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http://dn.sapo.pt/2008/04/23/opiniao/as_duas_vagas_fundo.html

AS DUAS VAGAS DE FUNDO

Vasco Graça Moura


escritor

A candidatura de Manuela Ferreira Leite acabará por gerar, não uma, mas duas vagas de fundo.

No plano interno do PSD, parece evidente que ela mobilizará rapidamente os militantes, a quem a
perspectiva da sua figura à frente do partido não pode deixar de incutir novo ânimo e mesmo
entusiasmo, depois da apagada, errática e vil tristeza dos últimos meses, que descredibilizou o partido e
ameaçava confiná-lo a um limbo suicidário e pouco honroso na cena política nacional, antes do lindo
enterro que tal situação prenunciava, como de resto eu previ nesta coluna em meados de 2007.

Os militantes do PSD têm uma consciência muito aguda destes problemas e uma percepção imediata de
que eles, com Manuela Ferreira Leite, poderão ser superados a tempo de o partido se apresentar,
reestruturado, coerente, dinâmico e agressivo às próximas eleições.

A tarefa não é fácil, as questões são inúmeras, da reorganização à afirmação programática, passando
pela desmontagem da catadupa de falácias cultivadas pela maioria e pelo Governo, pondo à vista a sua
inanidade e os seus erros. Todavia é de supor que o partido sairá galvanizado da fase que atravessa, a
partir da eleição da sua nova presidente, e que todos os seus militantes e apoiantes deitarão mãos à
obra num empenhamento colectivo que está, como se sabe, perfeitamente ao seu alcance, apesar de
tais dificuldades.

O que Manuela Ferreira Leite traz consigo é a consciência de que o partido não pode, nem rejeitar
gratuitamente as suas elites, nem ficar à mercê de mais aventureirismos, de mais oportunismos, de mais
psitacismos, de mais populismos ou de mais cartadas sem nexo.

Manuela Ferreira Leite tem todas as condições para federar sectores em divergência, unindo-os num
grande desígnio nacional e partidário e restituindo o PSD à sua condição natural de partido de poder.

O PSD representa um enorme capital ético, político e cívico acumulado ao longo de mais de três décadas
da vida portuguesa e uma garantia de funcionamento da democracia em Portugal. Sempre o foi, desde a
sua fundação em 1974. A determinação de Manuela Ferreira Leite é, em si mesma, a garantia de que a
posição, a todos os títulos essencial, do PSD em tal quadro será rapidamente reposta no lugar devido e
de que essas características receberão um aval renovado dos militantes.

No plano nacional, parece também óbvio que Manuela Ferreira Leite representará um novo e salutar
coeficiente de esperança para os portugueses em geral. Esperança num desempenho inteligente,
competente e rigoroso, numa grande experiência acumulada, num profundo conhecimento do
funcionamento das instituições do Estado, numa isenção a toda a prova, numa excepcional sensibilidade
aos problemas e às suas implicações. Esperança também no funcionamento do PSD como força política
que assuma todas as suas responsabilidades em coerência com a própria tradição que construiu, até
chegar a uma governação sua que saiba polarizá-las e traduzi-las em factos positivos para o País.

Com a presidência de Manuela Ferreira Leite, o partido voltará a ser um referente nacional e as posições
que defender ganharão por isso uma ressonância particularmente significativa para todos os cidadãos
que actualmente se consideram governados a trouxe-mouxe, vivem cada vez pior e se sentem cada vez
mais angustiados nos tempos que correm, antevendo um futuro cada vez mais negro.

As próximas eleições, europeias, legislativas e autárcicas, deixarão de ser para o PS um simples passeio
até às urnas. Com o PSD de Manuela Ferreira Leite como adversário, as eleições tornar-se-ão um
verdadeiro quebra-cabeças para os socialistas que já não poderão navegar à vista num mar de

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promessas sob os costumados ventos da retórica balofa e da demagogia desenfreada. As coisas fiarão
muito mais fino.

Não será de admirar por isso, muito pelo contrário, que ocorra também uma vaga de fundo no exterior
do PSD, concomitante com a primeira e expressiva do desejo de ver Manuela Ferreira Leite entrar em
funções o mais depressa possível.

O ponto de encontro dessas duas vagas de fundo chama-se vitória.

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