “coisa 2007, p.11
necessariamente real que foi colocada diante da objectiva sem a
qual não haveria fotografia”1. Ao contrário de outros sistemas de
representação, como a Pintura, na Fotografia não posso negar que
o referente esteve lá, não posso negar a sua realidade física.

Com a invenção do cinema, o filme não se contenta em conservar


um fragmento de tempo, como o faz a Fotografia. Enquanto que
esta designa um momento fugaz, instantâneo, um entretanto onde
não há princípio nem fim, no cinema, “por mais breve e imóvel
que seja um plano, ele jamais será a condensação de um momento
único, mas sempre a impressão de uma certa duração”2.

Assim, o que diferencia a imagem fotográfica da cinematográfica é


o tempo. Enquanto que o cinema faz a duplicação do tempo e
trabalha esse tempo, a fotografia suspende-o, assumindo assim
uma dimensão documental.

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Fotogenia Materializada no Intervalo

A impalpabilidade da imagem cinematográfica

A imagem cinematográfica não existe enquanto objecto ou


3 Leo Charney,
matéria. Ele opera por meio de fotogramas separados por
Num Instante: o
intervalos e, por mais que os tentemos aproximar, o movimento cinema e a
filosofia da
vai sempre dar-se no intervalo entre estes. O que o cinema nos modernidade
oferece é a imagem média à qual o movimento pertence como
dado imediato. Ou seja, é o princípio da persistência retiniana
(que nos ilude e desvanece logo depois para não mais existir senão
na memória do espectador), que faz com que o filme seja sobre o
movimento, a duração, o intervalo.

Conceito de Fotogenia

A fotogenia - termo emprestado da fotografia que define a


qualidade ou característica própria daquilo que apresenta uma
bela imagem ao ser fotografado - em cinema teria implicações
distintas, uma vez que lida com o movimento.

Segundo Epstein, a fotogenia é esse momento sensorial do qual a


essência do cinema deriva. “Fragmentos fugazes de experiência
que fornecem prazer de um modo que o espectador não consegue
descrever racionalmente ou conceber cognitivamente”3. Apesar de
residir no instante, pois de outro modo não encontro prazer
continuo nela, ela não admite estagnação. Está ligada à forma
como a câmara capta o tempo e o espaço, procurando destacar
determinados aspectos das coisas, cujo carácter moral é realçado
pela reprodução cinematográfica, pelo movimento. Não só
descreve os objectos concretos ou imagens como também os
movimentos que ocorrem entre o intervalo dos fotogramas.

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Fotogenia Materializada no Intervalo

Sobre a série Arquitecturas, de Sugimoto

(ver série nos anexos)

Parafraseando José M. Grilo, as arquitecturas surgem, a um


primeiro olhar, como resistência e oposição ao tempo. São
estruturas que prometem uma existência para além do tempo e do
seu devir, dando ao homem a possibilidade de superação dos
limites da sua mortalidade.

Ao optar por desfocar estas estruturas, Sugimoto coloca o edifício


em trânsito temporal, apontando para a ideia de continuidade
própria do cinema. Há uma aproximação destas imagens com as
propriedades do fotograma cinematográfico que, quando extraído
da sequência em que se insere, resulta no desfocado, numa
imagem instável, tremida.

Ora, se no cinema temos apenas acesso à imaterialidade da


imagem projectada, aquilo que Sugimoto fez foi inscrever na
Fotografia (na materialidade da imagem impressa) as marcas
brutais da passagem do tempo.

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Fotogenia Materializada no Intervalo

Anexos

Empire State
Building,
Hiroshi
Sugimoto

Palazzo Della
Civilta
Romana,
Hiroshi
Sugimoto

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Fotogenia Materializada no Intervalo

Eiffel Tower,
Hiroshi
Sugimoto

Villa Savoye,
Hiroshi
Sugimoto

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Fotogenia Materializada no Intervalo

Referências

GRILO, José Mário. A impressão do tempo. As Arquitecturas de Hiroshi Sugimoto.


LisboaPhoto.

BAZIN, André. Ontologia da Imagem Fotográfica.

KOURY, Mauro. Revista Politica e Trabalho – Artigos. Última consulta dia


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ELIAS, Érico Monteiro. Fotografia e Cinema: delineando fronteiras entre


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GRILO, José Mário. A Fotografia ou «O filme antigo do que fomos» A propósito de


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GARCIA, Janaina. Imagens Migrantes. Última consulta dia 19.01.2010. Disponível


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<http://www.cchla.ufpb.br/posletr/Teses2008/Cicera.pdf>

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