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Entendem que, apesar de Oxal ser o grande genitor masculino, ele se curva em adobale
(prostrao reverencial) diante de Oxum, o poder genitor feminino.
Sabem que, embora Oxal s possa usar a cor branca, ele pe nos cabelos a pena
vermelha, o ekodide, em homenagem ao sangue menstrual, smbolo da fertilidade e da
concepo. Ento, percebem que a dominao masculina no se explica pela natureza
inferior da mulher, mas pelo reconhecimento de suas potencialidades e pelo temor que
isso inspira. Enfim, descobrem que a Virgem Maria e Maria Madalena so foras vivas
em seu interior e que no precisam abdicar da sexualidade para atingir o reino dos cus.
Sueli Carneiro doutora em Filosofia da Educao pela USP, escritora e diretora do
Geleds Instituto da Mulher Negra. Este artigo nasceu da pesquisa realizada por ela
na dcada de 1980, sob o ttulo O poder feminino no culto aos orixs.
1 Leni Silverstein, Me de Todo Mundo: modos de sobrevivncia nas comunidades de candombl da Bahia, em Religio e Sociedade,
nmero 4.
2 Ruth Landes, A cidade das mulheres, 2a ed. Rio de Janeiro, Editora da UFRJ, 2002.
3 Idem.