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Uma análise dos fatores históricos, culturais e sociais que influenciaram a criação e alteração do espaço da Avenida Bandeirantes (Belo Horizonte, MG).
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Drepturi de autor:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
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A Avenida Bandeirantes é um espaço que já sofreu diversas
mudanças em seu ordenamento. Inicialmente a avenida representava a periferia da cidade, mas ao que Belo Horizonte cresceu a avenida encontrou-se envolta por uma das partes mais ativas da cidade, sendo atualmente um ponto com um fluxo significativo de trânsito.
Localizada entre três bairros, a Av. Bandeirantes começa no
bairro Sion, percorre sua maior extensão no bairro Serra, e termina no bairro Mangabeiras, tendo um percurso total de aproximadamente 2.4 Km.
Figura 1: Extensão da Av. Bandeirantes
A Av. Bandeirantes tem o papel crucial de ligar a Av. Afonso
pena (que leva ao centro da cidade) com a Av. Patagónia (que liga com a Av. Nossa Senhora do Carmo e subseqüentemente com a BR 040, que da acesso ao Belvedere e outras partes da cidade), oferecendo um caminho alternativo que evita o centro da cidade.
PROGRESSÃO HISTÓRICA
Inicialmente a avenida representava a periferia da cidade, e
com isso pouca atenção lhe era dada. Havia falta de fluidez no trânsito (que em comparação com a atualidade era pouca), a pista de Cooper não era mantida de forma adequada, e não havia zoneamento para os prédios.
Tudo isso mudou por volta do final da década de 90, quando o
governo começou uma série de obras pela cidade toda. Esse conjunto de obras era de menor porte, focando não em grandes projetos como viadutos, mas em obras menores, mas que quando somadas criaram um efeito significativo.
Figura 2: Praça da bandeira (1968)
A Av. Bandeirantes foi um dos primeiros alvos dessas obras,
que foi alargada, recebeu semáforos e a pista de Cooper foi revitalizada. As alterações no trânsito foram recebidos pela população de forma positiva, que presenciaram a mudança dramática no movimento dos carros. Entretanto, a revitalização da pista de Cooper foi visto por muitos como desnecessária e um uso impróprio dos impostos governamentais. Esse movimento contrário a pista de Cooper eventualmente foi substituído pelas pessoas que aderiram ao movimento da saúde e que passaram a fazer Cooper na recém renovada pista.
Esse momento foi marcante na história da avenida, pois definiu
o novo uso do espaço que segue até hoje, e que tem influenciado inúmeras construções privadas e públicas nas redondezas da pista, como a revitalização da Praça JK (que conecta com a avenida) e a instalação de equipamentos de musculação dentre outros projetos.
CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO
Ao longo de seu percurso a Av. Bandeirantes é marcada por
construções diversas, que condizem com sua história de desenvolvimento. Há uma mistura de casas, prédios, edifícios comerciais de pequeno porte e vários Fitness Centers.
As casas, que atualmente são menores em número (embora
varias destas foram transformados em edifícios comerciais) são exemplos da ocupação inicial do espaço, quando o local ainda representava a periferia da cidade.
Os prédios representam um período relativamente curto, que
durou o tempo entre a popularização do espaço e o zoneamento da região pelo governo (restringindo a construção de novos edifícios) na década de 90. O zoneamento foi feito para prevenir a saturação da região, que já começava a exibir problemas causados pelo uso residencial excessivo.
Após a restrição contra construções da década de 90, as novas
obras passaram a ser de pequenos edifícios comerciais, geralmente com maior luxo, destinadas a pequenas empresas que querem um espaço comercial mais visível (embora a custos altos). A presença de Fitness Centers (aproximadamente “centros de saúde”) é um dos elementos mais recentes, e vem em função do público que usa da avenida para fazer Cooper.
Além da pista de Cooper, observa-se uma grande presença de
outdoors, exibindo mensagens publicitárias focadas na classe média e alta (oferecendo produtos de maior luxo e preço).
O grupo de pessoas que transitam na avenida é tipicamente de
classe média e alta, sendo evidenciado muitas vezes pelos automóveis que se encontram ali e pelo valor dos portes das pessoas que ali transitam.
Figura 3: Automóvel exemplifica a classe social do local
CONCLUSÃO
A Av. Bandeirantes sofreu ao longo de seu percurso drásticas
mudanças em sua função e na constituição do seu espaço. Nos anos mais recentes essas mudanças estiveram todas voltadas a um único fenômeno social: A busca pela saúde. Essa busca pela saúde tem levado as pessoas a adotarem o hábito do Cooper (dentre outros), que deu grande importância a avenida, influenciando o governo a empregar maiores recursos financeiros na manutenção do espaço.
A população que usufrui da pista é a classe média e a classe
alta, um fator que não pode ser ignorado ao analisar a alocação de recursos governamentais e na permanência da pista de Cooper.
Muitos críticos apontam que a presença da pista causa um
transtorno enorme ao trânsito, e sua remoção permitiria em alguns locais até duplicar a largura da pista. Esses críticos também argumentam que o uso de recursos públicos em um projeto de benefício local é um uso inadequado de impostos, que poderiam ser usados de maneiras melhores e a beneficiar um publico maior.
Em contraponto a isso é argumentado que a função do governo
é de servir seus cidadãos, e ao manter a pista de Cooper na Av. Bandeirantes ele está os beneficiando, providenciando um espaço de lazer, como já é feito com parques. Se considerarmos o impacto que a pista tem sobre as pessoas que usam ela (que muitas vezes passam mais de duas horas diárias fazendo Cooper nela) o uso dos recursos financeiros se torna aceitável. Também é argumentado que ao incentivar a saúde, o governo previne problemas de saúde na população, que diminui seus gastos na rede de saúde publica. Figura 4: Pessoas correndo na pista de Cooper
O foco exibido pelo público do local levou a criação de várias
empresas centradas na saúde, exemplificado nos três fitness centers presentes na avenida e no sucesso contínuo do restaurante Néctar da Serra, que tem como produto principal sua grande seleção de sucos naturais (outro exemplo da ideologia da saúde). Esses tipos de organizações, embora presentes em outros locais são encontrados em maior densidade na avenida.
A publicidade presente no local também é afetada,
principalmente pelo fato de que o público que percorre a avenida tem um período maior de exposição às publicidades (pois ao fazer Cooper a pessoa é exposta às publicidades por um período bem mais longo do que uma pessoa em um automóvel), fazendo com que os outdoors sejam mais concorridos e em maior número. Os produtos oferecidos nas publicidades refletem as principais classes sociais do local.
Em suma, observa-se a ideologia da saúde, um fenômeno
internacional que afeta principalmente as classes mais altas, e que por causa disso afeta o publico da região centro-sul, levando-os a praticar Cooper, que altera o uso de recursos pelo governo e causa a proliferação de diversas indústrias, que vêem a valorização da saúde e a prática do Cooper naquele local como possíveis vantagens econômicas.